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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Descaso com os artistas e artesãos buzianos

Mesmo tendo sido reiniciada, a obra parece uma ruína
Placa de obra com novo valor

Em outubro de 2001- lá se vão 12 anos- a Prefeitura de Búzios, através da Fundação Cultural, assina convênio com o Ministério do Trabalho para a construção do Mercado Municipal do Artesão. Teve até lançamento da pedra fundamental, em 10 de março de 2012, com a presença solene do Ministro do Trabalho, Indústria e Emprego, Francisco Dornelles. Através do SESC,  foram repassados à Prefeitura de Búzios recursos de R$ 84.000,00 (Jornal O pescador, 15/03/2002).

O mercado foi concebido para atender às cooperativas de artesanato da cidade e pretendia valorizar a arte local e criar uma marca de produtos buzianos (como em Gramado, Itaipava e Teresópolis). Segundo Antônio Marangoni, diretor cultural da Fundação de Cultura, o espaço tinha por objetivo "criar mais uma marca para Búzios e gerar renda e emprego para boa parte da população" (Jornal O Perú Molhado, OPM, 16/11/2001).

Último projeto do renomado arquiteto Zanini- feito no ano de seu falecimento, 2001-, respeita o estilo da arquitetura buziana, utilizando muita madeira em ambientes que privilegiam a luminosidade natural. Considerado um mestre por muitos arquitetos buzianos "embora tenha atuado pouco aqui em Búzios, (José Zanini Caldas) influencia até hoje nossa produção arquitetônica" (Roberto Aracri, OPM, 19/08/2005).

O histórico de paralisação e retomada da obra começou quando a empresa ganhadora da licitação para a execução do projeto não cumpriu o prazo de 10 meses para a conclusão da obra, "fazendo com que a verba da União fosse estornada no início do governo Lula" (Jornal Armação dos Búzios, 16/01/2004). No processo 0000202-59.2005.8.19.0078 que a empresa Cone Construção e Engenharia Ltda moveu contra o SESC e o Município de Armação dos Búzios, tomamos conhecimento que a obra orçada em R$ 332.147,58 foi paralisada em 26/11/2002, por ter ficado pendente o pagamento de R$ 15.921,73. Em 18/09/2009, a Justiça de Búzios condenou o município a efetuar o pagamento desse valor à empresa, acrescido de juros e correção monetária.  

Abandonada por tanto tempo, a estrutura de madeira da obra corria o risco de desmoronar. Felizmente o desmoronamento não aconteceu. Mas como "não havia vigia", grande quantidade de madeira da obra foi roubada (JPH, 16/09/2008). 

A promessa do Prefeito Mirinho de retomar a obra no ano de 2004, com recursos próprios previstos no orçamento, não foi cumprida. O secretário de Obras, à época, Sr. Manoel Gomes, justificou que a obra não foi concluída devido à "dificuldade de encontrar a madeira especificada no projeto: colunas de cedro angelim" (JAB, 16/01/2004).

No início de 2008, o governo Toninho anunciava, em informe publicitário, entre "as obras que vem por aí", a construção da Casa do Artesão e a pavimentação do seu entorno (JPH, 10/05/2008). Não se sabe por quais motivos a obra passou a ser associada a outras em seu entorno. Mas se sabe muito bem que a obra ficou paralisada durante os quatro anos da administração Toninho. Por pendências fiscais, segundo membros do novo governo Mirinho (2009-2012). 

Segundo Boletim da ONG Ativa Búzios, de dezembro de 2010, no último governo Mirinho, a obra não só ficou associada a outras em seu entorno como a dois Ministérios. Para a ONG "Dois Ministérios e inúmeros Mistérios". Os recursos do Ministério do Trabalho/FAT somariam R$ 450.000,00 e se destinariam à construção propriamente dita do Mercado (meta 1). Os recursos do Ministério do Turismo, de R$ 2.493.750,00, com contrapartida de R$ 75.000,00 da Prefeitura, teriam por objeto a "conclusão de obras civis referentes à terraplanagem, drenagem, pavimentação e paisagismo de todo entorno do Mercado do Artesão" (meta 2).

Mesmo que o secretário de Obras, Wilmar Mureb, tenha afirmado que o dinheiro destinado à construção do Mercado já estivesse depositado na conta da Prefeitura, quase nada foi feito, e nova paralisação é constatada pela Caixa Econômica Federal em 15/09/2010. 

O novo governo André (2013-2016) que recebeu a herança maldita, retoma as obras. Logo depois, nova paralisação ocorre. A terceira. Fala-se novamente em remodelação da Estrada da Usina, o tal "entorno", e na conclusão da obra em 6 meses. Depois de 12 anos de "obras" até mesmo a destinação do mercado está sendo alterada. Também pudera, não consultaram os principais interessados- os artesãos- quanto ao local escolhido. Com mais de 500 m² de área construída, o espaço, que seria originalmente destinado aos artesãos, será transformado em um local para a realização de diversos projetos, como exposições, mostras e vernissages (blog da renata Cristiane, 11/07/2013) para artistas em geral. 

Decorridos 12 anos e gastos de mais de 1 milhão e meio de reais só na obra do Mercado, os trabalhadores de Búzios continuam sofrendo com a falta de Políticas Públicas de Trabalho e Renda. O Mercado do Artesão ou dos Artistas, tanto importa,  assim como o Mercado do Produtor Rural, o Entreposto Pesqueiro e o Hotel-Escola, são fundamentais para a melhoria das condições de vida de imenso contingente de trabalhadores buzianos. Equipamentos públicos prometidos em campanha, não só pelo atual prefeito, mas também pelos anteriores.   


domingo, 22 de setembro de 2013

Já temos um balcão público de empregos

Contracapa do BO 561, de 19 de setembro de 2013

Coisa simples. Fácil de fazer. Há anos peço a criação de um Balcão Público de Emprego. Nenhum prefeito dava a menor importância. A Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda poderia criar uma seção em que os trabalhadores- a outra ponta da relação de emprego- oferecessem sua força de trabalho. A experiência do CAT - Centro de Apoio ao Trabalhador não pode ser desprezada. São anos operando como um balcão de empregos, preenchendo a omissão do Poder Público. Deve possuir um bom cadastro dos trabalhadores buzianos.  

Parabenizo a Secretária Claudia Carrilho e, consequentemente o governo municipal, pela iniciativa.



 

sábado, 4 de maio de 2013

Discurso da Secretária de Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda de Búzios nos "Cem dias de governo"




CLAUDIA CARRILHO
"É natural da cidade do Rio de Janeiro, e residente em Búzios há 16 anos. Casada há 25 anos com o empresário João Carrilho, e morando no bairro da Rasa, Claudia é um exemplo de prestadora de serviços comunitários no balneário. Iniciou seus trabalhos sociais através dos seus funcionários, construindo um espaço onde ofereceu condições técnicas e recreativas não só para eles, mas para todas as famílias, focando sempre no bem estar das pessoas. Estendeu esta iniciativa para todo o bairro da Rasa, estendendo ao maior número de pessoas possível práticas esportivas, atendimento médico, farmácia, estudo, dentre outros serviços sociais. Claudia também promoveu vários eventos com o intuito de arrecadar alimentos para as instituições sociais de Armação dos Búzios. Claudia Carrilho recebeu o título de Cidadã Buziana em 2009, como reconhecimento pela sua luta e seu trabalho para o bem do povo da cidade".

Fonte: blog renatacristiane


Segundo relato da secretária Claudia, a secretaria praticamente inexistia no governo anterior sob o comando da primeira dama Cristina Braga: 

-orçamento anterior incompatível com as proposições da assistência social.
-inexistência de um plano de ação de assistência social.
-ausência de ordenamento de benefícios eventuais, tais como natalidade, auxílio funeral, proteção básica especial, etc.
-não havia nenhuma política pública pras mulheres, idosos e crianças.
-Nenhuma prestação de contas foi deixada em arquivo. Não existe nenhuma documentação do Programa ProJovem na secretaria. 
-O CREAS (Centro de Referência Especial de Assistência Social) funcionava de forma irregular.
-Todos os CRAS estavam abandonados, sem material de trabalho. Por isso, "todos os professores ficavam lá parados".
-No CRAS da Rasa todas as máquinas industriais estavam quebradas. Por causa de R$ 4.000,00 (pro conserto) muitas mulheres da Rasa deixaram de aprender um ofício.  
-Não existia Coordenadoria da Criança e do Adolescente e das Mulheres.
-O Conselho Tutelar funcionava sem estrutura adequada.
-A secretaria perdeu mais de 3 milhões em recursos estaduais e federais. 
-O Fundo da Criança e do Adolescente não tinha CNPJ.

ProJovem em Búzios:

Claudia Carrilho disse que o Projovem em Búzios é "um escândalo. É uma coisa terrível o que aconteceu...Existe um inquérito sobre o Projovem para apurar irregularidades". 

Meu comentário:

Indícios de irregularidades todo mundo sabia que existia. Que inquérito é esse? É interno, da prefeitura? Do TCE? Ou da Justiça?

Outra coisa: a secretaria é só de assistencialismo ou também é responsável por programas de Trabalho e Renda, com T e R maiúsculos. Digo isso, porque o trabalhador buziano já está de saco cheio de cursinhos de curta duração que não qualificam ninguém! Quem é o responsável, neste governo, pela construção do Hotel Escola, Mercado do Artesão, Mercado do Produtor Rural e o Entreposto Pesqueiro? E pela  elaboração das políticas públicas de trabalho e renda correspondentes para os trabalhadores do comércio, hotelaria, artesãos, produtores rurais e pescadores? Pelo visto não é a sua secretaria, Senhora Claudia Carrilho?     

Observação: os grifos em vermelho são meus.

Comentário no Facebook:


  • Jose Figueiredo Sena Sena Luiz Carlos Gomes, hoje dia 04/05/2013 ( sábado ) as aulas de Projeto de Tubulação e Estrutura de Plataformas e Refinarias da Petobrás começou lá no Oliveira Botas e com bastante alunos , vamos tentar mais uma vez dar uma qualificação profissional na medida do possível né .( Obs: sem muita propaganda da um pulinho lá sábado pra tu ver ) e vamos que vamos porque tem novas eleições à caminho e o mundo gira .tá.
  • Jose Figueiredo Sena Sena Luiz Carlos Gomes, eu pessoalmente gosto muito da família Garrilho , agora que Claudia Garrilho esta em uma Secretária muito complicada isso eu não tenho a menor dúvida , porque a Secretária Claudia Garrilho vai sempre trabalhar sempre no limite de aj...Ver mais
  • Claudia Carrilho Senhor Luiz sou uma pessoa que olho para frente e sempre com o foco de fazer o melhor pelo próximo, tenho muito respeito pela secretaria anterior e NUNCA mencionei o nome dela, faço o meu trabalho da melhor forma possível sem olhar para o que o vizinho está fazendo ,na nossa secretaria o lema é "Foco no objetivo maior".


Meu comentário:

Realmente, a senhora em nenhum momento citou o nome da ex-secretária Cristina Braga. Quem a citou fui eu. Por pura necessidade jornalística. A senhora também não respondeu às minhas indagações quanto ao "escândalo" (o termo é seu) do Projovem e as políticas públicas de trabalho e renda.

Grande abraço, e obrigado por ler o blog.


Claudia Carrilho Por favor não me marque mais em seus comentários destrutivos, porque critica destrutiva qualquer um faz! Quando tiver projetos para sugerir estarei lhe recebendo com o maior carinho em nossa secretaria. O nosso objetivo maior é fazer o melhor pela nossa cidade é um desejo de todos os secretários e do nosso prefeito Doutor André. Aproveito para lhe convidar para o sábado da família que irá acontecer dia 11 de maio de 9hs as 15hs NO INEF no bairro da Rasa.


Meu comentário 2:

Perguntar o que foi feito para punir os responsáveis pelo "escândalo" do Projovem é destrutivo? Sobre "projetos" (ideias) apresentei quatro: Hotel Escola, Mercado do Produtor Rural, Mercado do Artesão e Entreposto Pesqueiro. Apresentei não, relembrei. Todos constam do programa de governo do Dr. André. Perguntei sobre eles e as políticas públicas correspondentes. Há algum mal nisso?



Edson Ramos comentou a postagem de seu blog
Bons questionamentos, Professor Luiz, afinal jogar a culpa no(a) antecessora é mais fácil. Acho que a hora é de uma forma geral, fazerem a diferença sem olhar para o retrovisor. obs. Não assisti o vídeo acima.




  • Luiz Carlos Gomes Perguntar o que foi feito para punir os responsáveis pelo "escândalo" do Projovem é destrutivo? Sobre "projetos" (ideias) apresentei quatro: Hotel Escola, Mercado do Produtor Rural, Mercado do Artesão e Entreposto Pesqueiro. Apresentei não, relembrei. Todos constam do programa de governo do Dr. André. Perguntei sobre eles e as políticas públicas correspondentes. Há algum mal nisso?
  • Eduardo Moulin A Realidade do meu cargo Motorista

    Total de vagas no edital 49 vagas sendo 5 especiais que não houve pretendentes com isto retornamos as 49 Vagas

    31 foram chamados sendo desclassificados que são em colocação
    ...Ver mais
    há 20 horas · Curtir · 1
  • Keyla Sant Ana Leite Eu queria saber na vdd, o descaso com a saúde, até agora nao entendi o descaso!!! Como podem interromper um contrato com uma clínica especialista em olhos sem fazer contrato com outra, será que ignorantemente pensam q os pacientes se curaram automaticamente?! Arrotar " bondade" sem praticar é mole!!! Nem responder a minha pergunta, responde. Ignora... 
    há 4 horas via celular · Curtir · 1
  • Jose Figueiredo Sena Sena Ou Secretária Claudia Garrilho, vamos acabar com este quiprocó para voltar para o status quo , eu tenho a plena certeza que o Luiz Carlos Gomes, " NÃO" vai escrever lá no " BLOG " que o Governo do Prefeito André tem que dar errado, vai dar errado, esta...Ver mais
    há 3 horas · Curtir · 1
  • Luiz Carlos Gomes Valeu grande professor. E' por aí mesmo. A secreta'ria Claudia Carrilho pode ficar tranquila que eu não "marco"ninguém no facebook, porque detesto que me marquem. O que deve ter acontecido e' que ao linkar meu post do blogger para o face este a marcou não eu.
  • Jose Figueiredo Sena Sena Luiz Carlos Gomes, isso não é critica , é somente pequetito comentário né. Todo ano quado vai começar o nosso humilde curso de Projeto de Tubulação/Estrutura de Plataformas eu sempre vou na Escola Municipal aqui em Búzios onde tem o ensino Médio e faço o convite aos alunos e alunas na sala de aula ( mesmo sabendo que não vai aparecer nenhum aluno , porque me parece que eles estão naquela fase de " MODELO/MANEQUIM " vai fazer o ok né. ) a minha maior surpresa é que no Governo Mirinho , eu chegava e convidava os alunos na sala de aula é simples , muito simples ( 10 minutos ) , agora mudou tem que comunicar a Secretária de Educação, ai eu pensei vamos que vamos não da é pra ficar " ENXUGANDO GELO ", e assim caminha a humanidade .




sábado, 5 de janeiro de 2013

Para ler, guardar e cobrar do prefeito Miguel Jeovani em outubro de 2016

Prefeito Miguel Jeovani, foto TSE
Senhor Miguel Jeovani, não o conheço. Tenho um blog em Búzios. Gosto muito de navegar pesquisando dados dos municípios da Região dos Lagos. Aproveito para parabenizá-lo pela brilhante vitória nas eleições de outubro. Não deve ter sido fácil obter 33.010 votos (49,65% dos votos válidos) disputando contra a máquina municipal e estadual! Todos torcemos para que faça um bom governo, cumprindo todas as promessas que fez nos palanques. O senhor deve saber que um bom governo não se faz só com obras. Claro que elas são necessárias e precisam ser feitas. Ainda mais se servirem como instrumentos para a melhoria das condições de vida da população. Afinal, esta é a razão de ser de toda Administração Pública. Afinal, ela existiria para que outro motivo?  Todos sabemos que este objetivo maior só se consegue com educação de qualidade, um sistema de saúde eficiente  e geração de trabalho e renda. Talvez o senhor não tenha conhecimento das reais condições de vida do povo trabalhador de Araruama. Poucos prefeitos se interessam em obtê-lo. O que já é sinal de que não estão nem um pouco preocupados em mudar essa realidade em benefício da população trabalhadora do município. Em sua maioria, estão preocupados mesmo em se dar bem juntamente com seus familiares e aliados políticos. Essa é a regra, com raríssimas exceções. Como não sou morador de sua linda cidade torço para que alguém leia este post e o guarde para que nas próximas eleições possa ter dados para avaliar se o seu governo trouxe melhoras ou não para a maioria da população araruemense.

O PIB de Araruama em 2010, segundo o IBGE, era de 1,2 bilhões de reais (33º PIB do estado do Rio de Janeiro). Não é muita coisa pelo tamanho do município e número de moradores. Mas está um pouco acima da média do estado. A renda per capita de R$ 11.290,91 (45ª do estado) também fica próxima da média. Em 2010, suas receitas orçamentárias foram de 155 milhões de reais (R$ 1.384,63 per capita). Foi a 29ª receita entre todos os municípios do estado.

A Educação do município vive sendo reprovada nas provas do MEC. Em 2011, mais uma vez foi reprovada. Nos anos iniciais (1ª a 5ª) do ensino fundamental, obteve nota 4,5 no IDEB (54º lugar no estado). Nos anos finais (6ª a 9ª), nota 3,9. Nos dois segmentos ficou abaixo da meta estabelecida com o MEC.   

Quanto ao analfabetismo houve uma melhora na última década, passando de 12,30%, em 2000, para 7,40%, em 2010. Isso significa dizer que 6.419 pessoas de 15 anos ou mais de idade ainda não sabem ler e escrever no município.  

As creches só atendem a 1.697 crianças (23,3%) de um universo de 7.260 crianças de 0 a 4 anos de idade. O que é uma crueldade para um município em que 38% (13.855) dos lares têm mulheres como responsáveis ou cabeça de casal. Onde deixar as crianças para poder trabalhar? 

A Saúde do município, como a Educação, também foi reprovada. Obteve nota 4,37 no IDSUS. Seu melhor desempenho, com índice 10, se dá pela "proporção de internações sensíveis a atenção básica (ISAB)",  redução da "taxa de incidência de sífilis congênita" e  pelo aumento da "cobertura com a vacina tetravalente em menores de 1 ano". O pior desempenho, com índice 0, em "média ação coletiva escovação dentária supervisionada", "proporção de internações e procedimentos ambulatoriais de média e alta complexidade realizada para não residentes". 

Segundo o Índice Firjan de desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2010, o município teve desenvolvimento moderado, tanto na Saúde quanto na Educação, obtendo, no geral, índice 0,7138. 

A população economicamente ativa (PEA) de Araruama era de 51.420 pessoas em 2010. Destas, 45.795 estavam ocupadas. O que dá uma taxa de desemprego de 10,96% bem maior que a nacional, em torno de 6%. Entre as pessoas ocupadas, 11.334 não tinham carteira assinada e 11.567 trabalhavam por conta própria. A precarização das relações de trabalho ao longo da década 2000-2010 aumentou. O município tinha, em 2000, 21% dos trabalhadores ocupados sem carteira assinada. Em 2010, eram 24%. A classe trabalhadora de Araruama não teve só esse prejuízo. O salário médio mensal que correspondia, em 2006, a 2,0 salários mínimos, hoje só vale 1,9.

Essa piora- em vez de melhora- das condições de vida dos trabalhadores é que nos leva a afirmar, como o movimento "occupywallst" (OWS),  que todos os prefeitos que já tivemos até hoje nos municípios da Região dos Lagos governaram para 1% da população. Em Araruama, os grandes beneficiários das administrações municipais foram os 1.131 (1,00% da população) empregadores, ou, o que dá no mesmo, as 60 pessoas que têm rendimento mensal de mais de 30 salários mínimos (SM), mais as 405 que têm rendimento de mais de 20 (SM). O senhor, prefeito, com certeza, está incluído neste grupo!

Como resultado dessas administrações para o seleto "grupo do 1%" temos que mais da metade (53,3%) da população de Araruama têm rendimento nominal mensal até 1 salário mínimo.  Quantia que o senhor deve gastar em um simples jantar, não? Como resultado dessas administrações, 227 crianças, com idade entre 10 e 13 anos, perdem sua infância para o trabalho infantil. E o absurdo dos absurdos,  69 crianças com menos de 14 anos são responsáveis por lares em Araruama. Dá para o senhor imaginar o que elas fazem pra manter o lar?

Miséria pouca é bobagem nessas "gestões municipais"! Elas são verdadeiras fábricas de miseráveis.  Dois mil e cento e quarenta e sete (5,9%)   domicílios têm rendimento nominal mensal per capita até 1/4 do salário mínimo. O IBGE considera "miseráveis" essas pessoas que moram nesses domicílios. Somados aos pobres, os 7.396 (20,61% dos Domicílios Particulares Permanentes- DPPs) com rendimento até 1/2 SM, temos 26,51% pobres em Araruama. Ao longo da década de 2000-2010, a pobreza em vez de diminuir, aumentou. Em 2000, Araruama tinha 22,7% de seus moradores considerados pobres. 

O Programa Bolsa Família (junho de 2011)- do Governo Federal- só vem confirmar isso. Ele atende 7.979 famílias (24.814 pessoas) no município, o que corresponde a 22,15% da população. Araruama tem a maior porcentagem de pobres entre os municípios da Região dos Lagos.

Para concluir, seguem alguns dados para que fiquem registrados e possam ser cobrados em 2016:

Total de Domicílios Particulares Permanentes (DPPs) ocupados:  35.872.
População: 112.008 pessoas.

Araruama tem 1.266 lares sem abastecimento de água, representando 3,5% dos domicílios. 
7.676 DPPs sem arborização alguma no entorno.
23.212 DPPs (72.774 pessoas) sem bueiros/boca de lobo.
21.636 DPPs sem calçada. 
14.796 DPPs (46.090 moradores) sem identificação de logradouro. 
31.576 casas sem numeração.
3.273 DPPs (14.362 moradores) sem iluminação pública.
4.485 casas (14.209 moradores) com esgoto a céu aberto.
25 favelas onde moram 20.263 (18,09% da população) pessoas em 6.104 DPPs. 
5.725 DPPs de alvenaria sem revestimento externo.
2.719 DPPs (8.259 moradores) com lixo acumulado nos logradouros.
24.042 DPPs sem meio-fio guia no entorno. 
23.733 DPPs (74.455 moradores) sem pavimentação nas ruas.
30.728 DPPs sem rampa para cadeirantes no entorno.
29.518 (82,43%) dos DPPs não estão ligados à rede geral de esgoto.
73,6% dos DPPs não contam com computador com acesso à Internet.
2.283 DPPs não têm coleta de lixo.
454 DPPs não têm banheiro.

Fonte:

http://portal.mte.gov.br/caged/ 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Governo Mirinho é um desastre para os trabalhadores de Búzios

Foto Wikipédia

Para analisar as condições de vida, emprego e renda dos trabalhadores de Armação dos Búzios resolvi compará-las com as de Rio das Ostras, município vizinho. As duas cidades têm receita per capita praticamente iguais. Atentem que não estou falando em renda per capita mas em  receita per capita! Ela é obtida dividindo-se o orçamento anual pelo número de moradores. Considerando-se os dados populacionais do Censo de 2010 do IBGE Armação dos Búzios tem uma população de 27.560 pessoas e Rio das Ostras, 105.676. Como os orçamentos deste ano são de 172 e 641 milhões de reais, respectivamente, obtemos a receita per capita de R$ 6.240 para Búzios e de R$ 6.065 pra Rio das Ostras. Praticamente iguais. Já os mercados de trabalho são completamente diferentes.

De janeiro a julho deste ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (M.T.E.), o mercado de trabalho do município admitiu 2.221 trabalhadores e demitiu 2.828, resultando um saldo negativo de 607 desempregados. No mesmo período, Rio das Ostras, teve um saldo positivo de 955 empregados, resultado da diferença entre 6.649 admitidos e 5.694 desligados. Mais importante, levando-se em consideração que ambas as cidades são eminentemente turísticas, o setor que mais contribuiu para o saldo negativo de Búzios foi o de serviços: 348. Rio das Ostras, pelo contrário, contratou mais 267 trabalhadores do que demitiu neste setor.

Outro problema do mercado de trabalho de Búzios é o alto índice de informalidade. Enquanto Rio das Ostras tem o menor índice de trabalhadores empregados sem carteira de trabalho em relação ao total de empregados,  25,6%,  Búzios tem 37,2%, muito próximo do índice da pobre Iguaba Grande com 37,9%.

A distância entre as condições de vida dos trabalhadores buzianos e riostrenses  fica ainda mais  clara quando comparamos a remuneração salarial média por setor. Os dados são de 31/12/2010 (M.T.E.) :

Indústria de transformação – salário médio de R$ 2.274,00 em Rio das Ostras (RO). Salário médio de R$ 695,90 em Armação dos Búzios (AB).
Construção civil – R$ 1.495,00 (RO) – R$ 862,98 (AB)
Comércio – R$ 961,00 (RO) – R$ 785,79 (AB)
Serviços – R$ 2.056,00 (RO) – R$ 901,38 (AB)
Agropecuária e pesca – 767,00 (RO) – 698,10 (AB)

O único setor em que Búzios ganha de Rio das Ostras, como não poderia deixar de ser, é na Administração Pública, R$ 1.931,84 contra R$ 1.558,00 de Rio das Ostras. Neste setor estão os parentes, amigos, filhos dos amigos, cabos eleitorais, indicados pelos vereadores da base de sustentação na Câmara, revelando que os frutos da Administração Mirinho Braga não chegam à mesa do trabalhador buziano. Só a sua curriola se dá bem com seu governo.

 Em compensação, a criação da Zona Especial de Negócios (ZEN) em Rio das Ostras- Mirinho prometeu, mas não cumpriu, construir uma pequena ZEN em Búzios em 1996-  fez com que o salário médio dos trabalhadores do setor "Extrativa Mineral" chegasse a R$ 4.711,00.


Comentários:

  1. Muito boa matéria Luiz. Eu moro em Búzios e trabalho em Rio das Ostras. Sou funcionário público concursado. Só gostaria de acrescentar uma informação, os salários dos funcionários concursados em Rio das Ostras é bem superior ao de Búzios. O dado que vc citou é válido para os cargos comissionados. Um exemplo: Agente Administrativo em Búzios ganha +- R$800,00, em Rio das Ostras R$ 1080,00 + R$ 240,00(auxílio transporte) + R$ 240,00(auxílio alimentação) + plano de saúde da UNIMED + uma série de benefícios que se quiser te passo depois. Não dá pra comparar, Búzios está em crise, não sei mais quanto tempo nossa cidade vai aguentar tantos abusos e desmandos na administração pública.

    Meu comentário:
Beto, você tem razão quanto ao salário dos concursados. Mas o MTE fala em salário médio. Como tem comissionado a botar pelo ladrão, a média aumenta. Quero sim que você me mande o que tiver, principalmente da carreira do magistério. É possível?
Obrigado pelo elogio e
por visitar o blog
Grande abraço,
Luiz

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Doze razões para NÃO votar em Mirinho: mentira 2



Promessas de 2008

Trabalho e Renda

2) "Criar um Banco de Empregos, com o objetivo de viabilizar, junto à iniciativa privada, empregos para o cidadão".

"Revitalizar o Espaço do Artesão, onde, além de comprar o artesanato, o visitante poderá observar o artesão fazendo suas peças, integrado com a Feira de Arte e o Espaço Literário Antônio Câmara, onde haverá a compra, venda e troca de livros usados e espaços para o lançamento de novas obras literárias e seus autores".

É mentira!

Promessas de 1996

"Búzios verá a formação de um Mini-distrito industrial não poluente, que vai abrigar indústrias nas áreas de artesanato, doceria, confecções, calçados, papelaria e muitos outros, gerando novos empregos e o fortalecimento da economia local. O setor de hotelaria será reestudado, de forma a colocar o povo de Búzios para trabalhar preferencialmente nas vagas que hoje são ocupadas por pessoas de fora".

"Construção do Mercado Municipal".

 É mentira! 

Promessas de 2000

"Fortalecimento da agricultura"

"Apoio à instalação de indústrias não poluentes".

"Estimulo e apoio à Criação de Cooperativas de Produção"

É mentira!

Mirinho mentiu em 1996! Mentiu em 2000! Mentiu em 2008!

VOCÊ VAI VOTAR EM UMA PESSOA QUE NÃO CUMPRE O QUE PROMETE?

Ver:

http://www.ipbuzios.blogspot.com.br/2012/07/doze-razoes-para-nao-votar-em-mirinho.html
http://www.ipbuzios.blogspot.com.br/2012/07/doze-razoes-para-nao-votar-em-mirinho_4370.html
http://www.ipbuzios.blogspot.com.br/2012/07/doze-razoes-para-nao-votar-em-mirinho_8083.html
http://www.ipbuzios.blogspot.com.br/2012/07/doze-razoes-para-nao-votar-em-mirinho_31.html


Comentário no Facebook:

Maria Do Horto Moriconi

"São tantas mentiras... são tantas promessas não cumpridas... isso parece música de dor de cotovelo... ele apenas cumpriu agendas obrigatórias.. nunca pensou nem por um minuto em fazer qualquer coisa que disse ou que "colocaram" nas propagandas... É um teatro que ele cumpre para alguem que gosta de controlar e é expert em corrupção.... o modelo é igual em todos os locais... viu aquele filme com a gang reunida no lançamento do PECS? Estão juntinhos e super se apoiando... Só há uma esperança, a de sempore, um cai..todos caem... esperar..esperar...vigiar.​..esperar..vigiar.."

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pobreza de espírito na internet assusta leitores e eleitores

Esforcei-me para entender a origem da expressão “falsos burgueses”, utilizada pelo atual prefeito, em recente entrevista, que circula na internet. Sinceramente não consegui. Mirinho acusa de “falsos burgueses” àqueles que questionam a liberação de quantidade assustadora de barracas, na Orla Bardot, para a venda de mercadorias, como cangas, óculos, chapéus, biquínis, entre outros produtos. Considerando que não existe “falsa burguesia” (ou se é ou não burguês), não se pode esquecer que a burguesia é parte da população brasileira, assim como os operários e demais segmentos. Somente no Brasil, governantes, que não respeitam cidadãos, desqualificam os que questionam seus atos, tentando igualar os questionadores a uma classe social que, historicamente, não tem afinidade com as causas populares, ou seja, os burgueses. O populismo impera, nessas horas, porque povo brasileiro NÃO é sinônimo de camada social abaixo da linha de pobreza. A pobreza dessa visão é que assusta a todos.
Diz o Prefeito o seguinte: “A falsa burguesia quer acabar e eu não vou piorar a situação de vida dessa gente colocando um chefe de família ou uma mulher ao relento. O que temos que fazer é organizar e padronizar. Mas não há pressão que me faça tirar daquelas famílias buzianas o seu sustento.” 

Por que a Prefeitura ainda não concluiu o Mercado do Artesão??

O prefeito Mirinho Braga tem o dever de realizar atos grandiosos em prol da família buziana, para que ela tenha seu sustento. Mas, como todo governante, está pressionado a fazê-lo, respeitando a legislação do Município que governa. Liberar aquela quantidade de barracas na Orla Bardot ultrapassa o desejo de seu magnânimo coração. A filantropia cabe à pessoa, Mirinho Braga. Já a administração pública está para o Prefeito. Dessa forma, o Prefeito tem o dever e a obrigação de respeitar o Código de Posturas de seu Município, que proíbe a ocupação de calçadas, bem como, o Plano Diretor que rege as leis urbanísticas de seu Município, que prioriza o pedestre. Além disso, o prefeito Mirinho Braga tem que governar de acordo com a legislação de trânsito, que também proíbe ocupação de calçadas. Contudo, não é isso que temos visto, em Búzios. Do pobre ao rico, ou seja, o burguês, a Prefeitura é omissa, em relação à ocupação de calçadas, e temos assistido a ocupações inaceitáveis. É a própria Prefeitura, em boa parte dos casos, que ocupa calçadas, quando libera comércio, a parada da Autoviação 1001, em cima de uma calçada, além de transformar calçadas em estacionamento, tudo em benefício do bolso de particulares.

Não é o burguês que quer ou deixa de querer. É a lei que manda

Portanto, enquanto Prefeito, o Sr. Mirinho Braga não pode, pela legislação de seu Município, liberar aquela quantidade de barracas, na orla Bardot. Não é o burguês que quer, são as leis que mandam. Mas, enquanto Prefeito, tem a obrigação de investir em ações que garantirão o sustento das famílias de Búzios, como quer seu magnânimo coração. Aliás, já deveria ter feito isso, desde o início de seu governo, simplesmente, cumprindo suas promessas de campanha, tais como: fazer funcionar a Zona de Negócios Ecológicos, reduzindo o ISS, para atrair empresas não poluidoras, para a cidade, bem como incentivando a criação de cooperativas; poderia destinar algumas áreas de Búzios a campus universitários, cujas graduações tivessem a ver com o patrimônio natural da cidade, como geologia, entre outras; investir recursos nas áreas que foram, recentemente, transformadas em parques estaduais, abrindo uma frente enorme de empregos sustentáveis; rever os contratos de coleta de lixo, investindo na coleta seletiva; construir mais creches; construir a escola de hotelaria, e, principalmente, CONCLUIR A OBRA DA CASA DO ARTESÃO.

Há tempos que temos sentido por este Prefeito que aí está o mesmo que sentíamos pelo anterior: a mais viva repulsa. Dando continuidade às asneiras, a história de que foi a oposição que rasgou e espalhou lixo pela cidade, no Réveillon, para desmoralizá-lo. Poupe-nos, pobre, homem, de sua desonra!!!

Cristina Pimentel

  Comentários:

FlorJan 13, 2012 08:29 AM
Já postaram notícia de que recomeçaram as obras do mercado do artesão... deve estar pronto em uma semana...alguém vai pagar esta conta...