sábado, 20 de junho de 2015

A incompetência administrativa impera nos municípios de Região dos Lagos

"O Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado nesta quinta-feira, dia 18, pelo Sistema FIRJAN, revela que 796 cidades brasileiras descumprem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, 2000), que determina o teto de 54% para as despesas com o funcionalismo público. Os piores índices estão no Nordeste, que possui 563 municípios nesta situação. Isso significa que 33,7% das prefeituras da região comprometem mais de 60% da receita corrente líquida com a folha de pagamento...

...O estudo da FIRJAN - que avalia outros indicadores de destino de recursos, além de origem de recursos e disponibilidade de caixa para cobrir as obrigações de curto prazo - aponta ainda que 4.417 prefeituras apresentam situação fiscal difícil ou crítica, apenas 808 possuem boa gestão e 18 têm gestão de excelência. O resultado negativo deve-se ao crescimento dos gastos com pessoal bem acima das receitas, que consumiram parcela significativa dos orçamentos municipais e deixaram pouco espaço para os investimentos. A queda dos investimentos foi generalizada: 3.559 (67,9%) prefeituras investiram menos do que em 2012...


...No estudo, a FIRJAN ressalta que a situação das contas municipais preocupa. A Federação afirma que a dependência das transferências é crônica e o comprometimento com as despesas de pessoal cada vez maior, deixando as prefeituras à mercê da conjuntura econômica e política. Assim, a postergação de despesas via restos a pagar e a redução dos investimentos consolidaram-se como típicas variáveis de ajuste, exatamente como tem ocorrido com os estados e com o governo federal. A FIRJAN acredita que mudar essa dinâmica seja o grande desafio da política fiscal brasileira, sob pena de convivermos com carga tributária e/ou a dívida pública entre as mais altas do mundo. O primeiro passo nesse sentido, segundo a Federação, seria a criação de uma regra para que, ao longo dos anos, as despesas correntes não cresçam acima das receitas".


O IFGF tem uma leitura dos resultados bastante simples: a pontuação varia entre 0 e 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, melhor a gestão fiscal do município no ano em observação.
-Conceito A - Gestão de Excelência: resultados superiores a 0,8 pontos.
-Conceito B - Boa Gestão: resultados compreendidos entre 0,6 e 0,8 pontos.
-Conceito C - Gestão em Dificuldade: resultados compreendidos entre 0,4 e 0,6 pontos.
-Conceito D - Gestão Crítica: resultados inferiores a 0,4 pontos.


Quanto ao indicador "INVESTIMENTO", os municípios da Região dos Lagos apresentaram no período 2006-2013, abrangido pelo estudo da FIRJAN, gestão "crítica" ou "em dificuldade". Poucos são os anos que algum município consegue "boa" gestão. "Gestão excelente" é uma raridade. Ocorreu apenas em dois anos- 2006 e 2007- na gestão de Marquinho em Cabo Frio.


Índice Firjan de Gestão Fiscal, indicador investimentos, no período 2006-20013, de Armação dos Búzios 


Índice Firjan de Gestão Fiscal, indicador investimentos, no período 2006-20013, de Arraial do Cabo 


Índice Firjan de Gestão Fiscal, indicador investimentos, no período 2006-20013, de Araruama 


Índice Firjan de Gestão Fiscal, indicador investimentos, no período 2006-20013, de Cabo Frio 


Índice Firjan de Gestão Fiscal, indicador investimentos, no período 2006-20013, de Iguaba Grande 


Índice Firjan de Gestão Fiscal, indicador investimentos, no período 2006-20013, de São Pedro da Aldeia 

 Publico abaixo o gráfico de Rio das Ostras para mostrar que o rompimento com este modelo de gestão político administrativo incompetente e ineficiente é possível. Para se ter uma ideia da diferença em termos das taxas de investimentos de Armação dos Búzios e Rio das Ostras veja abaixo.

Total de investimentos realizados pelos prefeitos de Armação dos Búzios no período 2006-2013: 51,35% (2006=9,82%; 2007=7,5%; 2008=4,35%; 2009=4,29%; 2010= 7,00%; 2011= 6,96%; 2012=6,43%; 2013=5,00%).

Total de investimentos realizados pelos prefeitos de Rio das Ostras no período 2006-2013:
203,00% (2006=57%; 2007=27%; 2008=17%; 2009=12%; 2010=21%; 2011=20%; 2102=31%; 2013=18%).


Ou seja, enquanto no período de oito anos Rio das Ostras investiu o dobro de sua receita média anual, Armação dos Búzios investiu a metade. Enquanto ficamos parados no tempo sem resolver nenhum problema estrutural da cidade, Rio das Ostras se desenvolve a passos largos melhorando substancialmente a qualidade de vida de seu povo!



Índice Firjan de Gestão Fiscal, indicador investimentos, no período 2006-20013, de Rio das Ostras 
2.983

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