Para
quem visita com frequência o facebook e está no grupo de contatos dos
integrantes da ONG ATIVA BÚZIOS, já deve ter se deparado com alguns internautas
“preocupados” com a entidade. Eles dizem assim: Cadê as Ativas? Onde está a Ong
Ativa Búzios? Isso dá um samba (e de raiz, dos bons).
A
ONG ATIVA está no grupo que luta pela inclusão das dunas do Peró no Parque Estadual
Costa do Sol, nos grupos que promovem ações em prol do Mangue de Pedra e no do
Rio Una; está no Conselho do Idoso, no Conselho Municipal de Educação; é
entidade coordenadora do FECAB – Fórum das Entidades Civis de Armação dos
Búzios; candidata-se a uma vaga no Conselho de Segurança; está no Conselho
Municipal de Saúde e pleiteia vaga, nos Conselhos Municipais de Meio Ambiente e
no da Cidade, entre outros assuntos em que os interesses coletivos dão uma boa
briga.
Mas
esses “preocupados”, que perguntam pela Ativa, deveriam perguntar por si mesmos
(ou a si mesmos), pois tenho impressão que algumas perguntas devem ser respondidas
por quem as fez. Aí é o ponto!
Ser
humano! Na ilusão da transparência, não alcançará um passo além da opacidade,
que nos governa, muitas vezes, porque, lamentavelmente, trata-se apenas de
humanos. A luta pela transparência, na aplicação dos recursos públicos,
continuará se sustentando, num país que adia o quanto pode a reforma política e
que tem no mais completo obscurantismo sua constituição? A despeito de inúmeras
prioridades, por que (devemos nos perguntar) governantes concedem licenças a
grandes empreendimentos, em áreas ambientais que são verdadeiros santuários,
contrariando toda a legislação de proteção ao meio ambiente? Por que
governantes aplicam vultuosas quantias do orçamento em empresas terceirizadas,
de preferência àquelas ligadas à limpeza pública, às obras públicas, através de
licitações (ou a dispensa delas) quase sempre fraudulentas?
Repudiamos
o excessivo gasto dos brasileiros com o Legislativo e sua habitual inutilidade;
repudiamos o desvio de bilhões dos cofres públicos, o aparelhamento partidário dos
órgãos públicos, o agente público que usa a máquina em prol de sua eleição ou
reeleição, a crueldade de nossa polícia militar... MAS onde estão as faces que
constroem pousadas, restaurantes e estacionamentos em calçadas públicas? Onde
estão as faces que “furam” as filas de exames e consultas médicas se
aproveitando de seus contatos; que se apropriam de áreas públicas e são até capazes
de recorrer a vereadores para que não lhes “tirem seus jardins”, efetivamente,
áreas públicas surrupiadas do povo de Búzios? O obscuro nos constitui e a
nossos políticos, como consequência de tudo.
São
25 anos de Constituição e quem poderia prever que daríamos nisso: lutamos
contra nossos governantes (também contra nós mesmos) e esse é o inaudito.
Lutamos para que nossos eleitos cumpram as leis ambientais, para que cumpram a
Constituição; lutamos para que não roubem, para que garantam educação pública e
saúde de qualidade, para que embelezem nossa cidade, de forma eficiente e proba,
lutamos para que a renda seja distribuída, para que as cidades brasileiras
superem a violência social, cultural e econômica, consequência de políticos
“eleitos democraticamente”, num sistema que se eterniza em violentas alianças
entre os ricos, milícias, traficantes e o mandato. Nossos eleitos são nossos
inimigos “número um” e contra eles é necessária esta guerra, causada pela falta
de limites na captação do voto, que se dá de forma espúria, que se conquista a
qualquer preço, nas lixeiras mais ignóbeis da campanha política, lixeiras essas
que se multiplicam, em rede municipal, estadual e federal. É a competência mais
indômita, do ato de reciclar em causa própria, essa nossa!
Cristina Pimentel
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