sábado, 19 de dezembro de 2015

Em depoimento "premiado" Lula entrega Zé Dirceu

Zé Dirceu e Lula, foto do site cicerocattani


Em depoimento "premiado" na Polícia Federal, na condição de informante, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na última quarta-feira (16) que: 

1) não teve conhecimento de atos de corrupção na Petrobras ao longo dos oito anos em que governou o Brasil, entre 2003 e 2010.

2) não crê que os principais partidos de sua base aliada tenham, por meio de seus líderes, obtido vantagens indevidas em contratos das diretorias da petroleira.

3) integrantes de seu governo são alvos  de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento nas irregularidades cometidas na Petrobras devido a um processo em curso de criminalização do PT.

4) acha que o amigo Bumlai nunca se hospedou no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. 

5) não solicitou que Bumlai contratasse empréstimos em seu nome para repassar ao PT. 

6) os dois "jamais" trataram sobre "dinheiro ou valores". 

7) soube dos "boatos" dos empréstimos tomados pelo amigo por meio da imprensa.

8) "não tomou conhecimento" do processo de contratação, por parte da Petrobras, da empresa operadora do Vitória 10.000. 

9) não recebeu de Bumlai qualquer pedido para interferisse no processo de escolha para beneficiar o Grupo Schahin.

10) "nunca" solicitou que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado e preso no processo do mensalão por envolvimento no esquema de compra de votos no Congresso Nacional, contratasse empréstimos para o PT.

11) que, no anos em que comandou o Palácio do Planalto, não se envolveu nas negociações que resultaram nas indicações de Renato Duque,Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa para a diretoria da Petrobras.

12) as indicações para o governo eram feitas pelos titulares dos ministérios e passavam pelo crivo final da Casa Civil, à época chefiada pelo ex-ministro José Dirceu.

13) não sabe se foi o PT ou outro partido político que indicou Renato Duque para assumir a Diretoria de Serviços; "talvez" ele tenha sido indicado pelo PT. 

14) não conhecia Renato Duque e que não participou do processo de escolha do nome de Renato Duque"..

15) Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, era um funcionário de carreira da empresa, e que o processo de escolha dos nomes dos diretores não contava com a participação dele.

 16) não tratou diretamente sobre a substituição de Cerveró por Jorge Zelada na diretoria internacional da petroleira. 

17) sabia que Zelada era uma "reivindicação" do PMDB.

18) não recebeu de Bumlai qualquer pedido para que Cerveró fosse mantido à frente da diretoria internacional e que sua relação com o pecuarista "não permitia tal pedido".

19) não tratou com José Carlos Bumlai sobre a indicação de Nestor Cerveró para a Diretoria Financeira da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. 

20) acha que a indicação de Cerveró para o alto escalão da BR Distribuidora "também foi uma solicitação do PMDB".

21)  o ex-dirigente, Paulo Roberto Costa, que também era funcionário de carreira da companhia de petróleo, foi indicado para a  Diretoria de Refino e Abastecimento da Petrobras pelo Partido Progressista (PP). 

22) "nunca se sentiu pressionado" pelo PP para nomear Paulo Roberto Costa para a diretoria.

23) não acredita na denúncia de Costa de que 2% do valor dos contratos firmados pela Diretoria de Refino e Abastecimento eram repassados para o PT por meio do ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto. 

24) Paulo Roberto Costa fez a acusação envolvendo o Partido dos Trabalhadores para obter a redução de sua pena nos processos da Lava Jato.

25) não conhece o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que trabalhava ao lado de Renato Duque e se tornou um dos delatores do esquema de corrupção da petroleira.

26) não acredita na versão do ex-gerente e, mais uma vez, atribuiu a denúncia à tentativa de obter os benefícios da delação premiada.

27) não soube, não autorizou e não acredita no repasse de recursos suspeitos para João Vaccari Neto e para o ex-tesoureiro de sua campanha à Presidência José de Filippi. 

28) não acredita que Filippi tenha recebido dinheiro ilícito da Queiroz Galvão.

29) é amigo de Vaccari e que o conheceu na época em que o ex-tesoureiro do PT presidia o Sindicato dos Bancários de São Paulo. 

30) sua relação com Vaccari no PT foi "pequena", na medida em que ele deixou o comando da sigla em 1996. 

31) a direção do PT relatou a ele que Vaccari fez um excelente trabalho à frente da Tesouraria da sigla.

32) a indicação de José Eduardo Dutra para a presidência da Petrobras foi uma decisão pessoal sua. Justificou que, além de ter conhecimento do setor petroquímico, Dutra era geólogo e tinha envolvimento com o movimento sindical.

33) foi dele a decisão de nomear José Sérgio Gabrielli para o comando da estatal do petróleo.

34) não tinha "amizade" com o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, um dos delatores da Lava Jato.

35) não lembra quando conheceu o empreiteiro, mas contou que, em 2011, se reuniu pela primeira vez reservadamente com Pessoa na sede do Instituto Lula, em São Paulo. O delator da Lava Jato, de acordo com ele, foi à entidade para convidá-lo a dar uma palestra na UTC.

36) não acredita que Ricardo Pessoa tenha repassado dinheiro ilícito para Vaccari, como o empreiteiro contou ao Ministério Público em depoimentos de seu acordo de delação premiada.

Fonte: G1

Comentários no Facebook:

Carlos Simas Caso a matéria na íntegra seja de fato do G1, ele errou feio ou é maldade mesmo (o que tem tudo para ser) pois o Presidente Lula não está sendo investigado e, portanto não pode se submeter ao Instituto Penal da Delação Premiada. Sem entrar no mérito da questão, o ex-presidente apenas foi convidado a prestar alguns esclarecimentos, nada mais, pelo menos por enquanto.

Ipbuzios Carlos, fui eu que fiz uma brincadeira com a delação premiada. Não existe depoimento premiado. Repare que coloquei o "premiado" entre aspas. Grande abraço.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

As "estancias" culturais do Vereador Zé Márcio

Para adequar  o  Projeto de Lei  "as (sic) necessidades  reais  dos  Cidadãos buzianos, principalmente buscando atender as solicitações de diferentes grupos e ESTANCIAS (sic, grifo meu) que contribuem com a Cultura de Búzios", o vereador Zé Márcio apresentou o Projeto de Lei 101/2005, substitutivo ao enviado pelo SUB da cultura. O Projeto do Zé foi aprovado em regime de urgência no dia 10- nesta Câmara do AMÉM tudo é aprovado a toque de caixa- e imediatamente enviado para publicação. Ao tomarem conhecimento do seu teor no BO de sexta-feira, acredito que todas todas as pessoas de bem da Cidade  envolvidas com a cultura buziana- aquelas que não são donas de ESTANCIAS- ficarão envergonhadas com o que foi produzido pela nossa Câmara de Vereadores.

Quando soube, por acaso, que o SUB havia enviado à Câmara de Vereadores sua proposta de criação do C. (Conselho) P. (Plano) e F. (Fundo) da Cultura buziana, logo imaginei que boa coisa não deveria ser. Pois, se assim não fosse, não teria sido enviado de forma quase clandestina sem que nenhuma alma viva envolvida com a cultura em Búzios soubesse da iniciativa. 

Acreditando que o atual Presidente da Comissão de Turismo e Cultura da Câmara de Vereadores de Búzios, vereador Zé Márcio, fosse um vereador "diferente" desses outros tão iguais- promessa feita por ele em seu primeiro discurso- resolvi procurá-lo para mostrar que o anteprojeto de Lei do SUB não estava de acordo com os princípios básicos que alicerçavam a constituição dos Conselhos Nacionais e Estaduais de Cultura. Pelo contrário, o anteprojeto do SUB não passava de um projeto de Poder pessoal de quem acredita ser dono da ESTANCIA Cultural buziana. Qual o quê, Zé revelou-se um típico vereador buziano.

Assim que li o projeto substitutivo do vereador Zé compreendi porque ele não quis realizar nenhuma Audiência Pública, apesar de meus constantes apelos para que pelo menos uma fosse realizada. Alegava urgência, e que era muito mais prático  e ágil sentar com grupos diferentes para recolher sugestões que depois seriam sistematizadas e analisadas. Na verdade, dessa forma, ficava mais fácil negociar separadamente com os bons "companheiros" do desgoverno as propostas dos representantes da sociedade civil. A conversa na ESTANCIA do Maradona seria muito mais tranquila. Em uma Audiência Pública, poder-se-ia revelar as verdadeiras intenções do SUB de se apoderar do C.P.F. da cultura buziana. 

Como o Zé não é bobo, ele fez algumas concessões. Cedeu um boizinho aqui e outro ali, para que o SUB não perdesse a boiada inteira de sua ESTANCIA.  Apesar de ter cedido na questão da eleição do Presidente do Conselho, estabelecendo que ele será eleito e não mais cargo exclusivo do Secretário, como pretendia originalmente o SUB, não aceitou que ele (o cargo de presidente) fosse alternadamente ocupado por representantes do Poder Público e da Sociedade Civil. É lógico que o SUB também é muito esperto, e sabe muito bem que quem domina a  ESTANCIA Pública tem muito mais condições de "ganhar" na eleição o cargo máximo do Conselho. 

Foi por isso que o vereador Zé não retirou a "Presidência" e a "Secretaria-Geral" como instâncias (ou ESTANCIAS?) do Conselho (artigo 14º). Uma excrecência que não existe em Conselho algum dos mais de cinco mil municípios brasileiros. Apesar de alertado por mim pessoalmente, e por meio de postagem na qual localizei nestas "criações" o salto quântico (ou o pulo do gato de Schrödinger) do SUB, o vereador Zé manteve também o artigo 15, parágrafo XVII, que estabelece que o Plenário do Conselho pode "delegar às diferentes instâncias componentes do Conselho Municipal de Política Cultural – CMPC – a apreciação e acompanhamento de matérias através de pareceres conclusivos". Em outras palavras, os dois artigos (14º e 15º) combinados permitirão que o Secretário e o seu SUB- muito provavelmente futuro Secretário-Geral- ao dominarem duas instâncias do Conselho, promovam uma verdadeira festa em suas ESTANCIAS.            

Afora isso, apesar do vereador Zé ter incluído um artigo inteiro sobre a Conferência, atendendo a proposta minha, nada se fala da II Conferência Municipal de Cultura realizada em 2013, com ampla participação popular. Assim como o SUB, o vereador ZÉ também rasgou as diretrizes aprovadas na mesma, deixando para o "Órgão Gestor Cultural" (o SUB) a elaboração do Plano Municipal de Cultura, com participação das diversas instâncias (ou ESTANCIAS) de consulta (artigo 38). 

Preocupante também o fato da Lei não prever a criação de um Conselho Gestor para administrar o Fundo Municipal de Cultura. O parágrafo V, do artigo 15, estabelece que cabe ao Plenário do Conselho, e não ao Conselho Gestor, "apreciar, propor e definir parâmetros gerais para a aplicação dos recursos do Fundo Municipal de Cultura – FMC quanto à concessão do incentivo fiscal e fomento das atividades culturais".

Para finalizar foi mantido no substitutivo do Zé o agradinho do SUB ao Prefeito- e que será alvo de escracho Brasil afora- permitindo que ele (o Prefeito) convoque extraordinariamente o Conselho (onde já se viu isso): 

Art. 21. O Conselho se reunirá:

II ­ Extraordinariamente, sempre que convocado pelo Prefeito, por seu Presidente, ou a requerimento de 50% (cinquenta por cento) mais 1 (um) de seus membros titulares, atentando para o prazo mínimo de 10 (dez) dias de antecedência.

Ou seja, o vereador Zé puxa o saco do Prefeito através do puxa-saquismo do SUB. Que tristeza!!!

Este projeto substitutivo foi aprovado pela Comissão de Turismo e Cultura da Câmara de Vereadores de Armação dos Búzios, da qual fazem parte, além do vereador Zé, os vereadores Lorram e Messias. Em plenário, foi aprovado por unanimidade, inclusive pela oposição, que deve ter comido mosca na sessão. 

Logo, só existe uma saída para as pessoas de bem da Cidade envolvidas com a CULTURA BUZIANA: iniciar imediatamente uma campanha pela renovação completa da nossa Câmara de Vereadores. Não reeleja ninguém. A CULTURA BUZIANA agradecerá!

Comentários no Google+:

Mariah flor Gomes de Almeida

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Eu até hoje não entendo como votaram nele para Vereador! É isso que dá, um cara que não tem veia política alguma, não sabe administrar nem a sua casa, como vai ser a cara da Cultura? Eu tenho é vergonha!
 
 · 
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bab bienal arte búzios

1 hora atrás  -  Compartilhada publicamente
 
é o zé mané do boom!!!! e, vem cá não dá para enviar essa palhaçada para o MP junto com aquele processo do festival do SUB? será que não tem um santo jiuz que ponha uma pulserinha no tornozelo dessa gente, não?!!!




Jose Joaquim Pinto

1 hora atrás  -  Compartilhada publicamente
Estancias de água Mineral ou Estancias de criação de cavalos? Que absurdo!
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Thomas Sastre Quando se tem um Vereador boçal para comandar um projeto de cultura sô poderia dar o que deu ,que adianta reclamar e assim mesmo quando eu soube que ele era o presidente da comissão da cultura, eu já sabia de ante mão que esse seria o resultado ..Muito vem feito para todos os babacas que o subestimarão ,,eu como tenho uma boa memoria ainda lembro das palavras do Dalmo que fez a campanha deste sujeito quando fez ou retrato dele em o Peru molhado

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Maria Elena Olivares Vergonha!!
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Errata: o obituário publicado não era do Isac Tillinger mas do Marcelo Lartigue

Marcelo Lartigue, foto O Globo 


O obituário publicado no post "Obituário de Isac Tillinger, por ele mesmo" não era do Isac Tillinger. Uma leitora atenta - Clarice Terzi- me alertou do erro. Eva, filha de Marcelo Lartigue, confirmou que o texto era realmente de seu pai. Ele, e não Isac, era filho de psiquiatras. E mais: Isac não tinha filha.

Fui induzido a erro por este comentário de Hamber Carvalho em seu perfil do Facebook antes da publicação do obituário: "Antes de comentar sobre o falecimento de Isac Tillinger, leia o obtuário escrito pelo próprio em 6 de setembro de 2014".

Meus agradecimentos à Clarice pela informação.
  

Dois meses depois Henrique Gomes obtém liminar para voltar à Câmara

Habeas Corpus nº 0059870-49.2015.8.19.0000

Secretaria da Quarta Câmara Criminal
Impetrante: Dr. Jonas Lopes de Carvalho Neto OAB/RJ 129.019 e outro
Paciente: Carlos Henrique Pinto Gomes
Relator: Desembargador João Ziraldo Maia
Autoridade Dita Coatora: Juízo de Direito da 1ª Vara da Comarca de Armação dos Búzios

D E C I S Ã O
"Trata-se Habeas Corpus impetrado pelo Dr. Jonas Lopes de Carvalho Neto em favor de Carlos Henrique Pinto Gomes, apontando como autoridade coatora o Juiz de Direito da 1.ª Vara de Armação dos Búzios, objetivando, sob o argumento de incompetência do juiz prolator da decisão que decretou o afastamento. Sustenta o impetrante que, nos termos do artigo 161, IV, “d”, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, tal decisão só poderia ter sido emanada deste Tribunal de Justiça e não de órgão singular. Entende ter havido “viés pessoal” no decisum e que a medida é desproporcional e ilegal. Alega violação aos princípios do Juiz Natural, da Ampla Defesa e do Contraditório com a decisão objurgada. Requer liminarmente a suspensão da decisão de afastamento cautelar do paciente do cargo eletivo de Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Armação dos Búzios, com o posterior trancamento da ação penal. No mérito, é pela confirmação da ordem Solicitadas as informações, estas foram prestadas regularmente às fls. 21/23 e nelas feito breve explicitação do caso e sustentada a legalidade da decisão atacada.

A liminar foi indeferida nos termos da decisão de fls. 25. Interposto agravo regimental em habeas corpus, este restou desprovido nos termos do i. Acórdão de fls. 50/53. No curso do julgamento do Habeas Corpus, entendeu o i. Relator, Des. José Roberto Lagranha Távora, pela incompetência daquele colegiado da 4ª Câmara Criminal para julgar o feito, determinando a remessa dos autos à 2ª Vice Presidência para a redistribuição a um dos Grupos de Câmaras.

É o breve relatório.

Decido.
“Carlos Henrique Pinto Gomes mereceu denúncia, juntamente com outros corréus, pela suposta prática dos crimes de prorrogação Ilegal de contrato e formação de quadrilha (artigo 92, (3x), da Lei nº 8.666/93, n/f do artigo 71 e artigo 288, todos do Código Penal). A Autoridade apontada como coatora recebeu a peça vestibular ofertada e ao fazê-lo, determinou o afastamento cautelar do réu Carlos Henrique Gomes, ora Paciente, da função pública exercida – Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Armação dos Búzios. O Supremo Tribunal Federal vem consolidando o entendimento no sentido de não confrontar a Constituição da República a norma Constituinte estadual que, disciplinando competência originária do Tribunal de Justiça, dá atribuição a este último para processar e julgar Vereador, hipótese dos autos. Assim sendo, a decisão determinando o afastamento do Vereador de seu cargo eletivo por autoridade, ab initio, incompetente, pode gerar danos irreparáveis ao paciente e, porque não dizer, à sociedade. Logo caracterizado o periculum in mora a ser sanado por esta decisão. Por outro lado, em razão do Princípio da Simetria, a previsão de prerrogativa de foro para os Vereadores não gera anulação das provas produzidas por outra instância. Portanto, deve ser declarada a nulidade da decisão inicial de afastamento cautelar do ora paciente de sua função Pública em razão do foro por prerrogativa de função, determinando-se a remessa incontinenti dos autos da ação penal originária para o Tribunal de Justiça – 2ª Vice Presidência - para livre distribuição a um dos Grupos de Câmaras – preservados os atos já realizados e as provas produzidas.

Neste diapasão, DEFIRO A LIMINAR perquirida a fim de cassar a decisão atacada, determinando a recondução do paciente Carlos Henrique Pinto Gomes ao cargo de Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Armação dos Búzios, até a decisão final deste writ, bem como determino a imediata remessa dos autos originários como acima determinado. Após, novamente à Procuradoria Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2015".

Desembargador JOÃO ZIRALDO MAIA

Relator

Fonte: TJ-RJ

Meu comentário: 

Podemos estar iniciando em Búzios uma guerra de liminares. Antes, saiu Henrique, entrou Dida. Agora, sai Dida, entra Henrique. Só falta Dida obter uma liminar no STJ pro entra e sai ser realimentado. 

Para entender o caso: ver postagens abaixo, organizadas em ordem cronológica 













  

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

OBITUÁRIO de Isac Tillinger, pelo próprio

Isac Tillinger, foto do perfil no Twitter


"Antes que alguém com pressa de fazer meu obituário escreva qualquer coisa, enchendo o espaço com sentimentalismo barato, prefiro eu mesmo fazer o meu, por mais absurdo que isto pareça. Aliás, comigo nada é absurdo, tudo é absolutamente normal, dentro dos meus conceitos, obviamente. Nada daquele papo de “coitadinho era uma boa pessoa” ou “era tão moço”, até porque faz muito tempo que deixei de ser boa pessoa e não sou tão moço assim. Tem que ser um necrológico sincero, porque de que vale a vaidade depois de morrer – só a vaidade de estar morto.

Não fui um bom filho, o que não quer dizer que os meus pais seriam melhores filhos se eu fosse o pai. Bom marido não fui, bom, também com as mulheres que vivi não me deram esta oportunidade. Nunca roubei – salvo algumas miudezas em lojas de departamento (afortunadamente o alarme nunca tocou), nunca menti conscientemente, aliás considero este um dos meus grandes defeitos.Sacanear os amigos sempre foi meu esporte preferido, mas tive a sorte de mesmo assim continuar a tê-los como amigos. Egoísta fui a vida toda, como todos, porem tratei de nunca revelar a ninguém, como todos. 

Jamais amei ao próximo como a mim mesmo, em contra partida nunca ninguém me amou como eu mesmo. Fui covarde e fui valente, a única pessoa a que tive medo foi a mim mesmo, isso prova a minha valentia. Nunca tomei nada de ninguém, mas vou deixar tudo que não tenho para os têm menos que eu. Nunca cobicei a mulher do próximo, só a do afastado. Nunca tive inimigos, apenas desafetos, mesmo as aves de rapina travestidas de pássaros silvestres não foram classificadas como tal, afinal como filho de psiquiatras conheço bem as mentes psicopatas. Preocupei-me mais com meus desafetos que com meus amigos, afinal os amigos nem sempre se preocupam com a gente.

Defendi minha vida do meu jeito, mas jamais a arrisquei para defendê-la. Dinheiro nunca foi uma preocupação, pois nunca tive nada. Segredos nunca tive, como jornalista passei todos adiante. Sempre fui ateu, mas confesso que nos últimos tempos estava acreditando em tudo, a proximidade da morte faz isso. Conquistei varias mulheres, poucas com o coração, algumas com a lábia e muitas com o jornal. Sempre tive pavor a médicos, eles sempre descobrem enfermidades que nunca imaginávamos ter. 

Um orgulho é ter vivido 120 anos em apenas sessenta: finalmente livrei-me desta maldita insônia. Tive a fortuna de ter dois amores incondicionais: minha mãe e minha filha, de que levo comigo um pedaço do seu corpo e todo seu coração. Desligo, acabaram os creditos".

MINHA LAPIDE:
 "Fui, mas a Eva continua na redação aguardando seu anuncio".

Observação:
O texto acima foi surrupiado do perfil do Facebook de Hamber Carvalho. Ele recomenda que as pessoas, antes de qualquer comentário sobre o falecimento de Isac Tillinger, leiam este obituário escrito pelo próprio em 6 de setembro de 2014. 

Comentários no Facebook:
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Clarice Terzi Esse obituário é do Marcelo Lartigue. Pergunte a sua filha, Eva.
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Luiz Carlos Gomes Clarice, acho que você tem razão. O Hamber me induziu ao erro. No final do texto ele fala do pedaço da filha que ele leva consigo, referindo-se ao transplante que fez antes de morrer. 



ERRATA

O obituário publicado neste post "Obituário de Isac Tillinger, por ele mesmo" não era do Isac Tillinger. Uma leitora atenta - Clarice Terzi- me alertou do erro. Eva, filha de Marcelo Lartigue, confirmou que o texto era realmente de seu pai. Ele, e não Isac, era filho de psiquiatras. E mais: Isac não tinha filha.

Fui induzido a erro por este comentário de Hamber Carvalho em seu perfil do Facebook antes da publicação do obituário: "Antes de comentar sobre o falecimento de Isac Tillinger, leia o obtuário escrito pelo próprio em 6 de setembro de 2014".

Meus agradecimentos à Clarice pela informação. 


Ver a errata em: