Fragmentos de óleo recolhidos em praia de São João da Barra, no RJ, — Foto: Divulgação/Marinha do Brasil |
Força-tarefa
do governo federal diz que cerca de 300 gramas do material foram
recolhidos na Praia
do Grussaí,
no Norte Fluminense, na sexta-feira (22).
Fragmentos
de óleo chegaram à Praia de Grussaí, em São
João da Barra,
no Rio de Janeiro, de acordo com os órgãos do governo federal que
acompanham o desastre ambiental. A força-tarefa informou que o
material, detectado na sexta-feira (22), é compatível com o que já
foi encontrado na costa do Nordeste e do Espírito
Santo.
De
acordo com o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), foram
encontrados 300 gramas do óleo. Toda a área da praia, que é a
principal da cidade, foi vistoriada e somente esta porção foi
achada. Um grupo de militares da Marinha está no local e servidores
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama)
se reunirão ao grupo ainda neste sábado.
A
praia de Grussaí é um dos principais destinos dos moradores e
turistas de cidades vizinhas, como Campos dos Goytacazes, e sempre há
expectativa para a chegada do verão, quando o público aumenta e o
comércio local fatura.
Mais
de 700 localidades atingidas
As
primeiras manchas de óleo foram localizadas na Paraíba em 30
de agosto.
Desde então, o óleo já foi localizado em 724
localidades,
segundo levantamento do Ibama divulgado na sexta-feira (22). Entre os
municípios do litoral nordestino, principal região do Brasil
atingida, 72%
dos municípios tiveram praias afetadas.
Durante
mais de um mês, o óleo ficou concentrado em praias de 8 estados:
Alagoas,
Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte
e Sergipe.
Um
marco na cronologia da crise ocorreu em 3 de outubro, quando o óleo
chegou ao litoral da Bahia. Depois disso, no começo de novembro, no
dia 8, a Marinha apontou que fragmentos
chegaram ao Espírito Santo.
Em quase três meses de desastre, os dados mostraram que a cada
10 locais atingidos, 3 voltaram a
apresentar manchas de óleo após limpeza no Nordeste. Nas semanas
recentes, o
ritmo da reincidência diminuiu e aumentou o número de localidades
afetadas por fragmentos classificados como "esparsos" pela
força-tarefa.
Investigação
federal
O
governo federal não concluiu as investigações sobre a origem do
óleo. As investigações já apontaram que a substância é a mesma
em todos os locais afetados: petróleo cru. Uma investigação
da Polícia
Federal no Rio Grande do Norte chegou a apontar que o navio grego
Bouboulina como
o principal suspeito pelo vazamento. A Marinha disse que a
embarcação é uma entre as 30 suspeitas.
A
empresa Delta Tankers, responsável pelo navio, afirma ter provas de
que o Bouboulina não tem relação com o incidente. A Delta foi
notificada pela Marinha brasileira junto com responsáveis por outras
quatro
embarcações de bandeira grega.
Na
sexta-feira (15) a consultoria americana SkyTruth publicou um artigo
dizendo que não concorda com a análise que aponta suspeitas sobre o
Bouboulina.
A
organização, especializada em monitorar os oceanos por meio de
imagens de satélite, disse que não viu "nenhuma evidência
convincente de manchas ou fontes de óleo nas imagens" e que
"não concorda" com as análises publicadas "por
outras pessoas que alegam ter resolvido o mistério. Em uma nota
técnica, o Ibama diz que "não
há condições" de encontrar manchas em alto mar com uso de
satélites.
Fonte:
"g1"