Mostrando postagens com marcador governo Dilma. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador governo Dilma. Mostrar todas as postagens

sábado, 10 de novembro de 2018

Operação Capitu

Policiais federais carregam material apreendido durante Operação Capitu, em São Paulo, na última sexta-feira Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo


O ESQUEMA

Batizada de Capitu, a operação é um desdobramento da Lava Jato e feita em conjunto com a Receita Federal. A operação é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB. Em sua delação, Funaro disse que a JBS deu, por intermédio de Eduardo Cunha, R$ 15 milhões ao MDB nacional e R$ 15 milhões ao MDB mineiro.

De acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro irregularmente para políticos e partidos. Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Em troca, empresas do grupo eram beneficiadas.

Uma grande redes varejista de Minas Gerais , o Supermercados BH, atuava no esquema, por meio de seus controladores e diretores. As redes varejistas se aproveitavam do grande fluxo de caixa para lavar o dinheiro que era doado a partidos e políticos. O esquema operou entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015.

Quando era ministro, o vice-governador Antonio Andrade teria beneficiado a JBS ao determinar a regulamentação da exportação de despojos (parte do boi que não é consumível), a proibição do uso da ivermectina de longa duração – um antiparasita – e a federalização das inspeções de frigoríficos, segundo as investigações.

Em troca, o grupo empresarial Grupo JBS teria pago, além dos R$ 30 milhões, R$ 2 milhões pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões na proibição da ivermectina de longa duração.

Se indiciados, os envolvidos vão responder pelos crimes de constituição, participação em organização criminosa, obstrução de Justiça, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Fonte: "g1"

A OBSTRUÇÃO DA JUSTIÇA

Consta no Pedido de Prisão Preventiva que Ricardo Saud declarou em 20 de setembro de 2018, em documento enviado ao Delegado Mário Veloso, que “não tratou com o Ministro Neri Geller de assuntos relacionados ao presente inquérito referentes ao MAPA, como despojos, ivermectina e 'listão', sendo que acredita que tenha estado com o Ministro Neri Geller já na função de Ministro de Estado não mais do que uma vez” (grifo da juíza). Uma ligação telefônica de 12/12/2014 entre Ricardo Saud e o Ministro Neri Geller mostra a preocupação de Ricardo Saud com o possível boato de que o ministro iria revogar “o negócio lá que veio da Casa Civil de ivermectina”. Neri Geller disse que não iria revogar.

Nesse período da conversa, dezembro de 2014, a Casa Civil era chefiada por Aloísio Mercadante e, conforme declarado por Lucio Bolonha Funaro à Polícia Federal em 17/05/2018, “para ser liberada a portaria dos despojos dentro do MAPA foi necessária a intervenção de Joesley Batista junto ao Ministro da Casa Civil à época, Aloísio Mercadante; QUE se a intervenção do Ministro Chefe da Casa Civil não ocorreu na operação dos despojos, sua intervenção foi efetuada na operação de proibição da “ivermectina”; que o colaborador ressalta que tem certeza absoluta dessa intervenção devido a Rodrigo Figueiredo, funcionário do MAPA indicado por Eduardo Consentino Cunha, ter informado ao colaborador que tudo o que precisava ser feito no MAPA por ele (Rodrigo), pelo Ministro, por Antonio Andrade, e demais funcionários da hierarquia do MAPA, já estava pronto, faltando somente o aval da Casa Civil; que ficou sob responsabilidade de Joesley Baptista devido a grande proximidade do mesmo com membros do Partido dos Trabalhadores; QUE não sabe informar se houve alguma contrapartida financeira em troca dessa ajuda do Ministro Aloísio Mercadante a Joesley Batista; QUE, quanto ao uso de ivermectina, foi o mesmo modus operandi do caso dos despojos, ou seja, Joesley requisitava ao colaborador e o colaborador passava a requisição a Eduardo Consentino Cunha; QUE o deputado Eduardo Cunha, por sua vez, repassava a Rodrigo Figueiredo ou Antonio Andrade; que após a solicitação ter sido feita por Eduardo Consentino Cunha, quem tratava dos trâmites internos dentro do MAPA pelo grupo J&F era Ricardo Saud, visto que Ricardo Saud tinha grande conhecimento do funcionamento do Ministério, pois trabalhou como secretário no Ministério na gestão do ex-Ministro Wagner Rossi”
.
Joesley Batista, por sua vez, declarou à Polícia Federal em 03/05/2018 que “referente à Portaria proibindo a Ivermectina, não se lembra exatamente se Aloísio Mercadante teve que interferir no processo; QUE pode ter acontecido pois o declarante tinha um bom relacionamento com Mercadante; QUE se aconteceu, na visão do declarante, não seria relevante no presente caso, posto que Mercadante nunca pediu propina ao declarante e o declarante nunca lhe oefereu propina ou pagou”.

Tal declaração, entretanto, parece não corresponder ao que foi apurado na investigação policial, por meio dos diálogos interceptados na Operação O Quinto, nos quais se vê claramente que Ricardo Saud mantinha relacionamento de proximidade com o então Ministro Neri Geller e as negociações em torno da utilização da Ivermectina.

Acrescente-se que no dia 7 de janeiro de 2015, conforme os áudios da operação policial intitulada O Quinto, foi possível tomar conhecimento da possível eliminação de documentos na sede da J&F.

Nos diálogos, Ricardo Saud se mostra inicialmente surpreso com a notícia dada por sua secretária, Gisele, e depois fala como se soubesse o motivo pelo qual Joesley Mendonça Batista teria tomado tal atitude. Joesley e Demilton estão fazendo “uma limpeza na sala”, segundo a fala da secretária Gisele, o que desmente a afirmação feita por Joesley perante a autoridade policial.
Em outra fala, no dia seguinte, Demilton confirma ter dado, por ordens superiores, uma limpada geral e levado para o arquivo. Diz que vai ver se encontra o documento que Ricardo diz estar precisando. Ricardo diz que está assinado pelo Gavazoni, secretário de fazenda, e que estava esperando o Wesley assinar para o governador assinar e publicar. Demilton afirma que pode ter sido descartado. Ricardo, por sua vez, diz que se foi descartado foi só descartado 15 milhões por mês. Demilton confirma que agiu por ordem superior e vai ver se encontra o documento.

As declarações são, portanto, recentes, e não correspondem ao que foi até o momento apurado pela autoridade policial, revelando que os indiciados continuam a ocultar os fatos, muito embora se comportem, aparentemente, como se estivessem colaborando com a justiça ,assinando os acordos de colaboração premiada. Ao que parece, e à primeira vista, na verdade estão direcionado a autoridade policial e investigatória para aquilo que lhes interessa revelar, ocultando fatos relevantes para o esclarecimento da atividade criminosa que se instalou no âmbito da administração pública federal.

Em sua colaboração premiada Lucio Bolonha Funaro afirma que o então presidente do grupo J&F , Joesley Mendoça Batista, pessoalmente, juntamente com o gerente Administrativo-Financeiro da J&F , Demilton Antônio de Castroi, e do “entregador de malas de dinheiro da organização criminosa”, Florisvaldo Caetano de Oliveira, estariam retirando toda documentação, mídias e e computadores da sala do diretor de relações intitucionais da J&F Ricardo Saud, em razão de reportagem publicada no dia anterior no jornal O Estado de São Paulo, referentes a fatos relatados pelo delator na operação Lava-Jato, o ex-diretor de abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

A origem do quadrilhão do PT-PMDB-PP

Termo de declarações prestado por PEDRO CORRÊA no Procedimento Investigatório Criminal n.º 1.25.000.003350/2015-98, em 01/09/2016:

QUE, no curso Governo LULA, afirma que os cargos de gerência, diretorias e superintendências regionais foram ocupados pelos "companheiros do LULA"; QUE, a fim de compor uma base aliada LULA foi atrás do PP, PMDB, sendo que na reunião para definição do Ministério em 2003 a bancada do PP decidiu que o partido iria participar do governo. Tendo sido indicados o depoente, PEDRO HENRY e JOSE JANENE para realizar essa interlocução com o governo; QUE o PP, depois de reunião da sua bancada, em janeiro de 2003, resolveu iniciar as conversações com o Governo LULA para fazer parte de sua base aliada e dar sustentação ao Governo LULA no Congresso Nacional; (…) QUE inicialmente procuraram o Presidente do PT, o Deputado Federal JOSE GENOINO, que era Deputado somente até 15 de fevereiro, pois havia perdido a eleição para o governo do estado de São Paulo, o qual marcou uma conversa em seu gabinete parlamentar, com a presença de SILVIO PEREIRA, que era assessor especial do Ministro JOSÉ DIRCEU e Secretário Nacional do PT; QUE depois de uma longa conversa com os representes do PP fazerem as suas reivindicações para o partido participar do Governo, SILVINHO PEREIRA marcou uma reunião na Casa Civil (...) QUE afirma que havia um problema no governo do PT, pois os cargos públicos nos Estados, como delegadas de Ministérios, estatais, etc. que usualmente eram objeto de divisão com outros partidos, mas que no governo LULA foram todos ocupados por pessoas vinculadas ao PT e à CUT; QUE o Presidente LULA não pôde utilizar estes cargos para negociar o apoio, o que trouxe problemas, levando à utilização de cargos em Brasília, como diretorias de estatais, de ministérios, para os quais foram nomeados dirigentes de outros partidos que passaram a compor a base de apoio; (...) QUE tanto o Presidente LULA como JOSE DIRCEU sabiam da cobrança de propina; QUE sobre o MENSALÃO, afirmou que LULA tinha pleno conhecimento de que o mensalão não era "caixa dois" de eleição, mas sim um esquema de arrecadação de propina para manutenção dos partidos na base aliada; LULA tinha convicção de que a propina arrecadada junto aos órgãos governamentais era para que os políticos mantivessem as suas bases eleitorais mantidas com as propinas e continuassem a integrar a base aliada do governo, votando as matérias de interesse do executivo no Congresso Nacional, para evitar o que ocorreu com FERNANDO COLLOR. ATONIO PALLOCCI sabia que não seria caixa 2 e sim propina. (…) QUE sobre a NOMEAÇÃO DE PAULO ROBERTO COSTA, o colaborador afirmou que no início do mandato do LULA, a bancada do PP antes da posse no Congresso Nacional, por volta do dia l0/12 de fevereiro de 2003, se reuniu no Hotel Nacional onde se acertou que a agremiação iria participar do Governo LULA (…) Foi feita uma reunião com JOSE DIRCEU e JOSE GENUÍNO, com ciência de LULA, para nomeação de cargos no interesse do PP para arrecadar propinas. Nessa época, o PP indicou PAULO ROBERTO COSTA para a TGB; houve uma queda do orçamento do TGB por imposição da Petrobras, e o recurso arrecadado pelo PP era muito pouco, ao que se lembra por volta de R$ 200 mil reais por mês para toda a agremiação; assim, havia a necessidade de melhor arrecadação; os recursos arrecadados pelo PP eram gerenciados por JOSE JANENE. Houve outra reunião com JOSE DIRCEU, SILVIO PEREIRA, MARCELO SERENO, SANDRA CABRAL para discutir cargos de interesse do PP, na hipótese de dissenso, o que ocorria na maioria das Indicações, as definições eram feitas por LULA; a nomeação de PAULO ROBERTO COSTA pala a TBG foi por consenso; para a DIRETORIA DA Petrobras a nomeação de PAULO ROBERTO COSTA passou por algumas etapas; PAULO ROBERTO COSTA havia atendido os interesses do PP na TBG, e, por isso, a iniciativa da indicação para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras; A partir do pleito da Diretoria de Abastecimento, o governo, por meio de JOSE DIRCEU, ponderou com o PP que este aproveitasse ROGERIO MANSO, Diretor de Abastecimento da época, o qual ficaria na cota de nomeações do partido, para que ele fosse apadrinhado pelo PP e que, para tanto, ele atenderia a necessidade de arrecadação de recursos do PP junto às empresas que prestavam serviços para a referida diretoria (…) receberam do Dr. ROGÉRIO MANSO a seguinte resposta: "entendi a ordem do Ministro JOSÉ DIRCEU, só que não fui nomeado para este cargo para cumpri-la" Após esta segunda reunião, o relacionamento de aproximação do partido PP com o governo que já estava tenso, ficou ainda pior e, diante da resposta de ROGÉRIO MANSO, finalmente o governo abriu a oportunidade para que o PP indicasse um nome para assumir a Diretoria de Abastecimento. Aí o PP indicou o nome de PAULO ROBERTO COSTA. Era o que o PP queria. indicar uma pessoa de confiança para viabilizar a arrecadação de propina. O Governo realizava a nomeação exatamente para este fim. viabilizando a continuidade da base aliada. Após a indicação, durou aproximadamente de 06 meses para que PAULO fosse nomeado. O governo "ficou cozinhando". O governo também fez isso com outros partidos que pretendia cooptar para a base (…) Em razão da demora, os partidos, juntos, resolveram obstruir a pauta da Câmara dos Deputados, que durou cerca de 3 meses. Nesse período, 17 Medidas Provisórias ficaram trancando a pauta. Em mais uma reunião de cobrança ao Ministro JOSÉ DIRCEU, com a presença PEDRO CORREA, PEDRO HENRY e JOSE JANENE, o ministro confessou que já tinha feito tudo que podia, dentro do governo, para cumprir a promessa de nomeação de PAULO ROBERTO, como de outros cargos, em compromisso com o PP. Naquele momento, estaria fora da sua alçada de poder a solução daquela nomeação e que somente no 3º andar, com o Presidente LULA, seria resolvido isso. Somente LULA teria força para resolver essa nomeação. O Presidente LULA tinha conhecimento de que a manutenção do PP na base aliada dependeria da nomeação da Diretoria, sabendo que o interesse era financeiro e arrecadatório, pois esta era a base inicial de negociação com o Governo. O Presidente LULA estava preocupado com a paralisação da pauta no Congresso Nacional e com a base aliada; na época, até o PT queria arrecadar na Diretoria de Abastecimento; o presidente LULA tinha ciência inequívoca que o interesse do PP era arrecadar propinas na Diretoria de Abastecimento; Foi marcada a reunião, no gabinete e na presença do Presidente LULA, estavam presentes o COLABORADOR PEDRO CORREA, o ex-deputado e líder do PP PEDRO HENRY, o exdeputado e tesoureiro do PP JOSÉ JANENE, o Ministro das Relações Institucionais ALDO REBELLO, o Ministro da Casa Civil JOSÉ DIRCEU e o então Presidente da Petrobrás JOSE EDUARDO DUTRA. Nesta reunião, o principal diálogo que se deu entre o Presidente LULA e o então Presidente da Petrobrás JOSÉ EDUARDO DUTRA foi relacionado a demora na nomeação de PAULO ROBERTO COSTA. LULA questionou a demora para a nomeação de PAULO ROBERTO COSTA por JOSÉ EDUARDO DUTRA, o qual disse que essa cabia ao Conselho de Administração da Petrobras. Na ocasião, LULA disse a DUTRA para mandar um recado aos conselheiros que se PAULO ROBERTO COSTA não estivesse nomeado em uma semana. ele iria demitir e trocar os conselheiros da Petrobras. Na ocasião, DUTRA informou que entendia a posição do Conselho, e que não era da tradição da Petrobrás, assim sem mais nem menos, trocar um diretor. De imediato, LULA rebateu e disse que se fosse pensar em tradição, nem DUTRA era Presidente da Petrobras, nem ele era Presidente da República. LULA reafirmou que se não fosse feita a nomeação de PAULO ROBERTO COSTA iria demitir o Conselho da Petrobras. Pouco tempo depois da reunião, foi nomeado PAULO ROBERTO COSTA diretor da Diretoria de Abastecimento e o PP abandonou a obstrução da pauta do Congresso. A nomeação de PAULO ROBERTO COSTA foi determinação direta de LULA para beneficiar os interesses específicos do PP. Já na DIRETORIA DE ABASTECIMENTO, PAULO ROBERTO COSTA atendeu satisfatoriamente os interesses do PP na arrecadação de propina da Petrobras. Depois, houve novas cobranças ao presidente LULA, em reuniões do Conselho Político, o PP pedia atendimento aos interesses políticos e arrecadatórios. LULA dizia sempre que "Paulinho" (PAULO ROBERTO COSTA) lhe passava a informação que o PP estava muito bem atendido. Resposta de LULA foi incisiva “Vocês têm uma diretoria muito importante, estão muito bem atendidos financeiramente. Paulinho tem me dito”. Neste contexto, antes da reeleição de 2006, O COLABORADOR PEDRO CORREA foi procurar LULA. juntamente com JANENE, ambos entraram pela garagem do Planalto, para pedir dinheiro para a campanha do PP. LULA se esquivou, dizendo que não tinha obrigação de ajudar. pois “Pauzinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados”. Em reunião com a bancada do PP no Palácio do Planalto, o Presidente LULA também disse que o PP estava bem atendido com os cargos que tinham. A idéia era pedir dinheiro para eleição e que DELUBIO SOARES contribuísse com a arrecadação. SEVERINO CAVALCANTI, após assumira presidência da Câmara dos Deputados junto com o COLABORADOR também fazia pressão sobre LULA e recebia a mesma resposta, repassada ao grupo que mantinlha a liderança do PP. O PP fez reclamação ao Presidente LULA sobre a invasão do PMDB na Diretoria de Abastecimento; LULA disse que a diretoria era muito grande e que tinha que atender aos outros aliados, pois o orçamento era muito grande e a diretoria era capaz de atender todo mundo. LULA também disse que a maior parte das comissões seriam do PP, que era dono da indicação de Paulinho. Com a posição de LULA firmada, o COLABORADOR procurou as lideranças do PMDB para buscar o melhor entendimento na arrecadação, especificamente falou com RENAN CALHEIROS, EDUARDO CUNHA, ANIBAL GOMES e ROMERO JUCÁ; QUE PAULO ROBERTO COSTA, tanto na TBG quanto na Diretoria de Abastecimento bem atendeu aos interesses do partido, pelo menos até 2005/2006, quando enfrentou problemas de saúde e começou a "complicar as coisas", tentando atender outros partidos, dizendo que era a pedido do presidente LULA; nessa época, PAULO ROBERTO COSTA passou a tirar recursos que caberiam ao PARTIDO PROGRESSISTA para atender outros interesses; QUE o depoente/colaborador esclarece que em 2006, quando teve conhecimento de que o PMDB estava "invadindo" a Diretoria de Abastecimento, isto é, também se favorecendo do esquema de propina, juntamente com outros membros do partido, foi reclamar pessoalmente com o então presidente LULA. (...) QUE nunca discutiu com o presidente LULA sobre valores de propina que eram pagas em decorrência dos contratos com a Petrobras, mas que ele sabia que havia essa arrecadação para o PARTIDO DOS TRABALHADORES e também para comprar a base aliada do governo (PP e PMDB); que esclarece que os valores não eram totalmente fixos, às vezes variavam. mas sempre girando entre 1%, 2% ou 3%. dependendo da diretoria.”


sexta-feira, 28 de abril de 2017

Os segredos que Palocci vai revelar

TERREMOTO O que Palocci tem para contar deve provocar nova turbulência no País e no PT (Crédito: ANDRE DUSEK/AE)

"O ex-ministro Antonio Palocci é um pote até aqui de mágoa. Na última semana, movido por esse sentimento que o consome desde setembro de 2016, quando foi preso em Curitiba, o homem forte dos governos Lula e Dilma deu o passo definitivo rumo à delação premiada: contratou o advogado Adriano Bretas, conhecido no mercado por ter atuado na defesa de outros alvos da Lava Jato que decidiram, como Palocci, romper o silêncio. Lhano no trato, embora dono de temperamento mercurial quando seus interesses são contrariados, o ex-ministro resolveu abrir o baú de confidências e detalhar aos procuradores todo arsenal de informações acumulado por ele durante as últimas duas décadas, em que guardou os segredos mais recônditos do poder e nutriu uma simbiótica relação com banqueiros e empresários. “Fiz favor para muita gente. Não vou para a forca sozinho”, desabafou Palocci a interlocutores.

ISTOÉ conversou nos últimos dias com pelo menos três fontes que participaram das tratativas iniciais para a colaboração premiada e ouviram de Palocci o que ele está disposto a desnudar, caso o acordo seja sacramentado. Das conversas, foi possível extrair o roteiro de uma futura delação, qual seja:
- Palocci confirmará que, sim, é mesmo o “Italiano” das planilhas da Odebrecht e detalhará o destino de mais de R$ 300 milhões recebidos da empreiteira em forma de propina, dos quais R$ 128 milhões são atribuídos a ele.
- Contará como, quando e em quais circunstâncias movimentou os R$ 40 milhões de uma conta-propina destinada a atender as demandas de Lula. Atestará que, do total, R$ 13 milhões foram sacados em dinheiro vivo para o ex-presidente petista. Quem sacou o dinheiro e entregou para Lula foi um ex-assessor seu, o sociólogo Branislav Kontic. Palocci se compromete a detalhar como eram definidos os encontros de Kontic com Lula. Havia, por exemplo, uma senha, que apenas os três sabiam.
- Dirá que parte da propina que irrigou essa conta foi resultado de um acerto celebrado entre ele e Lula durante a criação da Sete Brasil, no ano de 2010. O ex-presidente teria ficado com 50% da propina. Um total de R$ 51 milhões.
- Está empenhado em revelar como foi o processo de obtenção dos R$ 50 milhões para a campanha de Dilma, num negócio fechado entre o PT e a Odebrecht, com a ajuda de Lula e do ex-ministro Guido Mantega. E mostrará como Dilma participou das negociatas e teve ciência do financiamento ilegal.
- Afirmará que a consultoria Projeto foi usada também para recebimento de propinas. Indicará favorecidos. Comprometeu-se ainda a entregar o número de contas no exterior que foram movimentadas por esse esquema.
- Pretende mostrar como empresas e instituições financeiras conseguiram uma série de benefícios dos governos petistas, como isenção ou redução de impostos, facilidades junto ao BNDES, renegociação de dívidas tributárias, etc.

Palocci sabe que uma chave está em suas mãos. Com ela, pode abrir as fechaduras da cela onde está detido, no frio bairro de Santa Cândida, na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Para ajudar a desvendar o megaesquema de corrupção na Petrobras, a memória do ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma será colocada à prova. Ele tem informações que podem explicar como, a partir do início do governo do ex-presidente Lula, organizações criminosas foram montadas para sustentar politicamente o PT, o PMDB e o PP e mantê-los no poder. Tudo à base de propina, dizem os investigadores da Operação Lava Jato, que serviram também para enriquecimento pessoal.

Há interesse dos procuradores em saber em minúcias, se possível com documentos, dados sobre a gênese do que se convencionou chamar de Petrolão. Um investigador de Curitiba disse que Palocci terá de reunir dados novos e com “fundamentação” se quiser convencer a PF e a Procuradoria a endossar o acordo. Ele entende que o ex-ministro precisa apresentar provas ou, ao menos, indícios “consistentes” e tratar deles num depoimento “de peito aberto”. A julgar pelo cardápio apresentado até agora pelo ex-ministro, isso não será óbice. Segundo interlocutores que conversaram com Palocci nas últimas semanas, o ex-ministro não enxerga problema algum em assumir a clássica postura de delator. Sente-se amargurado. Abandonado por companheiros de outrora. Por isso está “bastante tranquilo” para assumir as consequências dos eventuais efeitos colaterais da colaboração premiada.

No início das negociações para a delação, o ex-ministro se propôs a fornecer informações detalhadas sobre os R$ 128 milhões da Odebrecht que teriam passado por ele. Embora tenha chamado a atenção, procuradores acharam pouco. Sustentaram que o que já foi reunido a esse respeito seria o suficiente para a elucidação dos fatos. E que as revelações não seriam tão bombásticas assim. Diante do impasse, foi deflagrada uma nova rodada de negociação, que culminou com a renúncia de José Roberto Batochio de sua equipe jurídica. Depois de procurar ao menos três escritórios de advocacia pouco antes da Páscoa, Palocci acertou com uma dupla de criminalistas já ambientada ao mundo daqueles que resolvem colaborar com a Justiça em troca de reduções das penas. Além de Bretas, foi contratado também o advogado Tracy Reinaldet dos Santos.

Após a primeira etapa de conversas com o novo time de defensores, ficou definido que Palocci vai começar a abrir sua caixa de Pandora pelo escândalo da Sete Brasil, uma empresa criada em 2010 para construir as sondas (navios de exploração de petróleo) para a Petrobras. Além do capital da estatal, a Sete tinha dinheiro de bancos, como o BTG e de três fundos de estatais (Petros, Previ e Funcef). As seis primeiras sondas da empresa foram construídas pelo estaleiro Enseada Paraguaçu (com capital da Odebrecht, OAS e UTC). Cada sonda ao custo de US$ 800 milhões. As seis, portanto, estavam orçadas em US$ 4,8 bilhões (ou R$ 15,3 bilhões), embora a Sete Brasil estimasse um investimento de US$ 25 bilhões para construir 29 sondas até 2020. Na delação, Palocci pretende contar que o PT exigiu que a Sete Brasil e as empreiteiras do estaleiro Enseada Paraguaçu pagassem propinas de 1% do contrato de US$ 4,8 bilhões, ou seja, US$ 48 milhões (R$ 153 milhões). Desse total, dois terços, ou R$ 102 milhões, ficariam para o partido e um terço (R$ 51 milhões) para diretores da Petrobras. Sem medo de ser feliz, Palocci vai entregar que Lula exigiu metade das propinas. Não para o partido, nem para a companheirada, mas para ele, Lula.

Sapo barbudo”

O depoimento de Rogério Araujo, ex-executivo da Odebrecht que acabou de celebrar um acordo com a Procuradoria-Geral da República, fornece o caminho das pedras sobre a tentativa do PT de embolsar ilegalmente R$ 153 milhões desviados da Sete Brasil. Araujo disse que o PT exigiu que 1% do contrato das sondas da Sete Brasil, assinado em 2012, fosse fixado como propina. O valor havia sido pedido pelo “sapo barbudo”, numa referência a Lula. “O Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobras e dirigente da Sete Brasil), voltou para mim e falou: ‘Olha, esse 1%… vocês vão ser procurados por um interlocutor do PT, o sapo barbudo deu instrução. Ele me disse que 1% vai ser todo pago para o PT, porque não querem empresas estrangeiras pagando esses dois terços para o PT. Eles têm confiança na Odebrecht”, relatou Araújo na sua delação. A conversa de Araújo com Barusco aconteceu em 2012, depois da assinatura do contrato com o consórcio formado pela Odebrecht, OAS e UTC, além da japonesa Kawasaki. “A conversa foi no Rio. Normalmente eu almoçava com o Pedro Barusco. Só eu e ele”, asseverou Araújo, explicando que as seis sondas da Sete Brasil para a Petrobras custariam US$ 4,8 bilhões. Barusco disse, então, a Araújo que estava acertado que 1% das seis sondas era na proporção de um terço para a “casa” (dirigentes da Petrobras) e dois terços para o PT (R$ 102 milhões). Quem receberia essa propina seria o então tesoureiro João Vaccari, preso em Curitiba. É aí que Palocci entra em cena. O superior de Rogério Araújo, o executivo Marcio Farias disse que o ex-ministro Palocci havia lhe pedido uma reconsideração na propina da Sete Brasil. Ou seja, que os 100% de 1% fossem destinados para o PT, pois Lula entrou no negócio e estava pleiteando a metade do valor.


Como a operação precisava do aval do topo da hierarquia do esquema, Marcelo Odebrecht foi acionado. Ele, então, mandou chamar Palocci e disse que as comissões da Sete Brasil destinadas ao PT já estavam incluídas na conta corrente do partido no Setor de Operações Estruturadas, o “departamento de propina” da empresa, entre as quais a “Italiano” (Palocci), o “Pós-Itália” (Mantega) e o “Amigo” (Lula). Essa conta, que Palocci atestará que é mesmo dele, chegou a somar R$ 200 milhões em 2012. Se sua delação for aceita pelos procuradores, Palocci irá confirmar não só o encontro com Marcelo como os valores da propina repassada para Lula, dinheiro este derivado da Sete Brasil e que já estava contemplado na planilha da empreiteira – perfazendo um total de R$ 51 milhões.

Como na exuberante movimentação bancária do ex-ministro entre 2010 e 2015, boa parte dos recursos depositados era oriunda de sua empresa, a Projeto, as consultorias de Palocci merecerão um capítulo à parte em sua delação. Os serviços contratados iam além dos conselhos. Muitas vezes, os serviços de consultoria nem eram prestados. Traduziam-se em lobby. Em português claro: tráfico de influência em favor de grandes empresas junto aos governos petistas. Na condição de interlocutor preferencial da banca e da meca do PIB nacional, Palocci teria negociado ajuda a várias empresas e bancos. Por isso, segundo seus interlocutores, ele promete contar os bastidores das concessões de benesses a grupos econômicos.

Quem tem mais a perder, no entanto, é PT. E o próprio Lula. Não por acaso, o partido entrou em parafuso quando Palocci sinalizou que estava disposto a partir para a delação. Nos últimos dias, dirigentes do partido e emissários do ex-presidente foram escalados para ir a Curitiba, onde o ex-ministro está preso. Todos ainda acalentam o sonho de que Palocci volte atrás. A despeito de as ofertas serem muitas, e tentadoras, o ex-ministro já avisou: não pretende recuar. Prevendo um novo infortúnio, petistas que conviveram com Palocci no Congresso já têm até em mente uma daquelas narrativas espertas destinadas a desvincular Lula de todo e qualquer crime que tenha cometido com o testemunho e a cumplicidade metódica de Palocci. Eles mencionam um caráter supostamente “individualista” do ex-ministro, desde que debutou para a política em Ribeirão Preto. Claro, só os convertidos, e inocentes úteis, vão cair em mais essa catilinária".

Germano Oliveira e Eduardo Militão


Fonte: "istoe"

sábado, 25 de junho de 2016

Durma com essa: o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, garante que é preso político


João Vaccari Neto, foto G1

Quero ver a parte da esquerda que diz que o impeachment de Dilma é golpe, afirmar também que Vaccari é um preso político. Já se autointitularam da mesma forma José Dirceu e Genoíno. É uma inferência necessária. Se houve golpe, então todos eles terão que necessariamente ser considerados presos políticos. Lógica elementar. Se a premissa é verdadeira, inevitavelmente temos que concluir que Vaccari é um preso político.    

No site "https://verdadesobrevaccari.wordpress.com" encontramos as pérolas abaixo:

"Ex-tesoureiro do PT exerce seu direito ao silêncio porque é um preso político.

Uma história fantasiosa. Esse é o resumo da matéria da revista Veja a respeito de um possível acordo de delação de João Vaccari Neto. É blefe. Apenas mais uma mentira, como tem se tornado rotina da publicação da Marginal. Não é possível sequer identificar quando falam a verdade e quando mentem.
Tentam  transformar em verdade histórias fantasiosas com o objetivo de atingir de alguma forma o PT e suas lideranças. Tornou-se patética essa velha estratégia pseudo-jornalística.

Veja mente: Vaccari não está corroído física e psicologicamente. Vaccari é um homem honrado e determinado. Sabe que é preso político e continuará a exercer o seu direito ao silêncio.

Movimentos em direção a delação? Emissários da família sondando advogados? A Veja mente e não está autorizada a falar em nome de Vaccari e sua família.

A Veja está entrevistando colegas de cárcere de Vaccari? Isso é o que desejam, pois depois de toda perseguição ao Partido dos Trabalhadores, com determinante participação de parte da imprensa, ainda assim não conseguiram emplacar o governo golpista de Michel Temer (PMDB).

A arrecadação financeira do Partido dos Trabalhadores, tendo Vaccari a frente como Secretário de Finanças, foi muito semelhante a dos demais partidos políticos que concorreram às eleições. Isso já foi ressaltado e comprovado mais de uma vez. Essa é a única versão a ser explicada".

Fonte: https://verdadesobrevaccari.wordpress.com/2016/06/12/veja-mente-vaccari-nao-fara-delacao/

Até dinheiro de velhinhos endividados eles roubaram

Para entender a Operação Custo Brasil.



A) Fatos, pessoas e empresas investigados

"A presente investigação ocorre no âmbito da Operação Lava-Jato, cuja maior parte tramita perante a 13ª Vara Criminal de Curitiba/PR. Ali apurou-se o envolvimento da empresa CONSIST SOFTWARE LTDA (ou SWR lNFORMATICA LTDA.) em esquema de pagamentos indevidos operacionalizado por MILTON PASCOWITCH e JOSÉ ADOLFO PASCOWITCH e destinadas ao PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) por meio de JOÃO VACCARI NETO. A apuração de tais pagamentos e seu detalhamento foram objeto da 17ª fase da operação, denominada PIXULECO ou PIXULECO I.

Declarações de PABLO ALEJANDRO KIPERSMIT, responsável pela CONSIST teriam confirmado informações de MILTON PASCOWITCH, referentes à atuação de outro operador do PARTIDO DOS TRABALHADORES junto à CONSIST, ALEXANDRE ROMANO, descrito como "pessoa chave para a celebração dos contratos" com a ABBC (Associação Brasileira de Bancos) e o SINAPP (Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar). PABLO KIPERSMIT apresentou ainda à autoridade policial as notas fiscais emitidas por pessoas jurídicas indicadas por ALEXANDRE ROMANO e que serviriam a subsidiar a remuneração do operador.

As evidências colhidas levaram à deflagração da 18ª fase da Operação Lava Jato, denominada PIXULECO 2 e os elementos de convicção colhidos teriam tornado claro o modus operandi de ALEXANDRE ROMANO e seu envolvimento com o arranjo criminoso estabelecido, além de consubstanciar indícios de autoria e materialidade delitiva dos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de capitais.

O esquema teria funcionado entre 2010 e 2015 de forma bastante complexa e por meio de parcerias. Cada uma das parcerias seria responsável por mover engrenagens no poder público ou político, para que o contrato da CONSIST no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério do Planejamento e a ABBC (Associação Brasileira de Bancos) e o SINAPP (Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar) fosse firmado e mantido.

A suspeita inicial seria de que a CONSIST ficaria apenas com 30% (trinta por cento) dos valores do contrato, repassando de modo ilícito cerca de 70% (setenta por cento) do faturamento líquido aos "parceiros" ou pessoas por eles indicadas.

A autoridade policial identificou as seguintes pessoas envolvidas no esquema:
a) Pessoas vinculadas ao MPOG (Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão)

- PAULO BERNARDO SILVA: Ministro do Planejamento de 2005 a 2011 e Ministro das Comunicações. de 2011 a 2015. Evidências apontariam o fato de que teria se beneficiado da contratação da CONSIST por intermédio do escritório de advocacia do investigado GUILHERME GONÇALVES, mesmo após sua saída do MPOG;

- DUVANIER PAIVA FERREIRA (falecido): atuou sabendo que seriam pagas/repassadas propinas a CARLOS GABAS (então Ministro da Previdência). A esposa de DUVANIER, CÁSSIA GOMES, teria recebido por intermédio da empresa GOMES & GOMES ao menos R$ 120.000,00 oriundos da empresa JAMP, a titulo de ajuda/caridade devido à atuação do falecido marido. A empresa teria sido constituída com o apoio de ALEXANDRE ROMANO.

- NELSON LUIZ OLIVEIRA FREITAS: Diretor do Departamento de Administração de Sistemas de Informação da Secretaria de Recursos Humanos do MPOG, trabalhando com
DUVANIER ao tempo da assinatura do ACT MPOG x ABBC/SINAPP. NELSON teria recebido valores suspeitos de WASHINCJTON LUIZ VIANNA (em petição por este apresentada) e de ALEXANDRE ROMANO (termo de colaboração homologado pelo Supremo Tribunal Federal).

- VALTER CORREIA DA SILVA: Era Secretário Adjunto do Ministério do Planejamento. Seria a pessoa acionada por JOÃO VACCARI NETO para dar suporte à manutenção do referido acordo de cooperação técnica, após ·a saída de PAULO BERNARDO do MPOG. A suspeita é a de que VALTER recebia valores em espécie por parte de DÉRCIO GUEDES DE SOUZA (JD2) e os repassava a ANA LUCIA AMORIM DE BRITO (Secretária de Gestão do MPOG) e JOSEMIR, além de CARLOS EDUARDO GABAS.

- ANA LÚCIA AMORIM DE BRITO: Secretária de Gestão do MPOG desde janeiro de 2012 (teria sido indicada por VALTER CORREIA DA SILVA). Haveria depoimento no sentido de que JOSEMIR MANGUEIRA ASSIS, marido de ANA LÚCIA, receberia valores da CONSIST pela empresa JD2 (de DÉRCIO GUEDES), via saques em espécie feitos na empresa GFD INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES.

- JOSEMIR MANGUEIRA ASSIS: teria relação próxima com DÉRCIO GUEDES (JD2), uma vez que trabalharam na EMGEA. Os valores teriam sido recebidos pelas mãos de VALTER CORREIA DA SILVA para viabilizar a renovação anual do ACT.

b) Agentes políticos

LUIS GUSHIKEN (falecido): Teria sido consultor do SINAPP e teria colocado ALEXANDRE ROMANO em contato com FRANCISCO, representante do SINAPP e com a empresa CONSIST. Email comprovaria a intenção de tentar abrir uma empresa com PAULO GAZANI JUNIOR, ao mesmo tempo que se associava à NSG TI SOLUTIONS, de ALEXANDRE ROMANO;

- CARLOS EDUARDO GABAS: Teria aceitado receber 5% dos valores decorrentes do negócio envolvendo a prestação de serviços da empresa CONSIST no interesse do MPOG cm .reunião feita com DUVANIER. A proposta teria sofrido posterior interferência de JOÃO VACCARI NETO, que teria entendido que o valor não deveria ser destinado a GABAS, mas sim ao PT. GABAS teria pedido valores novamente em 2015, após o fim do repasse dos pagamentos da CONSIST à JAMP, devido ao cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede desta empresa. A suspeita é de que o novo pedido de pagamento teria sido feito para favorecer uma empresa de WAGNER MAGALHÃES, ligado à CONSUCRED, que atuou com GABAS e ALEXANDRE ROMANO no início do esquema CONSIST.

- PAULO ADALBERTO ALVES FERREIRA: ex-tesoureiro do PT, antecessor de JOÃO VACCARI NETO. Mantinha negócios com ALEXANDRE ROMANO e teria iniciado as tratativas relacionadas à CONSIST e SINAPP com LUIS GUSHIKEN e CARLOS GABAS. Após deixar o cargo de tesoureiro do PT, teria orientado ALEXANDRE ROMANO a tratar do tema CONSIST com o novo tesoureiro, JOÃO VACCARI NETO. PAULO FERREIRA é suspeito, ainda, de receber valores oriundos da CONSIST, por intermédio do escritório de advocacia PORTANOVA ADVOGADOS, absorvendo parte do valor que seria devido a GUILHERME GONÇALVES/PAULO BERNARDO, a partir de 2014.

- JOÃO VACCARI NETO: Ex-tesoureiro do PT. Seria o responsável por indicar empresas para fazer pagamentos no interesse do PT. De acordo com ALEXANDRE ROMANO, foram de VACCARI as indicações de pagamentos regulares para as empresas CRLS, POLITEC, JAMP, bem como a decisão sobre pagamentos solicitados por CARLOS EDUARDO GABAS, acerca da CONSIST. De acordo com MILTON PASCOWITCH, VACCARI também pediu pagamentos à empresa de CASSIA GOMES (GOMES & GOMES), viúva de DUVANIER PAIVA.

- PAULO BERNARDO SILVA/GLEISI HELENA HOFFMANN: Recebiam valores por intermédio do escritório GUILHERME GONÇALVES, que eram descontados do fundo CONSIST. ALEXANDRE ROMANO aponta que pagava ao escritório de GUILHERME/PAULO BERNARDO um terço do que recebia no esquema CONSIST no âmbito do referido ACT do MPOG. Anotações apreendidas no escritório de Guilherme Gonçalves relacionam o fundo CONSIST a pagamentos de terceiras pessoas ligadas a PAULO BERNARDO e GLEISI HELENA HOFFMANN. Quanto à Senadora, há inquérito policial específico no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

e) Consist e seus parceiros (intermediários/lobistas)

-PABLO ALEJANDRO KIPERSMIT:
Representante e responsável por empresas do Grupo CONSIST, entre elas a CONSIST BUSINESS SOFTWARE LTDA. e a SWR INFORMÁTICA. Declarou que, de fato, utilizou os serviços de grupos de lobistas da CONSUCRED e de ALEXANDRE ROMANO, em relação à contratação da empresa no âmbito do MPOG;

- VALTER SILVÉRIO PEREIRA: Diretor jurídico da CONSIST, que teria conhecimento da atuação dos lobistas. Haveria indício de que receberia cerca de cinco mil reais por mês dos valores entregues ao escritório de Guilherme Gonçalves;

ALEXANDRE DE OLIVEIRA ROMANO (OLIVEIRA ROMANO ADVOGADOS): Principal articulador/lobista da empresa CONSIST junto a representantes do Partido dos Trabalhadores e agentes políticos. Fez acordo de colaboração premiada, o qual foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal;

GUILHERME DE SALLES GONÇALVES (GUILHERME GONÇALVES ADVOGADOS ASSOCIADOS): Suspeito de ser o intermediário para receber valores devidos a PAULO BERNARDO SILVA, Ministro do Planejamento à época da assinatura do ACT. A indicação do escritório teria sido feita por JOÃO VACCARI NETO a ALEXANDRE ROMANO e o valor estipulado seria de 9,6% do total de faturamento da CONSIST. Haveria suspeita de que, após a saída de PAULO BERNARDO SILVA do MPOG, o valor devido foi revisto para 4,8%, e entre 2014 e 2015, o valor seria novamente revisto para 2 ,9 %. PAULO KIPERSMIT disse que os pagamentos ao escritório, "integram a participação acordada com ALEXANDRE ROMANO no faturamento da CONSIST"

- CONSUCRED SERVIÇOS DE CONSULTORIA LTDA.: Empresa vinculada a JOAQUIM MARANHÃO e EMANUEL DANTAS, apontados por PABLO KlPERSMIT como lobistas tais como ALEXANDRE ROMANO. ALEXANDRE, por sua vez, indicou que a empresa teria relações com ADALBERTO WAGNER, que seria próximo a CARLOS · EDUARDO GABAS, responsável pela aproximação inicial da SINAPP com a empresa CONSIST. A porcentagem devida por esta parceria decorreria da atuação dele junto a agentes públicos e a bancos.

- VÉRTICE MARKETING, CONSULTORIA E PARTICIPAÇÕES: empresa de DALBERTO WAGNER GUIMARÃES DE SOUZA e HISSANOBU IZU. suspeita de que seriam sócios ocultos da CONSUCRED no negócio da CONSIST. Há indicativos de que houve intermediação inicial com CARLOS EDUARDO GABAS e DUVANIER PAIVA PEREIRA, os quais teriam aceitado 5% a título de propina com o fechamento do negócio. WAGNER teria relação ainda com a pessoa de "CIRSO", identificada como JOSÉ SILCIO, que teria acompanhado reuniões iniciais -com ALEXANDRE ROMANO, antes da assinatura do ACT. Já em 2015, CARLOS- GABAS -teria , pedido a ALEXANDRE ROMANO para passar valores devidos ao PT e retidos da CONSIST para uma empresa de WAGNER;

- CSA NET/FRONTSERVICE (WASHINGTON LUIZ VIANNA): Há indicativos de que a empresa CSA NET de fato prestou serviços necessários no decorrer do ACT entre ABBC/SINAPP e MPOG. No entanto, também há evidências de tratativas suspeitas entre WASHINGTON VIANNA e NELSON OLIVEIRA FREITAS (que trabalhava na Secretaria de Recursos Humanos do MPOG) e que a empresa teria sido trazida para o contrato com a CONSIST por intermédio de NELSON. também provas de transferências de valores de WASHINGTON VIANNA e ALEXANDRE ROMANO para NELSON FREITAS no período de vigência do ACT. A porcentagem devida por esta parceria decorreria não só da prestação efetiva de serviços, mas também da atuação de WASHINGTON VIANNA junto a NELSON FREITAS;

- CRLS CONSULTORIA E EVENTOS LTDA (CARLOS CORTEGOSO): Teria recebido ao menos R$ 305.590,00 da CONSIST SOFTWARE, sem prestação de serviço lícito correspondente, sendo A PRIMEIRA EMPRESA INDICADA A FAVORECER DE MODO REGULAR O PARTIDO DOS TRABALHADORES NO ESQUEMA CONSIST. A indicação de pagamento teria sido feita por ALEXANDRE ROMANO, instruído por JOÃO VACCARI NETO, ex-tesoureiro do PT;

- POLITEC TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA. (HELIO SANTOS DE OLIVEIRA): Empresa relacionada a HELIO SANTOS DE OLIVEIRA, que teria sido indicada por JOÃO VACCARI NETO para receber propina pelo PT mediante  pagamentos da CONSIST sem qualquer prestação de serviço correspondente, SENDO A SEGUNDA EMPRESA INDICADA A FAVORECER DE MODO REGULAR O PARTIDO DOS TRABALHADORES NO ESQUEMA CONSIST. Substituiu a CRLS e posteriormente foi substituída pela empresa JAMP. VALTER SILVÉRIO PEREIRA (Diretor Jurídico da CONSIST) confirmou que "não houve qualquer prestação de serviço, tendo ela sido indicada por ROMANO";

JAMP (JOSÉ ADOLPHO e MILTON PASCOWITCH): Tal empresa de JOSÉ ADOLPHO e MILTON PASCOWITCH teria sido usada para receber valores diretamente em nome do Partido dos Trabalhadores. A indicação da empresa foi feita por JOÃO VACCARI NETO, que estaria insatisfeito com a atuação de ALEXANDRE ROMANO como intermediário do Partido dos Trabalhadores, SENDO A TERCEIRA EMPRESA INDICADA A FAVORECER DE MODO REGULAR O PARTIDO DOS TRABALHADORES NO ESQUEMA, SUBSTlTUIMDO A POLITEC. A porcentagem devida por esta parceria (17% do faturamento da empresa) decorreria de valores devidos ao PT em razão dos serviços prestados pela CONSIST no âmbito do ACT MPOG-ABBC/SINAPP;

- JD2 CONSULTORIA E PARTICIPAÇÕES LTDA (ANTIGA LARC ADMINISTRAÇÃO E CONSULTORIA - DÉRCIO GUEDES DE SOUZA): A empresa de DÉRCIO GUEDES DE SOUZA teria sido usada para intermediar os interesses de servidores do MPOG que renovariam o ACT após a saída de PAULO BERNARDO SILVA do Ministério. DÉRCIO GUEDES DE SOUZA receberia dinheiro para pagar VALTER CORREIA e JOSEMIR MANGUEIRA ASSIS, marido de ANA LUCIA AMORIM DE BRITO, Secretária de Gestão do MPOG. Os valores pagos seriam feitos por meio de saques de uma empresa de construção vinculada aos sócios da JD2 (GFD CONSTRUÇÕES, INCORPORAÇÕES E PARTICIPAÇÕES). PABLO KIPERSMIT acredita que se trata de empresa indicada por ALEXANDRE ROMANO. DÉRCIO ainda foi sócio da empresa ATS SOLUÇÕES ADMINISTRADORA E CORRETORA DE SEGUROS LTDA. (desde 27/08/2014) e ATS EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS LTDA. (dissolvida em 09/02/2015);

- HGM, NJS e IN&OUT (ALEXANDRE ROMANO e PAULO GAZANI JUNIOR): Empresas indicadas por ALEXANDRE ROMANO e CONSIST cuja finalidade era fazer pagamentos em espécie para NELSON FREITAS e PAULO FERREIRA. As empresas teriam sido indicadas por um contato de PAULO ROBERTO GAZANI JUNIOR e porcentagem devida por esta parceria decorreria da atuação de NELSON FREITAS e PAULO FERREIRA no esquema. A NJS teria recebido R$ 220.000,00 da CONSIST SOFTWARE, sem prestação de serviço lícito correspondente. E a empresa IN&OUT teria recebido ao menos R$ 110.000,00 da CONSIST, sem prestação de serviços correspondente. PABLO KIPERSMIT também não soube informar o porquê dos pagamentos;

- NEX CAPITAL CONSULTORIA ASSESSORIA EM INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA. (VIS INVESTIMENTOS ADVISORY LTDA - ALEXANDRE ROMANO e PAULO GAZANI JUNIOR): Empresa de PAULO GAZANI utilizada nos pagamentos relacionados ao contrato da CONSIST com o Banco do Brasil. A porcentagem devida por esta parceria decorreria da atuação de  ALEXANDRE ROMANO para a obtenção dessa adesão. Ainda não há suspeitos de recebimentos ilícitos por parte de pessoas ligadas diretamente ao Banco do Brasil, tendo ALEXANDRE ROMANO alegado que tomou para si todos os ganhos relacionados à NEX, enganando os demais parceiros. PABLO KIPERSM[T também não soube informar o porquê dos pagamentos, uma vez que acredita que nunca contratou empresa de consultoria em investimentos;

- PORTANOVA E ADVOGADOS ASSOCIADOS (DAISSON PORTANOVA E PAULO FERREIRA): Escritório de advocacia indicado por ALEXANDRE ROMANO para favorecer PAULO FERREIRA, ex-tesoureíro do Partido dos Trabalhadores. A porcentagem de 2,9% do faturamento devido por esta parceria foi retirada da  participação de GUILHERME GONÇALVES/PAULO BERNARDO e decorreria da atuação de PAULO FERREIRA junto ao Partido dos Trabalhadores. PABLO KIPERSMIT também não soube informar o porque dos pagamentos. Em relação ao escritório, VALTER SILVÉRIO PEREIRA (Diretor jurídico da CONSIST) confirmou que tem "convicção de que não foram prestados quaisquer serviços advocatícios pela banca gaúcha)

 (d) Outras pessoas fisicas/jurídicas identificadas que receberam valores da CONSIST por indicação dos parceiros (intermediários/lobistas)

- CÁSSIA GOMES (GOMES E GOMES PROMOÇÃO DE EVENTOS E CONSULTORIA): Esposa de DUVANIER PAIVA FERREIRA, então Secretário dos Recursos Humanos do MPOG, que assinou o ACT MPOG/ ABBC-SINAPP. MILTON PASCOWITCH, da empresa JAMP confirma ter feito pagamentos de pelo menos R$ 120.000,00 (em quatro parcelas) oriundos de valores da CONSIST a pedido de JOÃO VACCARI NETO. Documentos indicam o pagamento de
até R$ 180.000,00' pela JAMP e mais R$ 7.500;00 pela SX COMUNICAÇÃO (empresa de ALEXANDRE ROMANO);

- EDITORA 247: MILTON PASCOWITCH (,JAMP) confirma ter feito pagamentos de R$ 120.000,00 sem contraprestação de serviços para a empresa de LEONARDO ATTUCH relacionados a valores da CONSIST a pedido de JOÃO VACCARI NETO;

- MARTA, identificada por MARTA COERIN: MILTON PASCOWITCH relata que recebeu uma portadora no Rio de ,Janeiro, enviada por JOAO VACCARI, de nome MARTA, que foi até aresidência de MILTON no Rio de Janeiro e lá recebeu R$ 300.000,00. MARTA teria a particularidade de ser irmã gêmea de uma outra pessoa conhecida do declarante, uma vez que trabalhava como auxiliar administrativa na JD CONSULTORIA, empresa de ,JOSÉ DIRCEU,  MARTA tem uma irmã chamada MARIA COERIN, .com vinculos com a empresa de  JOSÉ DIRCEU. MARIA e MARTA são nascidas em 3 l /05/ 1965;

- SX COMUNICAÇÃO LTDA,: Empresa vinculada a ALEXANDRE ROMANO. Teria recebido R$ 195.000,00 da SWR INFORMÁTICA, R$ 341.125,00 da CONSIST BUSINESS SOFTWARE sem prestação de serviço. lícito correspondente, mas, devido à sua atuação como lobista junto ao Partido dos Trabalhadores. PABLO KIPERSMIT também não soube informar o porquê dos pagamentos, uma vez que nunca contratou serviços de publicidade de tal empresa. A SX também teria pago R$ 7.500,00 para a empresa GOMES E GOMES PROMOÇÃO DE EVENTOS E CONSULTORIA;

- LINK CONSULTORIA EMPRESARIAL: Teria recebido os valores de R$ 50.000,00 e R$ 256.841,00 da CONSIST SOFTWARE, sem prestação de serviço lícito correspondente. O pagamento se deu, na verdade, em decorrência. da atuação de ALEXANDRE ROMANO como lobista junto ao Partido dos Trabalhadores. PABLO KIPERSMIT confirmou que tal empresa, assim como as outras, não prestou qualquer serviço à CONSIST. A empresa tem como sócio LUIZ GUSTAVO NARDEZ BOA VTSTA, que foi sócio de ROMANO na NSG TI SOLUTIONS;

- LOGIX 8 PARTICIPAÇÕES LTDA: A empresa tem como sócio ALEXANDRE ROMANO. Teria recebido R$ 59.436,00 da CONSIST SOFTWARE, sem prestação de serviço lícito correspondente. O pagamento se deu, em verdade, em decorrência da atuação de ALEXANDRE ROMANO como lobista junto ao Partido dos Trabalhadores;

INSTITUTO JOÃO BAPTISTA ROMANO: Instituto que leva o nome do pai de ALEXANDRE ROMANO. Teria recebido R$ 7.500,00 da SWR e R$ 47.500,00 da CONSIST BUS!NESS, sem prestação de serviço lícito correspondente. O pagamento se deu, em verdade, em decorrência da atuação de ALEXANDRE ROMANO como lobista junto ao Partido dos Trabalhadores. PABLO KIPERSMIT confirma que foram feitos pagamentos ao Instituto a pedido de ALEXANDRE ROMANO;

- NSG TI SOLUTIONS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA. (NATHALIE e PAULO GAZANI): Teria recebido ao menos R$ 1.548.582,09 da CONSIST SOFTWARE LTDA., R$
594.847,00 da SWR INFORMÁTICA e R$ 1.047.565,00 da Cia CONSIST BUSINESS SOFTWARE LTDA., entre 09/11/2010 e 24/03/2015, sem prestação de serviço lícito correspondente, mas devido à atuação de ALEXANDRE ROMANO como lobista junto ao Partido dos Trabalhadores. PABLO KIPERSMTT também não soube informar o porquê dos pagamentos e confirmou que a NSG foi indicada por ALEXANDRE ROMANO. teve como sócios LUIS GUSTAVO NARDEZ BOA VISTA e PAULO ROBERTO GAZANI JUNIOR, este último também ligado à NEX PARTICIPAÇÕES. Alguns dos pagamentos podem estar relacionados a valores do contrato de adesão do Banco do Brasil;

- TEMA PROPAGANDA S/A LTDA.: Teria recebido R$ 70.000,00 da CONSIST SOFTWARE, sem prestação de serviço licito correspondente. ALEXANDRE ROMANO não soube informar a título de que seria esse pagamento, tampouco se foi ele quem indicou. PABLO KIPERSMIT também não soube informar o porquê dos pagamentos;

- MARKCOM REPRODUÇÕES DIGITAIS LTDA.O sócio DANIEL MARTINS DE CARVALHO é amigo de ALEXANDRE ROMANO. Teria recebido R$ 40.000,00 da CONSIST SOFTWARE, sem prestação de serviço lícito correspondente. O pagamento se deu, na verdade, em  decorrência da atuação de ALEXANDRE ROMANO como lobista junto ao Partido dos Trabalhadores;

- INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA. Teria recebido R$ 96.000,00 da CONSIST SOFTWARE, sem prestação de ·serviço lícito correspondente. PABLO KIPERSMIT também não soube informar o porquê dos pagamentos. ALEXANDRE ROMANO afirmou conhecer o sócio VAGNER CALDEIRA, que seria muito amigo de. seu primo FERNANDO LEMOS.

Fonte: Justiça Federal de São Paulo