Em depoimento "premiado" na Polícia Federal, na condição de informante, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na última
quarta-feira (16) que:
1) não teve conhecimento de atos de corrupção
na Petrobras ao longo dos oito anos em que governou o Brasil, entre
2003 e 2010.
2) não crê que os
principais partidos de sua base aliada tenham, por meio de seus
líderes, obtido vantagens indevidas em contratos das diretorias da
petroleira.
3) integrantes de seu governo são alvos de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de
envolvimento nas irregularidades cometidas na Petrobras devido a um processo em curso de criminalização do
PT.
4) acha que o amigo Bumlai nunca se hospedou no Palácio da
Alvorada, residência oficial da Presidência.
5) não solicitou que Bumlai
contratasse empréstimos em seu nome para repassar ao PT.
6) os dois "jamais" trataram sobre "dinheiro
ou valores".
7) soube dos "boatos"
dos empréstimos tomados pelo amigo por meio da imprensa.
8) "não tomou conhecimento" do
processo de contratação, por parte da Petrobras, da empresa
operadora do Vitória 10.000.
9) não
recebeu de Bumlai qualquer pedido para interferisse no processo de
escolha para beneficiar o Grupo Schahin.
10) "nunca" solicitou que o ex-tesoureiro
do PT Delúbio Soares, condenado e preso no processo do mensalão
por envolvimento no esquema de compra de votos no Congresso
Nacional, contratasse empréstimos para o PT.
11) que, no anos em que comandou o
Palácio do Planalto, não se envolveu nas negociações que
resultaram nas indicações de Renato Duque,Nestor Cerveró e
Paulo Roberto Costa para a diretoria da Petrobras.
12) as indicações para o governo eram feitas pelos
titulares dos ministérios e passavam pelo crivo final da Casa
Civil, à época chefiada pelo ex-ministro José Dirceu.
13) não sabe se foi o PT ou outro partido político que
indicou Renato Duque para assumir a Diretoria de Serviços; "talvez" ele tenha sido indicado pelo PT.
14) não conhecia Renato Duque e que não participou
do processo de escolha do nome de Renato Duque"..
15) Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, era
um funcionário de carreira da empresa, e que o processo de escolha
dos nomes dos diretores não contava com a participação dele.
16) não tratou diretamente sobre a
substituição de Cerveró por Jorge Zelada na diretoria
internacional da petroleira.
17) sabia que
Zelada era uma "reivindicação" do PMDB.
18) não recebeu de Bumlai qualquer pedido para que
Cerveró fosse mantido à frente da diretoria internacional e que sua relação com o pecuarista "não
permitia tal pedido".
19) não tratou com
José Carlos Bumlai sobre a indicação de Nestor Cerveró para a
Diretoria Financeira da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
20) acha que a indicação de
Cerveró para o alto escalão da BR Distribuidora "também foi
uma solicitação do PMDB".
21) o ex-dirigente, Paulo Roberto Costa, que também era funcionário de carreira da companhia de petróleo, foi indicado para a Diretoria de Refino e Abastecimento da Petrobras pelo Partido Progressista (PP).
22) "nunca se sentiu
pressionado" pelo PP para nomear Paulo Roberto Costa para a diretoria.
23) não acredita na denúncia de Costa de
que 2% do valor dos contratos firmados pela Diretoria de Refino e
Abastecimento eram repassados para o PT por meio do ex-tesoureiro da
legenda João Vaccari Neto.
24) Paulo Roberto Costa fez a acusação envolvendo o
Partido dos Trabalhadores para obter a redução de sua pena nos
processos da Lava Jato.
25) não conhece o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que
trabalhava ao lado de Renato Duque e se tornou um dos delatores do
esquema de corrupção da petroleira.
26) não acredita na versão do ex-gerente e,
mais uma vez, atribuiu a denúncia à tentativa de obter os
benefícios da delação premiada.
27) não
soube, não autorizou e não acredita no repasse de recursos
suspeitos para João Vaccari Neto e para o ex-tesoureiro de sua
campanha à Presidência José de Filippi.
28) não
acredita que Filippi tenha recebido dinheiro ilícito da Queiroz
Galvão.
29) é amigo de Vaccari e que o
conheceu na época em que o ex-tesoureiro do PT presidia o Sindicato
dos Bancários de São Paulo.
30) sua
relação com Vaccari no PT foi "pequena", na medida em
que ele deixou o comando da sigla em 1996.
31) a direção do PT relatou a ele que Vaccari fez
um excelente trabalho à frente da Tesouraria da sigla.
32) a indicação de José Eduardo Dutra
para a presidência da Petrobras foi uma decisão pessoal sua. Justificou que, além de ter conhecimento do setor petroquímico,
Dutra era geólogo e tinha envolvimento com o movimento sindical.
33) foi dele a decisão de
nomear José Sérgio Gabrielli para o comando da estatal do
petróleo.
34) não tinha "amizade"
com o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, um dos delatores da
Lava Jato.
35) não lembra quando conheceu o empreiteiro,
mas contou que, em 2011, se reuniu pela primeira vez reservadamente
com Pessoa na sede do Instituto Lula, em São Paulo. O delator da
Lava Jato, de acordo com ele, foi à entidade para convidá-lo a dar
uma palestra na UTC.
36) não acredita que Ricardo Pessoa tenha
repassado dinheiro ilícito para Vaccari, como o empreiteiro contou
ao Ministério Público em depoimentos de seu acordo de delação
premiada.
Fonte: G1
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