Grupo faz ato simbólico em frente ao Hospital da Mulher, em Cabo Frio, no RJ — Foto: Paulo Henrique Cardoso/Inter TV |
Ato foi realizado na tarde desta quinta-feira (24) para conscientizar sobre violência obstétrica e reivindicar direitos das gestantes.
Um
grupo de mulheres se reuniu em frente ao Hospital da Mulher em Cabo
Frio, na Região dos Lagos do Rio, na tarde desta quinta-feira (24)
para realizar um ato simbólico de conscientização sobre a
violência obstétrica e reivindicar os direitos das gestantes.
A
ação foi realizada no mesmo dia em que uma
auditoria interna foi anunciada pela Prefeitura para apurar mortes na
unidade.
O
grupo colou cartazes na frente do hospital e distribuiu panfletos e
adesivos para orientar outras mulheres sobre o assunto.
Entre
as reclamações, está o pedido de que sejam cumpridas as leis que
dão direito ao parto humanizado, lei das doulas e lei do
acompanhante. O ato aconteceu durante o horário de visita das
pacientes.
Associação de Doulas do Rio de Janeiro distribuiu adesivos durante ato em frente ao Hospital da Mulher, em Cabo Frio, no RJ — Foto: Paulo Henrique Cardoso/Inter TV |
A
Associação de Doulas do Rio de Janeiro participou do ato e informou
as mulheres que entravam no hospital sobre a episiotomia, que é o
corte feito entre a vagina e o ânus. De acordo com médicos, para
facilitar a saída da criança no parto normal. Segundo a associação,
a episiotomia já é proibida e considerada uma violência
obstétrica.
As
doulas são profissionais treinadas e capacitadas para acompanhar as
mulheres durante a gestação e o parto. A função delas é dar
suporte durante a gestação, pré-parto, parto, pós-parto e
puerpério, que é o período desde o parto até que os órgãos
genitais voltem à forma que eram antes da gestação, com a
finalidade de promover o bem-estar neste período.
Ainda
segundo a associação, seis bebês morreram no Hospital da Mulher na
semana passada. O G1 entrou
em contato com a Prefeitura de Cabo Frio e aguarda os números
oficiais de registros de óbitos na unidade nos últimos meses.
Mulheres colam cartazes de conscientização para reivindicar direitos no Hospital da Mulher, em Cabo Frio, no RJ — Foto: Paulo Henrique Cardoso/Inter TV |
"Quantos
mais vão ter que morrer? Basta! Queremos nossas mães e bebês
vivos!", diz um dos cartazes.
O
Hospital Municipal da Mulher é a única emergência obstétrica e
maternidade pública da cidade, funciona 24 horas por dia e atende
demandas de toda a região, com equipe médica completa, enfermeiros,
técnicos de enfermagem, assistentes sociais e psicólogos de
plantão, além de uma unidade intensiva especializada para bebês
prematuros com neonatologista.
Desde
2015, o hospital é alvo de denúncias de negligência médica e mau atendimento. Em 2017, por exemplo, uma família
acusou a unidade de falta de um acompanhamento pré-natal
adequado após
morte de bebê com 38 semanas de gestação.
Auditoria
De
acordo com o município, um grupo formado por médico, enfermeiro e
auditor do setor de controle e avaliação da pasta vai analisar
todos os 1069 prontuários de atendimentos do Hospital da Mulher
feitos desde 1º de janeiro deste ano.
Será
levado em conta todo o atendimento prestado às pacientes na unidade,
desde a recepção até o momento em que ela vai para casa. Em
seguida, será feito um relatório que será avaliado internamente
para nortear as medidas que serão tomadas em todo o acompanhamento
gestacional e no atendimento no Hospital da Mulher.
“Vamos
apurar com afinco o que pode ter causado a morte destes bebês. Toda
vez que há a morte de um nascituro, a unidade hospitalar comunica à
Vigilância Sanitária Municipal, que por sua vez comunica ao Estado
por meio de notificação compulsória. Isso é essencial para
nortear e desenvolver as políticas públicas” esclareceu o
prefeito Dr. Adriano Moreno.
Fonte: "g1"