Hoje (30), resolvi fazer uma caminhada do Centro até o final da praia da Armação. Chegando na Orla Bardot, resolvi caminhar pelo lado direito, justamente o lado em que a calçada foi ocupada por mesas e cadeiras. Foi uma aventura. Acredito, mesmo caminhando por uma calçada pública, ter passado pelo interior de mais de uma dezena de bares e restaurantes. Os fregueses desses comércios, como se não soubessem que faziam suas refeições em local público, me olhavam de cara feia, como se fosse eu o invasor da área. Como se, caminhando por ali, eu estivesse invadindo a privacidade deles, em um momento que, concordo, requer certa intimidade entre as pessoas ao redor de uma mesa.
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Calçada privatizada, delimitada por uma cordinha |
Mas, o que me deixou injuriado mesmo foi o cercadinho feito com uma cordinha na calçada "do" restaurante "La Parrilha del Mercado". A cordinha não impedia a passagem pelo estreito canto deixado livre, mas a sua presença ali era uma afronta ao direito ao uso do espaço público. Apenas a sua existência era como se dissessem a mim, cidadão-contribuinte-eleitor, desista da calçada, vá pela rua ou pela outra calçada, porque aqui tem "dono". Só faltava o proprietário colocar uma placa: Propriedade privada, é proibido usar esta calçada.
O prefeito André bem que poderia deixar de passar por ali de carro e fazer esse trajeto a pé, para ver os abusos cometidos pelos donos de bares e restaurantes, para os quais a prefeitura aluga os espaços das calçadas públicas.
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Restaurante "dono" do cercadinho |
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