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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Cadê o dinheiro que tava aqui? 9 (R$ 1.494.182,21) - Ato de Inexigibilidade de Licitação

Cadê o dinheiro que tava aqui? 9

Continuo publicando postagens sobre as dezenas de Tomadas de Contas Especiais instauradas em Búzios por determinação do TCE-RJ. Como elas têm como objetivos básicos "apurar os fatos que resultaram em prejuízo ao erário, identificar e qualificar os agentes causadores do dano, e quantificar o prejuízo sofrido pelos cofres públicos", resolvi reuni-las todas nesta série para que o povo buziano tenha noção do que seus governos fizeram e estão fazendo com o dinheiro público. Afinal, 2016 está aí. Estas informações deveriam ser do conhecimento de todos os cidadãos- contribuintes-eleitores buzianos, mas infelizmente elas estão "escondidas" no site do TCE-RJ. Esta é a nona postagem. 

Ato de Inexigibilidade de Licitação 9: R$ 1.494.182,21  
Contratação da URBIS – Instituto de Gestão Pública.

Em 2007, o Prefeito de Búzios Toninho Branco assinou dois contratos com a URBIS – Instituto de Gestão Pública. Um- contrato nº 41/2007 (processo administrativo: 3.506/07), no valor de R$ 1.000.000,00- que tinha por objeto a contratação de “serviços de recuperação de créditos do PASEP” e o outro- contrato nº 42/2007 (processo administrativo: 3509/07), no valor de R$ 2.000.000,00- para a “recuperação de valores junto ao INSS”.

O Processo TCE-RJ nº 209.207-5/2008 trata de “ato de dispensa de licitação, praticado em 25 de maio de 2007, no bojo do processo administrativo nº 3.506/07”. O processo nº 218.961-8/2008, em apenso, trata do contrato decorrente. Já o processo TCE-RJ nº 209.229-3/08 trata do ato de dispensa de licitação no bojo do processo administrativo nº 3.509/2007. Em apenso, também o processo 218.081-4/2008, que trata do contrato daí decorrente.

A Procuradoria-Geral do Município apresentou como razão de defesa o fato de ter identificado “no inciso III do artigo 2º do estatuto da URBIS a relação das atividades a serem operacionalizadas com a finalidade da instituição”, donde inferiu que a “recuperação de contribuição previdenciária tem relação com o desenvolvimento institucional”. Mas o Conselheiro Relator José Gomes Graciosa entendeu que a recuperação de créditos e revisão de débitos, objetos destes atos de dispensa de licitação “nada tem a ver com o desenvolvimento institucional”. Também aponta outra irregularidade: “a remuneração à empresa, ou seja, a despesa a ser empenhada e paga, dependerá do valor a ser abatido do passivo do Município, o que não encontra abrigo na Lei Federal 8.666/93”.

Por esses motivos, na Sessão Plenária Ordinária de 02/06/2009, o Corpo Deliberativo votou :
I. Pela ILEGALIDADE deste Ato de Dispensa de Licitação e do Contrato dele decorrente, processo TCE-RJ nº 218.961-8/08, do Ato de Dispensa de Licitação e do Contrato, constantes dos processos TCE-RJ nos 209.229-3/08 e 218.081-4/08;

II. Pela APLICAÇÃO DE MULTA, mediante Acórdão, ao Sr. Raimundo Pedrosa Galvão, ex-Secretário Municipal de Administração da Prefeitura de Armação dos Búzios, no valor de R$ 38.744,00 (trinta e oito mil, setecentos e quarenta e quatro reais) equivalente a 20.000 (vinte mil) vezes o valor da UFIR-RJ, nos termos do art. 63, inciso III c/c art.65 da Lei Complementar nº 63/90 em face da efetivação de Dispensa de Licitação, contrariando os seguintes dispositivos legais:
1 – omissão de justificativa para a escolha da contratada e para os preços, violando o disposto no art. 26 e em seu parágrafo único, incisos II e III, da Lei nº 8.666/1993; 
2 – publicação do Ato omitindo seu valor estimado, contrariando o princípio da publicidade, insculpido no art. 37 da Constituição Federal;

III. Pela APLICAÇÃO DE MULTA, mediante Acórdão, ao Sr. Antonio Carlos Pereira da Cunha, ex-Prefeito do Município de Armação dos Búzios, no valor de R$ 38.744,00 (trinta e oito mil, setecentos e quarenta e quatro reais) equivalente a 20.000 (vinte mil) vezes o valor da UFIR-RJ, nos termos do art. 63, inciso III c/c art.65 da Lei Complementar nº 63/90, tendo em vista a efetivação de Dispensa de Licitação, contrariando os seguintes dispositivos legais:
1 – pelo descumprimento do prazo previsto no art. 2º da então vigente Deliberação TCE/RJ nº 191/1995, o que prejudicou o tempestivo desempenho da missão constitucional desta Corte;
2 - pela autorização para a prática de Ato de Dispensa de Licitação, que não atendia aos requisitos do art. 24, inciso XIII, da Lei nº 8.666/1993, utilizado para fundamentar o Ato, caracterizando-o como irregular, o que infringe o disposto no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e no art. 2º e 3º da Lei nº 8.666/1993;
3 – ausência de motivação para a contratação de terceiros para prestar serviços de competência da Controladoria Geral do Município, consoante o disposto no art. 2º, da Lei Municipal nº 322/2002;
4 – contratação por valor aleatório, contrariando o disposto no art. 55, inciso V, da Lei nº 8.666/93;

IV. Pela COMUNICAÇÃO ao Sr. Delmires de Oliveira Braga, Prefeito Municipal de Armação dos Búzios, na forma prevista na Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro em vigor, para que, cumpra as exigências abaixo:
1 – suste a execução dos contratos 42/07 e 41/07, caso ainda estejam em vigor;
2 – encaminhe a esta Corte todas as notas de empenho, notas fiscais e ordens de pagamento referentes aos contratos supracitados.

V. Pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, em face do disposto no art.102 da Lei Federal nº 8.666/93, com cópia de inteiro teor deste processo, para apuração de eventual prática de delito previsto na mesma Lei, após o trânsito em julgado da presente decisão;

VI. Pela ANEXAÇÃO, a este, dos processos TCE-RJ nos: 218.961-8/08; 209.229-3/08 e 218.081-4/08.”

Como Mirinho omitiu-se do chamado, o Plenário decidiu, na sessão de 24/03/2011, por formalizar Certificado de Revelia, aplicar-lhe multa de 3.000 UFIR-RJ. 

Por sua “conduta inerte e reiterada” deliberou-se pela INSTAURAÇÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL “visando à apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação pecuniária de eventual dano ao erário, tendo em vista a ilegalidade apurada neste feito”. E por EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO ao Ministério Público Estadual, para que adote as providências que entender cabíveis, devendo ser oficiado novamente em caso de eventual reforma de decisão.

Um ano e oito meses após a primeira tentativa do Tribunal em sanear o processo, Mirinho ingressou com Recurso de Reconsideração objetivando reformar a decisão de 24/03/2011 que aplicou-lhe multa e encaminhou a documentação perseguida, informando da “inexistência dos documentos relativos ao contrato nº 41/07”.

Como até o dia 10/01/2012, Mirinho não havia enviado à Corte a Tomada de Contas determinada na Sessão de 24/03/2011, o Plenário decidiu pelo NÃO PROVIMENTO de seu Recurso.

Finalmente, o Relatório da COMISSÃO DE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL é enviado ao Tribunal. Veja abaixo suas conclusões:

No tocante a efetiva prestação dos serviços, constata-se por meio dos documentos obtidos no decorrer dos trabalhos que não houve efetividade na prestação dos serviços, considerando dois fatos já narrados no decorrer do procedimento:

1 - O débito existente junto ao INSS que obrigou o Município de Armação dos Búzios a realizar o reconhecimento e parcelamento da dívida como forma de obter a Certidão Negativa de Débitos - CND; 

2 – O recebimento do Termo de início de procedimento fiscal, referente ao recolhimento parcial do PASEP, o que gerou por conseqüência, uma dívida em montante já citado, além de documento da Receita Federal comunicando o indeferimento do pedido de restituição.

Em relação aos contratos celebrados com o Instituto de Gestão Pública - URBIS, nº 41/2007 e 42/2007, os mesmos encontram-se rescindidos desde o dia 01 de janeiro de 2009, através do decreto municipal nº 001/09 que rescindiu todos os contratos que até então estavam em vigor no município de Armação dos Búzios.

III – CONCLUSÃO (...) Em relação ao fato ocorrido, não restam dúvidas de que realmente houve a emissão do título de crédito no valor de R$ 790.895,49 (setecentos e noventa mil, oitocentos e noventa e cinco reais e quarenta e nove centavos), conforme relatos exaustivamente divulgados, sem que o mesmo fosse recebido pelo responsável pela empresa URBIS. (...) Em face de todo o exposto, e com toda a dificuldade apresentada ao longo do trabalho, é possível constatar que restou configurado o dano ao erário, cujo valor a ser atribuido corresponde aos empenhos realizados em favor do Instituto de Gestão Pública - URBIS, no montante de R$ 1.494.182,21 (um milhão quatrocentos e noventa e quatro mil, cento e oitenta e dois reais e vinte e um centavos), já demonstrado no decorrer dos trabalhos realizados por esta Comissão, e explicitado no quadro que segue em anexo.

Cumpre ressaltar que o valor acima foi obtido após a soma de todos os empenhos que fazem referência ao Instituto URBIS, relativos aos de nº 3506/07 e 3509/07(conforme cópias), bem como os valores constantes das notas de empenho e ordens de pagamento emitidas em favor da empresa e que constam no sistema de informações da Prefeitura. 

Quanto às pessoas envolvidas e responsáveis pelo dano ao erário, o Tribunal decidiu, em sessão de 23/09/2014, pela COMUNICAÇÃO, com base no disposto no art. 6º, § 1º, da Deliberação TCE-RJ n.º 204/96, a ser efetivada na forma do art. 3º da Deliberação TCE-RJ nº 234/06, alterada pela Deliberação TCE-RJ 241/07, ou, na impossibilidade, na ordem sequencial do art. 26 do Regimento Interno desta Corte, aos responsáveis solidários a seguir elencados, cientificando-os que, na forma dos parágrafos 1º e 2º do artigo 17 da Lei Complementar n.º 63/90,

1) O recolhimento ao erário municipal, com recursos próprios, da quantia equivalente a 258.786,45 UFIR-RJ, referentes ao ano de 2007 (valores pagos com lastro no contrato 41/07, firmado entre a Prefeitura Municipal de Armação dos Búzios e o URBIS - Instituto de Gestão Pública), haja vista a não comprovação da necessidade da contratação, assim como da efetiva prestação dos serviços, saneia o processo:

Instituto de Gestão Pública – URBIS, na pessoa de seu representante legal;
Sr. Antonio Carlos Pereira da Cunha – ex- prefeito;
Sr. Odair de Brito Franco – ex-secretário de Finanças;

2) O recolhimento ao erário municipal, com recursos próprios, da quantia equivalente a 107.981,56 UFIR-RJ, referentes ao ano de 2008 (valores pagos com lastro no contrato 41/07, firmado entre a Prefeitura Municipal de Armação dos Búzios e o URBIS - Instituto de Gestão Pública), haja vista a não comprovação da necessidade da contratação, assim como da efetiva prestação dos serviços, saneia o processo:
Instituto de Gestão Pública – URBIS, na pessoa de seu representante legal;
Sr. Antonio Carlos Pereira da Cunha – ex- prefeito;

3) O recolhimento ao erário municipal, com recursos próprios, da quantia equivalente a 462.417,89 UFIR-RJ, referentes ao ano de 2008 (valores alusivos ao contrato 42/07), haja vista o pagamento indevido a terceiros, saneia o processo:
Sr. Antonio Carlos Pereira da Cunha – ex- Prefeito Municipal;

Sr. Isaías Souza da Silveira - Secretário de Administração, Gestão e Finanças.

PROCESSOS NA JUSTIÇA:

Estes dois atos de inexigibilidade e os respectivos contratos deles decorrentes, geraram dois processos na Justiça de Búzios, por iniciativa do MPE-RJ, sendo um na Vara Criminal e outro na Vara de Fazenda Pública.

O Criminal, processo nº 0001233-70.2012.8.19.0078, por crime da Lei de Licitações (Lei 8.666/93), foi distribuído em 18/4/2012 para a 1ª Vara, e teve sentença em 10/04/2015 proferida por Dr. Gustavo Fávaro. Veja abaixo trechos da sentença:    


Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a pretensão punitiva narrada na denúncia, para condenar ANTÔNIO CARLOS PEREIRA DA CUNHA COUTINHO e RAIMUNDO PEDROSA GALVÃO, pela a prática do crime previsto no art. 89 da Lei 8.666/90....
... A forma como foi encoberto o verdadeiro intuito criminoso demonstra que os réus atuaram com dolo acentuado. A conduta social dos réus é negativa, pois foi desastrosa sua atuação na chefia do executivo municipal. Ambos respondem, em conjunto ou isoladamente, a, pelo menos, 16 ações coletivas, entre ações populares e ações civis públicas por atos de improbidade administrativa (fls. 162/165 e 395/409). As circunstâncias também são negativas, pois a contratação foi feita mediante fraude. O ardil tem início com a concepção da pessoa jurídica de forma a encobrir o real intuito lucrativo, prosseguiu com a distorção sobre a inexistência de experiência prévia na atuação social e na determinação de elaboração de parecer pela procuradoria e termina com a previsão de pagamento de preço aleatório, vultoso, ao qual não foi garantida publicidade adequadamente. As consequências do crime são negativas, pois o prejuízo causado ao erário é vultoso, da ordem de R$240.000,00, segundo apurado pelo Tribunal de Contas (fl. 190) e documentado no Anexo 1...
...Desta forma, a pena dos réus torna-se definitiva em 04 anos e 08 meses reclusão e 17 dias-multa. Fixo como regime inicial de cumprimento da pena o fechado, pois, embora a pena aplicada não seja superior a 08 anos, são amplamente desfavoráveis aos réus as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal...
...Considerando que os réus têm módico padrão de vida, compatível com a classe média, fixo o valor do dia-multa em 01 do salário mínimo vigente à época em que o crime foi praticado. Nos termos do art. 387, IV, do Código de Processo Penal, fixo como valor mínimo de reparação de danos a quantia de R$240.000,00, que deverá ser paga pelos réus ao Município de forma solidária.

Na vara de Fazenda Pública, o processo 0002917-64.2011.8.19.0078 foi distribuído em 12/08/2011 e ainda não está concluso. São réus: 
ANTONIO CARLOS PEREIRA DA CUNHA
RAIMUNDO PEDROSA GALVÃO
JURANDIR LEMOS FILHO
ISAIAS SOUZA DA SILVEIRA
ODAIR DE BRITO FRANCO
URBIS - INSTITUTO DE GESTÃO PÚBLICA
MATEUS ROBERTE CARIAS
ROSILENE TRINDADE RODRIGUES CARIAS
ROSA HELENA ROBERTE CARDOSO CARIAS  

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Cadê o dinheiro que tava aqui? 8 (R$ 176.000,00) - Ato de Inexigibilidade de Licitação

Cadê o dinheiro que tava aqui? 8

Continuo publicando postagens sobre as dezenas de Tomadas de Contas Especiais instauradas em Búzios por determinação do TCE-RJ. Como elas têm como objetivos básicos "apurar os fatos que resultaram em prejuízo ao erário, identificar e qualificar os agentes causadores do dano, e quantificar o prejuízo sofrido pelos cofres públicos", resolvi reuni-las todas nesta série para que o povo buziano tenha noção do que seus governos fizeram e estão fazendo com o dinheiro público. Afinal, 2016 está aí. Estas informações deveriam ser do conhecimento de todos os cidadãos- contribuintes-eleitores buzianos, mas infelizmente elas estão "escondidas" no site do TCE-RJ. Esta é a oitava postagem. 

Ato de Inexigibilidade de Licitação 8: R$ 176.000,00. 
Contratação de shows musicais de Elba Ramalho, Padre Fábio de Melo, Jorge Aragão, Gabriel, O Pensador, e Pepinho e Banda. 

Também, por ocasião do aniversário da Cidade, o então Prefeito Toninho Branco resolveu realizar shows, entre os dias 11 e 14 de novembro de 2005, com os cantores Elba Ramalho, Padre Fábio de Melo, Jorge Aragão, Gabriel, o Pensador e Pepinho e Banda. Para tanto, contratou por R$ 176.000,00, com Inexigibilidade de Licitação, a empresa AGNALDO BUENO ROCHA JUNIOR ME. 

Em 27/02/2007, o Tribunal pediu que o ex-Prefeito encaminhasse documentação comprobatória das empresas evidenciando que elas, respectivamente, detinham a exclusividade para representar os artistas. Toninho remeteu ao Tribunal "Cartas de Exclusividade Temporárias" comprovando que a empresa AGNALDO BUENO ROCHA JUNIOR ME detinha a exclusividade para representar todos os artistas contratados para o evento, junto à Prefeitura Municipal de Armação dos Búzios. Ocorre que tais cartas não eram da lavra dos artistas, e sim de seus supostos representantes legais, uma vez que tal condição não foi devidamente comprovada, pois não constam dos autos documentos de mandato (procurações) que atestem tais autorizações por parte dos artistas. 

Em nova Comunicação ao ex-Prefeito Toninho, o Tribunal solicita que ele encaminhe documentação comprobatória da lavra dos cantores evidenciando que as empresas, respectivamente, detinham exclusividade para representar os artistas. 

As empresas são as seguintes: 
- "Pé na Jaca Eventos e Projetos Culturais - cantor Gabriel, O Pensador
- D3 produções e Eventos - Pepinho e Banda
- Heliomara Marques Ramos - Padre Fábio Melo
-Ramax Música e Arte Produções Ltda - Elba Ramalho

Como o ex-Prefeito não atende à Notificação Pessoal, o Tribunal decide Notificar, em 16/03/2010,  o Prefeito Mirinho Braga. 

Da mesma forma, como a documentação encaminhada por Mirinho não atende à exigência de ser da lavra dos artistas,, o Tribunal resolve Notificar o Sr. Raimundo Pedrosa Galvão, então secretário Municipal de Administração, responsável pela contratação direta, para que encaminhe a documentação comprobatória. 

Documento encaminhado pelo Sr. Raimundo comprova, especificamente no que tange ao cantor Gabriel, O Pensador, que a empresa contratada- a AGNALDO BUENO- detinha exclusividade de representação do cantor no show a ser realizado na cidade na data de 14/11/205, mas não ficou comprovado que a empresa Pé na Jaca Eventos e Projetos Culturais detinha exclusividade sobre os serviços artísticos a serem prestados pelo cantor, sendo detentora portanto de poderes para outorgar à Contratada a exclusividade. Foi um verdadeiro pé na jaca do secretário Raimundo. Tudo a ver! 

Depois de diversas decisões plenária solicitando tanto do Prefeito como do Secretário toda documentação comprobatória, na sessão do dia 8/5/2012, a Plenária do TCE-RJ decide pela ILEGALIDADE do ATO DE INEXIBILIDADE DE LICITAÇÂO e pela aplicação de multa de 2.500 UFIR-RJ aos senhores Raimundo e Mirinho.  

Em 2/4/2013 Mirinho obtém provimento em seu  recurso de reconsideração para cancelar tanto a multa quanto o Certificado de Revelia por não ter atendido a Notificação Pessoal pretérita da Corte. 

Fonte: TCE-RJ    

         

Cadê o dinheiro que tava aqui? 7 (R$ 67.500,00) - Ato de Inexigibilidade de Licitação

Cadê o dinheiro que estava aqui? 7

Continuo publicando postagens sobre as dezenas de Tomadas de Contas Especiais instauradas em Búzios por determinação do TCE-RJ. Como elas têm como objetivos básicos "apurar os fatos que resultaram em prejuízo ao erário, identificar e qualificar os agentes causadores do dano, e quantificar o prejuízo sofrido pelos cofres públicos", resolvi reuni-las todas nesta série para que o povo buziano tenha noção do que seus governos fizeram e estão fazendo com o dinheiro público. Afinal, 2016 está aí. Estas informações deveriam ser do conhecimento de todos os cidadãos- contribuintes-eleitores buzianos, mas infelizmente elas estão "escondidas" no site do TCE-RJ. Esta é a sétima postagem.

Ato de Inexigibilidade de Licitação 7: R$ 67.500,00, contratação de shows musicais de Jota Quest e Dread Lion.

Mirinho Braga, Prefeito de Búzios, resolveu realizar shows musicais com os grupos Jota Quest e Dead Lion no dia do aniversário da Cidade, em 10/11/2000. Para tanto, contratou com Inexigibilidade de Licitação a empresa Promove Empreendimentos Artísticos Ltda por R$ 67.500,00.

Como Mirinho não atendeu à comunicação do Tribunal de 11/05/2004, para que encaminhasse “a planilha de custos da Promove Empreendimentos Artísticos Ltda, discriminando o cachê artístico pago a cada um dos grupos Jota Quest e Dread Lion, bem como as despesas relativas a transporte, alimentação e hospedagem”, os Conselheiros decidiram, em 11/10/2005, pela aplicação da multa de 1.500 UFIR-RJ (Processo nº 261.793-4/00).

Após a multa, Mirinho ingressa com Recurso de Reconsideração (19/07/2006), que é conhecido, mas não provido”. Por não ter apresentado a “planilha de custos da Promove”, os Conselheiros reunidos em sessão plenária (9/10/2008) decidem pela Ilegalidade do Ato de Inexigibilidade de Licitação que permitiu a contratação e pela aplicação de nova multa de 5.000 UFIR-RJ à Mirinho, responsável pelo feito. Deliberaram também pela expedição de ofício ao MPE-RJ, acompanhado de cópia integral dos autos, para que adotasse as medidas que julgar pertinentes em razão da possível ocorrência de crime previsto no artigo 89 da Lei Federal 8.666/93.

Em novo Recurso de Reconsideração (20/10/2009), Mirinho não apresenta argumentos que justifiquem a ausência das referidas planilhas. O Conselheiro Relator José Gomes Graviosa reconhece que a verificação da economicidade quanto aos cachês dos artistas é de difícil aferição, entretanto, o valor da contratação inclui transporte, alimentação e hospedagem. Estes serviços acessórios aos shows deveriam ter sido estimados pela Administração que, como demonstrado, sequer tinha conhecimento de seus valores.

Fonte: TCE-RJ