Acampamento foi alvo de incêndio criminoso na última segunda-feira (6) em São Pedro da Aldeia, no RJ — Foto: Arquivo pessoal |
Policiais
eram amigos do fazendeiro. Eles estavam de folga no dia do confronto
e foram baleados. Fazendeiro foi preso em um apartamento no Centro de
São Pedro da Aldeia na manhã deste sábado (11). Foram apreendidos
armas ilegais e um adesivo da Polícia Federal.
Um
fazendeiro e dois policiais militares foram presos na manhã deste
sábado (11) apontados como autores da morte
do trabalhador rural sem-terra Carlos Augusto Gomes,
de 58 anos, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio.
O
crime aconteceu
na quarta-feira (8) no acampamento Emílio Zapata,
próximo ao assentamento Adhemar Moreira, na região de São Matheus.
Houve um confronto entre os policiais, que estavam de folga no dia do
crime, e trabalhadores rurais que vivem na localidade da Fazenda
Negreiros.
De
acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro seria o mandante do crime e
os policiais os executores.
Os
policiais militares foram baleados no confronto e estão
hospitalizados. Eles já foram comunicados da prisão.
O
fazendeiro foi preso quando estava em um apartamento no Centro de São
Pedro da Aldeia. Segundo a polícia, ele tentou jogar armas pela
janela quando os agentes chegaram.
Com
ele, a polícia apreendeu uma pistola, um revólver, uma espingarda,
touca ninja, facas, colete e até um adesivo da Polícia Federal.
"Quando
nossa equipe chegou no apartamento onde estava o proprietário da
terra, aparentemente ele estava dormindo, mas quando se deu conta que
era a polícia, correu e se trancou no quarto. Ele tentou jogar as
armas pela janela, mas a polícia conseguiu recuperar tudo, porque a
área estava cercada. Já os policiais militares, continuam
internados e já estão custodiados na unidade de saúde",
afirmou o delegado do caso, Bruno Gilabert, da 125ª DP.
As
prisões foram em cumprimento de mandados de prisão temporária pelo
crime de homicídio para os três envolvidos, já o fazendeiro,
também vai responder pelo flagrante das armas irregulares.
"Tomamos
a ciência do caso na quarta-feira, quando ocorreu o confronto armado
na fazenda. Os dois policiais se feriram e o sem-terra morreu. O
corpo dele só foi encontrado no outro dia, quinta-feira. O laudo da
vítima ainda não está pronto, mas visualmente, foi constato pelo
menos dois ferimentos feitos por arma de fogo, um na cabeça e outro
no tórax. Ferimentos que podem ter sido a causa da morte do homem",
acrescenta o delegado.
Há
cerca de 15 anos, a Fazenda Negreiros foi parcialmente desapropriada
em ação movida pelo Incra e, no local, foram assentadas 40 famílias
de trabalhadores rurais. A parte não desapropriada da fazenda, cerca
de 900 hectares, foi ocupada por outros trabalhadores rurais, o que
teria gerado o conflito. Há em andamento uma ação judicial para a
desapropriação dessa parte não autorizada.
"Houve
imissão na posse parcial, mas é necessário a conclusão desse
processo, porque isso traz mais estabilidade a essas regiões
conflituosas. Estamos colhendo os dados e, se os crimes foram em
decorrência desse conflito agrário, teremos que requisitar a
instauração de inquérito da Polícia Federal", disse o
procurador do MPF, Leandro Mitidieri.
Na
segunda-feira (4), existiam seis casas na área de conflito e uma
delas foi queimada.
Em
depoimento prestado na delegacia essa semana, o fazendeiro alegou que
os policiais eram amigos dele e que não estavam prestando serviço
para a fazenda e estavam de folga.
Segundo
o proprietário, ele teria sido surpreendido com a ocupação na
área, começou a ver pessoas que não conhecia e também cabanas.
Foi então que decidiu colocar tudo abaixo. A Polícia Civil disse
que o assentamento já existia há algum tempo, diferente do que foi
dito pelo fazendeiro.
O
Comando da Polícia Militar informou que os dois policiais militares
estavam de folga e que vai instaurar um procedimento interno para
apurar os fatos.
O
Movimento Sem Terra, emitiu uma nota informando que se solidariza com
as famílias e repudia esse tipo de confronto. O MST disse, ainda,
que exige uma apuração mais rigorosa do fato.
O
advogado de defesa do proprietário rural, alega que o seu cliente
agiu em legítima defesa.
Fonte: "G1"
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