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Vereadora Gladys |
Gladys:
'Podem me chamar de barraqueira'
Vereadora
de Búzios aumenta o tom contra governo de André Granado
Gladys
Costa (PRB) é a única voz feminina da oposição na Câmara de
Vereadores de Búzios. Vereadora de primeiro mandato, assumiu o poder
em estilo ‘cospe fogo’ e profere discursos polêmicos em
quase todas as vezes que sobe à tribuna da casa. Gladys acusa o
prefeito André Granado (PMDB) de governar com cartas marcadas para
beneficiar financiadores de campanha e, no estilo que já é sua
assinatura, ‘joga no ventilador’ todo o tipo de denúncias: de
queima de remédios da Saúde em área de preservação ambiental a
licitações fraudulentas. “Eles podem me chamar de barraqueira. O
povo os chama de “ladrões”.
Folha
dos Lagos – O que já apurou da CPI da Saúde?
Gladys Costa
– A
Comissão apura graves indícios de falsificação de documentos,
conluio e desperdício de dinheiro público. O desmando é
estarrecedor. A saúde agoniza mas o prefeito gasta milhões para
beneficiar amigos e colaboradores de campanha. Uma quadrilha se
instalou na cidade e está enriquecendo às custas do sofrimento do
povo. Não posso e não me calo como vereadora e, principalmente,
como mãe, diante da incompetência e do descaso com que a saúde é
tratada por esse governo covarde e incapaz, que não respeita a vida
do nosso povo, por isso, queima remédios, às escondidas, em área
de preservação ambiental. Um ato covarde e criminoso. Uma prática
reprovável para qualquer homem público, repugnante para um médico.
Folha
dos Lagos – Recebeu algum tipo de ameaça?
Gladys
– Coragem
não é um adjetivo que se pode atribuir aos saqueadores dos cofres
públicos. Não se pode esperar de quem rouba idosos, crianças e
doentes, de quem tira da população direitos básicos, que tenha a
virtude da coragem. São covardes e como covardes usam de expedientes
pequenos: espalham notícias falsas e baixarias através de fakes nas
redes sociais numa tentativa de coação. Eu costumo dizer que não
sou filha de pai assustado, portanto, não tenho medo de ameaça.
Folha
dos Lagos – Como ficou a CPI do boletim oficial?
Gladys – O
processo estava parado porque, estranhamente, a comissão que apurou
as irregularidades esqueceu de anexar ao processo encaminhado ao
Ministério Público as provas principais da corrupção, ou seja, as
edições dos Boletins Oficiais que, misteriosamente, desapareceram
da Câmara. Mas nós encaminhamos os Boletins ao MP e o processo, em
breve, terá novidades. Várias empresas estão com os bens
bloqueados e outras, inclusive de Cabo Frio, ainda serão
investigadas.
Folha
dos Lagos – Qual a sua impressão sobre a licitação do
Boletim Oficial?
Gladys – A
mesma sobre todas as licitações desse governo: um jogo de cartas
marcadas manipulado pelo governo para atender aos amigos
financiadores da campanha.
Folha
– Quais são as dificuldades que tem passado na condução da
CPI da saúde?
Gladys – A
CPI tem 180 dias para apurar as irregularidades e o governo demora a
responder as nossas solicitações, numa tentativa torpe de
atrapalhar as investigações. Ele não quer que nada seja apurado.
Mas nós estamos apurando e vamos levar as denúncias e as provas ao
Ministério Público.
Folha
dos Lagos – A senhora tem um discurso direto, do tipo que não
guarda o almoço para a janta. Como é a reação do povo na
rua?
Gladys – O
povo tem me apoiado bastante porque muitos me acusam de ser a voz do
“barraco” eu digo que sou a voz da indignação, contra a
injustiça, contra a covardia, contra os ladrões que falam empolado
e macio mas metem a mão nos cofres públicos. Não gosto de rótulos
mas eles não me assustam. Eles podem me chamar de barraqueira. O
povo chama eles de “ladrões”. Acho que ainda não inventaram uma
palavra para classificar esse governo.
Fernanda
Carriço