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quinta-feira, 5 de setembro de 2019
domingo, 18 de agosto de 2019
'Olheiros' se posicionam na Niterói-Manilha para atacar motoristas na rodovia
O policiamento na BR 101 é de competência da PRF, mas a PM está dando apoio no trecho de São Gonçalo Foto: Guito Moreto / Agência O Globo |
Segundo
a PRF, há pelo menos 15 esconderijos às margens da
via sendo usados para ataques
Um
dos destinos mais cobiçados do Rio, a Costa do Sol
vive dias nublados. O trajeto mais conhecido entre a capital e a
Região dos Lagos virou sinônimo de perigo iminente.
Na Rodovia Niterói-Manilha, trecho da BR-101, os “olhos” de
criminosos, à espreita de suas vítimas, estão por toda parte. Há,
segundo agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo menos, 15
esconderijos às margens da via, que são usados para ataques
a ônibus de turismo ou a motoristas
que, junto com a família, passam por ali em busca de um fim de
semana de descanso fora do Rio.
O
medo da travessia chegou a tal ponto que, em Búzios, empresas que
transportam passageiros de aeroportos ou da rodoviária interromperam
as viagens à noite e investiram em equipamentos de GPS. O secretário
de Turismo da cidade, Alexandre Verdade, considera a situação
grave:
—
É
mais uma barreira para o turismo de lazer e negócios. A via é rota
para as praias e para o petróleo. Tentamos, de alguma maneira,
encontrar um caminho para sair desse buraco — destaca o titular da
pasta.
Há
60 suspeitos identificados pela polícia
A
insegurança na Niterói-Manilha já foi tema de audiência
pública na Assembleia Legislativa (Alerj) este mês, a pedido de
representantes de várias cidades. A PM, em apoio à PRF, criou uma
força-tarefa para enfrentar as quadrilhas. Desde abril, o 7º BPM
(São Gonçalo) e equipes de Rondas Especiais e de Controle de
Multidões (Recom) reforçaram a segurança da rodovia. Nas duas
extremidades desse trecho crítico, ficam posicionadas tropas dos
batalhões de Niterói e de Itaboraí.
Apesar
de os índices de violência darem sinais de declínio, a ousadia das
quadrilhas assusta. No
último dia 7, o sargento Carlos Otávio Correa, de 46 anos, foi
morto quando patrulhava a rodovia perto
da comunidade Recanto das Acácias, em São Gonçalo. Não se sabe de
onde partiu o tiro, mas, próximo dali, os agentes descobriram um
ponto de observação.
O
ataque não foi o primeiro. Um mês antes, um disparo atingiu um
carro da PRF, estacionado no posto da corporação, em frente ao
mesmo esconderijo. Não houve feridos. Desde então, os
próprios agentes têm trabalhado na poda do matagal, na demolição
de estruturas não autorizadas às margens da rodovia e na
identificação de “olheiros”. A estratégia inclui troca
de informações com as polícias Civil e Militar.
Tantos
casos renderam à estrada o apelido de Rodovia da Morte.
Por isso, ela foi a primeira a receber o veículo de patrulha
blindado da PRF, adquirido em maio. A viatura suporta tiros de grosso
calibre. Os 23 quilômetros do trecho, percorrido por
milhares de carros diariamente, são cercados por comunidades, entre
elas, o Complexo do Salgueiro e o Jardim Catarina, onde
traficantes instalaram barricadas em mais de dez ruas à beira da
rodovia. Apesar das operações rotineiras, a PM não dispõe
de equipamentos adequados para a remoção dos obstáculos.
O
Salgueiro e o Jardim Catarina, dominados pela maior facção do Rio,
são as principais rotas de fuga de marginais que atacam na
BR-101. Boa parte das 68 cargas e
dos 368 veículos roubados este ano na via foi levada
para lá, de acordo com investigadores da 72ª DP (São Gonçalo). A
delegacia, responsável por apurar a maior parte dos delitos na
estrada, já identificou 60 suspeitos e pediu à
Justiça a prisão deles. A PRF prendeu 409 pessoas este ano
naquele trecho.
O
fim da madrugada e o início da noite, segundo a PRF, são os
horários em que mais acontecem ataques. Em novembro do ano passado,
o dono de um restaurante na Região dos Lagos teve sua moto roubada
quando deixava o Rio.
—
Três
bandidos armados num carro me cercaram. Um deles levou minha moto.
Agora, evito passar lá ou passo em alta velocidade.
'Banco
de assaltantes'
Os
casos de assalto em ônibus — foram 69
registros de janeiro a julho — levaram o Sindicato das
Empresas de Transportes Rodoviários (Setrerj) a criar um sistema que
reúne dados sobre roubos, inclusive com detalhes sobre
características físicas dos bandidos.
—
O
banco de dados é mais uma ferramenta para o planejamento de
inteligência das polícias — afirma Márcio Barbosa, presidente da
Setrerj.
Para
reduzir o déficit de seu efetivo, a
PRF começou a pagar este mês “indenização por plantão
voluntário” para quem trabalha na folga .
A expectativa é aumentar em até 30% o efetivo de agentes na
Niterói-Manilha, que normalmente conta com apenas sete policiais por
turno.
O
cobertor curto também preocupa a Comissão de Segurança da Alerj,
que defende a criação do “BR Presente”, inspirado no Segurança
Presente. O deputado estadual Bruno Dauarie (PSC) quer levar a
proposta, junto com o deputado federal Carlos Jordy (PSL), ao
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
—
A
ideia é buscar convênio com alguma instituição privada para
chamar policiais aposentados — explica Dauaire, que cobra maior
integração da Autopista Fluminense, concessionária que administra
a via.
O
secretário estadual de Turismo, Otávio Leite, disse que mantém
contato com representantes de diversas cidades e monitora índices de
violência.
A
Autopista Fluminense, concessionária que administra a
Niterói-Manilha, informou que compartilha em tempo real imagens das
112 câmeras na rodovia com as autoridades policiais e que a praça
de pedágio dispõe de equipamentos para leitura de placas dos
veículos.
Giselle Ouchana
Fonte: "oglobo"
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
MPRJ realiza operação ambiental e confirma construções irregulares em Búzios
Arte do MPRJ |
"Durante
a vistoria foram identificadas inúmeras construções erguidas e em
fase de construção, lotes já demarcados e aberturas de pequenas
trilhas na mata, indicando que degradadores estão em plena atividade
no local. Encontramos ainda restos de entulho, plantações e até um
curral com porcos", relata o promotor Vinicius Lameira Bernardo.
Alguns proprietários foram notificados a paralisar as obras e
demolirem as edificações erguidas irregularmente, enquanto algumas
construções em andamento foram demolidas. O Parque é uma Unidade
de Conservação de Proteção Integral, não sendo permitida a
construção de qualquer edificação, seja para uso familiar ou
comercial, dentro de seus limites.
Aponta
o MPRJ que a Serra das Emerências vem sendo alvo de contínua
supressão de vegetação para construção de casas, e a
fiscalização dos órgãos ambientais não tem se mostrado
suficiente para impedir o processo de degradação. Diversas casas já
se encontram prontas, muitas já habitadas, o que dificulta o
processo de demolição e atrasa a reparação da área degradada.
Por isso, é necessário sinalizar a área do Parque pois, em
conversas com moradores, muitos alegaram não saber que se tratava de
área de preservação.
Diante
do que foi constatado, o MPRJ requisitou ao INEA o encaminhamento de
cópia digitalizada dos processos administrativos ambientais já
concluídos, que tenham constatado a necessidade de demolição de
casas erguidas irregularmente na região, para ajuizamento das
respectivas ações de demolição. E recomendou ao Estado e ao
município que, por meio da ação conjunta de seus órgãos
ambientais, intensifiquem com urgência a fiscalização no entorno
da Serra das Emerências, a fim de conter a continua degradação do
local, bem como sinalizar a presença do poder público aos
degradadores do patrimônio ambiental da Região.
Fonte: "mprj"
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