Tito Rosemberg já disse que a política em Búzios é pornográfica. E ele tem razão. Mas não é só a política. Tudo o que está relacionada a ela também o é. E nada mais relacionado à política do que o jornalismo feito no município. E, como tal, também é pornográfico. Lembrei-me recentemente de um fato antigo que confirma o dito. Relato.
Um jornalista- se é que se pode chamar de jornalista uma pessoa que tome uma atitude dessas- convida um político da cidade para bater um papo em sua casa. O político ocupava na ocasião um cargo comissionado na secretaria de um amigo seu. Por sinal, uma das mais importantes secretarias do governo de então. A conversa rola com o anfitrião fazendo uma série de perguntas sobre o prefeito. Sem desconfiar de que a conversa pudesse estar direcionada, acreditando estar participando de um papo privado, entre duas pessoas apenas, o convidado solta a sua alma e fala o que verdadeiramente acha do prefeito como político e pessoa. Até porque se ele devia gratidão a alguém, devia ao secretário e não ao prefeito, pois foi o primeiro que o convidou para o cargo. Por sinal, não se sabia quem mandava na prefeitura de fato, se o secretário ou o prefeito oficial.
Concluída a conversa, o político retorna ao seu local de trabalho. Imediatamente é chamado à sala do secretário todo-poderoso que exibe para ele a gravação de toda a conversa que havia tido com o "jornalista". Qual não foi seu espanto ao saber que seu prosa fluíra por um celular propositadamente deixado ligado em linha direta com o prefeito, que teve apenas o trabalho de apertar o botão REC de seu gravador.
Diante do fato, apesar de todo-poderoso, o secretário disse que não pode fazer nada por ele, que a demissão era inevitável. O que foi feito imediatamente pelo prefeito. Meu amigo passou maus bocados por um bom tempo por causa disso.
O "jornalista" ainda está em Búzios. Encontro com ele poucas vezes. O meu amigo demitido, acertadamente, o chama de verme. Como tal, sua presença me provoca nojo.
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