O
esquema criminoso do “Projeto UPAS” foi montado a partir do
direcionamento
do pregão presencial internacional nº 25/2009 – Sesdec/RJ
(Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro) em favor da
Metalúrgica Valença. Participaram
do esquema, além do ex-governador Sérgio Cabral , o ex-secretário
de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio
Cortes,
o empresário da área de produtos médicos/hospitalares, Miguel
Iskin,
Ronald
de Carvalho (proprietário da Metalúrgica
Valença)
e Arthur
Cézar de Menezes Soares Filho
(conhecido como Rei Arthur).
Após
a implantação do esquema no Rio de Janeiro, o grupo criminoso de
Cabral exportou o
“projeto das UPAS” para todo o país, estabelecendo o
pagamento
de R$ 1.000.000,00 em propina para cada unidade construída.
Segundo
a investigação do MPDFT, o esquema que teve início no Rio de
Janeiro, em obras da Secretaria de Estado da Saúde (SESDEC/RJ),
teria atingido, posteriormente, ao menos outros
12 estados da Federação.
Uma
das bases de expansão da organização criminosa teria sido o
Distrito
Federal,
onde começaram a atuar por meio de venda
de atas de registro de preços da Secretaria de Saúde do Rio de
Janeiro.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, por intermédio dos
servidores públicos envolvidos nas fraudes, aderiu
a atas de registro de preços da Secretaria de Saúde do Rio de
Janeiro
que, na origem, estavam viciadas, e já eram controladas pelo grupo
criminoso de Sérgio Cabral. Em valores atualizados, estima-se que as
contratações suspeitas ultrapassam o montante de R$
142 milhões.
A
Operação Contêiner deflagrada na manhã desta terça-feira, 9 de
abril, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado do MPDFT (Gaeco), visando desbaratar esse esquema
criminoso, ocorreu simultaneamente nos estados do Rio
de Janeiro,
Rio
Grande do Norte,
Goiás,
Minas
Gerais
e no Distrito
Federal.
Foram cumpridos 53 mandados- 9
de prisão preventiva
e 44
de busca e apreensão-
autorizados pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Brasília.
Foram
presos em Brasília: o ex-secretário de Saúde da SES/DF Rafael
Barbosa; o ex-secretário adjunto de gestão da SES/DF
Fernando Araújo; ex-secretário de Saúde do DF Elias
Miziara e o ex-subsecretário de Saúde do DF José
Falcão, além de Edcler Carvalho, diretor
comercial da Kompazo, empresa que vende produtos
hospitalares.
No
Rio de Janeiro, em apoio ao GAECO/MPDFT o MPRJ cumpriu três
mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. Entre
os alvos do Rio de Janeiro estavam os empresários Cláudio
Albuquerque Haidamus (preso), Ronald de Carvalho
(foragido), Artur Soares, conhecido como Rei Artur
(foragido). O preso será levado para Brasília.