Quadrilha movimentou cerca de R$ 16 milhões entre
2008 e 2013.
Ruy Filho, ex-secretário de Búzios, é suspeito de ser líder do grupo.OK
Uma operação do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com apoio da
Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ (CSI/MPRJ), era realizada na
manhã desta quinta-feira (09). A ação tem como objetivo cumprir mandados de
prisão preventiva contra o ex-secretário municipal de Planejamento, Orçamento e
Gestão de Búzios Ruy Ferreira Borba Filho e outras cinco pessoas, todos
acusados de praticar os crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Segundo o MP, os mandados estavam sendo cumpridos nos municípios de Búzios,
Niterói, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Até as 8h50 cinco dos
seis mandados de prisão foram cumpridos. Sendo três deles no Rio de Janeiro.
No período de 2008 a 2013, a quadrilha movimentou
nas contas correntes analisadas pela Divisão de Laboratório de Combate à
Lavagem e à Corrupção (DLAB) do MPRJ, aproximadamente R$ 16 milhões, mediante
mais de 11 mil lançamentos. Além da prisão, o MPRJ obteve o sequestro de bens e
bloqueio de valores de todos os denunciados e de ambas empresas.
De acordo com a denúncia, Ruy Filho, secretário
municipal entre 2009 e 2012, era o líder do grupo e se utilizava de diversas
técnicas da lavagem de dinheiro, entre elas, estruturação, mescla, transações
comerciais e bancárias atípicas e incompatíveis com patrimônio e renda,
dissimulação de negócios e transferências bancárias, além de sonegação fiscal.
Segundo o MP-RJ, para que pudesse abrir contas e movimentar recursos entre seus
comparsas, o ex-secretário constituiu a empresa de fachada RBF Participações e
Serviços Ltda., cuja sede era um apartamento em prédio residencial, e a
Fundação Bem Te Vi, instituição sem fins lucrativos controlada por ele e por
outros três denunciados.
A RBF travava relações jurídicas com duas
sociedades offshore, sediadas em paraísos fiscais, visando a integração dos
recursos lavados: a Freemont Limited, com sede em Londres, e Greencastle
International, localizada nas Ilhas Virgens Britânicas.
A ocultação e dissimulação do dinheiro se davam, em parte, mediante remessas
ilícitas ao exterior, que retornavam ao Brasil como simulação de empréstimos
tomados por Ruy Filho, pela "sociedade de fachada" RBF e pela
Fundação Bem te Vi, aparentemente de maneira legal.
Ele se utilizava também de todas as pessoas
jurídicas mencionadas e também dos demais denunciados para movimentar os
recursos ilícitos mediante milhares de transferências e transações bancárias
entre as sociedades, entre elas e os denunciados e, por fim, entre os próprios
denunciados.
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