domingo, 29 de agosto de 2010

Praia da Tartaruga III

Contas de Toninho 2008

Post 010 do blig
Data da publicação: 08/04/2010 03:47

Na sessão de terça-feira passada (06/04/2010), a câmara de vereadores rejeitou por unanimidade (8×0) o parecer prévio contrário do TCE-RJ (o vereador Walmir Nobre faltou). Os vereadores desta legislatura (2008-2011) têm se posicionado contrariamente ao parecer do tribunal. No ano passado, votaram contra as contas de Toninho de 2007 quando o parecer pedia a aprovação. Agora votaram a favor quando o parecer defendia o contrário. Até aí nada demais. O julgamento da câmara de vereadores é político mesmo. O que os analistas políticos têm que fazer é entender o significado dessas votações. Dizem por aí que existe um misterioso e maquiavélico articulador político que não estaria interessado em deixar o ex-prefeito inelegível. Seria muito mais seguro para o atual prefeito enfrentá-lo em 2012 – já que o derrotou três vezes- do que enfrentar um candidato desconhecido. Nunca se sabe o que pode acontecer. Esse articulador não teria tido dificuldades em convencer os vereadores de que esse seria o melhor passo também para eles. As suas reeleições estariam garantidas com a reeleição de Mirinho. O que os vereadores não sabem é que o atual prefeito, a pedido do seu articulador político, lançaria em 2016 – como fez em 2004- um candidato para perder de Toninho, perpetuando assim a disputa eleitoral em Búzios a um confronto entre eles. Nao sabem também que esse misterioso articulador faz de tudo para que não surjam lideranças novas entre eles, convencendo o prefeito a nunca apoiar os mesmos candidatos a vereador em duas eleições seguidas. Reeleição de vereador da base do governo seria a pior coisa do mundo. Não foi sempre assim? Se for verdade, é muito maquiavelismo para uma pessoa só. Coisa doentia. E a cidade que se dane.

Observação: este texto foi publicado no JPH, 09/04/2010.

Meu comentário atual:

No ano passado,  quando da votação das contas de 2007 de Toninho Branco, o vereador Felipe Lopes declarou: "votei contra as contas de Toninho baseado no parecer do corpo técnico do tribunal de contas". E avisou que votará sempre pela reprovação de contas do executivo, se o corpo técnico do Tribunal de Contas assim indicar. (Jornal O Perú Molhado, 01/05/2009). Por que agora o vereador votou pela aprovação das contas de 2008 se o corpo técnico do TCE-RJ propunha reprovação? O que mudou, vereador? Coerência é isso aí! 
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Contas de Toninho 2006

Por conta de uma medida liminar, as contas do ex-prefeito Toninho Branco não foram julgadas pela câmara no primeiro semestre de 2008. Medida providencial à época, porque ele já não gozava, há muito tempo, de maioria na casa legislativa. É bom lembrar que o atual prefeito, só pode disputar a eleição de 2008, porque também conseguiu medida semelhante. 

Na sessão de quinta-feira, dia 26, elas finalmente foram julgadas e aprovadas por 7 a 1 pela câmara de vereadores. O único voto contrário foi dado pelo vereador João Carrilho. O vereador Felipe Lopes que já disse que votaria sempre com o parecer do corpo técnico (OPM, 01/05/2009)- apesar de não ter cumprido a palavra na primeira oportunidade, quando da votação das contas de 2008- não compareceu. Por que será? Para não ter que votar pela reprovação, já que o corpo técnico assim o sugeriu?  

Pelo que percebi dos discursos dos vereadores (excetuando-se o vereador João Carrilho) nunca mais eles vão rejeitar contas de prefeitos. Será que aderiram ao cinismo do deputado Alair Corrêa que afirmou, em programa de rádio em nossa cidade, que conta de prefeito não se reprova? Alair passou a idéia de que o que se faz com um prefeito agora, pode, mais tarde, ser feito por ele contra você. O feitiço pode virar contra o feiticeiro. Resta, porém, uma questão:  como é que fica se o prefeito for desonesto, ladrão?

Alguns vereadores, em seus discursos, se referiram à questão da corrupção no TCE, investigada por uma CPI da ALERJ a partir de uma operação da Polícia Federal, como um fator de descrédito dos trabalhos da Corte de Contas. Como rejeitar contas assim? Outros, como Lorram, justificaram seus votos favoráveis à aprovação das contas, com exemplos contraditórios de decisão diferentes para casos semelhantes. Lorram citou casos em que o que é irregularidade em um municipio, vira ressalva em outro. Outros, não vereadores, me falaram que de nada adianta rejeitar contas de prefeito se depois ele consegue uma liminar na justiça e concorre tranquilamente. E até ganha eleição. 

Todos esses argumentos não passam de desculpas. Mas o que não se pode esquecer é que o corpo técnico ("corpo instrutivo") que auxilia os conselheiros nas suas decisões é altamente qualificado. Os técnicos do tribunal pertencem ao seu quadro permanente e são recrutados através de concurso público disputadíssimo. Além disso, geralmente são acompanhados em suas decisões pelo Ministério Público.
Comportamento pior do que não reprovar contas é querer aprovar contas rejeitadas em legislaturas passadas. O presidente da casa, Messias, fez um longo discurso defendendo a idéia de, assim que resolver os problemas judiciais, colocar de novo em votação as contas reprovadas de Mirinho de 2004. Ele já tentou isso uma vez. Felizmente, foi barrado pela justiça. Se não se reprova mais contas, que tal votar de novo as contas reprovadas de Toninho de 2007? Esta, pelo menos, foi votada nesta legislatura (os vereadores são os mesmos). É mais razoável!   

Observação: parece que o vereador Lorram, e outros, ainda não entenderam muito bem como se dá o processo de julgamento no TCE-RJ. Em discurso na tribuna, disse que o conselheiro revisor, Marco Antônio Barbosa Alencar (MABA), emitiu parecer favorável. Na verdade, o MABA é o conselheiro relator do processo de análise dessas contas. Foi sorteado. O conselheiro revisor é Júlio Lambertson Rabello (JLR). Ele só foi escolhido porque o relatório do conselheiro relator foi derrotado. Também não é verdade que no relatório final aprovado a única irregularidade que permaneceu, das três apresentadas inicialmente pelo corpo instrutivo (ou técnico), foi a que se refere à abertura de créditos suplementares em valor superior ao que a lei autorizava. Ou seja, Toninho teria suplementado 47,8 milhões de reais quando só poderia ter suplementado 44,1. Na verdade, após reexame das contas, o conselheiro relator, MABA, propôs que esta irregularidade fosse considerada como ressalva. Os demais conselheiros concordaram com esta proposta (a questão da suplementação não era mais considerada irregularidade), mas não concordaram que o parecer prévio fosse favorável à aprovação das contas, o que ensejou a confecção de um novo parecer prévio -agora contrário. No novo parecer prévio contrário, elaborado pelo conselheiro revisor, JLR, são apresentadas 19 impropriedades e 1 irregularidade. A única irregularidade que ficou foi quanto ao uso de royalties no pagamento de despesas com pessoal do quadro permanente. Isso é crime. 

Nesta questão cabe interpretação sim, vereador Lorram. Serviços terceirizados, por exemplo. Tem serviços que não substituem servidores, mas têm outros que substituem. Os serviços que não substituem servidores podem ser pagos com royalties. Muitas prefeituras se utilizam de contratos por prazo determinado com o intuito de burlar o concurso público. Não é o que acontece em Búzios? Vale alimentação pode ser pago com recursos dos royalties?  Cargos de comissão podem ser pagos com recursos dos royalties?  A lei estabelece que poderão ser pagas as despesas com pessoal contratado por tempo determinado para atender às necessidades temporárias de excepcional interesse público. Em Armação dos Búzios há gastos que vêm sendo realizado como despesa de contratação temporária, mas que são de fato despesa com pessoal de caráter permanente. Este governo e o anterior, não estão, há muito tempo, burlando a lei? Suas contas não devem ser rejeitadas por isso?
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sábado, 28 de agosto de 2010

Praia da Tartaruga II

Post 009 do blig
Data da publicação: 07/04/2010 23:45






Comentário (1):

1. 06/04/2010 às 8:20
j mathiel disse:

É verdade que nome vem do formato da pedra?
Em Rio das Ostras é…
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Praia da Tartaruga I

Praia da Foca

Transparência em Búzios I

Post 006 do blig
Data da publicação:05/04/2010 23:41

Post 007 do blig
Data da publicação: 05/04/2010 23:43

A placa (acima) é da obra da praça do Cruzeiro, Rasa. Repare no tamanhozinho dos números do valor da obra. No local, de frente para a placa, os números são ilegíveis. Esse é o governo que defendeu, nas eleições, a transparência.
Comentários:

 06/04/2010 às 10:54
Julio Medeiros disse:

Luiz!
Nem nos vidros dos para-brisas do carros dos governantes desta cidade existe transparência. Já que circulam com vidros fechados e cobertos com insufilme.
HAHAHAHA.

15/04/2010 às 9:31
milton filho disse:

companheiro Luiz eu hoje não tenho nenhuma dúvida,que a cidade precisa ser liberta,destes dois grupos políticos,porque senão das duas uma eles e seus apaniguados e financiadores,Levarão até as paredes dos próprios públicos.Eles nãoquerem e não conhecem transparência,porque vivem em trevas.

Meu comentário atual:

Para espanto geral, a obra, já considerada cara (custou R$ 93.673,80), teve um aditivo de R$ 15.046,92 (B.O.  448, de 20/08/2010). Os comentários dos usuários da quadra poliesportiva é que somente uma das quatro lampadas de cada refletor funciona. A obra não tem nem 5 meses pronta.
Na época, o jornal O Perú Molhado relatou que "os moradores da Rasa estavam queimando os poucos neurônios que têm na tentativa de entender onde foram parar os quase cem mil reais dessa obra" (OPM, 09/04/2010). 
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Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV)

Post 005 do blig
Data da publicação: 05/04/2010 23:06

O site do ministério das cidades publicou o resultado da seleção das propostas do PMCMV para os municípios abaixo de 50 mil habitantes e Búzios não aparece. Das cidades com população dessa ordem na Região das Baixadas Litorâneas, só Quissamã foi selecionada. Lá serão construidas 30 unidades a um custo total de R$ 390 mil. O que não se entende é porque tanta discussão na Câmara de Vereadores se Búzios não vai participar do programa. Também não dá para entender porque o secretário de obras Wilmar Mureb disse, em depoimento no legislativo municipal, que está sendo feito um cadastro (na secretaria de desenvolvimento, trabalho e renda) dos possíveis participantes do programa em Búzios. Por falar em Habitação, o que faz o senhor Ricardo Romano como diretor de habitação do município?

Comentários:
18/04/2010 às 8:04
j mathiel disse:

NÃO ESTOU ACOMPANHANDO O ASSUNTO EM CABO FRIO, PORÉM A PREOCUPAÇÃO DO COMPANHEIRO PROCEDE…GOSTARIA DE SABER QUAL FOI O CRITÉRIO ADOTADO PARA ENTREGAR CHAVES DE APENAS 30 UNIDADES HABITACIONAIS – QUISSAMÃ…

18/04/2010 às 11:36
luizbz@ig.com.br disse:

Realmente não sei. Vou verificar.

20/04/2010 às 2:18
j mathiel disse:

OBRIGADO PELA ATENÇÃO…TRABALHEI NO BANCO NACIONAL DA HABITAÇÃO E CAIXA…SOU DO PT DE CABO FRIO…ABRAÇOS.

 27/07/2010 às 12:34
Luiz disse:

Gostaria de saber quais as condições para construção em terreno próprio, o valor do imóvel deve ser até 100.000mil, ai que fica a duvida, no caso de construção em terreno próprio o terreno entra como partre deste valor? Se entrar este valor seria venal, valor de compra ou valor de avaliação do Engº da Caixa? Até 100.000mil é o valor gasto na compra do terreno + construção ou o valor de venda do imóvel depois de pronto? O pessoal da caixa não sabe responder e não achei na internet as regras oficiais do programa, onde especifica as condições de cada modalidade. Obrigado

27/07/2010 às 15:01
luizbz@ig.com.br disse:

Caro sr. Luiz, acredito que o valor do terreno é sempre o valor de mercado (avaliado pelo Engº da Caixa e por um perito indicado pelo sr.). O valor do imóvel é indissociável do valor do terreno. Logo, até 100 mil reais é o valor do imóvel depois de pronto. Essa é a minha opinião. Peço aos demais leitores do blog que entendam do assunto que deixem aqui a sua opinião para auxiliar o nosso amigo sr.Luiz.
 
Meu comentário atual:

Continuo achando que o déficit habitacional de Búzios não existe. Não conheço ninguém na Rasa (e no Cruzeiro) que viva de aluguel. Aqui se invadiu terra à vontade e se construiu puxadinho do jeito que se quis. Falo no passado recente, mas não vejo dificuldade nenhuma para que tudo se repita atualmente, porque Búzios simplesmente não tem fiscais suficientes (nem vontade politica dos governantes) para fiscalizar todo seu território.

O problema maior da Rasa (em especial, do Cruzeiro) é melhorar as condições de habitação existentes.

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Farinha do mesmo saco 1

Post 004 do blig
Data da publicação: 04/04/2010 20:16

O texto abaixo foi publicado no Jornal Primeira Hora, na coluna Opinião do dia 13/03/2007. Republico-o na íntegra por sua atualidade. A emenda Ibsen Pinheiro, ao colocar na agenda nacional a discussão sobre a redistribuição dos recursos dos royalties, coloca também, para nós moradores do Rio de Janeiro, a necessidade de avaliarmos o que os nossos prefeitos estão fazendo com estes recursos.

"O prefeito anterior, Mirinho, e o prefeito atual, Toninho, apesar das diferenças pessoais- um fechado, tímido até, e o outro só sorrisos e expansivo- na essência, do ponto de vista político e administrativo são iguais. Listamos abaixo uma série de características que comprovam tal afirmação.

1- Os dois só veem duas atividades econômicas no município: o turismo e a construção civil. A pesca, a agricultura familiar, o artesanato e os trabalhadores do turismo não receberam a menor atenção do governo anterior assim como não recebem do governo atual.

2- O governo Mirinho fez uma série de concessões à construção civil sob o argumento falacioso de que o operário da construção civil não poderia ficar sem emprego. Toninho faz o mesmo.

3- Mirinho defendeu a vinda de hotéis 5 estrelas para a parte continental do município. Toninho, com o Hotel Breezers, está colocando em prática o projeto.

4- Mirinho implantou e Toninho segue a risca o modelo de desenvolvimento insustentável baseado no tripé turismo predatório, construção civil e royalties de petróleo. Mirinho não se preocupou em criar fontes alternativas de receitas para o município para quando os royalties de petróleo acabarem, apesar ter prometido criar um mini-distrito industrial na campanha eleitoral de 1996. Em seu programa vitorioso em 2004, Toninho prometeu criar uma Incubadora de empresas, incentivar a instalação de um pólo de produção cinematográfica e um pólo tecnológico. Até agora nada.

5- Mirinho não se preocupou com a formação profissional sistemática dos trabalhadores buzianos. Da mesma forma, Toninho não implantou ainda uma Escola Técnica na cidade como prometera na campanha.

6- Mirinho não planejou o desenvolvimento da cidade como um todo. A Secretaria de Planejamento, tanto no governo anterior como no atual, só trata de urbanismo.

7- Mirinho estabeleceu um cabide de empregos na prefeitura. Toninho continua criando cargos de confiança e contratando funcionários por prazo determinado. Empregos de parentes (nepotismo) e cabos eleitorais, na sua maioria incompetentes, ferindo o príncipio constitucional da impessoalidade e da eficiência na gestão da coisa pública, é uma constante nas duas administrações.

8- Mirinho dispendia em torno de 85% do orçamento municipal com folha de pagamento e manutenção da máquina municipal . Toninho continua na mesma faixa. Resultado: nas duas administrações sempre sobrou muito pouco para investimento.

9- Mirinho gastava entre 41% e 45% do orçamento com a folha de pagamento. Toninho segue na mesma linha.

10- A função do orçamento que mais dispendia recursos do orçamento no governo Mirinho era urbanismo, mais até que saúde e educação (ver orçamento de 2002 e 2003). No governo Toninho continuamos privilegiando o urbanismo (Via Azul).

11- Depois de criar o cabide de empregos na prefeitura Mirinho resolveu criar o cabide de estágios em 2004 – ano eleitoral.- pomposamente chamado de iniciação do jovem ao trabalho. Esse programa caiu como uma luva nas mãos de Toninho que o rebatizou de “fomento ao trabalho”. O que prova que não existe muita diferença em termos de gestão administrativa entre os dois.

12- Mirinho alocava migalhas do orçamento para programas de geração de trabalho e renda. Toninho faz o mesmo. Para este ano estão previsto gastos de míseros R$ 31.295,00 no programa “Modelando o presente e costurando o futuro”.

13- Mirinho gastou em torno de R$ 1,2 milhões com assistência social em 2002 e 2004. Como o governo anterior que não fazia investimentos na geração de trabalho e renda, achando que o turismo de qualidade resolveria tudo, o governo Toninho prevê gastar este ano R$ 2,4 milhões com assistencialismo. Claro que quando não se dá dignidade ao trabalhador buziano através do emprego e de alternativas para o aumento de sua renda , cria-se uma grande demanda pele assistência social, ao mesmo tempo em que se mantém o povo pobre dependente dos favores dos político no poder.

14- Mirinho alocou no orçamento de 2004 R$ 3.190.000,00 para gastos com publicidade e R$ 1.040.000,00 para eventos. Toninho, na mesma linha, prevê gastar R$ 1.613.000,00 com publicidade e R$ 900.000,00 com eventos. É a República dos Eventos em ação, passando de um governo para o outro".

Réplica:

No dia 09/08/2008, na mesma coluna Opinião, o Sr  Carlos Gonçalves dos Santos foi escalado pelo grupo do Mirinho para a réplica, sob o título abaixo.

Propostas realizadas

Gostei e admirei a coragem senhor Luiz Carlos Gomes da Silva, conhecido como Luiz do PT, ao se manifestar, comparando as propostas de governo de Mirinho Braga (1996-2000) com as de Toninho Branco (2004). Relevo o fato de o senhor Luiz Carlos viver ainda um período recente na Cidade, sem ter nem sequer participado da luta pela emancipação político-administrativa, menos ainda por não ter participado da luta, que foi iniciar a vida de uma cidade, construindo-a, mais do que isso, organizando-a.

COMPARA as propostas apresentadas nos planos de governo de Mirinho Braga (1996 e 2000), com as de Toninho Branco (2004). Pena que ele fez uma comparação sem base explicativa que deixa o leitor e eleitor, com a impressão de que se trata de uma manifestação meramente política, mas partidária, de um recém chegado, sem conhecer a verdade.

COMPARAR as ações de um administrador com as do outro é tudo que queremos, afinal de contas, a qualidade e a quantidade das obras realizadas pelos dois primeiros governos de Mirinho Braga devem ser, sim, comparadas. E quem as compara é o povo buziano, que viveu e sentiu os efeitos, com os seus ônus e bônus, das duas administrações, e, certamente o fará de forma mais sensata do que a apresentada pelo professor aposentado nas bases do PT do José Dirceu - o mesmo PT que com bandeiras esteve à frente da campanha do atual prefeito, e que deixa pegadas ainda na atual administração, já que tem o seu atual presidente nos quadros da atual administração.

Algumas das propostas, que não foram realizadas no governo Mirinho Braga, assim aconteceu, porque foram conseqüências da responsabilidade administrativa e da participação popular, por exemplo, durante as reuniões do Governo Itinerante e das Assembléias do Orçamento Participativo, onde se rastreavam as demandas e os anseios do cidadão num livre e direto exercício da Democracia. O governo Mirinho Braga foi ajustando algumas de suas propostas às realidades encardas ao longo de sua administração, sempre como uma conseqüência do contato com o povo, numa permanente e continua interação com esse mesmo povo.

Não só a criação da APA Azeda/Azedinha, mas a fiscalização firme e atuante, pôde contribuir para a preservação ambiental e inibir, ao contrário do que hoje acontece, a degradação, causada por licenciamentos de obras em costões rochosos e em áreas de interesses ecológicos. Apenas para citar uma das ações.

Sem dúvida, o professor chegou tarde para ver de perto um dos maiores crescimentos administrativos que o Estado do Rio de Janeiro já teve. A Cidade de Búzios, com a seriedade e o respeito que poucos governantes ousam administrar, viu Mirinho Braga dar a largada em 96 com um orçamento de apenas R$ 6,6 milhões por ano, e entregar a Cidade 80% pavimentada e com uma rede pública de ensino premiada por renomados institutos e órgãos do setor. Sem contar a implantação de uma Saúde Pública, que atendia o cidadão com respeito e dignidade, sem excluir nenhum segmento.

O professor, aposentado pelas bases do PT de Latour e de Hamber, também omite o que prometeu Mirinho no seu plano de governo, quando falava em trazer para a Cidade uma política no setor do Turismo, nossa principal fonte de renda, que era a de um turismo de qualidade.

Pouco sabe ele, que em 96 a Cidade ocupava apenas o 36° lugar no ‘ranking’ de cidades que recebem turistas estrangeiros e que ao finalizar a sua participação no governo em 2004, Mirinho deixou Búzios no 6° lugar, à frente inclusive de grandes capitais do Nordeste brasileiro.

Compara mesmo senhor Luiz Carlos, pois o atual governo desfazendo tudo aquilo que foi sucesso administrativo, já regrediu o ‘status’ e a posição de nossa cidade para o 16° lugar.

Só comparando mesmo para ver que respeito ao cidadão não se dá com artigos tendenciosos nem com provas de desconhecimento de causa. Mirinho Braga sempre pautou seu governo na promoção da qualidade de vida para os buzianos e visitantes. Por isso, nunca transgrediu as Leis e muito menos chegou a admitir que as leis existem, mas que nem todas merecem cumprimento, como se manifestou o atual governante. Mirinho sempre esteve atento ‘as necessidades de sua gente e a qualquer hora, do dia ou da noite, desempenhava o seu papel de homem público e de um exemplar chefe de família. A omissão de socorro quer seja na área da Saúde, ou das ações sociais nunca pontuaram negativamente contra Mirinho Braga, por ser ele um homem que respeita o cidadão e os valores que suportam a Constituição desse País.

Mas tenho certeza que não só o atento professor Luiz, como outros recém chegados, poderá comparar e verificar que as promessas não cumpridas fazem parte da cartilha do então candidato em 2004, que hoje finaliza um governo totalmente desmoralizado e deixa uma cidade depenada em todos os sentidos.

Mas respeito as críticas e parabenizo a coragem do nobre professor que, mesmo sem conhecer a realidade, pontua as falhas e nos abre os olhos para acertar ainda mais. Mirinho, como sempre, pautado na honestidade, seriedade e amor a Búzios, agora mais amadurecido, vai estar atento a essas críticas e trabalhar dobrado para garantir a todos os buzianos um futuro melhor.

Tréplica:

Na seção Teclado do Leitor, escrevi uma carta respondendo ao artigo do Sr Carlos Gonçalves.

Resposta ao artigo “Propostas realizadas”.

Me desculpe a franqueza, Carlos Gonçalves, mas o senhor não entendeu o que escrevi. Em nenhum momento comparei as “propostas do governo de Mirinho Braga com as de Toninho”. O que eu fiz, foi simples. Peguei os três programas de governo (1996,2000 e 2004) e, em seguida, listei o que não foi cumprido nos respectivos governos. Mas essas promessas não cumpridas eu não citei, porque não me interessou neste estudo específico. O que eu quis fazer e fiz, foi mostrar as semelhanças entre eles até naquilo que não cumpriram. Isso para mim é bastante revelador para se entender a política em Búzios. Não foi à toa que ambos vieram da mesma escola do PDT de José Bonifácio, lembra-se?

Tendo ficado clara essa premissa, não faz o mínimo sentido o senhor dizer que a comparação não tem “base explicativa”, que “se trata de uma manifestação meramente política, mas (sic) partidária”, que meu artigo foi “tendencioso” e que o povo vai fazer a comparação de forma “mais sensata” que eu.

Também é preciso ficar claro que para ler três programas de governo, verificar o que não foi cumprido e listar o que tem de comum neles, eu não preciso ter muito tempo na cidade, posso ser um “recém chegado”, não preciso ter “participado da luta pela emancipação” e do primeiro governo Mirinho, como o senhor. Eu só preciso saber ler e entender o que leio. Existe uma ciência chamada História, feita a partir do estudo de documentos (antigos e recentes), que nos permite compreender determinada sociedade ou época sem que necessariamente a gente precise ter vivido nela. Às vezes, compreendendo até melhor do que aqueles que nela viveram.

Feito esses esclarecimentos, seria muito bom que essas promessas fossem realizadas no próximo governo que a cidade tiver, seja ele quem for. Sabe por quê? Porque elas são bastante atuais e necessárias para o desenvolvimento econômico-social sustentável de Búzios. O programa de governo defendido por Mirinho em 1996 era excelente. Falo isso sem nenhuma intenção de fazer pilhéria. Basta ver que a maioria de suas propostas não realizadas (1997-2000) está no Plano Diretor de Búzios, votado com a mais ampla participação popular.

Para que seu grupo político possa abrir “os olhos para acertar ainda mais”, seria bom que, além de analisar os reais motivos que impediram que essas propostas fossem implementadas, o senhor e o seu grupo parassem com o ufanismo. A sua empolgação ufanista o leva a afirmar coisas sem pé nem cabeça quando diz que com o governo Mirinho se viu “um dos maiores crescimento administrativo (sic) que o Estado do Rio de Janeiro já teve”. O senhor está falando do Estado ou de Búzios? E o que é crescimento administrativo? O mesmo ufanismo o leva a falar em “rede pública de ensino” premiada na época de Mirinho. A Educação do governo Toninho também foi premiada. Na verdade, essas premiações valem muito pouco. O que vale mesmo é a avaliação feita pelo MEC - o Enem e a Prova Brasil. O desempenho de Búzios nessas avaliações prova que Búzios nunca teve educação de qualidade.

Para abrir “os olhos para acertar ainda mais” é preciso parar de pintar o seu candidato com a aura de santo, como se ele fosse o único representante do bem na cidade. É como se o senhor dissesse: Mirinho e seu grupo representam o bem, os outros são o mal. Esse maniqueísmo infantil não contribui em nada para o pensamento, que é dialético, para a cidade e muito menos para o seu candidato, que o senhor diz estar hoje “mais amadurecido”. É esse maniqueísmo que o leva a uma análise superficial dos motivos que fizeram Mirinho não implementar suas propostas. Vejamos. O senhor dá dois motivos principais: 1)a responsabilidade administrativa; 2)a participação popular (Governo Itinerante e Orçamento Participativo). A sua explicação por si só diz tudo: “O governo Mirinho foi ajustando algumas de suas propostas às realidades encontradas (é isso?) ao longo de sua administração, sempre como uma conseqüência do contato com o povo, numa permanente e continua interação com esse mesmo povo”. Para ficar claro vamos pegar uma proposta concreta, a construção de um hotel-escola, por exemplo. Deixa eu ver se entendi o raciocínio lógico: 1)tem uma proposta de construir um hotel-escola; 2)Mirinho vai ajustando essa proposta; 3)Mirinho interage com o povo; 4) a proposta some (não se constrói o hotel-escola).

Para acertar “ainda mais” também é preciso utilizar dados corretos. Não sei de onde o senhor tirou que, em 1996, Búzios encontrava-se em 36º lugar no ranking de cidades que mais recebem turistas estrangeiros. Segundo os “Estudos de Demanda Turística Internacional” da Embratur, nesse ano, Búzios encontrava-se em 11º lugar. Nos anos anteriores, estava em 10º lugar em 94 e em 11º lugar em 95. Nos anos seguintes, as colocações foram: 98 (8º); 99 (10º); 00 (10º); 01 (10º); 02(10º); 03 (7º); 04 (8º) e 05 (9º). Analisando-se friamente os dados parece que a existência ou não do governo Mirinho em nada influenciou a colocação. Parece-me que a colocação independe dos governos. De onde o senhor tirou, também, que Búzios, hoje, está em 16º lugar? Também está incorreto dizer que Mirinho Braga deu a “largada em 96 com um orçamento de apenas R$ 6,6 milhões”. Esse valor era a receita prevista. O que foi gasto (receita realizada) foram R$ 9,3 milhões. Nos anos seguintes foram gastos (em milhões de reais): 98(15,5); 99(22,3); 00(31,9); 01(42); 02 (56,2); 03 (74,3); 04 (77,3). Total da receita nos 8 anos de governo Mirinho (1997-2004): R$328,8 milhões. Não dá mais para ficar dizendo que Mirinho nos seus 8 anos de governo não teve nem R$200 milhões de receita, a metade do que Toninho teve nos 4 anos. O importante é saber o que foi feito com essas receitas. Como Toninho, pelo menos a metade (um pouco menos) foi gasta com folha de pagamento dos funcionários da prefeitura. Entre eles os amigos, os parentes e os cabos eleitorais do seu grupo político. E a responsabilidade administrativa a que o senhor se referiu antes como justificativa para não cumprir as promessas? Entre as promessas e os cargos, optou-se pelos cargos, não?

Luiz do PT

Comentário atual:

Foi um raro momento da pré-campanha eleitoral em que se debateu idéias. Por isso publico aqui esses textos.

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Promessas do deputado Paulo Melo nas eleições de 2006

Post 003 do blig
Data da publicação: 03/04/2010 13:14

“Consegui com (o governador Sérgio Cabral) a instalação da primeira escola técnica de turismo em Búzios. Vou providenciar o asfaltamento das periferias da Rasa e São José. E não vou esquecer da Maria Joaquina (que não pertence a Búzios por enquanto, mas que tem muitos buzianos). Uma obra que me empenharei pessoalmente para que se realize. A conclusão da Via Azul será realizada com meu apoio” (Paulo Melo, O Perú Molhado, 29/09/06).

Cadê a escola de turismo? A Rasa e São José esperam até hoje o asfaltamento. A Maria Joaquina continua esquecida por ele e pelo governo de Cabo Frio. Quanto ao bairro, ele continua “por enquanto” pertencendo a Cabo Frio, apesar do “empenho pessoal” do deputado em trazê-lo de volta para Búzios. E a Via Azul ficou só na primeira etapa, apesar do “apoio” do deputado!!!

É bom que o eleitor fique de olho nesses deputados que durante as eleições tudo prometem mas depois de eleitos somem da cidade.

Meu comentário atual:

Continua sendo bom que o eleitor fique de olho.
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