sexta-feira, 29 de abril de 2011

Imprensa buziana 1

O Senhor Elízio José Gomes de Figueiredo foi nomeado Assessor I do Gabinete do Prefeito no dia 30 de janeiro de 2009 com salário de R$ 2.941,00. Até aí nada demais. O prefeito nomeia como assessor quem ele quiser. Podemos criticá-lo por ter assessor demais (mais de 30). Podemos também perguntar o que um assessor faz? Ficar espionando a oposição, como dizia o ex-prefeito de Araruama, Chiquinho da educação?

 O problema é que o Senhor Elízio é dono de um jornal na cidade: o jornal Ênfase. Ser jornalista e funcionário público comissionado é impossível. É como ser secretário de saúde e ser dono de uma clínica que presta serviços à prefeitura. Você paga a despesa e, do outro lado do balcão, recebe. É como ser secretário de planejamento e trabalhar como arquiteto, aprovando seus próprios projetos. Já tivemos na cidade os dois casos. Todos sabem os problemas que causaram. Também já tivemos jornalista responsável por jornal trabalhando na comunicação do governo.

Que jornalismo vai sair de um dublê de funcionário público municipal e dono de jornal? Jornalismo nenhum, claro. Só mau jornalismo, ou melhor, só propaganda e marketing com dinheiro público.

O assessor do prefeito não tem o mínimo pudor. Sem qualquer limite de responsabilidade escancara elogios a todas as ações do prefeito- seu patrão-, principalmente ao Governo Itinerante (GI). A coisa começa já na manchete "Junto ao Cidadão". Referindo-se ao GI, diz que o prefeito quer estar perto de cada cidadão para saber de suas necessidades. Depois dedica uma página inteira (a última) ao GI do patrão na Vila Verde.

Em outras páginas, o patrão-prefeito é defendido em todas as áreas. Exime o prefeito de qualquer responsabilidade pelo atraso na votação do reajuste do funcionalismo público. Coloca sobre os ombros da Câmara e da ASFAB toda a culpa, sem ouvir estas entidades. Critica aqueles que noticiaram a morte da Lagoa da Usina por fazerem "sensacionalismo barato" e "gostarem de mentiras". Chega a santificar o patrão: "ele com seu perfil ético começou a trabalhar exaustivamente e as marcas disso lhe aparecia na face, demonstrando as noites mal dormidas e a preocupação com a coisa pública..."

O puxa-saquismo não para na figura do prefeito. Levado ao extremo, tem que se estender à sua família.  A primeira dama aparece em foto do "Primeiro Encontro das Mulher (sic) Atuantes", onde foi discutida "uma agenda de trabalhos sociais idealizados pela Primeira Dama Cristina Braga". Nem o filho Pedro Braga é poupado. Aparece em foto com o pai durante visita a feira de livros de Cabo Frio.

Mas o pior de tudo é que o jornal-propaganda tem editorial. Este "editorial" deveria ser distribuído em todas as escolas de jornalismo do país para mostrar como é que não se faz um jornal. Seria uma grande lição. Diz o jornalista-assessor que tem um lado, que todo homem tem que ter um lado, e que isso não é ser tendencioso. Mais a frente se contradiz quando afirma: "como sou humano, puxo mesmo a brasa para as minhas sardinhas, pois quem não faz o mesmo?"

Observação: o jornal chapa branca "O Nosso Jornal" está sendo distribuído na Secretaria de Turismo (Pórtico). É bom verificar se o jornal está sendo distribuído em outros órgãos públicos.

Alô Ministério Público, alô Câmara de Vereadores, alô Justiça Eleitoral!

Ver: "Imprensa buziana 2"
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O que é Isso?

Parece uma boite mas não é.
É a sede da prefeitura à noite.
Tem razão Caetano Veloso:
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto o mau gosto.

Comentários:

Flor disse...
Luiz!!! Este é o famoso sem comentários!!! kkkkk

terça-feira, 26 de abril de 2011

Mirinho derrotado 6

Depois de dois meses de uma intensa queda de braço entre o prefeito e a ASFAB (Associação dos Funcionários), a câmara de vereadores de Búzios votou hoje o índice de reajuste salarial do funcionalismo público municipal. O governo fincava pé no índice de 5% tirado não se sabe de onde. Sem nenhuma fundamentação, chutou um índice e não queria mais conversa. Era pegar ou largar, na ótica do executivo. Por outro lado, a ASFAB sempre lutou para que a Lei fosse cumprida. Como a LDO- que é Lei- falava que a correção deveria se basear no INPC, não tinha como aceitar um índice menor que os 6,36%. Os vereadores, como não podia deixar de ser, ficaram com a Lei.

O governo Mirinho parece que não aprendeu que não pode mais fazer bravatas como antigamente. Já não tem mais a turma do amém que sempre teve em mandatos anteriores. Por falar nisso, nenhum dos quatro vereadores de sua bancada compareceu à sessão, cometendo um erro primário em política: a omissão. Com minoria na câmara e sofrendo amplo desgaste no seio da população de Búzios pela sofrível administração que vem fazendo, deveria ter-se poupado de mais este desgaste. Deveria também aprender que não pode enviar um secretário truculento e patronal para negociar um acordo com trabalhadores.     

Bela vitória do funcionalismo municipal, apesar de ter sido de apenas 1,36%. A direção da ASFAB está de parabéns pela perseverança na luta. Essa pequena conquista fortalece a categoria para correr atrás da reposição dos 30% de perdas acumuladas até hoje.

A câmara de vereadores provou mais uma vez a independência em relação ao executivo. Tentou de todas as formas fazer com que o governo e a ASFAB chegassem a um acordo, mas devido à intransigência do governo não conseguiu sucesso. Ficou com a legalidade e com os funcionários municipais. Parabéns G-5.


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Em Búzios a oposição está em frangalhos

A oposição feita pelo PMDB de Búzios ao Prefeito Mirinho Braga, que já estava perdendo força devido o caminho traçado nas eleições de 2010, quando a maioria de seus militantes e atuais vereadores, constituíram uma verdadeira salada de infidelidade partidária temperada pela ganancia do poder, ou seja, apoiando deputados que não era da base do PMDB, vereador como Evandro o mais bem votado nas eleições de 2008 pelo PMDB é um exemplo, não apoiou ninguém da base peemedebista e isso fortaleceu ao governador na visita a Búzios, ocasião da assinatura do Decreto da criação do Parque da Costa do Sol, a ignorá-lo como um líder peemedebista nesta cidade como aos demais que se diz oposição ao Prefeito, tudo com a colaboração do Presidente da Alerj Deputado Paulo Melo, que foi carregado em Búzios nas eleições passada pelo presidente do PMDB Salviano Leite. Esta visita do Cabral e do Paulo Melo, foi fundamental para as questões ambientais da cidade, mas pelo outro lado, uma humilhação política para os militantes do PMDB local e principalmente para os que estavam pretendendo encarar o atual Prefeito nas urnas sobre o manto sagrado do PMDB. Agora, resta saber se esses humilhados terão condições de trocarem de partidos e de atraírem seguidores, porque antes só confiavam nos tacos do Cabral e do Paulo Melo. Com a declaração do governador Cabral em apoiar o Prefeito Mirinho Braga na reeleição à prefeitura de Búzios, ficou cristalino que o PMDB, não lançará candidato em 2012 a prefeito. Com isso, a única chance palpável atualmente para os humilhados oposicionistas é seguir as orientações cabralista, apoiando o Mirinho Braga, ou do contrário a colocar a viola no saco, pois estão em frangalhos e em disputas fratricidas. Enfim, a vida dos humilhados não está fácil até o momento, mas muita água ainda vai rolar por baixo da ponte até o início de 2012. O fato é que o Mirinho é inteligente, aproveita a paixão de Cabral pelo seu governo, para continuar diminuindo os espaços da oposição. Oposição esta, que não soube ser oposição e sim bons aproveitadores, chegando ao ponto deles próprios perceberem que não conseguiriam mais se posicionarem, faltando-lhes argumentos e credibilidade, principalmente por falta de uma pessoa para assumir o papel de liderança política dentro desta oposição. Como aprendi que em política só há acordo entre quem tem força, não tenho receio de falar, que o encontro entre Mirinho e Cabral, testemunhado pelos deputados Jânio Mendes e Paulo Melo, lá em Manguinhos é que Búzios se fechou politicamente. Não havendo, espaço mais para oposição. Essa é a minha leitura política até o momento, pois não posso esquecer que política é uma nuvem – estando em uma posição e depois em outra – só que agora o céu esta completamente azul na cor do PDT.
Marreco
Ex-vereador
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Visitando as escolas de Búzios 4 - E.M. Nicomedes Theotônio Vieira

Quase não se precisa de palavras. As fotos falam, por si só, da realidade de nossa educação municipal. É muita incompetência e pouco caso.

Livros amontoados de qualquer jeito. Inservíveis.
Computadores em eterna manutenção.
Carteiras velhas largadas no tempo.


Fotos tiradas no dia 29/03/2011.

Ver: "Visitando as escolas de Búzios 1 - E. M. Ciléia Barreto"
Ver: "Visitando as escolas de Búzios 2 - E. M. Professor Manoel Juvenal"
Ver: "Visitando as escolas de Búzios 3 - E. M. Professor Manoel Juvenal

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Visitando as escolas de Búzios 3 - E. M. Professor Manoel Juvenal


Foto tirada no dia 29/03/2011 na E.M. Professor Manoel Juvenal

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O que essa caneca está fazendo em cima do galão de água? O que esse galão de água sujo está fazendo perto da lixeira? O que pensam da vida as diretoras desta escola? O que faz a secretária de educação de Búzios? Quem é responsável por isto, Prefeito?

Nesta foto está sintetizada a triste realidade da educação buziana: descaso completo com as nossas crianças.

sábado, 23 de abril de 2011

Os nativos e as eleições

O modelo de desenvolvimento econômico e político posto em prática em Búzios, se não sofrer nenhuma modificação de percurso no curto prazo, inevitavelmente levará o município à ruína. Na economia, continuamos com o modelo de desenvolvimento insustentável baseado no tripé royalties, turismo predatório e construção civil. Nada de se procurar uma matriz econômica alternativa. Vários municípios da região ensaiam novos caminhos já há algum tempo: a Zona Especial de Negócios em Rio das Ostras; o Polo Têxtil de Cabo Frio; o projeto Minha Casa Meu Trabalho em Araruama; o Polo de Distribuição em São Pedro da Aldeia; e o Polo industrial em Saquarema.  

E Búzios, nada. Nosso míope prefeito (assim como o anterior) continua acreditando que o turismo de qualidade por si só conseguirá gerar trabalho e renda para uma população de quase 30 mil pessoas. Ledo engano. Pior do que isso: em vez de se conseguir qualidade, estamos cada vez mais aumentando a quantidade de turistas de baixa qualidade que está arrebentando a frágil infraestrutura da cidade na parte peninsular. 

Na esfera política, o grande capital especulativo imobiliário (entesourador de terras e construtoras) reina à vontade. Dividem-se em duas frações, uma pró Mirinho e outra pró Toninho. Dominam o executivo e raramente têm seus interesses contrariados na câmara de vereadores. Em determinadas ocasiões, quando necessário, chegam a ter uma bancada à sua disposição.

Nesse quadro político, o prefeito de plantão se equilibra entre seus financiadores e as tradicionais famílias buzianas (nativos) que detêm os votos. Já se elege pensando na reeleição. Para conseguir isso precisa atender à demanda dos grandes proprietários de terras, quase sempre com prejuízo ambiental para a cidade, e saciar a fome de emprego das grandes famílias. Parece até que não é o prefeito que tem o poder de empregar. Os verdadeiros empregadores parecem ser as grandes famílias que também elegem os vereadores. Estes,  por sua vez, também pressionam por empregos para os seus. Resultado: o prefeito gasta quase todo seu orçamento com a folha de pagamento e manutenção da máquina pública, não sobrando quase nada para investimento. Fica de mãos atadas. E a cidade desce ladeira abaixo. Como não se investe em infraestrutura e na construção de um modelo econômico alternativo não se consegue gerar empregos suficientes, mantendo a pressão por empregos na prefeitura. É o círculo vicioso nada virtuoso. Que não se espere um bom final desse processo.

É possível que hoje- depois de dois governos desastrosos- uma parcela considerável de nativos tenha percebido que a vaca está indo pro brejo ou que, até mesmo, já esteja no brejo. Também é possível que os não-nativos tenham percebido que precisam se mobilizar para participar do processo eleitoral para sair desse quadro de estagnação. Essa é a única forma de salvar a cidade. Chega de INHO.  

Observação: este texto foi escrito por sugestão do meu amigo Sena a partir da leitura do excelente editorial “É cada um por si” do Jornal O Peru Molhado, escrito pelo meu amigo Sandro Peixoto.

Comentários:

jofsena disse...
Luiz

Não sou especialista em Governo,não quero afirmar que Buzios já chegou a esse patamar.
Todo Governo tem sempre um que tem solução
pra tudo é o SOLUCEITION que esta sempre ligado com o ENRROLEITION que sempre conta a ajuda do
EMBROMEITION este sim é o mais perigoso.Este tripé tem que acabar, para um Governo dar certo.

Até mais
Sena

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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Turismo de qualidade 3

O Perú Molhado desta semana (22/04/2011) traz um texto assinado pelo atual secretário de turismo, Cristiano Marques, falando sobre "a importância do turismo na economia local". É sempre bom que os secretários venham a público, através de textos assinados, exporem suas idéias sobre questões de suas pastas. É uma boa forma de provocar o debate.

Entretanto, de um texto tão confuso como esse assinado pelo secretário, não conseguimos extrair o que ele pensa sobre o tão falado, e nunca alcançado, turismo de qualidade. 

O secretário não diz coisa com coisa. Inicia afirmando que a baixa temporada é a nossa "melhor temporada", mas não explica por quê? Depois, diz que para atrair o turismo de qualidade precisamos por em prática "as inovações", mas não cita que inovações seriam essas. Escreve parágrafos incompreensíveis: "o turismo desempenha um papel de liderança como atividade socioeconômica estratégica e como um direito social e econômico do povo na valorização da identidade cultural das comunidades, por isso, devemos ter muito cuidado e profissionalismo". Considerar o turismo como uma atividade econômica estratégica é um chavão, que por si só não diz nada. A sequência é ininteligível: o turismo é um "direito social e econômico do povo na valorização da identidade cultural das comunidades". O que o secretário quis dizer com isso? Devemos ter muito "cuidado e profissionalismo" com o que?

Termina o texto afirmando que Búzios é um destino turístico "onde há espaço para todas as classes turísticas". É isso o que se quer? Estimular todas as "classes" turísticas a virem para Búzios? E o turismo de qualidade, como é que fica senhor secretário?

O que Búzios precisa, na área do turismo, é que o secretário (o anterior, apesar da fama, também não fazia nada)  pare de lengalenga e trabalhe para: 

1) implantar um hotel escola no Município
2) estabelecer um calendário turístico diversificado
3) elaborar um calendário de eventos para os esportes náuticos
4) criar um centro de Convenções Municipal
5) adotar um programa municipal de educação para o turismo
6) implantar sinalização turística
7) elaborar o Plano Diretor de Turismo

Estas recomendações foram retiradas do Plano Diretor de Búzios. É Lei desde 2006. Já está na hora de colocá-las em prática, secretário. Não acha?

Ver: "Turismo de qualidade 2"

Comentários:

jofsena disse...
Comotátú Luiz

Seria muito bom se " BUZIOS " pudesse contar
somente com a Secretária da SAUDE ,Secretária da EDUCAÇÃO, Secretária de Serviços PÚBLICOS e uma Secretária GERAL,(Geral mesmo)onde somente o Prefeito aplicava aquela velha forma ( Manda
qem pode, obedece quem tem juizo)ai sim não teriamos gente ...............................
"MISTURANDO BIFE AQUINAMESA,COM BIFE A MILANESA"

Até mais
Sena

Obs: Luiz,já deu uma olhadinha no "EDITORIAL"
do Jornal Perú Molhado do dia 22/04/2011.
Seria bom um cometário.

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terça-feira, 19 de abril de 2011

Fiscalização e conscientização em defesa do Parque e do meio ambiente

Precisamos entender e aceitar, que o progresso sem a devida fiscalização e conscientização é destrutivo para qualquer cidade, que o desenvolvimento sustentável faz-se necessário, principalmente em cidade com a geografia de Búzios, aonde a ganância imobiliária não vem respeitando os textos que responsabiliza civilmente e criminalmente as pessoas físicas ou jurídicas que violam as normas ambientais. Após a criação do Parque da Costa do Sol, urgentemente se faz necessário, que se adote uma politica de conscientização e de fiscalização em defesas do Parque e do Meio Ambiente. Vejam que tais questões estão causando grandes repercussões nos cenários nacional e internacional em razão do consenso da população mundial sobre a necessidade de preservação do meio em que vivemos, bem como de impedir a proliferação dos danos causados. A proteção de 15 % das áreas de Búzios, por tal Decreto Estadual, é fundamental para a boa qualidade de vida das crianças, cabendo aos adultos aceitar e defender, pois foi uma iniciativa corajosa do Governador, ao interver no meio ambiente local, que muita das vezes só serviu de produto de barganha entre nosso legislativo e o latifundiário urbano. Parabéns ao Governador e a população Buziana.
MARRECO
Ex-Vereador.
414

O que querem os jovens do Brasil ?

 Podemos não saber o que quer a juventude em geral, mas sabemos muito bem o que quer a sua parcela consciente e participativa. Parcela constituída por jovens que ao longo de oito meses de 2008 participou de 840 conferências municipais e regionais, em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Além disso, participou de 690 conferências livres promovidas por grupos, instituições e organizações em todo o país. Esse amplo processo de diálogo, que envolveu mais de 400 mil pessoas, culminou na I Conferência Nacional de Juventude, realizada em Brasília, entre os dias 27 e 30 de abril de 2008, com de cerca de 2.500 jovens.

A I Conferência Nacional de Juventude foi considerada um marco importante na agenda política  do país. Até 2005 não tínhamos nenhuma política pública para a juventude. Foi a partir desse ano que foi dado o primeiro passo para a construção da Política Nacional de Juventude, com a criação da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) (http://www.juventude.gov.br/). O Conselho têm 2/3 de integrantes da sociedade civil e é fundamental para a consolidação dessa política. 

Na Conferência foram estabelecidas 22 prioridades e aprovadas 70 resoluções. Por razão de espaço publico apenas as prioridades. Quem quiser saber mais ver http://www.psbsp.org.br/juventude/docs/revista_da_conferencia_nacional.pdf

22 PRIORIDADES DA CONFERÊNCIA

1 - Jovens negros e negras - Reconhecimento e aplicação, pelo poder público, transformando em políticas públicas de juventude as resoluções do 1º Encontro Nacional de Juventude Negra (ENJUNE) sobre os Direitos da juventude negra, priorizando as mesmas como diretrizes étnico/raciais de/para/com as juventudes.

2 - Educação básica: elevação da escolaridade - Destinar parte da verba da educação no ensino básico para o modelo integral e pedagógico dos CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública).

3 - Fortalecimento Institucional - Aprovação, pelo Congresso Nacional, do marco legal da juventude: regime de urgência da PEC nº 138/2003, Plano Nacional de Juventude, PL 4530/2004 e Estatuto dos Direitos da Juventude PL 27/2007.

4 - Meio Ambiente - Criar uma política nacional de juventude e meio ambiente que inclua o “Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente”, institucionalizado em PPA (Plano Plurianual), com a participação dos jovens nos processos de construção, execução, avaliação e decisão, bem como da Agenda 21 da Juventude, que fortaleça os movimentos juvenis no enfrentamento da grave crise ambiental, global e planetária, com a construção de sociedades sustentáveis.

5 - Esporte - Ampliar e qualificar os programas e projetos de esporte, em todas as esferas públicas, enquanto políticas de Estado, tais como os programas Esporte e Lazer da Cidade, Bolsa Atleta e Segundo Tempo, com núcleos nas escolas, universidades e comunidades, democratizando o acesso ao esporte e ao lazer a jovens, articulados com outros programas existentes.

6 - Juventude do Campo - Garantir o acesso à terra ao jovem e à jovem rural, na faixa etária de 16 a 32 anos, independente do estado civil, por meio da reforma agrária, priorizando este segmento nas metas do Programa de Reforma Agrária do governo federal, atendendo a sua diversidade de identidades sociais, e, em especial aos remanescentes de trabalho escravo. É fundamental a revisão dos índices de produtividade e o estabelecimento do limite da propriedade para 35 módulos fiscais.

7 -  Trabalho - Reduzir a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários, conforme campanha nacional unificada promovida pelas centrais sindicais.

8 - Educação Superior - Defendemos que a ampliação do investimento em educação é fator imprescindível para construirmos uma educação de qualidade para todos e todas e que consiga contribuir para o desenvolvimento do país. Para tanto, defendemos o investimento de 10% do PIB em educação. Para atingir este percentual reivindicamos o fim da desvinculação das receitas da união (DRU) e a derrubada dos vetos ao PNE (Plano Nacional de Educação). Reivindicamos que 14% dos recursos destinados às universidades federais sejam destinados exclusivamente à assistência estudantil, por meio da criação de
uma rubrica específica. Defendemos também a ampliação dos recursos em assistência estudantil para estudantes do PROUNI e para estudantes de baixa renda de universidades privadas. Garantir a transparência e democracia na aplicação dos recursos.

9 - Cultura - Criação, em todos os municípios, de espaços culturais públicos, descentralizados, com gestão compartilhada e financiamento direto do Estado, que atendam às especificidades dos jovens e que tenham programação permanente e de qualidade. Os espaços, sejam eles construções novas, desapropriações de imóveis desocupados ou organizações da sociedade civil já estabelecidas, devem ter condições de abrigar as mais diversas manifestações artísticas e culturais, possibilitando o aprendizado, a fruição e a apresentação da produção cultural da juventude. Reconhecer e incentivar o hip hop como manifestação cultural e artística.

10 - Política e Participação - Criar o Sistema Nacional de Juventude, composto por órgãos de juventude (secretarias/coordenadorias e outros) nas três esferas do governo, com dotação orçamentária específica; conselhos de juventude eleitos democraticamente, com caráter deliberativo, com a garantia de recursos financeiros, físicos e humanos; fundos nacional, estaduais e municipais de juventude, com acompanhamento e controle social, ficando condicionado o repasse de verbas federais de programas e projetos de juventude à adesão dos estados e municípios a esse Sistema.

11- Jovens Mulheres - Implementar políticas públicas de promoção dos direitos sexuais e direitos reprodutivos das jovens mulheres, garantindo mecanismos que evitem mortes maternas, aplicando a lei de planejamento familiar, garantindo o acesso  a métodos contraceptivos e à legalização do aborto.

12 - Segurança - Contra a redução da maioridade penal, pela aplicação efetiva do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

13 - Política e participação - Garantir uma ampla reforma política que, além do financiamento público de campanha, assegure a participação massiva da juventude nos partidos políticos, com garantia de cota mínima de 15% para jovens de 18 a 29 anos nas coligações, com respeito ao recorte étnico-racial, e garantindo a paridade de gênero; mudança na faixa etária da elegibilidade, garantindo idade mínima de 18 anos para vereador, prefeito, deputados estaduais, distritais e federais, e 27 anos para senador, governador e presidente da República.

14 - Outros temas - Fim da obrigatoriedade do serviço militar e criação de programas alternativos de serviços sociais não- obrigatórios.

15 - Fortalecimento Institucional - Criar o Sistema Nacional de Políticas Públicas de Juventude, que confira status de Ministério à Secretaria Nacional de Juventude, exigindo que a adesão de estados e municípios seja condicionada à existência de órgão gestor específico e respectivo conselho de juventude. A partir de dezembro de 2009, os recursos do Fundo Nacional de Juventude, do ProJovem e demais programas de juventude, apenas continuarão a ser repassados aos estados e municípios que aderirem ao Sistema.

16 - Povos e comunidades tradicionais - Assegurar os direitos dos povos e comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, ciganos, comunidades de terreiros, pescadores artesanais, caiçaras, faxinalenses, pomeranos, pantaneiros, quebradeiras de coco babaçu, caboclos, mestiços,  agroextrativistas, seringueiros, fundos de pasto, dentre outros que buscam ser reconhecidos), em especial
da juventude, preservando suas culturas, línguas e costumes, combatendo todas as práticas exploratórias e discriminatórias quanto a seus territórios, integrantes, saberes, práticas culturais e religiosas tradicionais.

17 - Cultura - Estabelecimento de políticas públicas culturais permanentes direcionadas à juventude, tendo ética, estética e economia como pilares, em gestão compartilhada com a sociedade civil, a exemplo dos Pontos de Cultura, que possibilitem o acesso a recursos de maneira desburocratizada, levando em consideração a diversidade cultural de cada região e o diálogo intergeracional. Criação de um mecanismo específico de apoio e incentivo financeiro aos jovens (bolsas) para formação e capacitação como artistas, animadores e agentes culturais multiplicadores.

18 - Cidadania GLBT - Incentivar e garantir à SENASP/MJ incluir o respeito à livre orientação afetivo-sexual e de identidade de gênero, em todas as esferas dos cursos de formação dos operadores/as de segurança pública e privada, em nível nacional, estadual e municipal, no atendimento e abordagem, com ampliação da DECRADI - Delegacia de Crimes Raciais e Intolerância.

19 - Jovens com Deficiência - Ratificação imediata da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU como emenda constitucional.

20 - Jovens do campo - Garantia de políticas públicas integradas que promovam a geração de trabalho e renda para o jovem e a jovem do campo, com participação da juventude na sua elaboração e gestão, assegurando o acesso à terra, à capacitação e ao desenvolvimento de tecnologia sustentável apropriada à agricultura familiar e camponesa, voltada para a mudança de matriz tecnológica. Transformar o PRONAF Jovem em uma linha de crédito para produção agrícola e não-agrícola.

21 - Segurança - Assegurar, no âmbito das Políticas Públicas de Segurança, prioridade às ações de prevenção, promoção da cidadania e controle social, reforçando a prática do policiamento comunitário, priorizando áreas com altas taxas de violência, promovendo a melhoria da infra-estrutura local, adequadas condições de trabalho policial, remuneração digna e a formação nas áreas de Direitos Humanos e Mediação de Conflitos, conforme as diretrizes apontadas pelo PR ONASCI.

22 - Cultura - Estabelecimento de cotas de exibição e programação de 50% para a produção cultural brasileira, sendo 15% produção independente e 20% produção regional, em todos os meios de comunicação (TV aberta e paga, rádios e  cinemas). Valorização dos artistas locais, garantindo a preferência nas apresentações e prioridade no pagamento. Entender os cineclubes como espaços privilegiados de democratização do audiovisual.

A 2ª Conferência já está convocada por decreto presidencial para 8 a 11 de setembro de 2011, em Brasília, Distrito Federal. Temas:

I – Juventude: Democracia, Participação e Desenvolvimento Nacional;
II – Plano Nacional de Juventude: prioridades 2011-2015; e
III – Articulação e integração das políticas públicas de juventude.

Jovens de Búzios e da Região dos Lagos articulem-se para pressionar os prefeitos a constituírem Conselhos Municipais da Juventude e realizarem Conferências Municipais preparatórias para a Conferência Nacional. Mãos à obra. Utilizando uma imagem da Revista da 1ª Conferência podemos dizer que as bandeiras dos
direitos da juventude em Búzios e nos outros municípios da Região dos Lagos estavam hasteadas de cabeça para baixo, como se faz nos navios que pedem socorro.  Cabe aos nossos jovens arriarem o pano, inverterem sua posição e as içarem novamente. Para o alto do mastro, onde é o seu lugar.

Poucos jovens do Estado do Rio de Janeiro participaram da 1ª Conferência. De Búzios e da Região dos Lagos parece que ninguém participou. Uma pena, pois é nesta faixa etária que se encontra a parte da população brasileira atingida pelos piores índices de desemprego, de evasão escolar, de falta de formação profissional, mortes por homicídio, envolvimento com drogas e com a criminalidade.

Ver: "Perfil da juventude buziana" 

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