A entrevista concedida pelo ex-vereador e ex-candidato a prefeito Felipe Lopes à Rádio Litoral trouxe de volta a discussão sobre os motivos que levaram as oposições a não se unir nas eleições de 2016. O blog Búzios Paralelo postou um vídeo (2'32") com um pequeno trecho da entrevista (ver em "buziosparalelo" ). Espero que o Jornal de Sábado a publique na íntegra.
Depois dos resultados eleitorais de 2016, muitos boatos correram pela cidade sobre os motivos que levaram três importantes setores das oposições buziana a perder as eleições mais fáceis da história da cidade. Um desses boatos dizia que dois dos quatro candidatos de oposição teriam fechado acordo com a situação para que nenhum dos dois se unissem aos outros. Muitas benesses, secretarias incluídas, teriam sido oferecidas nessas tratativas.
Não fossem esses motivos, resta incompreensível o fato das oposições não terem se unido. O Prefeito André Granado entrou nas eleições com um alto índice de rejeição, na casa dos 70%. Só se elegeria fruto de um milagre ou fechando acordo com parte da "oposição". E se reelegeu com apenas 6.772 votos, que significam 33,49% dos votos válidos. Se considerarmos o total de eleitores (25.868), sua votação cai para um pouco mais de 1/4 (26,17%). Em relação à eleição anterior de 2012, o desgastado André perdeu 2.239 votos. Sem considerar, é claro, que o número de eleitores aumentou em 3.915 da eleição de 2012 para 2016.
No curto trecho da entrevista postada no blog, Felipe Lopes responsabiliza claramente o ex-prefeito Mirinho pela derrota. Diz que havia acordado com ele três datas diferentes para o fechamento da aliança entre os dois, com Mirinho desistindo de sua candidatura para apoiá-lo. Mirinho não fechou em nenhuma das datas. E que três dias antes da eleição teria ido à sua casa, por volta do meio dia, para nova tentativa de acordo. Depois de ter alegado que precisava conversar com seu grupo antes de dar a resposta, Felipe não conseguiu mais falar com Mirinho: "Liguei pra ele o dia todo e ele não atendeu, os (3) dias passaram e todos nós perdemos a eleição".
Acompanho eleições em Búzios desde 2004. Já vi muitos candidatos novatos a vereador que fazem campanhas eleitorais acreditando piamente que serão eleitos. Depois, ficam arrasados com seus 40 ou 50 votos. Mas numa eleição pra prefeito, com políticos experientes como Mirinho, Alexandre e Felipe não tem engano. Claudio Agualusa- marinheiro de primeira viagem- deve ter sido o único que sonhou que poderia ganhar. Todos se municiam de pesquisas eleitorais para ditar os rumos de suas campanhas. Ou seja, todos sabiam, dentro da margem de erro da pesquisa, quantos votos teriam e a quantidade de votos dos outros candidatos também. Todos sabiam muito bem da necessidade de união para vencer o pleito. Bastaria a união de apenas dois, excluindo-se Claudio, pois sua votação somada à votação de qualquer outro oposicionista não influiria no resultado final. Apesar de que esse possível gesto do Agualusa de desistir da candidatura para apoiar alguém- que não aconteceu- poderia ter efeito simbólico sobre as oposições.
Se todos sabiam, por que não se uniram? Se não negociaram nada com o governo, por que não fecharam acordo? Por que Felipe, na entrevista, só fala em negociações para fechar aliança com Mirinho? Por que não fala de Alexandre? Fechar aliança faltando três dias para as eleições faz sentido? Por que Alexandre nada fala a respeito? Por que Mirinho, encrencado durante toda campanha eleitoral com o registro de sua candidatura, não desistiu dela bem antes do dia da eleição, para que os eleitores pudessem ser informados do novo quadro eleitoral? Por que insistir em disputar uma eleição em que perdeu 3.709 votos em relação à eleição anterior (7.881 votos em 2012) e na qual não conseguiu eleger seu filho vereador (Rafael Braga foi o 16º mais votado, e o terceiro da coligação, com apenas 374 votos. É o segundo suplente, atrás de Cristiano Marques)? Mirinho era o único oposicionista?
É o que Mirinho quer fazer crer. Alexandre e Felipe não seriam candidatos oposicionistas de verdade, ao seu modo de ver. Na entrevista que concedeu ao Jornal de Sábado, Mirinho alerta que "temos que identificar quem é oposição de verdade, e quem finge ser". Em nenhum momento cita Felipe. Fala apenas de Alexandre, mas quando assinala que "não basta dizer ser oposição, é preciso se posicionar contra o caos na saúde, o descaso com a educação, o desemprego, o turismo jogado às traças, a insegurança, dizer não às milícias que tomaram conta de nossa cidade", o exclui, porque Alexandre não se posiciona contra nada disso. Alexandre parece aquele passarinho que passou a dormir de cabeça para baixo de tanto andar com morcegos, usando a figura utilizada por Mirinho.
Há indícios a corroborar o que Mirinho diz? Sim, mas de difícil comprovação. Se assim for, podemos afirmar que tínhamos apenas um candidato de oposição nas eleições de 2016: Cláudio Agualusa. Mirinho, segundo seus próprios critérios, não pode ser considerado um candidato de oposição, porque o modelo político-administrativo que sempre pôs em prática em seus governos anteriores em nada se diferencia do modelo clientelista-patrimonialista de André. Em suma, Mirinho não significava "mudança" essencial alguma em relação ao governo André.
Com a passagem recente de Cláudio para as hostes alexandristas não restou nenhum oposicionista em Búzios. O que pode ser muito bom, pois o joio já foi separado do trigo. Agora, é preciso arregaçar as mangas e construir uma alternativa a esse estado de calamidade política que tomou conta de nossa cidade. Mãos à obra. É possível fazer política diferente em Búzios. POR UMA NOVA FORMA DE FAZER POLÍTICA EM BÚZIOS!
Observação 1: o redator do blog buziosparalelo relata que três (Alexandre, Felipe e Cláudio) candidatos de oposição nas eleições de 2016 estavam no palanque de Mirinho em 2012. O que prova, segundo ele, que o ex-prefeito Mirinho está em queda livre política, perdendo aliados e cabos eleitorais importantes. E acrescento: apenas um dos sete vereadores (Henrique, Messias, Joice, Lorram, Felipe, Gugu de Nair e Leandro) que elegeu por sua coligação em 2012 estavam com ele em 2016: Leandro, seu vice. Nas últimas eleições, elegeu apenas um vereador (Josué) e não conseguiu, como já disse, eleger seu filho. Tenho uma explicação pra isso: Mirinho, assim como o grande Brizola, nunca abriu espaço para as novas lideranças que surgiam ao seu redor. Quem quisesse alçar voos políticos mais altos, que procurasse outra freguesia. Os dois políticos são loucos pelo poder. É só conversar com César Maia, Garotinho, Marcelo Alencar (in memorium), Henrique Gomes, Lorram, Messias, ... etc.
Observação 2: o espaço, como sempre, está aberto para quaisquer manifestação dos citados. Fiquem à vontade! O espaço é democrático.
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É o que Mirinho quer fazer crer. Alexandre e Felipe não seriam candidatos oposicionistas de verdade, ao seu modo de ver. Na entrevista que concedeu ao Jornal de Sábado, Mirinho alerta que "temos que identificar quem é oposição de verdade, e quem finge ser". Em nenhum momento cita Felipe. Fala apenas de Alexandre, mas quando assinala que "não basta dizer ser oposição, é preciso se posicionar contra o caos na saúde, o descaso com a educação, o desemprego, o turismo jogado às traças, a insegurança, dizer não às milícias que tomaram conta de nossa cidade", o exclui, porque Alexandre não se posiciona contra nada disso. Alexandre parece aquele passarinho que passou a dormir de cabeça para baixo de tanto andar com morcegos, usando a figura utilizada por Mirinho.
Há indícios a corroborar o que Mirinho diz? Sim, mas de difícil comprovação. Se assim for, podemos afirmar que tínhamos apenas um candidato de oposição nas eleições de 2016: Cláudio Agualusa. Mirinho, segundo seus próprios critérios, não pode ser considerado um candidato de oposição, porque o modelo político-administrativo que sempre pôs em prática em seus governos anteriores em nada se diferencia do modelo clientelista-patrimonialista de André. Em suma, Mirinho não significava "mudança" essencial alguma em relação ao governo André.
Com a passagem recente de Cláudio para as hostes alexandristas não restou nenhum oposicionista em Búzios. O que pode ser muito bom, pois o joio já foi separado do trigo. Agora, é preciso arregaçar as mangas e construir uma alternativa a esse estado de calamidade política que tomou conta de nossa cidade. Mãos à obra. É possível fazer política diferente em Búzios. POR UMA NOVA FORMA DE FAZER POLÍTICA EM BÚZIOS!
Observação 1: o redator do blog buziosparalelo relata que três (Alexandre, Felipe e Cláudio) candidatos de oposição nas eleições de 2016 estavam no palanque de Mirinho em 2012. O que prova, segundo ele, que o ex-prefeito Mirinho está em queda livre política, perdendo aliados e cabos eleitorais importantes. E acrescento: apenas um dos sete vereadores (Henrique, Messias, Joice, Lorram, Felipe, Gugu de Nair e Leandro) que elegeu por sua coligação em 2012 estavam com ele em 2016: Leandro, seu vice. Nas últimas eleições, elegeu apenas um vereador (Josué) e não conseguiu, como já disse, eleger seu filho. Tenho uma explicação pra isso: Mirinho, assim como o grande Brizola, nunca abriu espaço para as novas lideranças que surgiam ao seu redor. Quem quisesse alçar voos políticos mais altos, que procurasse outra freguesia. Os dois políticos são loucos pelo poder. É só conversar com César Maia, Garotinho, Marcelo Alencar (in memorium), Henrique Gomes, Lorram, Messias, ... etc.
Observação 2: o espaço, como sempre, está aberto para quaisquer manifestação dos citados. Fiquem à vontade! O espaço é democrático.
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