Se
a Operação Lava-Jato de Curitiba descobriu o "pixuleco",
termo usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto ao se referir
à propina cobrada de empreiteiras, o dinheiro de corrupção no
governo Cabral também tinha um vocábulo próprio: "oxigênio".
Era assim que o ex-secretário estadual de Obras Hudson Braga
(novembro de 2011 a dezembro de 2014) tratava o suborno exigido das
empresas nos grandes contratos de obras, de acordo com a delação
premiada de executivos das empreiteiras. Cálculos do Ministério
Público Federal demonstram que o esquema comandado pelo
ex-governador procovou um rombo em projetos executados pela Carioca
Engenharia e pela Andrade Gutierrez. De acordo com as delações das
duas empresas, 7% do valor total foi convertido em propina e dividido
da seguinte forma: 5% para Cabral, 1% para Braga e 1% para
conselheiros do Tribunal de Contas do Rio (TCE), responsável pela
fiscalização dos contratos. O pagamento de propina era efetuado em
espécie. Cada empreiteira tinha um responsável pelo pagamento e
cada beneficiado, o seu cobrador.
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