"As prefeituras de Búzios e de Arraial do Cabo, na
Região dos Lagos, terão que retirar os quiosques instalados irregularmente nas
praias dos dois municípios. A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a 2ª
Vara Federal de São Pedro da Aldeia concedeu duas liminares determinando que as
prefeituras interditem e efetuem a demolição dos quiosques em dez dias, sob
pena de multa diária de R$ 5 mil. A decisão abrange nove quiosques irregulares
na praia da Ferradura, em Búzios, e 31 na Prainha, em Arraial do Cabo.
Ainda segundo a decisão judicial, os municípios devem também
remover todo o entulho gerado pelas demolições e proibir a instalação de novos
quiosques nos locais. No caso de Arraial do Cabo, a liminar da justiça ainda
determina que a prefeitura cesse todo e qualquer estacionamento na Prainha,
proibindo o acesso de veículos ao local e multando e removendo aqueles que
descumprirem a proibição.
Localizados em terrenos de marinha, os quiosques também
estão em área de preservação permanente, no Parque Estadual da Costa do Sol. Os
municípios têm um prazo de 10 dias para cumprir a decisão.
A justiça concedeu as liminares após o MPF mover ações civis
públicas contra os municípios de Búzios e Arraial do Cabo por danos ambientais
causados à Praia da Ferradura e à Prainha, respectivamente. Para os
procuradores da República Thiago Simão Miller e Gustavo de Carvalho Fonseca,
autores das ações, as prefeituras foram omissas e ineficazes, não demolindo as
construções irregulares, mesmo após reconhecerem a ilegalidade das intervenções
e receberem recomendações do MPF.
O secretário de Planejamento de Búzios, Ruy Borba, informa que a prefeitura vai recorrer da decisão porque já está pré-aprovado o projeto
que cria o Parque da Ferradura. Os quiosques, segundo ele, não ficam em área de
preservação permanente. O parque vai da Lagoa da Ferradura (Helena) até a área
dos quiosques, que estão numa área da prefeitura.
— O projeto prevê a redistribuição dos quiosques. Seis deles
ficarão na Ferradura e três às margens da lagoa —explicou o secretário.
A prefeitura de Arraial do Cabo informou que a procuradoria
do município vai recorrer da decisão da Justiça Federal argumentando que a
Prainha passará por obras de urbanização semelhante a que foi feita na Praia
Grande. O MPF também moveu uma ação para derrubada de quiosques irregulares na
Praia das Conchas, em Cabo Frio, mas ainda não há decisão judicial a respeito.
O ambientalista Ernesto Galiotto sugeriu que as ações do MPF
também atinjam as construções irregulares nos costões rochosos da Região dos
Lagos, especialmente em Búzios:
— Não sou proprietário de quiosque e acho que deve-se manter
uma disciplina das ocupações confrontantes com o mar. Mas as ações também devem
atingir os imóveis edificados nos costões rochosos à beira do mar. Por que
estas construções são toleradas? — indagou.
Meu comentário:
Muito pertinente a observação do ambientalista Ernesto Galiotto. Por que as ações do MPF em relação às mansões construídas em costões rochosos da Ferradura, incluindo o hotel Insólito, se arrastam na justiça por longos anos até hoje? Demolir quiosque de trabalhador é fácil! Quero ver é demolir mansão de rico! Que justiça é essa?
Em Geribá os quiosques foram demolidos. Esperava-se que acontecesse o mesmo com as mansões que invadiram grande extensão da areia da praia, mas até agora, decorridos muitos anos, nada!
comentários:
Quase todos estão ligados à rede de esgotos, têm coleta de lixo e o gás está em local determinado pelo INEA. O que falta é a Prefeitura se interessar pelo problema e encaminhar uma solução junto ao INEA e MPF. O Insólito também ocupa parte da mesma área pública só que não paga aluguel ao município nem divide os lucros com o povo buziano, donos da área.