Organização criminosa em Casimiro de Abreu |
Em
data inicial que não foi possível precisar, mas ao menos no período
compreendido entre dezembro de 2009 até os dias atuais,
no Município de Casimiro de Abreu, os denunciados
ANTONIO
MARCOS DE LEMOS MACHADO,
RODRIGO
LINS DE BARROS AYÇAR,
PATRICIA
BENTES PEREIRA DE BARROS,
IVANEI
FIGUEIRA DA SILVA,
JOÃO
GILBERTO ASSUNÇÃO ALFRADIQUE,
ALESSANDRO
MACABU ARAÚJO
e
RONALDO ADRIANO VELOSO,
de
forma livre e consciente, em comunhão de ações e desígnios
criminosos entre si e com outros agentes ainda não identificados
… constituíram e passaram a integrar organização
criminosa para o cometimento de vários e sucessivos
delitos de ação penal pública, em especial, os crimes
de extorsão qualificada, falsificação de documento público,
peculato e obstrução à justiça com o objetivo de
obter vantagem financeira ilícita.
Membros
da ORCRIM:
1) ANTÔNIO
MARCOS DE LEMOS MACHADO, na
qualidade de Prefeito do Município de Casimiro de Abreu entre os
anos de 2009 a 2016, exercia a liderança da ORCRIM na medida em que
comandava e distribuía indevidas vantagens, geralmente de natureza
pecuniária, aos demais integrantes, com o objetivo final de atender
a seus interesses políticos, sempre possuindo o domínio final dos
fatos criminosos praticados pelos demais membros do grupo.
Saliente-se que, mesmo após o término do seu mandato, ANTÔNIO
MARCOS manteve-se na liderança da ORCRIM, valendo-se de sua
influência política para coordenar os atos delituosos dos demais
integrantes, com o objetivo de perpetuar seu grupo político no
poder.
2) RODRIGO
LINS DE BARROS AYÇAR era
responsável por investigar a vida pregressa de vereadores e
políticos na Municipalidade e, quando em posse de fatos ilícitos ou
desabonadores de suas condutas, os extorquia, ora exigindo o
recebimento de indevida vantagem econômica para si ou para outrem,
ora exigindo que os parlamentares adequassem sua postura aos
interesses políticos do Prefeito ANTÔNIO MARCOS, líder do grupo
criminoso, sob pena de divulgar os fatos por ele descobertos através
do blog “Os Bastidores”. Também buscava interferir no curso das
investigações, na medida em que empreendia esforços para coibir e
orientar depoimentos de testemunhas, inclusive providenciando
advogados para acompanhá-las em sede policial.
3) ALESSANDRO
MACABU ARAÚJO, Presidente da Câmara Municipal de
Casimiro de Abreu por dois biênios, 2103/2014 e 2015/2016, aliado
político nas eleições de 2012, funcionou como longa manus do
denunciado ANTÔNIO MARCOS durante quase todo o seu período à
frente da Câmara Legislativa, atendendo a pedidos do Prefeito
Municipal à época e atuando com os demais denunciados na
interferência dos depoimentos prestados no curso das investigações,
não só auxiliando na orientação de depoimentos de testemunhas,
mas também providenciando advogados para acompanhá-las em sede
policial. Era
o articulador da organização junto ao Poder Legislativo.
4)
Luciano Nogueira (ex-presidente da Câmara Municipal de Casimiro de
Abreu 2011-2012).
5) PATRICIA
BENTES PEREIRA DE BARROS, esposa
do também denunciado RODRIGO BARROS, concorria eficazmente para as
extorsões praticadas pela ORCRIM eis que, na qualidade de servidora
pública efetiva da Câmara Municipal de Vereadores de Casimiro de
Abreu, se utilizava do cargo para dar aparência de legalidade aos
proveitos daqueles crimes, tendo em vista que muitas vezes as
extorsões consistiam na exigência de que PATRICIA fosse nomeada
para algum cargo comissionado.
Entre
agosto de 2015 e abril de 2016, PATRÍCIA BARROS, esposa de RODRIGO,
foi cedida aos quadros da Prefeitura Municipal.
6) IVANEI
FIGUEIRA DA SILVA atuava
como “laranja”, fornecendo seus documentos pessoais para que os
denunciados RODRIGO BARROS e ANTÔNIO MARCOS providenciassem sua
nomeação para cargos comissionados da Câmara Municipal de Casimiro
de Abreu, bem como assinava as folhas de ponto, apesar de não
exercer, de fato, qualquer função laborativa junto ao Poder
Legislativo local. IVANEI consentia, ainda, que RODRIGO BARROS
movimentasse a respectiva conta salário, retendo a totalidade ou
grande parte de seus vencimentos.
7) JOÃO
GILBERTO ALFREDIQUE, vulgo
“MANDIZÃO”, na qualidade de Chefe de Gabinete do então Prefeito
ANTÔNIO MARCOS, supervisionava a atuação e intermediava o contato
dos demais integrantes da ORCRIM com o Prefeito ANTÔNIO MARCOS,
sendo certo que também participava de condutas criminosas como
extorsões, objetivando a perpetuação do grupo político no poder.
8) RONALDO
ADRIANO VELOSO, atuava na ponta
da ORCRIM como verdadeiro “capanga”, coagindo e ameaçando
testemunhas, sempre se reportando aos denunciados RODRIGO BARROS,
JOÃO ALFRADIQUE e ANTÔNIO MARCOS.
Fonte: "mprj"