Ministério do Trabalho e Emprego |
Já que o jornal PH- porta-voz da pequena especulação
imobiliária da Península de Búzios (pombais geminados embaixo e em cima)-
criticou os vereadores por não terem “feito o dever de casa satisfatoriamente”
munindo-se de informações e “números consistentes” para contrapor o que foi
dito pela secretária de Planejamento Alice Passeri no depoimento prestado na
sessão legislativa do dia 18, recorri ao site do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) em busca de dados a respeito do emprego no setor da construção
civil de Búzios.
Se os vereadores de Búzios tivessem feito o mesmo talvez não
protagonizassem, como assegura o jornal, um grande fiasco na ocasião. Talvez Uriel “não entrasse e
saísse calado”, Lorram “formulasse perguntas com a lição feita” e Henrique “perguntasse
e conseguisse alguma coisa”. Talvez não se mostrassem tão “despreparados”.
É que o site do MTE disponibiliza uma série de dados estatísticos
relativos a vários setores da atividade econômica do município. Em uma delas, denominada
“CAGED ESTABELECIMENTO”, encontramos demonstrativos por períodos sobre o setor
da construção civil de Búzios. Levantando esses dados dá para montar uma série
histórica do estoque de emprego ao longo dos últimos 11 anos (2003- 2014).
Em 1/1/2003, primeiro ano do estudo, o setor apresentava um estoque de 383 empregos formais. No
período analisado, este estoque teve três grandes decréscimos nos anos de 2003,
2004 e 2012. Em 2004, sofreu uma diminuição de 55 empregos formais. Em 2003, redução
de 52. O fenômeno econômico pode ser facilmente explicado
pela decretação da moratória em 28/08/2003 pelo Prefeito Mirinho Braga,
tendo em vista que o Plano Diretor estava sendo discutido pela população. Em 2005, nova
queda do emprego no setor da construção civil. Perderam-se mais 14 empregos
tendo em vista que o Prefeito Toninho Branco também suspende a análise e
aprovação de projetos de construções. Com esse objetivo uma Lei municipal (Lei 477/2005, de 17/02/2005) é aprovada pela Câmara de Vereadores estabelecendo nova moratória da construção civil até que a revisão do Plano Diretor fosse aprovada.
Depois destas duas moratórias o setor nunca mais se
recuperou. Melhor dizendo, o setor teve que abandonar a fúria construtiva de
outrora por imposição da nova legislação.
Consequentemente, há uma redução drástica do estoque de empregos no setor,
decrescendo de 383 em 2003 para 262 em 1/1/2006. Com a aprovação do Plano Diretor em maio de
2006, o setor estabiliza-se. Nesse ano
apenas 2 novos postos de trabalho são criados. No ano seguinte, 2007, mais
três.
Daí em diante observamos quedas em 2008 (25 empregos), 2009
(8 empregos), 2011 (2 empregos) e 2012 (43 empregos) e apenas dois momentos de
incremento da atividade: 2010 e 2013. Em 2010, houve um acréscimo (5,12%) de 12
postos de trabalho no estoque inicial (1/1/2010) de 234 empregos. Mas o maior
incremento recente verificou-se no ano passado na gestão da secretária Alice
Passeri, justamente aquela que é acusada de ser a responsável pela crise do setor. O estoque inicial de 201
empregos formais foi acrescido de 21 (10,4%) novos postos de trabalho,
atestando que não houve crise alguma no setor durante a gestão de Alice Passeri
na secretaria de Planejamento.
Neste ano, de janeiro a agosto, foram perdidos apenas dois
postos de trabalho no setor, que partiu de um estoque de 222 empregos formais. O
que demonstra que o setor em Búzios não vive crise alguma, muito menos “queda
na atividade imobiliária” como assegura o jornal porta-voz da pequena especulação
imobiliária de Armação dos Búzios. O que eles querem, na verdade, é a cabeça da
secretária, para continuarem espalhando seus pombais pela Cidade inteira, como
fizeram no feio canto direito de Geribá. Nessa altura do campeonato, pelo amor de Deus, vereadores!