“A questão
de ideologia de gênero foi usada por conservadores para impedir a
questão do "respeito à identidade de gênero" e que NUNCA
houve essa inclusão nem pelo MEC nem pelos movimentos feministas e
LGBTs do Brasil. O movimento luta pelo respeito a identidade de
gênero a fim de diminuir a evasão escolar e nunca pautou sobre
ideologia de gênero.
A vereadora
precisa entender que "a escola é um espaço não só para
ensinar letras e números, mas também para promover cidadania; e,
nesse sentido, deve ser espaço democrático e inclusivo, onde
estudantes aprenderão que é possível o convívio com a diferença
longe da violência e opressão. Uma escola que promova a igualdade
de gênero não é uma escola que ensina crianças e adolescentes a
serem gays ou que ensinam sexo de maneira inapropriada para as
diferentes faixas etárias. É espaço pedagógico no qual se aprende
que sexo é muito mais que natureza ou biologia, é também regime
político da vida. Por isso acreditamos que a escola é lugar para o
ensino do respeito mútuo. Isso não significa que a escola disputará
com a casa ou a igreja – há valores morais que aprendemos e
ensinamos em nossa vida privada. Mas é principalmente na escola que
convivemos pela primeira vez com os diferentes de nós: as crianças
verão que há diferentes cores, religiões e modos de se apresentar
no mundo. Uma escola que promova igualdade de gênero será também
espaço para todos e todas e, quem sabe em um futuro bonito, terá a
potência de formar uma sociedade livre do ódio, violência ou
perseguição.
Assim, não
nos cansaremos de repetir: escola é instrumento poderoso para o
exercício da cidadania e formação de meninas e meninos. Silenciar
o gênero na escola é reproduzir as desigualdades, é ignorar a
diversidade e a possibilidade de uma vida feliz com nossas próprias
escolhas no campo sexual e reprodutivo. Falar e promover a igualdade
de gênero na escola não é anular as diferenças ou promover
ideologias, mas garantir que qualquer cidadão e cidadã brasileira
viva e apresente-se da forma como quiser. Falar de gênero nas
escolas é garantir que todos e todas sejam respeitados e respeitadas
por suas escolhas, condições e afetos.
Entre a
população LGBT o não acesso à escola e a evasão escolar (ou
melhor, e expulsão da escola!) é uma situação gravíssima porque,
além de sofrerem discriminação e violência nas ruas e muitas
vezes na família, são alvo de violência dentro das escolas.
Mas nós
resistiremos e não nos cansaremos de repeti-lo, pois acreditamos que
o espaço escolar deve promover a igualdade. Se há razão em dizer
que ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher, também diremos que
ninguém nasce homofóbico, transfóbico ou agressor de mulheres."
Luciana
Britos, pesquisadora e psicóloga
Fonte:
"freeedombuzios"
observação: a jornalista Renata Cristiane também publicou em seu site uma resposta dura à vereadora. Ver o post "FISCAL DE GENITÁLIA' em "rc24h".
observação: a jornalista Renata Cristiane também publicou em seu site uma resposta dura à vereadora. Ver o post "FISCAL DE GENITÁLIA' em "rc24h".
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