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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Grupo espanhol quer instalar fazenda de maricultura próximo as praias do Peró, Conchas e Caravelas


Entidades ambientais querem discussão mais ampla e resistem à ideia

"O interesse de investidores espanhóis e brasileiros em instalar uma fazenda marinha de 200 hectares em Cabo Frio está mais vivo do que nunca. Só que após a resistência de pescadores e do ICMBio para conseguir concretizar o investimento na Praia do Foguete, já nas proximidades de Arraial do Cabo, os empresários agora voltam as atenções para uma área que fica a 3 Km da costa, na região limítrofe entre as praias do Peró, Conchas e Caravelas, esta já em Búzios. Segundo a reportagem apurou, o novo local foi sugerido pela Colônia de Pescadores de Cabo Frio, uma vez que o Foguete é um local de migração de pescado, o que traria impactos negativos para a atividade pesqueira. O licenciamento do megaempreendimento está nas mãos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Contudo, apesar da mudança de local, a polêmica persiste. Ambientalistas querem ampliar o debate sobre o assunto, com basicamente a mesma alegação que resultou no veto do ICMBio: a incerteza quanto ao descarte dos resíduos do processo industrial da fazenda. Segundo a ambientalista Ana Roberta Mehdi, do grupo SOS Dunas do Peró, o empreendimento ocuparia a área marinha da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pau Brasil, que está perto de ter o seu Conselho reativado, após encerrar as atividades no fim de 2012. Ela afirma que o grupo está se articulando com outras entidades civis e com o Ministério Público para, pelo menos, exigir que o projeto seja exaustivamente discutido.
A gente ficou muito assustado porque a região tem os mares com águas mais limpas do Brasil. Escrevemos uma carta para o MP e o MPF sobre essa questão porque é uma produção industrial e é importante saber onde vai ser o descarte das conchas. Escolheram um lugar em que o mar é muito agitado para ajudar na dispersão de biomassa (as fezes dos mexilhões), mas isso obviamente ainda vai impactar a qualidade desses mares. Fora isso, pode afetar a geologia costeira. Estamos entrando em contato com pesquisadores para darem seus pareceres e vamos provocar uma audiência publica. Isso pega duas áreas ambientais – argumenta Ana Roberta, destacando que a APA não tem um Plano de Manejo.
Para o presidente da Colônia de Pescadores Z-23 (Búzios), Amarildo de Sá Silva, o Chita, a fazenda marinha pode trazer benefícios para os trabalhadores em poucos meses por causa da atração que os mariscos e microorganismos podem exercer no pescado. Entretanto, Chita admite que o assunto carece de mais discussão e de garantias que os pescadores e maricultores locais serão inseridos na cadeia econômica gerada com a instalação da fazenda.
Para a gente não impacta em nada, pelo contrário, vai ser um atrativo pesqueiro. O que falta é resolver alguns detalhes. Tem o pessoal da maricultura de José Gonçalves. Tem que haver alguns acordos para beneficiar os pescadores de Tucuns, José Gonçalves e Baía Formosa. Tem os quilombolas da Rasa. O que a gente quer é participar. É um grupo da Espanha e a gente vai ficar olhando? A gente quer inserir os pescadores mais pobres. Tem que gerar emprego e renda – avisa.
O coordenador municipal de Meio Ambiente de Cabo Frio, Mário Flávio Moreira, tem uma postura cautelosa sobre o assunto. Como biólogo, Mário Flávio já escreveu artigo sobre os benefícios da maricultura, mas ele diz que os impactos ambientais da atividade tem que ser bem avaliados.
O licenciamento é do Inea. Estamos aguardando para poder oficialmente falar, mas a proposta é excelente. No local anterior (Foguete), era complicado por se tratar de zona de exclusão dos pescadores, ao lado da reserva extrativista de Arraial. Na região do Peró, ambientalmente não tem esse problema (migração de pescado). Mas os impactos ambientais têm que ser bem avaliados – pondera.  
A reportagem entrou em contato com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Marinha do Brasil para se manifestarem sobre os prazos do licenciamento, mas não teve resposta até o fechamento desta edição. O presidente da Colônia Z4 (Cabo Frio), Alexandre Marques, não foi localizado para falar oficialmente pela entidade.
A empresa interessada em se instalar na cidade é a Mexilhões Sudeste Brasil (MSB), conforme a Folha noticiou em primeira mão, em abril deste ano. No seu site, o grupo apresenta-se como detentora de experiência em aquicultura 360º e diz que pretende gerar cerca de 2 mil empregos (500 diretos e 1.500 indiretos) com o empreendimento de Cabo Frio".
Rodrigo Branco

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

DUNAS DO PERÓ

Foto do perfil do Facebook SOS DUNAS DO PERÓ

Vivemos um momento conturbado: mesmo com o enorme desastre da Samarco no Rio Doce, tramita no Senado amanhã 25/11 votação do Projeto de Lei que enfraquece ainda mais o processo de licenciamento ambiental de grandes obras no país. 


Temporariamente, as obras do Costa do Peró estão embargadas na Justiça Federal e para fortalecer este embargo temos uma oportunidade de nos encontrar neste sábado, 28/11, a partir das 9h, faça chuva ou sol, na Marcha do Clima nas Dunas do Peró!

A caminhada é organizada pelos alunos de pós-graduação em Educação Ambiental/IFF e em apoio ao movimento mundial Marcha do Clima, do Avaaz. O IFF está convidando os membros do Movimento SOS Dunas do Peró a fazer parte desta caminhada.

A Marcha começará no canto esquerdo das Dunas do Peró em direção à Praça do Moinho que fica no bairro Peró, onde haverá uma tenda do PECSOL.

Nossa participação na marcha vai fortalecer esta ação dos alunos do IFF e pode ser o início de uma parceria e sensibilização maior local para a luta pela proteção do nosso campo de dunas. Os organizadores são futuros educadores ambientais e muitos professores. Como acreditamos que o despertar acontecerá pela Educação, nosso estar junto com o IFF, levando nosso entusiasmo e nossas vivências nas Dunas certamente animará o objetivo da Marcha e agregaremos mais pessoas ao nosso movimento.


Não esqueçam de levar água, protetor, e camisetas para serigrafar a logo da Marcha no local.