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sábado, 30 de março de 2019
É inconstitucional investigar Juiz?
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domingo, 16 de abril de 2017
A Lava Jato também pegará o Judiciário, diz ex-ministra
Eliana Calmon, foto Alexandra Martins, Agência Câmara |
"A Lava Jato pegará
o Poder Judiciário num segundo momento. O Judiciário está sendo
preservado, como estratégia para não enfraquecer a investigação."
A
previsão é de Eliana Calmon, ministra aposentada do Superior
Tribunal de Justiça, ex-corregedora nacional de Justiça. "Muita
coisa virá à tona", diz.
Ela
foi alvo de duras críticas ao afirmar, em 2011, que havia bandidos
escondidos atrás da toga. "Os políticos corruptos nunca
temeram a Justiça e o Ministério Público. O que eles temem é a
opinião pública e a mídia", afirma.
Pergunta
- A Lava Jato poderá alcançar membros do Poder Judiciário?
Calmon
- No meu entendimento, a Lava Jato tomou uma posição política. É
minha opinião pessoal. Ou seja, pegou o Executivo, o Legislativo e o
poder econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer
esse Poder. Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só
numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona.
Pergunta
- Os tribunais superiores têm condições de instaurar e concluir
todos esses inquéritos?
Calmon
- É possível o Poder Judiciário punir a corrupção com vontade
política. É difícil, porque tudo depende de colegiado. Muitas
vezes alguém pede vista e "perde de vista", não devolve o
processo. Hoje, o Judiciário está convicto de que precisa funcionar
para punir.
Pergunta
- Como deverá ser a atuação do Judiciário nos Estados com os
acusados sem foro especial?
Calmon
- Hoje, o Judiciário mudou inteiramente. Todo mundo quer acompanhar
o sucesso de Sergio Moro. Os ventos começam a soprar do outro lado.
Pergunta
- Como avalia o desempenho da presidente do STF, ministra Cármen
Lúcia?
Calmon
- A ministra Cármen Lúcia demonstra grande vontade. Mas vai
precisar de muito jogo de cintura. O colegiado é muito complicado,
muito ensimesmado. Os ministros são muito poderosos. Há muita
vaidade.
Pergunta
- Como vê a crítica de que a lista criminaliza os partidos e a
atividade política?
Calmon
- É uma forma de inibir a atividade do Ministério Público e da
Justiça. Os políticos corruptos nunca temeram a Justiça. O que
eles temem é a opinião pública e a mídia.
Pergunta
- A Lava Jato cometeu excessos?
Calmon
- Houve alguns excessos, porque o âmbito de atuação foi muito
grande.
FREDERICO VASCONCELOS, FOLHAPRESS
Fonte: "yahoo"
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