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sexta-feira, 19 de abril de 2019

Pescadores realizam manifestação pedindo soluções urgentes para a poluição na Lagoa de Araruama.

Protesto de pescadores na RJ-106, em São Pedro da Aldeia — Foto: Paulo Henrique Cardoso/Inter TV

Um protesto realizado por pescadores causou pelo menos três quilômetros de retenção e ainda traz reflexos na RJ-140, na altura da entrada de São Pedro da Aldeia, na pista sentido Cabo Frio, na Região dos Lagos, nesta Sexta-Feira da Paixão (19).

O ato durou cerca de três horas e terminou por volta de 12h45. O grupo pede providências sobre a poluição na Lagoa de Araruama, que é fonte de renda para os pescadores nos seis municípios que banha: Araruama, Saquarema, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo.

Um helicóptero da Polícia Militar, além de equipes da corporação e da Polícia Rodoviária Estadual, acompanharam o protesto, que complicou ainda mais o trânsito no primeiro dia do "feriadão" da Páscoa. A previsão é de que 24 mil veículos passem pelo trecho após a RJ-124, a Via Lagos, somente nesta sexta.

Os pescadores Francisco Guimarães e Pablo dos Santos participaram do ato, que tinha o objetivo de pedir a dragagem da lagoa e a correção no sistema de esgoto da concessionária Prolagos para que não haja despejo nas águas da Lagoa de Araruama.
"Escolhemos a Paixão de Cristo para mostrar também nossa paixão pela lagoa. Hoje a situação é crítica e queremos que reconheçam que há uma situação a ser resolvida com urgência", disse Francisco.

"A lagoa está praticamente morta. Estamos pescando muito menos", reclama Pablo, ressaltando que os casos de mortandade de peixes têm sido frequentes.
Por meio de nota, a Prolagos disse que "mantém todas as estações elevatórias e de tratamento de esgoto funcionando de acordo com as licenças de operação".

A concessionária acrescenta que a Lagoa de Araruama sofre alterações por características próprias e por influência externa, e que "o cuidado com este patrimônio natural exige a participação de todos".

A Prefeitura de São Pedro da Aldeia entrou com uma ação civil pública contra a Prolagos por dano ambiental na terça-feira (16). A decisão cabe recurso.

De acordo com a Prefeitura, foram identificados nove pontos da cidade com o lançamento de esgoto in natura de forma contínua na Lagoa de Araruama sem a ocorrência de chuvas, o que justificaria a abertura das comportas da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), como prevê o modelo de Coleta em Tempo Seco.

Nota da Prolagos na íntegra:
A Prolagos reafirma que sempre esteve e estará ao lado de todos os interessados na recuperação da qualidade ambiental da Lagoa de Araruama. A empresa mantém todas as estações elevatórias e de tratamento de esgoto funcionando de acordo com as licenças de operação e apresenta projetos para a evolução contínua dos sistemas de esgoto, tanto no modelo atual, coleta em tempo seco, quanto rede separadora absoluta.

A Lagoa de Araruama é um ecossistema que sofre alterações, seja por características próprias, como a baixa renovação da água, evaporação intensa e pouca profundidade, ou externas como o despejo de esgoto in natura durante anos, antes do início da concessão; o descarte incorreto de lixo, resíduos industriais; assoreamento em diversos pontos; entre outros.

O cuidado com este patrimônio natural exige a participação de todos. A concessionária vem contribuindo de forma significativa para a preservação ambiental da Lagoa de Araruama, mantendo suas unidades operando regularmente, apresentando projetos de melhoria contínua como a implantação da rede separadora absoluta de esgoto, em complemento ao sistema atual, já em posse das prefeituras; e viabilizando estudos técnicos para propor as medidas mais efetivas que levem à plena recuperação da Lagoa de Araruama, como estudo de hidrodinâmica que está sendo desenvolvido pela Coppe/UFRJ.

Fonte: "G1"

Meu comentário:
A Prolagos parece aqueles políticos corruptos pegos com a boca na botija que sempre dizem: todo dinheiro recebido para a campanha foi legal, declarado e aprovado pelo TRE. A empresa sempre diz que está cumprindo rigorosamente o contrato. E está mesmo! O problema é que o contrato assinado em 1999 por prefeitos irresponsáveis, que queriam se livrar do problema do esgoto, é tremendamente danoso para o meio ambiente da região, principalmente para suas parais e lagoas. A concessionária opera com o modelo de Coleta em tempo Seco desde 2004, com a autorização do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), do qual participam todas as prefeituras da área de concessão.  

E ela deixa bem claro a responsabilidade das prefeituras ao aceitarem o sistema mais barato de coleta tempo seco. Se querem mudar o sistema, a Prolagos tem projetos “de melhoria contínua como a implantação da rede separadora absoluta de esgoto”. Projetos que já estão “em posse das prefeituras”. O que precisa então? Simplesmente que as prefeituras invistam recursos próprios na instalação das redes separadoras. Mas para isso, os prefeitos precisam abandonar o modelo de gestão clientelista e patrimonialista que adotam. Terão que acabar com seus currais eleitorais e o superfaturamento dos contratos terceirizados. São por esses ralos que somem os recursos para o saneamento das cidades da região dos lagos.    

Obviamente que o dinheiro público investido no saneamento necessariamente seria compensado pela Prolagos com a redução das tarifas.