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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A pequena cidade brasileira que tinha maconha plantada até na praça principal

Cruzeta (RN) tem apenas 8.000 habitantes. Foto de JOHN LENNON GÓES

A praça João de Góes atualmente, local onde as plantas de maconha foram colocadas. Foto JOHN LENNON GÓES

A pequena cidade de Cruzeta (RN) tornou-se notícia em todo o Brasil há 22 anos. Na época, foram encontradas diversas plantações de maconha no município. Havia erva em várias localidades da região, entre elas em casas de moradores, em uma praça e até no cemitério.

O caso ganhou repercussão em todo o país e até hoje é alvo de comentários dos moradores da cidade de 8 mil habitantes. Entre os mais novos, alguns têm dificuldade para acreditar que o caso tenha acontecido no pacato município.

Nas redes sociais, uma reportagem de um telejornal sobre as plantações em Cruzeta, na época em que elas foram descobertas, constantemente volta a repercutir. No YouTube, um vídeo sobre o assunto tem mais de 200 mil visualizações.

Os moradores que consumiam a planta alegaram à polícia, logo que o caso veio à tona, que utilizavam a erva somente para fins medicinais. Eles afirmaram que ficaram surpresos com a descoberta de que se tratava de maconha. Na época, eles tiveram medo de ser presos, pois o ato de plantar a erva, mesmo que em pouca quantidade, poderia ser considerado crime.

Por mais de um mês, a BBC News Brasil apurou o caso. Falando com especialistas, profissionais que participaram da situação, relatos de moradores e acesso ao inquérito policial sobre o assunto, a reportagem descobriu os detalhes sobre a história mais famosa da pequena Cruzeta.

As plantações

Policiais descobriram em 1996 que plantas presentes em casas e na praça da cidade eram maconha. Reprodução
Era noite de sábado, no início de junho de 1996, quando a delegacia de polícia de Cruzeta recebeu uma denúncia anônima sobre um suspeito que estaria vendendo maconha em um bar, em uma região próxima à saída da cidade.

Os policiais foram ao local e encontraram um rapaz com uma pequena quantidade da droga. Eles descobriram que, minutos antes, o jovem havia jogado uma sacola de plástico por cima de um muro, em um terreno vizinho ao bar.

Conforme relatos dos policiais, na sacola foram encontradas diversas folhas de uma planta de cor verde, aparentemente recém-colhida, semelhante à maconha. O suspeito foi preso e encaminhado à delegacia, onde declarou ter conseguido a erva no quintal de um idoso de Cruzeta.

Na segunda-feira seguinte, a polícia do município obteve um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça, que permitiu que fossem até a residência de João*, o idoso apontado pelo rapaz, na época com 63 anos. No muro da casa dele encontraram uma planta de três metros de altura.

Segundo a polícia, João pediu para que não cortassem a planta. "Ele tinha vários tambores com a erva curtida em água, consumia diariamente e tratava aquilo como um líquido santo", relata a professora Renilda Medeiro, de 54 anos, que mora em Cruzeta desde a infância. Segundo ela, o idoso tinha câncer e acreditava que o líquido o ajudava na luta contra a doença. "Ele dizia que essa planta aliviava todas as dores que sentia e impedia que a doença avançasse."

De acordo com Renilda, muitos moradores de Cruzeta, ao saber dos benefícios que João afirmava conseguir com a erva, haviam pedido mudas ao idoso. "Várias pessoas quiseram plantar em casa", conta.

Logo que encontrou a plantação na casa do idoso, a polícia de Cruzeta cortou a erva e a levou para a delegacia da cidade.

Em depoimento, prestado em setembro de 96, João declarou que a planta estava na sua casa havia oito anos, desde que sua mulher trouxera a erva da casa de uma irmã, em Natal (RN). O idoso afirmou que a utilizava para curar doenças. "Ele (João) disse que várias pessoas pediam galhos para fazer remédios. João nunca soube se alguém usava a mesma como entorpecente", narra parte do inquérito policial sobre o caso, ao qual a BBC News Brasil teve acesso.

Foram encontradas plantas em, ao menos, seis residências de Cruzeta e em locais como a praça principal perto da prefeitura, em um cemitério e em frente a uma igreja. "Algumas chegavam a seis metros de altura", relata o escrivão do cartório de Cruzeta na década de 90, Pedro George de Brito.

"As praças de Cruzeta eram bastante arborizadas, então, era comum que as pessoas plantassem por ali. Em uma dessas, acabaram plantando maconha também", comenta Renilda.

O uso da maconha medicinal

Nas residências em que foram encontradas as plantas, viviam pessoas acima de 50 anos, que acreditavam nos benefícios trazidos pela erva para a saúde. Elas a utilizavam para diversos tipos de mazelas: dor de cabeça, problemas respiratórios, epilepsia, reumatismo, enxaqueca, entre outras dificuldades.

"Tudo era tratado com o chá da planta. Bastava a notícia de que alguém estava padecendo com algum problema de saúde que chegava a notícia do chá milagroso", declara Brito.

Os que plantavam, doavam galhos a outros que sentiam algum mal-estar. A planta era usada de duas formas: curtida em água ou álcool, ou em um chá feito com as folhas.

Lúcia*, na época com 30 anos, em depoimento à polícia de Cruzeta, relatou que plantou a erva em sua residência. "Ela disse ter chegado a usá-la como medicação, pois estava sentindo uma dor na coluna e ficou curada, por meio da referida planta. Ela não sabia que era maconha", relata trecho do inquérito policial.

Conforme Renilda, que afirma nunca ter utilizado a erva, era comum os idosos recorrerem à planta. "Eles sentiam muitas dores musculares e tomavam esse chá para melhorar", conta. Ela ressalta que os mais jovens também usavam para fins medicinais. "Muitos sentiram melhoras na saúde como em problemas de resfriados, asma e cansaço."

"Até onde temos conhecimento, ninguém nunca chegou a usar para fins recreativos ou algo assim. As pessoas que utilizavam não sabiam dessa finalidade da planta. Ela foi usada somente para fins benéficos para a saúde", acrescenta.

Meses depois de retirarem a erva da residência de João, Renilda relata que o idoso morreu. "O pessoal diz que o que o mantinha vivo e controlava o câncer dele era a planta", afirma. Segundo ela, outra idosa, que também consumia o chá e tinha uma plantação em casa também teve problemas depois de a erva ser apreendida. "As pessoas acreditam que a saúde dela piorou depois que ficou sem consumir a bebida, que aliviava as suas dores."


Apesar de muitos moradores acreditarem que as plantas mantinham os idosos bem de saúde, não houve nenhuma comprovação médica sobre o fato.

A liamba

Após serem apreendidas pela polícia, as plantas de maconha de Cruzeta foram incineradas. Reprodução
A Justiça determinou que fossem cortadas e apreendidas todas as plantações de maconha da cidade. O caso repercutiu na região e diversos moradores foram à delegacia somente para conhecer a famosa planta apreendida no município.

"Na época, existiam duas correntes, uma a favor e outra contra a planta. Muita gente achava um absurdo mandar cortar aquilo, porque não fazia mal a ninguém. Mas havia outros que eram a favor de retirar as plantas da cidade. O certo é que a polícia fez o que deveria ser feito", declara o juiz Sérgio Dantas, que na época era o responsável pela comarca de Cruzeta.

Logo após ser apreendido e permanecer em observação por dias, o material foi incinerado em fornos das indústrias cerâmicas da cidade.

Parte dos itens, em vez da incineração, foi encaminhada ao Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (ITEP-RN), para análise. O laudo identificou a erva como liamba. "É uma planta Cannabis sativa, uma das formas como é popularmente conhecida a maconha", explica Renato Filev, pesquisador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Entre os moradores de Cruzeta, houve relatos de pessoas que chegaram a tentar fumar a planta, como foi o caso de Francisca*, na época com 37 anos. "Ela disse que já fumou, mas não sentiu nenhum efeito. Não sabe dizer se alguém usava como droga. A mulher sabe que se misturada com uísque, a erva tem efeito entorpecente", relata trecho do inquérito policial.

Segundo Filev, a liamba pode ser menos alucinógena que a maconha utilizada para fins recreativos. Isso porque esta última costuma apresentar teor de canabinoides - o princípio ativo - em maior quantidade, em razão de motivos genéticos.


O estudioso pontua que a liamba tem função terapêutica, assim como relatado pelos moradores de Cruzeta. Diversos medicamentos à base de canabidiol, um dos princípios ativos da Cannabis sativa, são desenvolvidos em todo o mundo para inúmeras finalidades medicinais.

A criminalização da maconha

Processo sobre descriminalização do uso de drogas tramita no Supremo Tribunal Federal. Foto: GETTY IMAGES
No Brasil, plantar maconha é crime. Conforme a Lei das Drogas, de 2006, a pessoa que tiver uma plantação considerada pequena poderá sofrer penalidades semelhantes àquelas aplicadas aos que se enquadram como usuários. Nesse caso, podem ser determinadas punições como advertência, prestação de serviços à comunidade e multa.

Em caso de grandes plantações, a situação é equiparada ao tráfico e a pessoa pode ser condenada à reclusão de cinco a 15 anos, além da aplicação de multa.

No Supremo Tribunal Federal (STF), tramita um processo que trata sobre a descriminalização do uso de drogas. O placar atual é de três votos a favor da medida - proferidos pelo relator Gilmar Mendes e pelos ministros Edson Fachin e Luis Roberto Barroso - e nenhuma manifestação contrária.

A votação está interrompida desde setembro de 2015, quando o ministro Teori Zavascki pediu vista do processo. O sucessor dele, ministro Alexandre Moraes, é o próximo a votar. Ao menos por ora, não há prazo para que o procedimento seja retomado.

"Caso a descriminalização seja aprovada, é provável que as plantações para consumo próprio também deixem de ser crime", explica o advogado criminalista Marcelo Valdir Monteiro, mestre em Direito Penal pela USP. Segundo ele, será, nesse caso, necessário estabelecer a quantidade considerada como consumo próprio.

No caso de Cruzeta, a legislação em vigor em 1976 determinava que usuários e pessoas que tinham pequenas plantações de maconha poderiam receber penas de reclusão de seis meses a dois anos. O medo da prisão era o maior temor entre os moradores da cidade do Rio Grande do Norte.
"Isso gerou um terror muito grande, ainda mais porque eram pessoas de idade. O pessoal ficou com medo de ser preso", relata o juiz Sérgio Dantas.

Logo após concluir as investigações sobre o caso, o delegado apontou que não havia indícios de que os moradores da cidade usassem a planta como entorpecente. "Eles cultivavam a referida para curar doenças e para cicatrizar cortes", concluiu o inquérito, arquivado sem que ninguém fosse indiciado.

Depois que o caso foi encerrado, Pedro George de Brito conta que a cidade recebeu ações de conscientização sobre as plantas. "Foram feitas palestras em escolas e em outros locais da cidade, para orientar sobre os riscos de ter a liamba em casa, nas calçadas ou nas praças. Os moradores foram informados sobre os riscos de uma eventual apreensão de novas ervas e da consequente criminalização, caso houvesse alguma planta que não foi podada", diz.

De acordo com a Polícia Civil da região, desde então não houve mais nenhum registro de plantação de liamba em Cruzeta.

Para Renilda, que se diz favorável à descriminalização das drogas, Cruzeta foi pioneira no tema no Brasil. No entanto, segundo ela, "há muitos moradores que não concordam" com isso.

A professora ressalta que as plantações se tornaram um fato histórico para o município. "No começo, foi algo tenso, mas depois as pessoas começaram a achar engraçado, porque envolveu muita gente acima de qualquer suspeita", declara.

Segundo ela, apesar da surpresa dos moradores ao descobrir que havia diversas plantações de maconha na cidade, o que mais impactou foi o fato de Cruzeta ter sido mencionada em rede nacional. "A questão das ervas foi uma coisa até que corriqueira, apesar de ter sido muito comentada. Mas a notícia que mais surpreendeu a todos foi assistir a Cruzeta no Fantástico. Ninguém nunca imaginou que a nossa cidadezinha pacata, do interior, fosse aparecer para todo o Brasil, ainda mais dessa forma", comenta.

*Os nomes verdadeiros dos moradores da cidade foram alterados

Vinícius Lemos


Fonte: "bbc"

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tito Rosemberg

Navegando na internet encontrei uma entrevista do grande ambientalista Tito Rosemberg (foto ao lado, extraída do seu site). Não tive o prazer de conhecê-lo. Por considerar suas colocações muito atuais, as registro aqui para que sirva de objeto de reflexão.



O que é Búzios hoje (2003)
Buzios se tornou “um shopping a céu aberto, barulhenta, desordenada, mal acabada e favelizada por ricos e pobres.”
“Búzios era um Rolls Royce que preferiu tornar-se um fusquinha. Como eu adoro morar em lugares lindos e Búzios, já em 97, quando fui embora, estava num rumo muito feio, preferi seguir meu caminho. Eu posso viver bem em qualquer lugar do mundo, é só harmonizar-me com a natureza local, o que hoje em Geribá ou João Fernandes, como em outros pontos da península, tornou-se impossível.”

Nativos
“O primeiro requisito para uma cidade não ser violenta nem violentada é ter moradores que a amem mais do que amam o dinheiro. Seduzidos como os antigos índios pelo brilho dos espelhinhos, muitos nativos venderam suas belíssimas propriedades” para pessoas que “preferiram transformar a cidade num vale-tudo!”
Especulação imobiliária
“Quando o capital internacional se une a espertinhos tupiniquins visando encaixotá-la para vender, as chances de uma comunidade sobreviver são poucas, principalmente num país com tantos políticos corruptos e funcionários públicos sem ética.”
 Otavinho
"Chegou modesto na península décadas atrás e enriqueceu fazendo construções aí. Sabe como viver, tanto que isolou-se dentro de um imenso paraíso ecológico enquanto ajudava a cidade a tornar-se uma feia colcha de retalhos. É o clássico faça o que eu digo e não o que faço. Ao seu redor quer a natureza protegida, quer o barulho dos passarinhos, dos poucos animais selvagens que ainda restam na região. Mas para a plebe lá fora quer dar o cimento, os muros, o barulho, a ocupação intensa mesmo se pretensamente ordenada".
A política em Búzios
“Me lembro muito bem de quantas pessoas humildes, nativas de Búzios, vieram me procurar durante a campanha política (de 1996) dizendo que sabiam que eu os defenderia na Câmara, que era um excelente candidato mas... que fulano pagou a dentadura da mulher e ele devia este favor. Outro tinha recebido telhas para cobrir a casa do filho. Um outro havia sido ajudado por um candidato para conseguir uma operação para seu irmão. E assim votariam nele. A política buziana é feita assim, ao estilo Macunaíma bem brasileiro, e eu conheço centenas de casos iguais. E se os eleitores são corrompíveis e vendem seus votos, que políticos eles elegem? Quem corrompe os eleitores? Um cara honesto e bem intencionado? Claro que não! Por isto acho que sem a participação da população organizada, só picaretas chegarão ao poder, e uma vez lá estarão à serviço de quem pagar mais. São os “políticos-táxi”, pagou – levou!”
Pornografia político-partidária buziana

“Vejo nestes dias a enésima tomada vergonhosa do Partido Verde de Búzios, outrora respeitado como polo gerador de discussões filosóficas de valor relevante, e hoje verde porque é com o “outro” verde que agora se faz política. É com imensa tristeza que vejo a atual pornografia político-partidária buziana, onde as pessoas não aglutinam-se em torno de uma idéia, mas sim de um lucro, um golpe, uma triste cena que me envergonha e me fez em 96 retirar meu nome do Partido Verde que não mais representava a ética na política, uma idéia que sempre me seduziu. Neste cenário onde partidos estão à venda, só a aglutinação dos moradores em torno de suas associações pode impedir com que estes picaretas continuem defendendo seus interesses particulares. Cidadãos éticos, preocupados com suas comunidades tem que se unir organizadamente para contrabalançar as forças deste mal que corrói a nossa política.” 
Perseguição política em Búzios

“Me lembro de comerciantes vindo me dizer que um prefeito havia pedido a eles que não anunciassem no jornal que fundei, e dirigi, pois eu seria um “traidor” da comunidade. Recebi ameaças de morte pelo telefone, e avisos assustadores até de pessoas que hoje já não estão mas vivas. Soube de fontes mais do que confiáveis de uma reunião na casa de um famoso arquiteto onde discutiu-se sobre “como dar uma lição” em mim, envolvendo até a possibilidade de uma surra. Aí fiquei assustado. Um prefeito-pasteleiro de Cabo Frio, hoje tragado pela sua própria insignificância histórica (alguém se lembra dele?), mandou publicar nos jornais de Cabo Frio uma “nota de repúdio” acusando nosso jornal de “racista”, logo o jornal mais dedicado às causas sociais. Uma acusação que me deu trabalho para mostrar que era apenas a sub-política manipulando gente pouco inteligente. Felizmente me saí bem, mas vi como pessoas desonestas podem chegar até a dirigir a prefeitura de uma cidade importante. Felizmente a história não compra pastéis de vento.”
Ser ambientalista em Búzios 
“A qualidade de vida que eu tanto amava e precisava estava cada dia pior. A situação da água e do esgoto agredia a cidade, os especuladores imobiliários, unidos a arquitetos e engenheiros inescrupulosos faziam campanha cerrada contra nós ambientalistas e a população não nos endossava.”
O movimento comunitário

“Mas estou muito feliz por notar que já existe em Búzios uma comunidade diversa de amantes da cidade, aqueles que mesmo sendo comerciantes e hoteleiros endossaram a proposta do desenvolvimento sustentável, que significa tentar preservar o que ainda restou da belíssima natureza e da comunidade buziana. Com a união de todas as vertentes do movimento comunitário, inclusive a dos poderosos comerciantes e hoteleiros, Búzios poderá conter o crescimento desordenado e encontrar a qualidade de vida que merece, pois ainda é um dos lugares muito poderosos do planeta.”

Meio ambiente de Búzios
“ Vejo que o cimento ainda é o grande vetor da economia, e muito mais construções do que deveriam ter. A ocupação das encostas deu uma tristeza danada, e as valas negras saindo nas praias, como em Manguinhos, deram vontade de chorar.”
A favelização de Búzios
“Sou convidado a falar sobre o processo de favelização de Búzios e como evitar que se repita aqui a tristeza que se passou aí, e ainda não terminou. A história da degradação do “destino-Búzios” já está sendo útil para que os cidadãos de Jericoacoara não caiam na mesma cilada. Sempre mostro as fotomontagens que fiz em 1995 prevendo uma hecatombe imobiliária em Búzios.”
Os golpistas da cidade
“ Depois de ser vítima de dois estelionatários que compraram coisas minhas e nunca pagaram, me causando profunda tristeza, passei a sentir-me mal quando visitava a península porque os via transitando normalmente pela cidade e sendo aceito pela comunidade. Como nestas coisas sou meio radical, tomei um bode das pessoas que compartilham mesas de bar com gente desonesta. Aliás, esta é uma coisa que sempre me deixou curioso: porque em Búzios há tanto espaço para golpistas?”
As moscas e os mosquitos de Búzios

“Aliás, passei por uma experiência surrealista quando estive aí da última vez há poucos meses: fui com amigas beber num gostoso barzinho de frente para o mar perto da Escola João de Oliveira Botas, e ver o glorioso por do sol que aí é dos mais lindos do mundo. Barcos no horizonte, céu vermelho, mar roxo, nuvens violetas, um espetáculo esplendoroso e nós embasbacados. Quando de repente uma nuvem imensa de mosquitos nos atacou com tal ferocidade que todos os clientes se levantaram e fugiram correndo, o barzinho fechou e até quem passava pelo calçadão teve que correr para fugir do ataque doloroso destes insetos de tão fácil controle. Pude perceber que alem de estar entregue às moscas, Búzios estava também entregue aos mosquitos e a insensibilidade dos responsáveis. Nunca vi tantos mosquitos fazendo as pessoas correrem de medo. Me deu uma baita tristeza e muita coceira.” 
Entrevista dada ao Jornal de Búzios, julho de 2003.

Para ver a entrevista completa acessar http://360graus.terra.com.br/titorosemberg/index.htm

Comentários:

Adriana Di Macedo disse...
Olá! Bela entrevista! Nunca vi tanta sinceridade. São cidadãos que falam o que pensam e buscam o que é seu por direito que Búzios precisa! Valeu Luiz, valeu Tito! Um abraço! Adriana Di Macedo
luiz do pt disse...
Adriana, obrigado pela visita, pelo comentário. Um abraço, Luiz
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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

"Eu também quero”, ou a defesa envergonhada do candidato do governo João Carrilho



Em artigo (ver em "prensadebabelpublicado no jornal Prensa de Dedé (o dono do site foi funcionário do prefeito André Granado/Henrique Gomes, responsável pela Comunicação), Sandro Peixoto faz uma defesa envergonhada do candidato do prefeito André Granado. "Andrézista" de primeira hora, desde a eleição de 2012, Sandro deturpa completamente a história política recente de Búzios, para justificar seu apoio subreptício à Joãozinho Carrilho- o candidato do prefeito multiprocessado André Granado.

A farsa da análise do articulista da prensa do Dedé começa com a afirmação mentirosa de que foi André Granado “quem mais soube entender esses novos ventos de mudança” nas eleições de 2012. Quem acompanhou o processo eleitoral desse ano, sabe muito bem que quem contribuiu para a derrota de Mirinho Braga foi Chiquinho da Educação/Atacadão de Araruama (Sandro era contra ele de início, depois se rendeu aos seus encantos), que para cá veio com o objetivo de desconstruir a imagem do então prefeito, que por sinal fazia um governo desastroso. Seu trabalho foi tão bem feito- muito ajudado pelo fato de que o povo não aguentava mais a turma de Mirinho Braga- que qualquer candidato que Chiquinho apoiasse venceria a eleição. André Granado, o escolhido, era uma das últimas opções de Chiquinho. Portanto, André não entendeu nada dos novos ventos de mudança, como afirma Sandro. Foi pura obra do acaso.

O "andrézista" roxo Sandro Peixoto argumenta que a favor de André havia “apenas a lembrança de sua passagem pela secretaria de Saúde”, como se tivesse sido boa para o povo buziano essa sua passagem pelo governo Toninho Branco na qual, segundo o MPRJ, uma quadrilha assaltou os cofres da prefeitura de Búzios, desviando mais de 13 milhões de reais. Para o articulista Sandro, isso deve ser apenas "mero detalhe" (crédito para Robinho do Salão).

Escamoteação maior é afirmar que André “conseguiu a reeleição a duras penas” em 2016. Pelo amor de Deus, duras penas é acreditar que dois candidatos entre os três da oposição (Mirinho, Alexandre e Felipe) não se coligaram por puras divergências ideológicas, sem receber nenhum benefício particular para tanto. Sua argumentação parece-se com um conto do vigário, que só engana os incautos!

Sandro defende que para se candidatar a prefeito de Búzios, o pretendente precisa ter experiência administrativa. Para ele, Mirinho Braga tinha essa experiência, pois “além de ter tido a oportunidade de aprender administração pública ao ocupar o cargo de chefe de gabinete durante a gestão do prefeito de Cabo Frio, José Bonifacio, assumiu um município novo com alguns funcionários que já trabalhavam na administração do ex-distrito”. Mas, contraditoriamente, abre uma exceção para Toninho Branco, apesar de reconhecer que ele não tinha experiência administrativa alguma. Toninho prescindiria dela, por ser uma “águia política!”. Qualquer pessoa que tenha vivido em Búzios nessa época, e tenha um mínimo de discernimento, sabe muito bem que Toninho Branco não estava nem aí para administrar a prefeitura. Ele queria apenas se dar bem. A tarefa de “administrar” a cidade, ele delegou para os "experientes" Nanis, Otavinhos e Salvianos da vida.

O texto deturpa muito a história buziana recente. Sandro afirma, na maior cara limpa "dedéziana", que Mirinho, aquele que voltou ao poder em 2012, deu com os “burros n’água” porque “achava que a cidade ainda era aquela recém-emancipada”. Qualquer idiota que tenha passado por Búzios nesse período, sabe muito bem que o terceiro governo de Mirinho Braga deu com os burros n'água porque Mirinho vendeu a sua alma (política) ao diabo, para poder disputar as eleições, porque estava inelegível. Obviamente, que quem governou a cidade de 2009-2012 não foi Mirinho, mas o Diabo, aquele que obteve a sua elegibilidade. E, naturalmente, como qualquer Capeta fez suas maldades e ainda levou um troco.

A conclusão do artigo é despudoradamente antijornalística. Apenas as candidaturas do vice-prefeito Henrique Gomes, do ex-vereador e atual secretário de promoção social Joãozinho Carrilho e do ex-vice prefeito Alexandre Martins seriamnaturais”. Reparem que todos são ex-vereadores, mas apenas o seu candidato Joãozinho Carrilho recebe o título. Subliminarmente passa a ideia de que Joãozinho é o mais experiente. Só faltou atender o pedido de Joãozinho que não quer mais ser chamado de Joãozinho Carrilho, pois o diminuitivo não fica bem para um candidato a PREFEITO DE BÚZIOS.

Os outros postulantes, obviamente, seriam não naturais, isto é, artificiais. Ou seja, candidatos menores. Para Sandro, eles seriam candidatos do “mesmo”, seja lá o que isso signifique. A candidata Gladys, aquela que lidera em todas as pesquisas, para Sandro Peixoto tem “desejos maiores que as próprias probabilidades”. Vá entender o que ele quer dizer com isso. E sectariamente, o articulista "dedézista" cita que Gladys “no momento passa por um perrengue ante a Justiça Eleitoral por não ter feito uma correta prestação de contas”. Desonestamente não informa que isso não é irreversível, facilmente resolvível. Basta que Gladys apresente a prestação de contas e tudo está resolvido. O que não é o caso do candidato que considera “natural”, Henrique Gomes, que responde a três processos na Vara Criminal de Búzios, estando um deles concluso para decisão do desembargador, o que pode torná-lo inelegível, já que neste processo já foi condenado em primeira instância. Aí meu caro, não tem solução. Eleição, só depois que cumprir o prazo de 8 anos de inelegibilidade.

Finalizando a avaliação de Sandro sobre as possibilidades eleitorais de Gladys. Ele critica sua atuação como vereadora, afirmando em uma linguagem parecida com a língua portuguesa, que o “povo adora vereador de oposição que grita contra o prefeito, mas que não reelege (sic)” e cita as histórias de Adilson da RasaFelipe Lopes e Gugu de Nair. Todos que conhecem um pouco das atuações parlamentares destes três vereadores sabem que seus “gritos” tiveram resultados bem diferentes. Gugu de Nair não se reelegeu não foi porque "gritou" na CPI do BO contra a corrupção no governo André Granado (viu Sandro você apoiou e apoia um governo ímprobo). Ele não se reelegeu simplesmente por causa da sua nominata. Teve mais votos que Josué e Cacalho, e não se reelegeu! Adilson não se reelegeu não foi porque "gritou", mas porque fez muita besteira pessoal, inclusive agredindo mulher em público, com várias ocorrências policiais registradas. Felipe deu uns "gritinhos" na CPI do BO, mas não se reelegeu como vereador porque era candidato a prefeito. Nada a ver com a atuação da vereadora Gladys, que por sinal é muito diferente da atuação de todos eles. Gladys é um fenômeno novo em Búzios, que precisa de um estudo. Nunca antes na história desta cidade alguém fiscalizou o governo municipal de forma tão sistemática. Só não vê quem tem as travas do sectarismo nos olhos.

Ao analisar as chances da vereadora Joice Costa e do vereador Miguel Pereira, o articulista Sandro Peixoto se revela de vez como um grande "dedézista", ao afirmar que o atual prefeito “ao que tudo indica tem uma certa preferência pelo nome de Joãozinho Carrilho”. Quem escolhe é André ou o grupo político? Ou o grupo político se resume ao desgastado André? Coitado de todos eles, que terão que carregar um imenso piano de rejeição política nas costas.

Observação:
Você pode ajudar o blog clicando nas propagandas.

Comentários no Facebook: 
Sandro Peixoto Será que vocês não podem me errar? Não sou político, não estou atrás de uma boquinha como muitos aqui, nunca tive cargo na prefeitura ( apesar de ter sido convidado por todos os governos que aqui passaram) não me envolvo com candidatos- apesar de preferência pelo João Carrilho e isso é um direito meu- não fico pedindo votos nem discuto política nas esquinas. Fui citado pelo Luiz porque ele é um.idiota e para que seu blog tenha três curtidas ele tem que usar terceiros pois suas ideias são toscas e sem sentido.
Eu trabalho todos os dias das oito da manhã até tarde da noite. Tenho duas lojas, 4 funcionários e inúmeros compromissos. Vocês que não têm o quê fazer procurem outro para perturbar. Mais respeito por favor!
Editado

Ip Buzios Você escreve tanta asneira e eu que sou idiota?
Sandro Peixoto Angelo da Verdade .deselegância é me citar sem motivo.



  • Ip Buzios Teve cargo público sim Sandro. Foi ADL da Benedita.
  • Ip Buzios O segundo blog mais lido da região dos lagos sem noticiar crimes/acidentes de trânsito ou publicar fofocas. E de um município pequeno.
  • Ip Buzios Armando da Parvati certa vez me disse que todo mundo lia meu blog mas não podia curtir. Sabe por que Sandro? Porque Búzios é a cidade dos rabos presos, dos que têm medo de represália dos prefeitos, principalmente aqueles empresários que atuam na ilegalidade sem alvará.
  • Ip Buzios Sandro Peixoto como citar sem motivo? Você escreve um texto sobre os pré-candidatos a prefeito de Búzios e não quer que ninguém comente? Qualé Xará?





  • Sandro Peixoto Angelo da Verdade .deselegância é me citar sem motivo.







  • Ip Buzios Teve cargo público sim Sandro. Foi ADL da Benedita.


  • Sandro Peixoto Quem é esse tal de Luiz????
    Thomas Sastre ESSE SENHOR AGORA QUER SER O " BIAL "DE BÚZIOS PUXAR O SACO DE SEU PATRÃO , FAZ QUALQUER COISA PARA SER ACEITO SOCIALMENTE EM O MEIO DA FARSA,POLITICA DA CIDADE ,, APRENDEU COM O EDITOR DO PERU É O FAMOSO AMIGO URSO ELE TE ABRAÇA E TE FODE TEM UMA CONVERSA FERINA UM FARSANTE DE MARCA MAIOR,ACREDITA QUE ES JORNALISTA E TEM PRESTIGIO ,, APENAS UM APANIGUADO DO POLITICO QUE ESTIVER EM EVIDENCIA,,JÁ FALOU HORRORES DESSA GENTE E AGORA SE FAZ DE FILOSOFO DE BOTEQUIM ,,ESSE TAL DE JOANZINHO PÉ DE FEIJÃO ,,NÃO SERVE NEM PARA ESPIAR,,,,QUANTO MAIS PARA GOVERNAR UMA CIDADE DE GENTE QUE ESTA CANSADA DE 171 ASSIM COMO SEU PAI QUE COMO CANDIDATO FEZ PESSOAS DE BEM ACREDITAR ,E APENAS ESTAVA DE FARSA PARA ARMAR EM CIMA DESSE JOGO SUJO QUE ELES ESTÃO ACOSTUMADOS A VIVER ,SÃO TODOS CRIAS DO LADRÃO POLITICO PAULO MELO ,REPAREM QUE EM O MEIO DA CANDIDATURA SEU PAI FEZ UM ACORDO SECRETO PARA COLOCAR SUA EX COMO SECRETARIA,,, IMPOR ESSE GAROTO COMO CANDIDATO É COISA DE RETARDADOS ,,A CIDADE ESTA CANSADA DESSA GENTE SERA QUE AINDA A PESSOAS CEGAS, QUE ACREDITA QUE ESTA CIDADE VAI CONTINUAR SAINDO EM AS PAGINAS POLICIAIS COMO ELES ESTÃO ACOSTUMADOS ,,FAZEM QUALQUER COISA POR UM PRATO DE ARROZ ,,,,O GENTE SEM PUDOR PARABÉNS LUIZ ASSIM SE FAZ DISSECAR,, E MOSTRAR QUE ESTAMOS CANSADOS DE GENTE CAFONA RETARDADAS E OPORTUNISTAS ,VIVEM DO LIXO ,GANHAM DO LIXO ,E ACREDITAM EM A BOCADA DO LIXO UNS TRAÍRAS DE MARCA MAIOR ,,COMO A CIDADE EM A ÉPOCA TINHA SONHADORES ESTA FAMÍLIA ENRIQUECEU RAPIDAMENTE ,,EM O MEIO DAS TREVAS POLITICAS ,SORTE QUE OS CIDADÃOS DO BEM JÁ ACORDARÃO DESSE PESADELO QUE APRESENTAM,, OS BABEL DA VIDA ,,


    Hozana Oliveira Quem é Sandro Peixoto? Eu conheço o Luis do Ip Búzios, mas quem é esse tal de Sandro?





    Thomas Sastre SANDRO E O FAMOSO QUEM ,,,PAREM DE CRITICAR ELE APENAS NÃO QUER PERDER A BOCADA ,,DEIXEM ELE ACREDITAR QUE E " FORMADOR DE OPINIÃO " LEMBREM QUE OPINIÃO E IGUAL A BUNDA CADA UM DA A SUA O HOMEM JÁ DEU A DELE



    Mônica Casarin Que elegância rapaziada.
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    Sandro Peixoto Poxa agora entrou o chato do Thomas na história. Thomas é aquele tipo que só me procura quando está passando fome