Vereadores reunidos antes da eleição do novo Presidente |
Na sessão legislativa de hoje foi dada posse ao novo vereador de Búzios, Adiel da Silva Vieira (Dida), e procedida a eleição do novo Presidente, Leandro Pereira, que substituirá o ex-Presidente Henrique Gomes, afastado do cargo e do mandato por medida judicial em sede de liminar pela 1ª Vara de Búzios, decisão confirmada em grau de recurso pela 4ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro.
Nenhum dos vereadores em momento algum comentou as razões que levaram o Judiciário local a decretar o afastamento de Henrique Gomes da função pública (vereança e presidência) por ele exercida. Parecia, pelo menos para os governistas Lorram e Messias que utilizaram a Tribuna, que o ex-vereador Henrique Gomes não fizera nada de grave para merecer tamanha penalidade- perda do mandato e do cargo de presidente. Ambos, Lorram e Messias, demonstravam esperanças de que o quadro poderia ser revertido em terceira instância (STJ).
Em defesa do amigo, e companheiro do grupo político de Mirinho, o vereador Lorram se solidarizou com Henrique Gomes e ressaltou que ele "tem história dentro deste município". Já Messias mostrou-se "nada confortado" com a situação vivida pelo "companheiro" de jornada política. Irritou-se profundamente com os comentários postados nas redes sociais que garantiam que Henrique Gomes havia sido "cassado". Para Messias, o companheiro Henrique Gomes fora simplesmente "afastado por uma decisão judicial em caráter liminar" e que, mesmo após a confirmação da liminar em 2ª instância, a vacância do cargo de presidente ainda não estaria consolidada. O que poderia garantir, ao seu modo de ver, que no futuro houvesse um outro desdobramento, com o retorno de Henrique Gomes ao cargo.
O vereador Messias, com ar professoral, como de costume- por isso ele é conhecido como Professor Raimundo- para defender sua tese de que não haveria a vacância do cargo de presidente, pega carona em decisão do Juiz Dr. Gustavo Fávaro no Mandado de Segurança impetrado pelo novo vereador Dida. Realmente, Dr. Gustavo fundamenta a não concessão do mandado no fato da "situação de vacância" ainda não ter se consolidado. Mas, o Professor Raimundo (vereador Messias) omite, providencialmente, que ao modo de ver do Juiz Dr. Gustavo a vacância não estaria consolidada "ao menos até que a segunda instância se manifeste sobre pedido de liminar com relação à decisão de afastamento". Como é de praxe, o vereador lero-lero interpreta ao seu bel prazer os textos alheios.
Mas, o fundamental, os dois vereadores- e talvez os demais- não viram ou não quiseram ver, é que a decisão de afastamento do cargo de Presidente e do mandato do ex-vereador Henrique Gomes fere de morte o grupo político de Mirinho Braga, porque são co-réus na ação penal, em que, em tese, para o MP, "trata-se de quadrilha formada para a prática de crimes contra a Administração Pública", três ex-secretários de Mirinho Braga: Carolina, da Educação; Cristina Braga, da Assistência Social, sua esposa; e Henrique Gomes, de Serviços Públicos. Todos ocuparam as mesmas respectivas pastas nas três administrações de Mirinho Braga. Da mesma forma, os três membros da Comissão Permanente de Licitação (CPL) o acompanham desde o primeiro governo (1997-2000): Sérgio Eduardo, eterno Presidente da CPL; Elizabeth de Oliveira Braga, sua parente; e Faustino de Jesus.
O que os dois vereadores- e talvez os demais- não viram ou não quiseram ver é que a decisão judicial pelo afastamento do "companheiro" Henrique Gomes teve por objetivo "frustar a perpetuação da prática de crimes, in casu, crimes contra a Administração Pública".