Depois da derrota do
impeachment na câmara de vereadores confesso que fiquei desanimado
em continuar fazendo política em Búzios. Pensei em sair da
cidade. Viajar. Sair do país, até. Talvez para Portugal- terra dos
meus ancestrais. Cansei de fazer política pensando sempre em medir
os passos possíveis que poderiam ser dados em consonância com o
baixo nível de consciência política da maioria da população de
Búzios.
O impeachment retratava
muito bem essa estratégia. Tirava-se André do cargo- motivos não
faltavam para isso- e colocava-se Henrique Gomes em seu lugar. Apesar
de aparentemente se trocar 6 por ½ dúzia, poderia ser um avanço,
se o G-6, mantido unido, passasse a governar a cidade. Se Henrique
persistisse na velha política buziana, da qual é um grande
representante, o G-6 poderia fazer com ele o mesmo que tentou fazer
com André. O grupo governaria a cidade preparando-a para a transição
da velha para a nova política. Com uma transição bem feita, muito
provavelmente o novo prefeito a ser eleito em 2020 sairia do G-6, ou
alguém apoiado pelo grupo. Um novo prefeito, com uma nova forma de
fazer política, com um novo modelo de gestão, poderia iniciar a
reconstrução da cidade destruída pelos três prefeitos que
tivemos.
Infelizmente dois
vereadores- representantes do que há de pior na política de Búzios-
botaram tudo a perder. Mais uma vez os interesses do povo buziano
foram deixados de lado em prol dos interesses pessoais e mesquinhos
de dois “representantes” do povo. Dane-se que os problemas
fundamentais da cidade continuem se agravando- colocando em risco seu
futuro como destino turístico-, o importante para eles- como sempre
na política buziana- é se dar bem pessoalmente, usar a política
como trampolim para ascenderem socialmente.
Desfeito o sonho do
impeachment, um novo sonho pode ser sonhado: novas eleições em
Búzios. Tudo indica que a decisão unânime do TRE-RJ de cassar a
chapa André-Henrique seja mantida pelo TSE, levando a que se realize
eleição suplementar em Búzios no ano que vem. Se o sonho sonhado
se realizar, o que fazer?
A malograda experiência
do impeachment me fez ver que não dá mais para ser tolerante com a
velha política praticada em Búzios desde a emancipação. Cansei de
praticar o voto útil que venho fazendo desde 2004. Escolhe-se aquele
que se acredita o menos pior para tirar o pior do poder e, no cargo,
o que se considerava o menos pior, se revela pior do que o que se
derrotou. Acredito que, como eu, muitos formadores de opinião de
Búzios, por falta de opção, também tenham quebrado a cara votando
(in)utilmente.
Com essas preliminares,
proponho a criação de um grupo político que reúna todos os
formadores de opinião da cidade, para que possamos encontrar um nome
de consenso como pré-candidato a prefeito de Búzios na próxima
eleição -a suplementar ou a de 2020- a ser realizada no município.
Não dá mais para fazer voto útil votando em um representante da
velha política buziana para derrotar um outro representante da velha
política buziana- o candidato de André. Possivelmente, teremos como
candidato nas próximas eleições, suplementar ou não, Joice ou
Joãozinho como candidato do governo, e pela oposição, Alexandre
Martins, Felipe Lopes e Mirinho. Todos dignos representantes da velha
política buziana que precisa ser combatida com todas as nossas
forças, pois ela está destruindo a passos largos a cidade.
Em breve lançarei dois
grupos no Facebook, um fechado e outro aberto, para discutir soluções
para os problemas fundamentais da cidade (Trabalho e Renda, Saúde,
Educação, Meio Ambiente, Segurança, Mobilidade Urbana,
Regularização Fundiária, Etc). O blog IPBUZIOS estará à
disposição dentro de seu ideário de contribuir para mobilizar,
organizar e conscientizar os moradores de Búzios em prol de uma nova
forma de fazer política em Búzios.
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