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Capa da Revista Época
Calero admite ter feito gravações telefônicas de Temer
Pivô
da maior crise do governo de Michel Temer, o ex-ministro da Cultura
Marcelo Calero confirmou pela primeira vez em público que gravou
conversas com o presidente da República e colegas de ministério.
Ele não era um grampo ambulante, como se imaginou. Gravou seus
interlocutores em diálogos telefônicos. Foi o que disse à repórter
Renata Lo Prete numa entrevista que irá ao ar na noite deste
domingo, no programa Fantástico.
“Por
sugestão de alguns amigos que tenho na Polícia Federal, para me
proteger e para dar um mínimo de lastro probatório a tudo aquilo
que eu relatei no depoimento, eu fiz algumas gravações
telefônicas”, declarou Calero. Ele citou Temer. E se absteve de
mencionar os nomes dos ministros que grampeou. Conforme já
noticiado aqui,
foram captadas as vozes do agora ex-ministro Geddel Vieira Lima e de
Eliseu Padilha (Casa Civil).
No
depoimento que prestou à Polícia Federal (íntegra aqui),
Calero envolveu o próprio Temer e Padilha no caso Geddel.
Inicialmente, ele havia relatado as pressões que diz ter recebido de
Geddel para levantar o embargo à construção de um edifício de 30
andares em área rodeada de monumentos tombados pelo patrimônio
histórico em Salvador. Depois, declarou à PF que as pressões
partiram também de Temer e Padilha. Ambos aconselharam Calero a
submeter a encrenca à Advocacia Geral da União, que cuidaria de
liberar a obra.
Na
versão relatada por Calero à PF, Temer lhe disse que Geddel ficara
“bastante irritado.” A transcrição anota: “O presidente disse
ao depoente para que construísse uma saída para que o processo [que
resultou no embargo da construção de prédio no qual Geddel
comprara um apartamento] fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da
União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução.''
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'Coluna do Estado' obteve material na íntegra; confira
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Fonte:
"estadao"
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