Mexilhao fêmea (acima) e macho (abaixo) |
A empresa hispano-brasileira
Mexilhões Sudeste do Brasil – MSB – especializada na produção
e venda de moluscos bivalves (mexilhões e vieiras) está em
negociações com a prefeitura de Cabo Frio para a implantação de
uma fazenda de maricultura para o cultivo de mexilhões no canto
esquerdo da Praia do Peró. O projeto já tem licenciamento ambiental
do Inea e está em fase de final de tratativas com a Prefeitura de
Cabo Frio e a Marinha do Brasil.
Junto com a MSB, a fazenda trará
para a região a MSB Inovação Ambiental, braço do grupo que trata
do desenvolvimento, importação e representação comercial
exclusiva no Brasil de tecnologias relacionadas com a aquicultura,
sustentabilidade, energia renovável, monitorização marinha e
processo de resíduos. Sua instalação na região implica na
criação total de um novo setor estratégico na economia brasileira,
com a oportunidade de converter o
Brasil em uma referência mundial na aquicultura ecológica,
exportando a plataforma a outras áreas costeiras e outros tipos de
espécies.
Segundo o coordenador de Meio
Ambiente da Secretaria de Desenvolvimento, Mario Flavio Moreira,
finalmente chegou-se a uma situação em que todos foram ouvidos.
“Anteriormente, a intenção da empresa seria instalar a fazenda na
região da Praia do Foguete, mas era complicado por se tratar de zona
de transição de pescados e ficar ao lado da reserva extrativista de
Arraial do Cabo. O Inea avaliou muito bem a questão dos impactos
ambientais e não tivemos resistência por parte das colônias de
pesca que atuam no local. O projeto é muito bem estruturado e pode
alavancar a geração de empregos, com a capacitação de moradores
locais tanto para o manejo quanto para o beneficiamento dos
mexilhões”, afirmou.
A previsão da MSB é que sejam
criados 500 empregos diretos e outros 1.500 indiretos, além do
impacto direto sobre a economia local e fomento da indústria de
turismo, com a formação de recursos humanos necessários para a
implementação do plano tanto a nível técnico/universitário como
em nível de operacional, com convênios com universidades e escolas.
A empresa intenciona a criação
de um selo, o “Mexilhão de Cabo Frio”, que certificará o
mexilhão produzido, processado e elaborado em Cabo Frio com os
controles de qualidade total mencionados, regulada na legislação
brasileira sobre Denominações de Origem Protegida (DOP), e que
permite ao consumidor identificar instantaneamente um produto seguro
e de alta qualidade
Ciclo de produção
O ciclo inicia-se com a seleção
de sementes tanto de produtores locais como da própria empresa, onde
se incubam as larvas até que estão em condições de ser
encordoadas no mar. O mexilhão adere-se a cordas “long-line” –
uma rede de cordas de cultivo lastradas por blocos de concreto (2m x
2m x 1,5 m) e dispostas em um total de 36 “polígonos”.
A partir desse momento, o
mexilhão cresce por vias totalmente naturais – alimentando-se dos
nutrientes trazidos pelas correntes de ressurgência sem nenhum tipo
de aditivo. Quando atinge a idade comercial, os polígonos são
colhidos e (crucialmente para a segurança alimentar) procede-se a
depuração o mexilhão com água do mar, graças a suas próprias
propriedades filtrantes. O mexilhão é, então, embalado e expedido
para que chegue fresco (vivo) ao destino em ótimas condições de
consumo. A MSB aguarda apenas as últimas licenças para iniciar a
implantação da fazenda.
Fonte: "Prefeitura de Cabo Frio"
Segundo o "Jornal folha dos Lagos" o anúncio do projeto pegou de surpresa moradores do Peró e participantes de grupos ambientais. A empresária Marta Rocha, por exemplo, acredita que o projeto deveria ter sido explicado antes aos moradores.
Praia do Peró, foto Ernesto galioto |
Segundo o "Jornal folha dos Lagos" o anúncio do projeto pegou de surpresa moradores do Peró e participantes de grupos ambientais. A empresária Marta Rocha, por exemplo, acredita que o projeto deveria ter sido explicado antes aos moradores.
– Existe
certa preocupação porque ainda não temos garantias de como será o
impacto ambiental. Acho que a primeira coisa a ser avaliada é que
tipo de impacto será gerado na praia. O Peró é um bairro carente
de estrutura e estamos vendo muitos projetos sendo anunciados sem que
as melhorias prometidas para o bairro sejam feitas. Com certeza vamos
buscar especialistas para avaliar melhor esse impacto – disse ela.
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