domingo, 24 de outubro de 2010

Ainda acredita

Post 144 do blig
Data da publicação: 16/08/2010 00:14 

Na sessão de terça-feira, dia 10/08, o vereador Lorram, que ainda acredita no prefeito (não é o meu caso), fez um desabafo emocionado criticando secretários e diretores (na verdade coordenadores e gerentes na nova estrutura administrativa) que não se empenham como deveriam nas ações governamentais. Afirmou que anda com os seus celulares ligados 24 horas por dia sempre disposto a atender às reivindicações da população buziana e que, por isso, não admite que eles (secretários e diretores) só trabalhem de segunda a sexta e, assim mesmo, até às 5horas. Depois desse horário e nos finais de semana não se consegue falar com eles. Foi muito aplaudido quando exortou: “ quem não está jogando no mesmo time tem que pedir para sair.”

Registro o fato aqui pela sinceridade do desabafo. 

Comentários (3):

 Jose de Figueiredo Sena disse:

Luiz
Eu estava junto de voce na hora do desabafo do vereador
Lorram, eu tambem senti muita ” SINCERIDADE” nas
palavras dele como lider do governo. Isto é muito bom .
Até mais
Sena

2. 17/08/2010 às 1:22
 Jose de Figueiredo Sena disse:

Luiz
Que o governo Mirinho tem muita coisa errada, isto tem mesmo. Tem muita gente no lugar errado, tem mesmo.
Agora, eu ainda tenho esperança no governo do Mirinho.
Porque de ” BOBO ” o Mirinho não tem nada. Ainda falta
dois anos , se a liminar não derruba-lo , vamos ter um
bom final de governo.
Até mais
Sena

3. 17/08/2010 às 2:42
luizdopt disse:

Caro amigo Sena, quem dera eu estivesse enganado. Seria melhor para a cidade….um abraço…Luiz

214 (144)

“Direito de protocolo”

Post 143 do blig
Data da publicação: 15/08/2010 21:03

Foi aprovado na sessão de terça-feira (dia 10/08), por 4 votos (Evandro, Genilson, Joãozinho e Lorram) contra 1 (Joyce)-  estando ausentes 3 vereadores (Felipe, Nobre e Leandro)-, requerimento do vereador Evandro pedindo que a prefeitura forneça todos os protocolos de licenças de obra expedidos desde o dia 1/1/2009. O vereador Evandro conseguiu convencer seus pares, inclusive vereadores da base do governo, ao denunciar que protocolos estariam sendo vendidos. Suspeita-se que funcionários corruptos da prefeitura estariam pulando a numeração dos protocolos para depois vendê-los com data retroativa. Assim qualquer mudança na lei não precisaria ser cumprida. Acredita-se que a prática esteja servindo para burlar o fim da lei 20 – a lei das casas geminadas em cima (sobrepostas) e em baixo (justapostas).

A especulação imobiliária em Búzios não descansa. Consegue quase tudo o quer tanto num governo quanto no outro, o que revela as semelhanças entre eles.

No governo anterior, quando da elaboração da Lei do Uso e Ocupação do Solo (LUOS) – Lei Complementar 14/2006- o prefeito Toninho Branco, atendendo a interesses desses setores vetou o seu artigo 49, justamente aquele que acabava com o direito de protocolo. Ele chegou a publicar a Lei com o artigo 49 vetado sem que os vereadores tivessem votado o veto. O que se pretendia era beneficiar alguns poucos que souberam da lei e que, por isso, protocolaram seus pedidos de licença. Têm certas coisas que só acontecem em Búzios!

215 (143)

Cadê o Plano de Saúde, prefeito?

Post 142 do blig
Data da publicação: 14/08/2010 23:16

No debate dos candidatos a prefeito de Búzios, Mirinho prometeu: “Vou reimplantar o Médico de Família, ampliando o seu espectro de serviços (nas equipes pretende introduzir outros profissionais da saúde, como fisioterapeutas), e retomar o Plano de Saúde do morador, que no meu governo tinha acesso a clínicas particulares sempre que necessário” (Jornal Primeira Hora, 6/09/2008).

Entrevistado no PH no AR Mirinho disse: “Na saúde tínhamos um Plano de Saúde. Todo o buziano era atendido, segundo as suas necessidades. A população tinha acesso às clínicas de saúde” (JPH, 02/08/2007).

Estive no dia 11 (11/08/10) na Policlinica de Búzios para marcar consulta com um urologista. Fui informado que o dia de marcação para essa especialidade tinha sido no dia anterior, dia 10, e que a próxima data seria no mês seguinte, setembro. Fui informado também que em setembro eu deveria comparecer todos os dias à Policlínica para saber o dia de marcação do médico nesse mês.

É esse o Plano de Saúde que o senhor prometeu nas eleições? Somente um povo passivo e acomodado para se sujeitar a um tratamento desumano como esse numa área tão vital como é a área da saúde. O dia em que o povo  tomar consciência que é um direito seu receber um tratamento digno, essas práticas excludentes cairão por terra. Basta reunir 500 cidadãos indignados em frente da Policlínica que imediatamente teremos marcação de consultas para qualquer especialidade todos os dias. Logo, logo, teríamos uma saúde de qualidade porque nossos governantes morrem de medo de povo nas ruas.

213 (142)

Prefeito com minoria na câmara I

Post 141 do blig
Data da publicação: 13/08/2010 13:03

Esse desgoverno está cada vez mais parecido com o desgoverno anterior. Vislumbra-se na câmara um movimento de um grupo para a eleição do novo presidente da casa que poderá deixar Mirinho com minoria no legislativo.

Em 2006 – também ano eleitoral- o candidato a deputado estadual, Alair Corrêa, por conta de uma briga com Toninho Branco, conduziu uma aliança entre “seus” dois vereadores- Francisco Neves e Flávio Machado- e os vereadores “de” Mirinho- Messias, Alexandre e Henrique- para dominar a câmara e impedir que o prefeito governasse. Toninho teve, a partir daí, que negociar cada centavo que precisasse.

Agora, o candidato a deputado estadual, Paulo Melo, já tem uma base parlamentar com quatro vereadores: Genilson, Joãozinho, Felipe e Nobre. Só falta mais um vereador para ele ter maioria. Em Búzios não é difícil se conseguir essas coisas. Se quiser- com o controle que tem do PMDB estadual-  o deputado “forasteiro” pode enquadrar facilmente o vereador Evandro e eleger o ”seu” presidente para a casa legislativa. Se isso acontecer, o “prefeito” Mirinho vai ficar muito parecido com a Rainha da Inglaterra: será uma mera figura decorativa com o verdadeiro poder nas mãos do “forasteiro”.

Uma prova dessa fragilidade politica do “prefeito” Mirinho Braga é o fato de nada fazer em relação à infidelidade partidária do vereador de sua base e de seu partido, Joãozinho Carrilho. Daqui pra frente a tendência é vermos o poder definhar em suas mãos, assim como aconteceu com o governo anterior. Isso é o que dá lotear a prefeitura. 

Comentários (2):

Michael disse:

Companheiro Luiz,
Seguindo seu raciocínio a respeito da eleição da presidência ser conduzida e articulada pelo deputado “forasteiro”, usando suas palavras, “com o controle que tem do PMDB estadual”, concluo que nesta linha teremos um Presidente do PMDB, certo?
Afinal, “enquadrar” vereadores na linha de fidelidade partidária seria bastante razoável com esta finalidade, pois a bancada do partido tem 3 vereadores…
Resta saber é se os outros 2 vereadores que você cita como “base parlamentar do deputado forasteiro” também seguem esta linha de raciocínio, rs
Abraços e mais uma vez parabéns pelo blog.

2. 15/08/2010 às 13:59
Luiz do PT disse:

Caro companheiro Michael, o teu raciocínio tem uma boa lógica interna. O problema é que em nossas análises políticas as vezes a gente projeta nos fatos aquilo que a gente quer que aconteça.Isso é muito natural. Até na fisica quântica se reconhece que o cientista observador interfere no resultado da experiência. Voltemos à câmara de vereadores de Búzios.
Os dois vereadores do PMDB estão unidos em torno de uma candidatura “alienígena” a deputado estadual. Não existe união em torno de um projeto para a cidade, que poderia desembocar na eleição para a presidência da câmara. Se existisse projeto, o objetivo de conseguir a Presidência da câmara não seria só pela presidência mas para pô-lo em prática. Como não existe um projeto de cidade, teremos uma disputa pura e simples pelo poder que representa a Presidência. Nesse caso, os três vereadores do PMDB poderiam aceitar eleger um presidente de fora do partido pois a articulação para elegê-lo os colocaria com uma fatia do poder legislativo. A nova mesa diretora logicamente seria composta pelos vitoriosos. Não seria interessante para eles?

Obrigado pelos elogios…. Um abraço, Luiz.

Ver: "Prefeito com minoria na câmara II"
Ver: "Prefeito com minoria na câmara III"

212 (141)

Onde o exercício do magistério tem sido possível

Post 139 do blig
Data da publicação: 11/08/2010 22:38

Recebi o texto abaixo da professora e amiga Cristina Pimentel. Publico-o aqui no blog pela sua importância no debate sobre a educação brasileira.

O magistério, como toda profissão, engloba um conjunto de saberes e práticas específicas que a diferencia das demais. Contudo, no Brasil, é uma profissão que tem se ressentido de uma visão retrógrada, não exclusivamente, mas muito responsável pela proletarização do magistério municipal e estadual, com vistas a oferecer o mínimo de formação ao povo brasileiro. Senão, vejamos.
Espera-se que um professor, antes de entrar numa sala de aula, tenha tido tempo de pensar um conjunto de atividades que mobilizem uma determinada classe em torno de um conjunto de propostas e que esse processo de mobilização, ao final de um período de aula, tenha sido capaz de apresentar alguns resultados, de acordo com os objetivos traçados e outros que vão se colocando, no decurso. Ao longo da aula, o desgaste subjetivo e físico desse profissional é imensurável, porque se trata de um grupo-classe, sendo cada aluno um ser que aprende de forma diferenciada do outro e cujos mecanismos de interação com o grupo também se diferenciam. Espera-se que, ao sair da classe, o professor tenha tempo para refletir sobre a experiência.
O magistério é uma área letrada, portanto, espera-se que todo professor tenha uma preocupação, acima da média, não só com a literatura específica de sua disciplina, mas também com a leitura de jornais, revistas, ficção. O magistério é uma área da cultura, portanto, espera-se que todo professor seja um consumidor privilegiado das manifestações culturais produzidas pela humanidade. É também uma área braçal e, assim, espera-se que professores tenham tempo para produzir boas atividades, de acordo com os desafios de aprendizagem, apresentados por cada grupo-classe, de produzir testes e provas, de qualidade, de corrigir tudo isso, de fechar notas, de computá-las, de se reunir com seus pares para discutir tais resultados e agir conjuntamente. O magistério está em permanente diálogo com a História, com a Filosofia, com a Psicologia, com a Sociologia, é uma área do corpo a corpo. Espera-se, assim, que todo professor tenha elevada sintonia com as questões de seu tempo as quais, a despeito de sua vontade, adentram a escola pública, espaço social privilegiado, onde a diversidade é sua constituição. Espera-se, assim, que o professor tenha tempo para, em conjunto com seus pares e seus alunos, elaborar e desenvolver projetos que venham da demanda daquela comunidade escolar; são os alunos, os pais de alunos; portanto, não tem jeito, é preciso tempo para estar com eles, para lhes dirigir o olhar, a fim de que a escola alimente-se do permanente debate e do encontro com o outro, tão saudável, porque faz rever certezas, e onde acontece a oportunidade ímpar de humanização.
Tão longa descrição das atividades do magistério foi um prólogo indispensável para pensarmos sobre o resultado do Enem 2009, exame que mede o desempenho do ensino médio, e para entender por que o exercício do magistério tem sido possível, em especial, na rede privada de ensino e nos colégios de aplicação ligados às universidades e por que está tão comprometido nas redes públicas municipais e estaduais.
O modelo de contrato com professores municipais e estaduais é péssimo
O contrato de trabalho dos primeiros prevê melhores salários, plano de carreira, estímulo permanente para formação, e, tão importante quanto, um contrato de trabalho de dedicação exclusiva, através do qual, há um equilíbrio crucial entre as horas em que o professor passa em sala de aula e fora dela. Melhor explicando, esses contratos são de 40 horas, mas 20 se dão na sala de aula e 20 são remuneradas, para o trabalho, fora da sala de aula. Ao contrário, professores das redes públicas municipais e estaduais foram proletarizados e seus contratos não prevêem bons salários, nem bons planos de carreira, nem estímulo para formação e lhes remunera, basicamente, para o trabalho em sala de aula. Melhor explicando, a cada 20 horas de trabalho, na sala de aula, esses professores são remunerados por 5 horas, fora da sala É bom que se diga que o modelo de contrato mantido com professores municipais e estaduais, no Brasil, é expurgado no mundo inteiro. Não é demais lembrar que trabalho fora da sala de aula é igual a trabalho em prol dos alunos, prioritariamente, na escola onde o professor atua.
Pergunto-me se a perversidade dos números apresentados pelo Enem 2009 é capaz de abalar um país refém da malversação do dinheiro público, que se prepara para gastar bilhões com as próximas eleições, bilhões com futebol e cujos recursos sempre “sobram” para custear uma das máquinas administrativas mais caras e ineficientes do mundo, que compromete elevado percentual do orçamento para sustentar políticos, seus amigos e parentes, mas cujos recursos são sempre escassos na hora de investir na qualidade dos sistemas de educação e de saúde.
Até quando, a tão alardeada ampliação da oferta de vagas no ensino público, embora pretendesse democratizar as oportunidades de ensino, será responsável por um implacável aprofundamento das desigualdades sociais? Não podemos nos esquecer destes resultados fornecidos pelo MEC: 97,8% da rede pública de Ensino Médio e responsável por 85,9% das escolas desse nível de ensino, tiveram nota abaixo de 500, numa escala que vai de 0 a 1000. O IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, divulgado mês passado, que mediu o desempenho das escolas de ensino fundamental, também não foi diferente. Basta conferir o lamentável.

Cristina Pimentel é servidora estadual, com mestrado em Lingüística, pela UERJ.

211 (139)

Perseguição politica

Post 140 do blig
Data da publicação: 12/08/2010 20:29

O prefeito Mirinho Braga exonerou Inácio taxista porque ele estava apoiando a candidato a deputado estadual do PMDB, Paulo Melo. Filiado ao partido do prefeito – PDT-, Inácio foi punido por ter cometido infidelidade partidária. Se para o prefeito o principio de fidelidade partidária é um principio fundamental da democracia – concepção que também defendo- ele terá que punir também o vereador Joãozinho Carrilho que está apoiando o mesmo candidato. Não só o vereador, mas todos os membros do partido que estejam na mesma situação. Se não o fizer, sua atitude contra o taxista Inácio será considerada como covardia pura e simples. Ter mandato não justifica tratamento diferenciado. Afinal, principio não se negocia.

Comentários:

Willy Caolho disse...
Ele terá que se punir também, por dizer que não importava, tanto Dilma quanto Serra vencerem as eleições, que, para os municípios da Região dos Lagos nada mudaría. Um abraço amigo !!!

210 (140)

Mercado eleitoral aquece economia buziana

Post 138 do blig
Data da publicação: 11/08/2010 18:31

Saí da Marina, passei nos Correios da Rasa e fui até a Policlínica Municipal (em outro post conto o ocorrido). Nessa rodada pude observar como o mercado eleitoral aquece a economia buziana: várias salas alugadas como comitês eleitorais, muitas casas exibindo galhardetes dos candidatos e muitos buzianos remunerados para segurar placas nas calçadas e praças ou distribuir santinhos pelas ruas. Uma fortuna em dinheiro é injetada na economia buziana nesse período. A origem dela, na maioria das vezes, não é nobre. Muitos desempregados e  sub-empregados, gerados em grande quantidade pelo modelo de desenvolvimento econômico excludente posto em prática para dupla Mirinho-Toninho nesses 14 anos de emancipação, conseguem um pouco de alivio nas eleições. Parece até que é de propósito: não gerar emprego e renda para manter o povo dependente dos favores dos politicos da cidade.

No próximo post vou apresentar os valores desses produtos eleitorais para que possamos comparar com as prestações de contas dos candidatos.

208 (138)

INEA volta atrás e nega que mancha de óleo tenha atingido Búzios

Post 135 do blig
Data da publicação: 09/08/2010 14:06

Site do jornal O Globo noticiou que manchas de óleo no mar chegaram às praias da Região dos Lagos. As praias do Forte e do Foguete, em Cabo Frio, e a Prainha, em Arraial do Cabo, teriam sido atingidas. A informação de que o óleo também teria chegado à  nossa praia de José Gonçalves foi desmentida pelo prefeito Mirinho Braga.  O presidente do INEA, Luiz Firmino, disse que a situação “é preocupante”.

As 11:21 o jornal Folha de São Paulo online  folha.com) confirma que a mancha de óleo já chegou à nossa cidade. Segundo o INEA, a  mancha escura alcançou a cidade de Búzios na manhã de hoje. Ela “ já alcança a areia da praia de José Gonçalves, em Búzios. O prefeito da cidade, Mirinho Braga, segue para o local para acompanhar os trabalhos dos técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente”.

Às 15:23, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) voltou atrás na tarde desta segunda-feira e negou que mancha de óleo detectada no mar da região dos Lagos tenha chegado à praia de José Gonçalves, em Búzios (RJ). Anteriormente, o órgão havia afirmado que a mancha escura tinha sido avistada na localidade, informação negada pela prefeitura da cidade.

Especialistas do Inea analisam a área atingida pelo óleo em terra e no mar. Bóias de contenção devem ser usadas em algumas regiões. O instituto  trabalha com a hipótese de o óleo ter vazado de alguma plataforma de petróleo.

Segundo o 1º Distrito Naval da Marinha, uma equipe de inspeção naval da Capitania dos Portos foi às praias do Pontal, em Arraial do Cabo, e das Conchas e do Forte, em Cabo Frio, coletar amostras do óleo para análise. Ainda segundo a Marinha, a análise será feita pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, em Arraial do Cabo. O laudo deve ficar pronto em até 20 dias.

Cabe a pergunta: estamos preparados para enfrentar situações como essa? Os recursos dos royalties  de petróleo não se destinam exatamente para isso?

Vamos ficar acompanhando.

207 (135)

Turismo Náutico I, II e III

Post 131 do blig
Data de publicação: 03/08/2010 0:25

Turismo náutico I

Na semana que passou tivemos intensa discussão sobre turismo náutico em Búzios. O jornal O Globo, de sexta-feira, trouxe uma reportagem sobre a paralisação judicial da obra de expansão do cais da praia de Armação. Na sua edição de sábado, o Jornal O Perú Molhado sai em defesa da empresa Marina Porto Veleiro de Búzios Empreendimento Ltda. E na segunda-feira, o presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj, André Lazaroni – ex André do PV- veio à Búzios vistoriar os possíveis prejuízos provocados pelos transatlânticos que atracam em nossa praia. Sua visita foi noticiada pelo Jornal do Brasil Online.

No processo judicial 0002413-92.2010.8.19.0078 que Amarildo de Sá Silva move contra o empreendimento, ficamos sabendo que o Porto Veleiro não tem licença do município autorizando a ampliação das construções na área. O que a empresa tem é um Alvará Municipal que a autoriza apenas a desenvolver suas atividades no local e não a ampliá-lo. A existência de licença do INEA não exclui a necessidade de licença da municipalidade.

Portanto, a matéria de O Globo não contém inverdades, como afirma O Perú Molhado. A vistoria técnica feita pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj confirmou em imagens a existência de corais no fundo do mar naquele local, desmentindo a afirmação de O Perú Molhado de que ali só tem lama. Confirmou também que as âncoras dos navios deixam buracos no fundo do mar e quebram os corais. Ocorrências também confirmadas pelo INEA. 

Na Ação Popular,  o presidente da Colônia dos Pescadores queria a imediata paralisação das atividades do Porto Veleiro devido ao “caráter personalíssimo da concessão e do suposto desvio de finalidade, consistente na destinação diversa dada ao bem , dentre outras questões”. Não conseguiu. Mas conseguiu liminar parando a obra de expansão porque, segundo a decisão do juiz, a tutela do Meio Ambiente deve se sobrepor aos interesses comerciais do empreendedor. 

Segundo o jornal O Globo, o Porto Veleiro existe no local desde 1983. Na ação judicial se questiona se o local- que seria público-  não estaria sendo usado irregularmente. Já são quase trinta anos de uso. Se o imóvel é propriedade do município, o que a prefeitura ganha com a concessão?
  
Segundo o mesmo jornal, o prefeito Mirinho afirmou que a obra vai prejudicar os pescadores de Búzios. Aí concordamos com o jornal O Perú Molhado: “nesses dez anos em que esteve à frente do cargo mais importante da cidade”, o prefeito nada fez pelos pescadores de Búzios. Não só nada fez fez pelos pescadores (cadê o entreposto pesqueiro?), mas também nada fez pelos agricultores familiares (cadê o mercado municipal?), pelos trabalhadores do setor do turismo (cadê o hotel escola?) e do comércio (também poderiam aprender no hotel escola). Basta fazer um levantamento sério do desemprego e do subemprego na cidade. E não adianta vir falar em ProJovem Trabalhador. Isso é política pública pobre para o povo pobre. Não passa disso.

Comentários (1):

Julio Medeiros disse:

Luiz!
Até hoje eu não vi e nem soube de nenhum Estudo de Impacto Ambiental referente as centenas de atracações anuais feitas por estes navios transatlanticos em Armação dos Búzios. Seja da água do lastro despejada, movimento gigantesco das hélices, possivel despejo de esgoto, assim como tambem não soube de nenhum rEstudo de impacto de vizinhança, já que grande parte da cidade fica obrigada a ouvir o som em altíssimo volume vindo das festa promovidas neste navios.
Volto a afirmar que quem está promovendo esta briga, não está nem um pouco preocupado com pescadores e muito menos o meio ambiente.

Post 133 do blig
Data da publicação: 06/08/2010 23:18

Turismo náutico II

O empresário Cadu Bueno resolveu fazer obras de expansão de seu empreendimento – Porto Veleiro-   na Praia da Armação. Pretende ampliá-lo–  mar adentro- em 80 metros. Contra o seu desejo já se manifestaram o prefeito municipal, o secretário municipal de planejamento, o presidente da Colônia de pescadores Z-23 (de Búzios), quase todos os vereadores da cidade e até mesmo o presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da ALERJ, André Lazaroni, que por aqui apareceu e deu sua opinião também contrária às obras. Favoráveis ao empreendimento somente se pronunciaram o Jornal O Peru Molhado (OPM), o diretor  da Associação Comercial (ACEB), Paulo Inácio,  e alguns empresários, principalmente aqueles estabelecidos no entorno,  beneficiados pela atividades náuticas ali realizadas.

Para o prefeito de Búzios, Mirinho Braga, a expansão do cais em 80 metros prejudica os pescadores e pode causar um problema ambiental. O secretário de planejamento, Rui Borba, argumentou para o jornal O Globo que a “expansão seria uma intervenção urbanística na cidade e que, por isso, a prefeitura deveria ter sido ouvida”.  Já na última edição do Jornal Primeira Hora (JPH), o secretário afirmou que “a licença que deveria ser dada pela prefeitura para a ampliação – como está proposta- nunca foi expedida”, deixando margem a dúvidas se alguma licença fora expedida. Segundo o OPM, o presidente da Colônia dos Pescadores, Chita, teria feito, na última reforma do Porto Veleiro, um acordo com o empresário Cadu Bueno para que a Colônia participasse dos lucros do empreendimento. Para o vereador Lorram se o empresário tem alguma licença da prefeitura, ela teria sido concedida no “apagar das luzes da gestão municipal passada” (JPH).

Mesmo com tantas vozes contrárias é muito provável que muito em breve a obra esteja pronta. Tem coisas que só acontecem em Búzios (e em toda a nossa querida Região dos Lagos). Já teve empresário que fez reforma em seu imóvel comercial na Rua das Pedras  invadindo a Praia do Canto. Até entulho de obra ele jogou no mar. Apesar de todas as reclamações  tudo ficou por isso mesmo. A especulação imobiliária e os milionários fazem o que querem da cidade. Eles adoram construir onde não podem: costões rochosos, topos de morro, etc. Quase sempre ganham. O jornal Interpress tem razão quando estampou na capa que  Búzios (acrescento: e toda Região dos Lagos) pertence aos privilegiados.

Post 136 do blig
Data da publicação: 09/08/2010 19:32

Turismo náutico III

Eu não disse que têm certas coisas que só acontecem em Búzios. Cadú Bueno conseguiu no TJ do Rio cassar a liminar dada pelo Juiz de Búzios,Rafael Rezende.  O Desembargador Relator, Paulo Maurício, derrubou o embargo à expansão do cais principalmente porque a obra tinha licença ambiental do INEA, deixando claro que a obra não causaria nenhum dano ambiental ao local. Segundo ele caía por terra o argumento do juiz de Búzios que embasou sua decisão no risco iminente de se  causar danos ao meio ambiente.

Aqui em Búzios precisamos de muito cuidado para fazermos afirmações com base naquilo que é dito. Nem sempre o dito corresponde ao real. Mas parece que não há dúvidas que o INEA deu licença ambiental para a obra do Cadú. O próprio presidente do órgão reconhece isso. Aí o novelo começa a enrolar. O órgão pode dar licença condicionada a outras licenças? Primeiro disse que cancelaria a licença dada se o Porto Veleiro não conseguisse autorização da prefeitura (O Globo, 27/07/2010).  Depois que o SPU entrou em cena, afirmou que só manteria a licença se o SPU confirmasse a autorização (JPH, online, 6/8/2010). A licença da prefeitura é necessária para a área? Ora, se a prefeitura não concede autorização para a obra, de que adianta o empresário ter licença ambiental do INEA? O órgão pode dar licença e depois retirá-la? Se a licença ambiental existe, como é que pode a secretária de meio ambiente e pesca, Adriana Saad, afirmar que “continua notificando e multando o empreendimento, por falta de licenciamento” (idem)

Outro argumento do desembargador para cassar a liminar é que a área é de responsabilidade da Marinha. Portanto, a obra estaria  sujeita somente à fiscalização da União. O município não teria nada a ver com isso. Inclusive, a própria Marinha teria sugerido, tempos atrás, a construção de atracadouros adequados às embarcações de grande porte. Justamente o que o empresário pretende com a expansão do “seu” pier. O argumento do desembargador coincide com os argumentos estampados, dias atrás, nesta pérola escrita no jornal O Perú Molhado: “é pouco provável que a Marinha atracasse seus barcos (fragatas da Capitania dos Portos) num porto ilegal” (OPM, 6/8/2010)!

Cadú teria licença da Marinha para realizar a obra. Mas na reportagem de O Globo, a própria Marinha informa que a ampliação do cais está autorizada somente nos aspectos relativos à segurança da navegação. A “dona” da área diz que o seu parecer – e não licença-  sobre segurança não exime a empresa de exigências de outros pareceres pertinentes, tanto a nível muncipal, quanto estadual e federal.

Na verdade, a área em questão – o espelho dágua-  é patrimônio do povo brasileiro. A fiscalização é responsabilidade do Serviço de Patrimônio da União (SPU). A superintendente do órgão, Marina Esteves, afirmou que a obra “não conta com autorização do SPU” e a classificou como uma “obra irregular”. Disse também que o SPU procura atuar em consonância com os municípios. Sem o consentimento do município “não autorizamos obra alguma”. Aqui o novelo enrola um pouco mais. Ora, Cadu diz ter licença da prefeitura dada pelo governo anterior. Ela teria sido conseguida no apagar das luzes do governo anterior, como sugeriu o vereador Lorram? O SPU foi consultado? Cadú teria mesmo uma licença ou um simples despacho “nada a opor”, como afirma o atual chefe do Gabinete de Planejamento,Orçamento e Gestão, Ruy Borba? (JPH, 29/07/20010). 

Agora o imbróglio maior está no caráter da relação contratual entre o SPU e a empresa Porto Veleiro. A superintendente do SPU disse que o cais do Porto Veleiro tem apenas autorização e assim mesmo precária para 486 m², onde está a instalação atual. “O que o cais tem é uma inscrição para ocupação, e nem RIP se trata no caso, ou seja, não se trata de aforamento” (Jornal Primeira Hora,online, 6/08/2010). O que isso quer dizer? O cais está desde 1983 irregularmente numa área sem nada pagar? A “autorização” vai até quando? O que fazia o SPU nesse tempo todo?


209 (131,133,136)

Novo Velho Secretário de Saúde

Post 129 do blig
Data da publicação: 01/08/2010 21:49

Mirinho muda na saúde. Sai a secretária Drª Luzia Andrade e retorna o Drº Guilherme Azevedo. Ao que parece, o prefeito Mirinho Braga se desinteressou por completo pela administração da cidade. Está trazendo de volta até o que, segundo suas próprias palavras, não deu certo em sua administração anterior.  Em entrevista ao Jornal O Perú Molhado, em 03/04/2009, ele disse a respeito do seu secretariado: “O que deu certo a gente trouxe de volta (Isac, Carlinhos, Carolina e o Henrique), o que deu errado a gente trocou”.

Comentários (1):

Julio Medeiros disse:

Luiz!
Pelo que voce tem pesquisado e depois escrito em suas matérias, são notadamente camaleônicas quase todas as declarações do Prefeito.
Mas a ASFAB deve estar bem feliz, tendo um Secretário de saúde concursado.

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