sábado, 28 de dezembro de 2013

Cem Braças ainda tem pontos de alagamento, dez dias depois das chuvas

Fotos tiradas ontem, dia 27 de dezembro de 2013, à tarde.



Entrevista do Prefeito de Búzios a rádio Litoral - parte 2


Dr. André, prefeito de Búzios, concede entrevista a Ademilton Ferreira, da rádio Litoral, no dia 27 de dezembro. Separei para os leitores os dois trechos mais importantes.
 
Vejam o link: http://youtu.be/S_J9wPz2reg

Meu comentário:

Segundo o Prefeito André o ano de 2013 foi "ano de projeto". Agora, 2014, será ano de obras. Trinta obras, de acordo com ele, todas já licitadas e que começam em janeiro.

Um ano de "projeto" e outro de "obra". Não pode ser as duas coisas juntas, projeto e obra no mesmo ano?

Na verdade, tudo não passa de blá-blá-blá do prefeito.Ele não passou o ano sem obras porque faltaram projetos. O que faltou foi capital de investimento. Em 2013 teve apenas 3% de 200 milhões de reais, ou seja, 6 milhões de reais, porque gastou mal, muito mal, pra sustentar o seu curral eleitoral de mais de 600 comissionados e uns trezentos contratados, e pra recompensar os financiadores de campanha com terceirizações desnecessárias e caras. Os investimentos não alcançaram nem mesmo os 6 milhões de reais, porque parte deste montante foi gasta em amortização de dívidas municipais.

Entrevista do Prefeito de Búzios a rádio Litoral - parte 1

Dr. André, prefeito de Búzios, concede entrevista a Ademilton Ferreira, da rádio Litoral, no dia 27 de dezembro. Gravei dois trechos mais importantes.
 
Vejam o link: http://youtu.be/N_J_CTulZig

Observação:

Não é mentira não, prefeito! Está documentado. O senhor autorizou, junto com os prefeitos de Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande , que a Prolagos fizesse a transposição dos efluentes de esgoto tratado das ETEs de Iguaba Grande, de São Pedro da Aldeia e do Jardim Esperança para o rio Una, atendendo a recomendação do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ).

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Rabiscos locais 8





Guardas marítimos ambientais

Recebi denúncia por e-mail que 34 guardas marítimos ambientais concursados estão recebendo salários sem fazer nada. É verdade Secretário de Meio Ambiente? Também é verdade que a prefeitura tem guardas marítimos contratados, apesar da realização do concurso?  E o Regimento Interno da categoria? Já foi criado?

Socorro às vítimas da inundação em Cem Braças

Por e-mail fui informado que no dia 24, véspera do Natal, a secretária de  Desenvolvimento Social , Trabalho e Renda, Cláudia Carrilho, encerrou os trabalhos de socorro às vítimas da inundação na Cem Braças às 14:00 horas sob o pretexto de que seus funcionários precisavam descansar por estarem exaustos. Nada mais justo. Mas a ajuda não poderia parar, porque as vítimas ficariam desamparadas. Mesmo com funcionários públicos de outras secretarias (meio ambiente, ordem pública, e guardas parque do INEA) se oferecendo para continuar os trabalhos de assistência aos necessitados, a secretária bateu pé e fechou o CEPEDE, que funcionava como centro de triagem de doações.

A grande preocupação dos que participavam do socorro era a distribuição imediata dos Kits de limpeza doados pelo estado do Rio de Janeiro já que havia grande perigo de contaminação dos moradores pela água contaminada. Não se poderia esperar o dia seguinte. Mas a secretária só liberou água mineral, roupas e brinquedos. O Kit de limpeza teria que ser distribuído apenas por ela, depois de conferido e contado. Mesmo com o subsecretário de meio ambiente se responsabilizando pelo material, a secretária bateu pé e negou-se a permitir a distribuição dos kits, o que deixou todo mundo chocado. A atitude  autoritária e desumana da secretária estaria escondendo interesses políticos eleitorais? Fica o registro.

Recebi email de Ricardo D'Agosto que publico como direito de resposta:

"Mando este e-mail em resposta a matéria lida no blog Iniciativa Popular dia 27 de Dezembro de 2013, onde segundo a matéria nós (Guardas Marítimos Ambientais) receberíamos sem trabalhar. É sim verdade que não temos regimento interno, estatuto, risco de vida nem regulamentação ainda, mas apesar disso nós trabalhamos SIM, não temos toda a estrutura que deveríamos, mas mesmo assim fazemos vários trabalhos como segue em anexo as fotos, posso citar alguns como: Salvamento nas praias, limpeza de lixo na ilha feia e no mar, combate a incêndio, captura de Jacaré, limpeza nas praias, recuperação de animais feridos (tais como pinguins), participação na desativação de carvoaria clandestina, plantio de mudas na rua das pedras e na praça cruzeiro, ajuda as vitimas da enchente ocorrida em Búzios ( entrega de mantimentos, colchões, água, etc...), dentre outras operações".

Meu comentário:

Guarda Marítimo Ambiental, foto de Ricardo DÁgosto
Pelas fotos que você me enviou Ricardo não dá pra saber quem é guarda marítimo ambiental. Identifiquei um com camisa vermelha. Nas fotos tem também salva- vidas e outros funcionários de outras carreiras. 

De qualquer forma está feito o registro.

Grato por visitar o blog.

Tréplica:

Obrigado por postar o direito de resposta, todos que te mandei nas fotos são GMA's, temos uniforme camisa branca, vermelha e camiseta vermelha, fora a farda. Essa é a maior dificuldade mesmo, nos identificar, por isso muita gente pensa que não trabalhamos, pois estamos lá e não somos identificados como tal. Mas lhe convido para fazer uma matéria mais de perto sobre a GMA, inclusive em alguma de nossas operações, um abraço e parabéns pelo blog.

Réplica da Tréplica:

Leitor identifica na foto que nem todos são guardas municipais ambientais
 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Nova atração turística de Búzios: encontro das águas!

Grande realização conjunta dos prefeitos de merda: Mirinho, Toninho e Andrezinho.

Encontro das águas, natal de 2013, foto 1



Encontro das águas, natal de 2013, ao fundo Hotel das Rocas, foto2
Encontro das águas, natal de 2013, esgoto ultrapassa limites do canal, foto3
Encontro das águas, natal de 2013, esgoto fora do canal mar adentro, foto4
Encontro das águas, natal de 2013, contraste muito nítido, foto 1
Encontro das águas, natal de 2013, o canal nunca teve essa cor, foto 6


Comentários no Facebook:


  • Ina Márcia DeMel Nossa!!!! quanta falte de amor e deixar estragar um mar tão lindo!!! Porque????? Autoridades buzianas??????

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Apesar de tudo nosso Mangue de Pedra resiste!

Fotos tiradas hoje (dia 25 de dezembro).






Rio Una: Prolagos e Secretaria Estadual do Ambiente estão encobrindo a verdade

A atenção foi desviada do trágico desastre, que também é um vergonhoso escândalo, que destruiu a praia e a baia da praia da Rasa, em Búzios, em consequência de uma incalculável quantidade de esgoto, oriundo da ETE no bairro de Jardim Esperança, Cabo Frio, despejado no rio Una a partir de 03 ou 04/12. Uma chuva torrencial atingiu a cidade na noite de 18/12 que está, praticamente, ilhada.

Os efeitos do temporal serão, eventualmente, superados, mas a destruição da costa esquerda da península de Búzios é irreversível.

O acobertamento teve início em 10/12 quando técnicos do INEA recolheram amostras em 13 praias de Búzios e o órgão, três dias depois, publicou um boletim de balneabilidade qualificando como liberadas para o banho 12 delas, incluindo Manguinhos e Rasa, as duas mais duramente afetadas pelo despejo de esgoto.

Continuando com o acobertamento, em 16/12 o INEA divulgou uma nota de esclarecimento informando que “diante das denúncias de mudança na coloração no Rio Una, em Búzios, técnicos da Gerência de Avaliação de Qualidade de Água de da Superintendência Regional Lagos São João vistoriaram e coletaram no dia 12/12 amostras de água para análise em laboratório. Os valores de Demanda Química por Oxigênio (DQO), em torno de 192 mg/L – muito acima da média histórica verificada no monitoramento sistemático, de 40 mg/L -, constatados em laboratório, indicam a provável ocorrência de lançamento de origem industrial ou agroindustrial, como vinhoto (subproduto da fabricação de açúcar ou álcool) ou de outro produto decorrente do uso de fertilizantes nas margens do rio”. É uma conclusão que busca proteger tanto a empresa Prolagos, responsável pela operação da ETE, como a SEA que, se responsabilizasse a empresa teria que aplicar-lhe uma multa que poderia alcançar R$50 milhões.

O que nem a Prolagos nem a SEA sabiam é que em 09/12, portanto na véspera das coletas de amostras de água, Mauro Cesar de Mello, morador no bairro de Vila Verde, Búzios, acompanhado de pessoa não identificada, filmou a foz do rio Una e um trecho de seu curso. O vídeo foi entregue à jornalista Maria Fernandes Quintela, da empresa Céu Aberto Filmes, que o editou e publicou em 10/12. Esse vídeo pode ser visto acessando o link
"youtube 1" Logo no início se ouve Mauro Cesar exclamando, “... água de esgoto; cheiro insuportável...”. Mauro Cesar Mello, que foi identificado em e-mail recebido da jornalista, não respondeu às duas solicitações feitas para que comentasse sobre as circunstâncias que o levaram a ir à foz do rio Una e identificasse seu acompanhante. No final do vídeo se ouve, claramente, Mauro Cesar perguntando ao acompanhante, “... aqui é?”, esse acompanhante respondendo “Una”.


A Prolagos e a SEA também não sabiam que em 10/12, o jovem Fábio, morador do bairro de Maria Joaquina, estava fazendo um depoimento, gravado por Luiz Carlos Gomes, responsável pelo blog Iniciativa Popular Búzios. Fábio é enfático: “... a catinga vai um quilômetro pra dentro da Maria Joaquina...”. O depoimento pode ser visto acessando o link "Youtube 2" .

A Prolagos e a SEA também não sabiam que em 11/12, uma jornalista, que não deseja ser identificada, entrevistou Luis Oliveira, pescador e pastor da Rasa, que deixa claro em seu depoimento, gravado e disponível em uma rede social, que não tinha dúvida de que o que atingiu o rio Una, e a seguir a praia da Rasa, foi um despejo de esgoto com origem na ETE no Jardim Esperança. É muito claro quando diz que pisou em esgoto quando entrou na água na praia. Qualquer pessoa saberia distinguir excrementos humanos de vinhoto, e um pescador com a experiência de Luis Oliveira não confundiria uma coisa com a outra. Afinal, vinhoto é líquido e o pescador declara que “pisou em esgoto”, no caso, excrementos humanos. A sua avalização foi objetiva: a ETE pode ter atingido seu limite de contenção de esgoto e teve que ser esvaziada. A isso se pode adicionar a ocorrência do que foi previsto em artigo nesta revista, "O Una está entupido" e abertura de comporta liberou uma violenta vazão que teve o efeito desejado, desintupindo o rio. 

Aparentando tranquilidade, em um longo depoimento dado a um jornal de Búzios, em 17/12, o vice-prefeito e secretário e meio ambiente de Búzios não conseguiu esconder sua perplexidade e não percebeu a contradição quando, a partir do 32º minuto da entrevista, comenta sobre o tipo de produto que teria sido despejado no rio Una. Diz ele, “... tudo leva a crer que seja produto químico...” para, em seguir, acentuar “... cara, o dano é muito grande, o dano causado é muito grande...”. Ora, que produto químico teria sido despejado, e em que volume, para ter afetado uma área com cerca de 20 quilômetros quadrados, em frente a uma costa com mais de 15 quilômetros? O que torna a entrevista fascinante é a admissão de que a biota, conjunto de seres vivos de um ecossistema que o sustenta, havia sido destruída na área afetada pelo despejo. Estimou dois anos para sua recuperação.

O que se percebe na entrevista do vice-prefeito de Búzios é que, tal como a Prolagos e a SEA, também não tinha conhecimento do vídeo de Mauro Cesar de Mello, do depoimento do jovem Fábio, do depoimento de Luis Oliveira. E de outros, muitos outros.

È impossível sustentar o argumento de que se tratou de um despejo de produto químico. Luis Oliveira pisou em excrementos humanos. Não foi banhado por água salgada misturada com algum líquido químico. A fedentina a que Fábio se referiu era de esgoto, de excrementos humanos. O que Mauro Cesar de Mello filmou foi água do rio Una misturada com excrementos humanos.

Tivesse ocorrido despejo de vinhoto ou de produtos químicos, espalhando-se naquela área de 20 quilômetros quadrados, uma mortandade de peixes se seguiria, o que não ocoreu. O empenho em um acobertamento como em curso é desmascarado, justamente, porque não consegue abranger todas as possibilidades de ocorrência de outros desastres como aquela mortandade. É o caso de se argumentar que os peixes não morreram por serem, naturalmente, capazes de absorver enormes quantidades de um derivado da produção de alcóol. A biota na baia da Rasa sustenta gerações de peixes alcoólatras.

 O vice-prefeito terá que revisar sua estimativa de recuperação da biota. Esgoto continuará a ser despejado no rio Una e dali para a área acima e abaixo de sua foz. Quando a capacidade da ETE no Jardim Esperança for aumentada para 560 l/s, somando-se à transposições das ETE´s em Iguaba, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Araruama, totalizando 122 milhões de litros de esgoto por dia, a situação se agravará com consequências imprevisíveis.

É lamentável que a Prolagos e a SEA prossigam com o acobertamento da verdade sobre o que, de fato, aconteceu. Dessa maneira, os poderes público e privado se unem numa verdadeira conspiração, um gesto desrespeitoso que ofende a dignidade de todos os cidadãos da Região dos Lagos, senão da população do estado do Rio de Janeiro.
Cabe, no caso de Búzios, uma pitada de humor negro: quando soube que Luiz Fiirmino Martins Pereira, subsecretário da SEA, iria apresentar um projeto para o rio Una, o tempo fechou.

21/12/2013
Ernesto Lindgren
Fonte: ”Revista Cidade”