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Alexandre Martins. Foto: TSE
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Na
entrevista concedida ao site Prensa de Babel (veja a entrevista no link do canal do site Prensa de Babel: https://www.youtube.com/watch?v=pO_ch7G6NNA&t=405s), o candidato a prefeito
de Búzios Alexandre Martins prestou declarações sobre
algumas questões que, por sua importância, acredito, precisam ser
muito bem esclarecidas, para que o cidadão, contribuinte,
eleitor de Búzios possa votar sabendo muito bem em quem está
votando.
O
LEGADO DO VEREADOR ALEXANDRE MARTINS (2005-2008)
Alexandre
declarou que deixou um legado importante como vereador do município
no período 2005-2008. Entre as suas realizações, citou a derrubada
da lei que proibia a instalação de novos mercados na parte
peninsular; a revogação da lei que cobrava taxa de iluminação
pública de 2006 a 2009; a criação de lei de proteção das lagoas
e da lei de evasão escolar obrigando as escolas a avisarem aos pais
e ao Conselho Tutelar quando o filho chegar a 12,5% de faltas; e a
lei que estabelece que toda mudança de lei complementar deve ser
precedida de duas audiências públicas.
Mas
Alexandre esqueceu de falar de um outro legado seu- um legado
negativo, que muito prejuízo ambiental trouxe ao município- que foi
a criação da Lei 17, considerada pelos ambientalistas da cidade
como um “verdadeiro estupro” do Plano Diretor de Búzios. Bem que
poderia ter aproveitado a oportunidade para fazer uma autocrítica.
É
importante destacar esta questão pois estamos falando de alterações
feitas na lei do uso do solo do município em completo desacordo com
os parâmetros estabelecidos no Plano Diretor, um plano que foi
aprovado com ampla participação popular, com a participação de
mais de 65 entidades civis de Búzios.
Como
acreditar no candidato da coligação “Governo Participativo” com
esse histórico parlamentar? Como bem disse o candidato na
entrevista, é preciso "olhar o histórico do candidato para
você saber o que ele vai ser no futuro". Afinal, "se ele já
teve problema antes, não pense que ele vai melhorar depois".
Cabe
perguntar ao candidato a prefeito Alexandre Martins: a que interesse
público atendia a Lei 17, que contrariava a vontade manifestada por
65 entidades civis no Plano Diretor? Ou a lei foi alterada apenas para atender
especificamente a um projeto que “há anos um proprietário tentava
aprovar na prefeitura” na área do antigo campo de pouso de Geribá
como noticiou o jornal O Peru Molhado à época (22/06/2007)? De
acordo com o jornal, o projeto resultaria em mais um pombal,
“uma favelinha de casas geminadas”. Onde só se podia construir
17 casas, com a nova Lei, passou-se a poder construir 34.
O
estrago causado pelo legado não foi apenas esse. Com a promulgação
da nova Lei em 12 de junho de 2007 choveram licenças de obras para a
construção de diversos condomínios autorizadas com base nela. A
Lei 17, que alterava a Lei do Uso do Solo- a Lei Complementar 14- aprovada
não fazia muito tempo, em 9 de agosto de 2006, teria, segundo a arquiteta Helena Ostreich, incrementado a densidade de ocupação do município em até 450% (Jornal Primeira Hora, 24/08/2007).
ALEXANDRE
MARTINS REPRESENTA OS INTERESSES DA PEQUENA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA
DE BÚZIOS
Obviamente
que um vereador que deixa um legado como esse não poderia de forma
alguma deixar de ser associado à especulação imobiliária. Um
especulador com mandato parlamentar, consequentemente seria alçado à
representante político da categoria social.
Alexandre
tenta fazer crer que o especulador imobiliário é aquele “cara que
tem muita terra e que vende essa terra com o projeto aprovado”.
Alega que nunca viveram, ele e seu pai, da compra e venda de imóveis.
“Nós já vivemos da construção civil. Hoje não vivemos mais.
Vivemos de aluguel”.
Mas
no site da UFJF (ver em "ufjf")
encontramos uma definição mais ampla: “Especulação imobiliária
é a compra ou aquisição de bens imóveis (terrenos, casas) com a
finalidade de vendê-los ou alugá-los posteriormente, na expectativa
de que seu valor de mercado aumente durante o lapso de tempo
decorrido”. Portanto, quem vive de aluguéis também pode ser um
especulador imobiliário.
Aqui
surge um outro problema. Se o vereador vive atualmente de aluguel,
porque não declarou esses imóveis alugados ao TRE-RJ na sua
declaração de bens. O vereador aluga terrenos? Pois na sua declaração não constam casas.
DECLARAÇÃO
DE BENS DE ALEXANDRE MARTINS – ELEIÇÃO 2020
poupança
itaú
|
Caderneta
de poupança
|
R$1.412,07
|
conta
corrente itaú
|
OUTROS
BENS E DIREITOS
|
R$13.090,27
|
terreno
loteamento porto dos sonhos
|
Terreno
|
R$35.000,00
|
terreno
no loteamento baia blanca
|
Terreno
|
R$65.341,94
|
gol
track 2017
|
Veículo
automotor terrestre: caminhão, automóvel, moto, etc.
|
R$40.000,00
|
economias
acumuladas
|
Outros
fundos
|
R$15.000,00
|
terreno
loteamento porto dos sonhos
|
Terreno
|
R$35.000,00
|
itaú
|
Aplicação
de renda fixa (CDB, RDB e outros)
|
R$1.114,77
|
O
PLANO B DE ANDRÉ GRANADO
Alexandre
não vê nenhum problema em ter como candidato a vice o vereador
Miguel Pereira que passou quase que inteiramente os seus dois mandatos
sustentando politicamente o desgoverno André Granado. Para provar
que o rompimento de Miguel com André foi verdadeiro, argumenta que
os 10 ou 15 cargos que ele tinha na prefeitura foram “executados,
eliminados”. O que provaria, segundo Alexandre, que não existe
nenhum vínculo entre os dois.
Não
é crível o que diz Alexandre. Apenas na câmara de
vereadores, Miguel tinha quase 15 cargos. Nenhum vereador da base tem
apenas esse número de cargos na prefeitura. Na verdade eles somam
quase uma centena, incluindo, obviamente, também os cargos das
terceirizadas. Quem garante que eles também foram executados,
eliminados.
O
mais inacreditável é ver, nos dias de hoje, um candidato a prefeito
da internacional Búzios achar natural que Miguel tivesse esses
cargos em troca do apoio ao prefeito, como se os cargos públicos
fossem mercadorias negociáveis no sujo balcão político. Mais
estranho ainda é o fato de ele não ter em nenhum momento criticado
o nepotismo de seu vice, que empregou diversos parentes na
prefeitura, entre eles seus dois filhos. O que dá a entender que
Alexandre Martins não vê nenhum problema em empregar parentes na
prefeitura.
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