O governador Sérgio Cabral estará em Búzios na próxima quinta-feira (20/09/2012) para dar uma forcinha na campanha de seu aliado Mirinho Braga. Para entender o sentido dessas movimentações do governador publico abaixo a excelente análise da essência política do atual governo do Rio feita pelo professor Chicão em seu blog:
"A questão da impugnação de Alair é uma questão menor
perto da questão central que se coloca hoje na agenda das pessoas de bem, que
deve ser o combate sistemático a um governador que destruiu o equilíbrio entre
os três poderes no estado do Rio de uma forma que nem mesmo a ditadura militar
fez
Cabral tem o domínio do poder legislativo, onde tem ampla
maioria cooptada por benefícios e, dizem, até por propinas mensais dadas aos
deputados para cada projeto votado de seu interesse. Cabral, com a substancial
ajuda de Paulo Mello, também destruiu a independência do judiciário, vital em
uma sociedade que se pensa civilizada. O pilar sobre o qual se ancora a
democracia representativa burguesa, qual seja, o equilíbrio entre executivo,
legislativo e judiciário, não mais existe no Rio há pelo menos seis anos.
Afora isso, Cabral conseguiu algo que nem os governadores
do antigo estado do Rio sob a ditadura conseguiram: aniquilar a oposição no
interior do Estado, cooptando os prefeitos de diferentes partidos, inclusive os
de oposição, através de obras, dinheiro sujo para campanha e impunidade para os
crimes cometidos. São 91 dos 92 municípios que seguem sua cartilha. Em Campos,
o único bastião da oposição, a prefeita está impedida de se candidatar
O modelo autoritário cabralino não se restringe à esfera
política e atingiu os próprios movimentos sociais do estado. Bombeiros, PMs,
professores, médicos e servidores públicos já experimentaram o amargo gosto
resultante do enfrentamento com o governador. Foram ´prisões, espancamentos,
demissões em grande escala, sempre norteadas por ofensas aos profissionais
dessas categorias, chamados de vândalos, vagabundos e preguiçosos pelo
destemperado
Como exemplo emblemático desta era de trevas em que
vivemos no Rio, Cabral conseguiu, de forma quase inacreditável, que sua PM
invadisse com helicópteros uma universidade federal – o que só pode ser feito
com autorização federal - para atacar somente centros acadêmicos dominados por
alunos do PSOL, que foram espancados, colocados deitados no chão e revistados
como se fossem bandidos. O “crime” dos alunos do PSOL foi organizar movimentos
de protestos contra o aumento das barcas, aumento este que era de vital
interesse para o governador.
Blindado pelo PT no Congresso, Cabral tem conseguido
ficar à margem do julgamento do escândalo Delta- Cachoeira, escândalo este que
tem, não só Goiânia, como o Rio como seus centros nevrálgicos. Com a
popularidade em baixa na capital, mas ainda de olho nos bilhões das obras da
Copa e das Olimpíadas, seu governo estadual consegue ter ainda uma forte
presença no interior, onde pretende manter sua influência à custa de travar sua
guerra particular com Garotinho e seus candidatos, e com as demais vozes que
ousam se levantar contra seus aliados, como a do PV em Macaé, a de Zito em
Caxias e a do PSOL em Itaocara.
Choca, nisso tudo, ver pessoas reconhecidamente de bem
caladas e assistindo impávidas a tantas injustiças, tantas negociatas com
dinheiro público e tanto arbítrio, uns pensando em seus interesses próprios,
outros alienados da situação de verdadeira bandidagem política existente em
nosso estado".
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