Equipe dos Bombeiros de Minas socorre vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho Reprodução / TV Record / |
Ambientalistas
da região alertavam para risco de rompimento de barragem desde 2011
Segundo
ativista, a Vale garantiu aos moradores da região que a barragem
era estável
Representantes
de movimentos
ambientalistas
na região de Brumadinho (MG)
afirmam que desde 2011 vinham relatando às autoridades a
possibilidade de riscos
de rompimento da
barragem I da Mina do Feijão.
A estrutura de contenção rompeu nesta sexta-feira e duzentas
pessoas estão desaparecidas após o acidente .
Segundo
Maíra do Nascimento, do Movimento
pelas Águas de Casa Branca,
há oito anos as comunidades que vivem no entorno da mina em
Brumadinho se preocupavam com a situação do complexo, que inclui
também a mina Jangada, e lutavam para que não
fosse autorizada a ampliação do complexo.
Mesmo assim, a Secretaria
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas
autorizou acréscimos em 11 de dezembro passado.
-É
uma tragédia anunciada. Desde 2011 sabemos dos riscos e, inclusive
os relativos à ampliação
da mina.
Mas infelizmente não conseguimos sequer impedir essa autorização
— diz Maíra.
-Segundo
ela, a autorização para ampliação da mina Córrego do Feijão
foi feita "a
toque de caixa",
com a concessão, de uma só vez, das licenças
prévia, de instalação e operação.
-As
três licenças foram dadas ao mesmo tempo. Um absurdo — afirma
Maíra.
Vale garantiu estabilidade
Maria Tereza Viana Corujo, do Movimento pelas Serras e Águas de Minas, diz que, apesar da preocupação dos moradores da região, a Vale sempre informou que a estabilidade da barragem estava garantida. Maria Tereza, como representante da ONG Movimento pelas Serras e Águas de Minas, integra a Câmara de Atividades Minerárias do Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais.
— Somos a única ONG que participa da Câmara. Embora tenhamos alertado para a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a condição do complexo Feijão-Jangada, a Vale sempre apresentou documentos no qual informava que a estabilidade da barragem estava garantida.
Fonte:
"oglobo"
Meu comentário:
A tragédia mostra mais uma vez que todo o problema está no licenciamento. Pelo texto somos informados que as três licenças foram concedidas ao mesmo tempo e a "toque de caixa" justamente pela secretaria que deveria cuidar do meio ambiente. Os interesses eram tantos que os ambientalistas sequer foram ouvidos. No Conselho Estadual de Política Ambiental, a empresa dava informações falsas quanto a estabilidade da barragem.
Os ambientalistas de Búzios e o Conselho de Meio Ambiente devem ficar muito atentos aos grandes empreendimentos licenciados pela Secretaria de Urbanismo e de Meio Ambiente local e órgãos estaduais como INEA e Secretaria Estadual de Meio Ambiente.