quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Era só o que faltava em Búzios: Prefeitura autoriza construção de deck na Praia da Ferradura

Deck do Hotel Insólito em construção. Foto: Búzios Notícias
Tudo indica que a vegetação será suprimida para deleite dos hóspedes do hotel. Foto: Búzios Notícias


Insólito deck na Praia da Ferradura

O Secretário de Urbanismo de Búzios Otávio Raja Gabaglia autorizou o Hotel Insólito a construir um deck na Praia da Ferradura com base em Decreto de 2008 que permitiu a instalação de desks na Orla Bardot. Assim como o hotel, a justificativa do secretário é insólita. Veja a autorização abaixo:




A empresa Dovyalis Participações S.A é presidida pelo especulador belga Philippe Ghislan Meuus (ver “A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Jr.). Philippe já foi multado pelo Ibama por crime ambiental cometido na Ilha do Urubu, um paraíso ecológico localizado em Trancoso, a 30 km de Porto Seguro (a 709 km de Salvador), no extremo sul da Bahia (ver em "atarde").

Estranhamente, o CNPJ fornecido não é da empresa Dovyalis, mas da Sibraspar Empreendimentos Imobiliarios S.A. Apesar de ter PHILIPPE GHISLAIN MEEUS como um dos diretores, o endereço passa longe da Praia da Ferradura. A Sisbraspar funciona em Recife (PE): rua Ernesto de Paula Santos 187, Sala 1104 Emp Excelsior, Boa Viagem. CEP: 51.021-330.  

Philippe foi condenado na AÇÃO CIVIL PÚBLICA (0001270-88.2008.4.02.5108) na Justiça Federal do Rio de Janeiro, condenação mantida pela 7ª Turma Especializada do TRF2. Recentemente, em 25 de junho deste ano, teve inadmitido Recurso Especial pelo Desembargador Federal Vice-Presidente MESSOD AZULAY NETO.

Acórdão. Ementa.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. CONSTRUÇÃO IRREGULAR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PERMANENTE. COSTÃO ROCHOSO. ARMAÇÃO DOS BÚZIOS. DEMOLIÇÃO. DANOS MORAIS COLETIVOS”.

Sentença:

Trata-se de zona costeira, considerada área de preservação ambiental. Necessidade de licenciamento ambiental, providência não tomada. Dano ambiental provocado pela construção irregular realizada pelos réus na área identificada na petição inicial.

Segundo o Desembargador Relator, é "um fato incontroverso que não houve licenciamento de órgão ambiental (de qualquer esfera) para tal construção. Ademais, reprovável a conduta dos réus PHILIPPE GUISLAIN MEEUS, INSOLITO HOTEL LTDA e MUNICIPIO DE ARMAÇAO DOS BUZIOS), tendo em vista as intimações, a lavratura de autos de infração e de termos de embargo/interdição, todos ignoradosA obra continuou e a construção do Hotel foi concluída, apesar do termo de embargo/interdição.


A parte ré foi condenada a:
1) demolir as construções irregulares
Cabível a demolição de todas as construções irregularmente erguidas sobre Área de Preservação Permanente, sem o aval do órgão ambiental competente, em especial da mureta, da plataforma e da tubulação construída sobre o costão rochoso, bem como de quaisquer construções que impeçam o acesso à praia, a serem delimitadas pelo órgão ambiental competente.
2) recuperar o ambiente degradado
Apurada a ocorrência de dano ambiental e a viabilidade de recuperação da área degradada, por meio do pertinente Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), este deverá ser executado, após a aprovação pelo órgão competente, a fim de que seja restabelecido, na medida do possível, o status quo ante.
3) indenizar os danos morais causados à coletividade.
Constatado o dano ao meio ambiente por construção irregular em área de proteção ambiental permanente, impõe-se, ainda, a indenização pelos danos morais causados à coletividade.
A conduta dos apelantes deve ser repreendida, sendo certo que a condenação ao pagamento de indenização pelos danos morais à coletividade possui caráter punitivo e pedagógico, de forma a desestimular novas infrações ambientais. Fixação da indenização do dano ambiental moral coletivo em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) pro rata.

O Município de Armação dos Búzios igualmente deve ser condenado pelos danos morais causados à coletividade, pois apesar de ter expedido notificações, lavrado Termo de Embargo à obra e multado os réus, concedeu Alvará de Localização, Instalação e Funcionamento, Habite-se e Certidão de Lançamento da nova obra, embora não tivessem os mesmos obtido o devido licenciamento ambiental prévio, agindo, portanto, em afronta à legislação ambiental, além de ter autorizado a ocupação de áreas em terreno de marinha, independentemente da manifestação do órgão competente da União, no caso, a Secretaria de Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Consideram-se nulos os documentos emitidos pelo Município de Armação dos Búzios para autorizar a construção no local.

Valor da multa por dia de atraso no cumprimento das obrigações de fazer ou não fazer em
R$ 3.000,00 (três mil reais).

Comentários no Facebook:

Otavinho e seus amiguinhos sempre detonando a Ferradura!


Denise Morand Rocha Gostaria de saber se a Secretaria de Meio Ambiente foi ouvida e alerto que o Conselho de Meio Ambiente não participou desta decisão, como estabelece a lei.


  • Jose Carlos Leiras Não poderia imaginar (nem nos piores dos pesadelos) que o cara (travestido de Secretário) que, ate então, se postava de preservacionista e "defensor" da arquitetura da Cidade, iria se juntar aos (vários) que insistem em destruir Búzios. Penso que, talvez, sejam os "trocados" que pagamos através dos nossos impostos. Certamente, deixará uma mancha (negra) na sua biografia(?).
  • Junior Buzios Cadê o chefe do Inea que não vê isso? La não faz parque do costa do sol?

    • Sonia Pimenta Esse Otávio atua há anos sempre dirando proveito de obras ,terras e licenciamentos em Buzios

    • Roberto Campolina Já vi autorizações estranhas , mas esta ganha. Usar decreto que criou deck na Orla Bardot (que já são um absurdo) para autorizar a construção de deck em pousada, sobre o costão é surreal.
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    • Jorge Armação Buzios É IMPRESSAO MINHA OU ESTA LICENÇA SAIU EM APENAS DOIS DIAS DO PROTOCOLO DO PROCESSO A EMISSÃO DA LICENÇA
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    • Marcelo Moraes Isso é uma piada? Kkkkkkk

    • Satyro Edmilson Absurdo maíor é a hipocrisia do secretário Arquiteto e urbanista permitir está. Sr. Otávio O Sr. passou do cúmulo do absurdo. MPF neles.

    terça-feira, 19 de novembro de 2019

    MPF suspeita da relação do doleiro Dario Messer com traficantes de droga

    Dario Messer, o doleiro dos doleiros. Foto: MPF



    A PF encontrou num dos nos celulares de DARIO registros de fotografias e acessos à rede Wi-fi da FAMÍLIA MOTTA de maio a setembro de 2018, evidenciando que essa família abrigou DARIO MESSER em um de seus imóveis na ... , local em que sua namorada MYRA ATHAYDE ia encontrá-lo.

    As conversas também revelaram que o filho de TONHO, ANTÔNIO JOAQUIM MENDES GONÇALVES DA MOTA, está relacionado ao documento de identidade falso utilizado por DARIO, em nome de “MARCELO DE FREITAS BATALHA”.

    Importante consignar alguns levantamentos da PF sobre a possível relação da FAMÍLIA MOTA com o tráfico de drogas na fronteira:

    Além da relação com DARIO MESSER, pesam graves suspeitas quanto a envolvimento dos integrantes da Família MOTTA com outros atos ilícitos, como o tráfico de drogas, contrabando de cigarros e a lavagem de dinheiro. Na recente prisão em 04/02/2019 do narcotraficante SÉRGIO DE ARRUDA QUINTILIANO, um dos líderes do PCC conhecido como MINOTAURO, a Polícia Federal analisou o Notebook apreendido em poder de sua mulher MARIA ALCIRIS CABRAL JARA, no qual foram encontradas mensagens contendo um arquivo anexado de contrato privado entre os proprietários da AGROGRANADERA AQUIDABAN S.A (ANTONIO JOAQUIM MOTA, CECY MENDES GONÇALVES DA MOTA (mãe) e CECY MENDES GONÇALVES DA MOTA (filha)) – e supostos narcotraficantes.

    A empresa paraguaia “Agroganadera Aquidaban S.A” já foi alvo de mandados de busca e apreensão, conforme foi constatado em rápida pesquisa em fontes abertas veiculadas em 30/06/2017. Em um procedimento foram apreendidos na propriedade da família: 1.383 quilos de “maconha” prensada, 2075 quilos de “maconha” picada, 01 fuzil calibre 7.62, 01 revólver calibre 38, duas escopetas calibre 12 e diversas munições.

    Antes desse fato, a Polícia Federal recebeu notícia, ainda não confirmada, de possível envolvimento da Família Motta com o narcotraficante JORGE RAFAAT TOMUMANI, conhecido como o “Rei da Fronteira” e executado com tiros de metralhadora em 2016.

    Por meio da análise dos arquivos de nuvem (icloud) de CECY MENDES GONÇALVES DA MOTA (MÃE), o MPF constatou que ela possui proximidade com vários membros da família RAFAAT TOUMANI, assim como diversas outras pessoas relacionadas ao tráfico de drogas. (…)

    A autoridade policial elenca informações obtidas de Relatórios de Inteligência Financeira da UIF (antigo COAF), produzidos com autorização judicial, nos quais são identificadas relações financeiras entre os integrantes da FAMÍLIA MOTA e pessoas ligadas ao tráfico de drogas e ao contrabando.

    Por outro lado, no rolo de imagens do Icloud de ORLANDO STEDILE, há diversas fotos com manuseio de armas de fogo, mesmo não tendo o investigado autorização de porte. 

    Outrossim, e ainda mais grave, há contatos dos irmãos ORLANDO STEDILE e ANTONIO MENDES MOTA com “Ricardo CTBA”, identificado como RICARDO MAURICIO BARROSO BRANCO, usuário das linhas e em que ambos encomendam dois fuzis G36, o que demonstra a periculosidade da FAMILIA MOTA.

    Foi nesse contexto de intimidade com armamento, e enquanto protegido pela FAMÍLIA MOTA, que DARIO MESSER guardou esse selfie em seu celular.

    Fonte: "mpf"


    Polícia Federal em Búzios: Operação Patrón

    Policia  Federal. Foto: G1




    A Operação Patrón, nova fase da "Câmbio, Desligo", trouxe a Polícia Federal a Búzios. Os 37 mandados – 16 de prisão preventiva, 3 de prisão temporária e 18 de busca e apreensão- foram realizados na Grande São Paulo, em Ponta Porã, no Rio de Janeiro e em Armação dos Búzios.

    O "Estadão" noticiou que o doleiro Najun Azario Flato foi preso no âmbito da ação que busca ainda o ex-presidente do Paraguai Horácio CartesA Operação Patrón cumpre 37 mandados expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro para investigar grupo que deu apoio a fuga e à ocultação de bens de Dario Messer, conhecido como o 'doleiro dos doleiros'.

    Segundo a PF, o nome da Operação, Patrón, ‘patrão’ em espanhol, é o termo que Dario Messer utilizava para se referir a Cartes. O doleiro foi preso no fim de julho, em São Paulo, em uma ação coordenada da Polícia Federal e da Procuradoria da República.

    Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e cerca de 100 agentes participam das ações.

    Entre os investigados há residentes do Paraguai e dos Estados Unidos, entre eles o ex-presidente Cartes. Segundo a PF, eles terão seus nomes incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, por decisão judicial.

    Ainda de acordo com a Polícia Federal, o doleiro dos doleiros Dario Messer pediu meio milhão de dólares em julho de 2018 ao então presidente do Paraguai, Horacio Cartes, para manter-se foragido das autoridades paraguaias e brasileiras. A força-tarefa da Lava Jato afirma que a quantia foi paga por Cartes via intermediários.

    Segundo imagens colhidas no celular de Dario em junho de 2018 — logo após a deflagração da Operação Câmbio Desligo —, o “doleiro dos doleiros” encaminhou uma carta para o “Patrão” solicitando US$ 500 mil para seus gastos iniciais jurídicos, que deveriam ser entregues a ROQUE FABIANO SILVEIRA, que fez fortuna no Paraguai com fabricação de cigarros que são contrabandeados para o Brasil. Ele é o "ZERO UM", um dos empresários mais poderosos do Paraguai.

    A BUSCA E APREENSÃO EM BÚZIOS

    Segundo o MP Federal (ver em "mpf"), “o material analisado pela Polícia Federal revelou que uma das formas de recebimento dos dólares provavelmente obtidos no Paraguai foi através de uma pessoa ainda não identificada, chamada pelos interlocutores de “FELIPE”, indicado por ROQUE SILVEIRA, com quem DARIO manteve diversos contatos pelo Whatsapp (“FELIPE AMI PEDRA”) solicitando a entrega do dinheiro na ENTERTOUR CÂMBIO E TURISMO LTDA ou por depósitos em conta da empresa de fachada QUIMICLEAN BRASIL INDUSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS DE LIMPEZA LTDA”.

    Além de entregas de dinheiro na ENTERTOUR (cerca de R$ 50 mil periodicamente), ou por depósitos na QUIMICLEAN, DARIO recebia entregas de dinheiro por intermédio de depósitos na conta corrente de ANTÔNIO SIQUEIRA SOARES CAMARGO, e na conta corrente da empresa SERENA RESORT HOTEL, com sede em Búzios, no Rio de Janeiro, ambas indicadas por NAJUM TURNER”, advogado e doleiro uruguaio, atualmente foragido da justiça (condenado pela Justiça Federal em SP), amigo e conselheiro de longa data de Dario Messer".

    Em determinado diálogo ROQUE SILVEIRA reencaminha os comprovantes dos depósitos, retirados os valores de conta corrente “de passagem” em nome da empresa de fachada LUKSCHAL COMÉRCIO DE RESÍDUOS OLEOSOS LTDA ME, no total de R$ 25.000,00 no dia 25/06/2019 para a conta corrente da empresa SERENA RESORT HOTEL, e outros R$ 25.000,00 no dia 26/06/2019 na conta corrente de ANTÔNIO SIQUEIRA SOARES CAMARGO”.

    Há inclusive um diálogo com ROQUE SILVEIRA em que DARIO MESSER afirma que o valor total dos depósitos foi de R$ 791 mil, sendo que R$ 535 mil já estariam liberados e R$ 100 mil o seu amigo (FELIPE) já teria em cash para entregar, num total de R$ 1.426.000,00, que com a conversão aproximada chegaria a cerca de USS 400 mil”.