Cobertura de Paulo Melo em Miami 1. Foto: reprodução internet |
Investigações
da força-tarefa da Lava-Jato no Rio, que serviram de elementos para
a prisão do empresário Mário Peixoto, encontraram indícios de que
o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Paulo Melo
seria o real proprietário de
duas coberturas em Miami, nos
Estados Unidos, uma das quais vale cerca de US$ 1 milhão (cerca de
R$ 6 milhões), num esquema envolvendo o pagamento de propinas.
Cobertura de Paulo Melo em Miami 2. Foto: reprodução internet |
Os
imóveis, segundo a PF, teriam sido comprados numa operação que
envolveu offshores como uma forma de compensar o ex-deputado de
“forma dissimulada”. Isso evitaria que ele impedisse contratos
que a Organização Social (OSs) Instituto Data Rio de Administração
Pública (IDR) manteve, entre 2012 e 2019, nas gestações dos
ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão para operar dez
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na capital e na Baixada
Fluminense. Por esses contratos, a IDR recebeu R$ 763 milhões.
Cobertura de Paulo Melo em Miami 3. Foto: reprodução internet |
Os
apartamentos de Miami foram
comprados pela offshore MCK Holdings Ltda,
com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, em 2016. A empresa foi
fundada em janeiro de 2015 por Mário Peixoto, mas atualmente tem
como principal controlador Vinícius Ferreira Peixoto, filho de
Mário, com 90% das ações. Ainda em 2015, a MCK Holdings fundou
duas empresas na Flórida, a
MCK USA 1 LLC e MCK USA 2 LLC, que tinham como administrador o
vereador de Saquarema Eduardo Pinto Veiga,
cidade que é reduto eleitoral de Paulo Melo.
A
investigação da PF afirma que, na realidade, o
vereador é um homem de confiança de Paulo Melo.
Em outubro de 2017, Yuri
Motta de Melo de Sá, filho de Paulo Melo, assumiu o pagamento de
prestações de uma das unidades.
Trata-se do apartamento que está à venda por US$ 1 milhão com
opção de aluguel mensal de US$ 6 mil por mês. A investigação
aponta indícios que corroboram a tese de que os imóveis foram
comprados como forma de pagamento de propinas por Paulo Melo.
Cobertura de Paulo Melo em Miami 5. Foto: reprodução internet |
Vários
envolvidos viajaram em datas semelhantes para Miami, “possivelmente
para ajustar a documentação
relativa aos imóveis adquiridos indevidamente”,
segundo trecho da representação do Ministério Público Federal.
Eduardo Veiga, Paulo Melo, Mário Peixoto e Yuri Melo fizeram viagens
para cidade americana separadamente ou juntos nos meses de março e
abril de 2016. Eles prosseguiram mesmo depois da deflagração da
operação Unfair Play em outubro de 2017, quando o dono da Facillity
teve a prisão preventiva decretada.
Os
investigadores da Lava-Jato mostraram nesse
episódio dos apartamentos uma conexão entre esquemas montados por
Mário Peixoto e o empresário Arhtur Cezar de Menezes Soares Filho,
o “Rei Arthur”. Arthur, que chegou a ser preso e
hoje está foragido, é dono do Grupo Facillity, cujas empresas
acumularam até R$ 2 bilhões por ano em contratos durante os
governos de Sergio Cabral e Luiz Fernando Pezão. A
offshore Matlock Cap Capital Group Limited, que financiou a compra de
um dos apartamentos em Miami — que agora está
disponível para venda\aluguel —, é
a mesma que Arthur Soares empregou para pagar propinas a Cabral.
Ainda de acordo com as investigações da operação Unfair Play,
essa é a mesma offshore usada em um esquema de propinas garantir em
2009 que o Rio fosse escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de
2016, em reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI) em
Copenhague, na Dinamarca.
Na
época, o Rio disputava a indicação com Tóquio, Madri e Chicago.
Deste total, foram depositados pela offshore cerca de US$ 2 milhões
(quase R$ 12 milhões na cotação atual) ligadas ao integrante do
comitê executivo do COI e então presidente da Federação
Internacional de Atletismo, o senegalês Lamine Diack, e de seu
filho, Papa Massata Diack.
Cerca
de um mês depois, a PF deflagrou a operação Cadeia Velha que
investigava um esquema de pagamento de propinas de empresários de
ônibus a deputados em troca de medidas que favorecessem o setor.
Entre os detidos estavam Paulo Mello e o então presidente da Alerj,
Jorge Picciani. A lista de detidos incluía ainda empresários de
transportes, como Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação
das Empresas de Transporte do Estado (Fetranspor), Lelis Marcos
Teixeira.
Fonte: "O
GLOBO"
Observação: você
pode ajudar o blog clicando nas propagandas. E não esqueçam da
pizza do meu amigo João Costa. Basta clicar no banner situado na
parte superior da coluna lateral direita. Desfrute!