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sábado, 26 de janeiro de 2019

Licenças ambientais concedidas a toque de caixa sempre resultam em tragédias

Equipe dos Bombeiros de Minas socorre vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho Reprodução / TV Record /  


Ambientalistas da região alertavam para risco de rompimento de barragem desde 2011

Segundo ativista, a Vale garantiu aos moradores da região que a barragem era estável

Representantes de movimentos ambientalistas na região de Brumadinho (MG) afirmam que desde 2011 vinham relatando às autoridades a possibilidade de riscos de rompimento da barragem I da Mina do Feijão. A estrutura de contenção rompeu nesta sexta-feira e duzentas pessoas estão desaparecidas após o acidente .

Segundo Maíra do Nascimento, do Movimento pelas Águas de Casa Branca, há oito anos as comunidades que vivem no entorno da mina em Brumadinho se preocupavam com a situação do complexo, que inclui também a mina Jangada, e lutavam para que não fosse autorizada a ampliação do complexo. Mesmo assim, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas autorizou acréscimos em 11 de dezembro passado.

-É uma tragédia anunciada. Desde 2011 sabemos dos riscos e, inclusive os relativos à ampliação da mina. Mas infelizmente não conseguimos sequer impedir essa autorização — diz Maíra.

-Segundo ela, a autorização para ampliação da mina Córrego do Feijão foi feita "a toque de caixa", com a concessão, de uma só vez, das licenças prévia, de instalação e operação.

-As três licenças foram dadas ao mesmo tempo. Um absurdo — afirma Maíra.

Vale garantiu estabilidade

Maria Tereza Viana Corujo, do Movimento pelas Serras e Águas de Minas, diz que, apesar da preocupação dos moradores da região, a Vale sempre informou que a estabilidade da barragem estava garantida. Maria Tereza, como representante da ONG Movimento pelas Serras e Águas de Minas, integra a Câmara de Atividades Minerárias do Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais.

Somos a única ONG que participa da Câmara. Embora tenhamos alertado para a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a condição do complexo Feijão-Jangada, a Vale sempre apresentou documentos no qual informava que a estabilidade da barragem estava garantida.

Fonte: "oglobo"

Meu comentário: 
A tragédia mostra mais uma vez que todo o problema está no licenciamento. Pelo texto somos informados que as três licenças foram concedidas ao mesmo tempo e a "toque de caixa" justamente pela secretaria que deveria cuidar do meio ambiente. Os interesses eram tantos que os ambientalistas sequer foram ouvidos. No Conselho Estadual de Política Ambiental,  a empresa dava informações falsas quanto a estabilidade da barragem. 

Os ambientalistas de Búzios e o Conselho de Meio Ambiente devem ficar muito atentos aos grandes empreendimentos licenciados pela Secretaria de Urbanismo e de Meio Ambiente local e  órgãos estaduais como INEA e Secretaria Estadual de Meio Ambiente.