As chuvas de janeiro de 2011 devastaram a cidade de Nova Friburgo, na região serrana do Rio - Arquivo/Agência Brasil |
A
2ª Vara Criminal de Nova Friburgo condenou (dia 11) um grupo de
funcionários públicos e empresários envolvidos em dispensa
irregular de licitação, ocorrida depois da tragédia
climática registrada na Região Serrana do Rio de Janeiro, em
janeiro de 2011. Um dos empresários e os funcionários envolvidos no
caso foram condenados também por crimes de associação
criminosa e peculato.
Na
sentença, o juiz Marcelo Alberto Chaves Villas
considera os motivos do delito de associação criminosa
como “verdadeiramente repugnantes”. Ele destaca que “o escopo
da quadrilha era forjar contratos públicos em uma das
áreas mais sensíveis para a população friburguense, que é a
saúde pública”.
Em
outros trechos da sentença, o magistrado lembra as circunstâncias
dos crimes, perpetrados em meio a um dos piores desastres
naturais ocorridos no país: “as fraudes licitatórias ora
examinadas, de alguma forma, contribuíram para o sucateamento
da rede pública de saúde, vulnerando ainda mais a população
friburguense, carente de serviços básicos nessa área, posto que
acabavam de passar pela maior tragédia climática do país,
com milhares de vítimas”.
Ex-secretária
municipal de Saúde de Nova Friburgo, Jamila Calil Salim Ribeiro
foi condenada a 16 anos e quatro meses de prisão por
dispensa irregular de licitação, peculato e associação criminosa,
e a multas de R$ 6 mil (a ser paga para a Prefeitura) e de 240
salários-mínimos (80 dias-multa).
Os
funcionários públicos José Antônio Nery e Idenilson Moura
Rodrigues e o empresário Carlos Alberto Marzzano também faziam
parte da quadrilha. Nery foi condenado a 14 anos e dois meses,
e a multas de R$ 5.667 para o município e mais 192 salários-mínimos
(64 dias-multa), pelos crimes de dispensa irregular de licitação,
peculato e associação criminosa.
Idenilson,
por sua vez, foi condenado por associação criminosa e peculato, com
pena de sete anos e 10 meses de reclusão, além de
multa de 192 salários-mínimos (64 dias-multa).
Já
a pena de Marzano pelos crimes de dispensa irregular de licitação,
associação criminosa e peculato soma 16 anos e 10 meses de
prisão, além de multa de 288 salários-mínimos (96
dias-multa) e mais R$ 5.667 a serem pagos ao município de Nova
Friburgo.
Também
foram condenados, por dispensa irregular de licitação, os
empresários Carlos Moacyr de Oliveira (quatro anos e nove
meses de prisão, e multa de R$ 4.250 para o município),
Antônio Carlos Thurler (três anos e nove meses de prisão,
e multa de R$ 4.250 para o município) e Eliasib Alves de Souza (três
anos e dois meses de prisão, e multa de R$ 2.833 para o
município).
Processo:
0005841-40.2012.8.19.0037
Observação
1: os grifos são meus
Observação
2: Dr. Marcelo Alberto Chaves Villas- o
melhor juiz que Búzios já teve-, agora como Titular da 2ª
Vara Criminal de Nova Friburgo condena uma quadrilha no
município. Temos que concordar com ele que os motivos dos crimes
cometidos são “verdadeiramente repugnantes”, pois rebaixam
ainda mais a qualidade da saúde pública oferecida ao povo pobre e
sofrido do município.
Observação
3: fica demonstrado que Dr. Marcelo atua em Nova Friburgo com a mesma
isenção que atuava em Armação dos Búzios.