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terça-feira, 9 de abril de 2019

Quadrilha de Cabral exportou esquema de propinas do “Projeto UPAS” para 12 estados



O esquema criminoso do “Projeto UPAS” foi montado a partir do direcionamento do pregão presencial internacional nº 25/2009 – Sesdec/RJ (Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro) em favor da Metalúrgica Valença. Participaram do esquema, além do ex-governador Sérgio Cabral , o ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Cortes, o empresário da área de produtos médicos/hospitalares, Miguel Iskin, Ronald de Carvalho (proprietário da Metalúrgica Valença) e Arthur Cézar de Menezes Soares Filho (conhecido como Rei Arthur).

Após a implantação do esquema no Rio de Janeiro, o grupo criminoso de Cabral exportou o “projeto das UPAS” para todo o país, estabelecendo o pagamento de R$ 1.000.000,00 em propina para cada unidade construída. Segundo a investigação do MPDFT, o esquema que teve início no Rio de Janeiro, em obras da Secretaria de Estado da Saúde (SESDEC/RJ), teria atingido, posteriormente, ao menos outros 12 estados da Federação.

Uma das bases de expansão da organização criminosa teria sido o Distrito Federal, onde começaram a atuar por meio de venda de atas de registro de preços da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, por intermédio dos servidores públicos envolvidos nas fraudes, aderiu a atas de registro de preços da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro que, na origem, estavam viciadas, e já eram controladas pelo grupo criminoso de Sérgio Cabral. Em valores atualizados, estima-se que as contratações suspeitas ultrapassam o montante de R$ 142 milhões.

A Operação Contêiner deflagrada na manhã desta terça-feira, 9 de abril, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPDFT (Gaeco), visando desbaratar esse esquema criminoso, ocorreu simultaneamente nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal. Foram cumpridos 53 mandados- 9 de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão- autorizados pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Brasília.

Foram presos em Brasília: o ex-secretário de Saúde da SES/DF Rafael Barbosa; o ex-secretário adjunto de gestão da SES/DF Fernando Araújo; ex-secretário de Saúde do DF Elias Miziara e o ex-subsecretário de Saúde do DF José Falcão, além de Edcler Carvalho, diretor comercial da Kompazo, empresa que vende produtos hospitalares.

No Rio de Janeiro, em apoio ao GAECO/MPDFT o MPRJ cumpriu três mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. Entre os alvos do Rio de Janeiro estavam os empresários Cláudio Albuquerque Haidamus (preso), Ronald de Carvalho (foragido), Artur Soares, conhecido como Rei Artur (foragido). O preso será levado para Brasília.

Fonte: "MPDFT" e "MPRJ"

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Tem gente honesta nesse país!!!

O cara está limpo, foto reprodução MPF
Coisa rara, mas mais uma pessoa honesta foi descoberta em nova operação realizada pela Polícia Federal país afora. Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil, preso nesta quinta-feira, 5, na Operação Unfair Play, segundo o Ministério Público Federal (MPF), encomendou dossiê sobre um opositor. O dossiê foi encomendado ao ex-secretário da Saúde de Cabral Sérgio Côrtes e o alvo era o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), Alaor Pinto Azevedo.  Côrtes foi preso em abril, no âmbito da Operação Fratura Exposta, investigação sobre desvios na área hospitalar.
A força-tarefa da Lava Jato relatou que o dossiê foi encontrado durante as buscas na casa do presidente do COB. 
Conforme verifica-se, Sérgio Côrtes realizou levantamentos sobre a vida pregressa de Alaor Pinto Azevedo (opositor de Nuzman). Tudo a demonstrar que os membros da organização criminosa ajudam-se mutuamente para manutenção do status quo”, narrou a Procuradoria da República.
Na capa do dossiê apreendido pela Unfair Play, a Lava Jato encontrou uma folha com o emblema da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Governo do Rio e com um bilhete. “Presidente, o cara está “limpo”. Viramos do lado do avesso. Um forte abraço, Sérgio.”
Alaor Pinto Azevedo, foto reprodução MPF

O documento tem a tarja ‘confidencial’, em vermelho, no alto de uma de suas páginas. Há duas fotos, dados de Alaor e suas impressões digitais.
A Lava Jato achou ainda outro bilhete em papel amarelo. “Amigo, outros levantamentos estão sendo feitos. Abs, Sérgio.”
Dirigentes longevos de entidades civis são sempre um problema
Em outubro de 2016, Nuzman foi reeleito para a presidência do Comitê. Foi a sexta vez consecutiva que ele chegou ao cargo que assumiu em 1995. 
Candidato único, ele foi reconduzido para um mandato até 2020 com 24 votos entre 29 possíveis – quatro confederações e a comissão de atletas do COB não enviaram representantes. Na votação, houve três abstenções, um voto contra e um nulo, já que o envelope onde deveria estar a cédula estava vazio.
Judiciário do Rio de janeiro
Naquele ano, Alaor Azevedo foi à Justiça questionando o prazo exigido pelo COB – 30 de abril – para o registro de candidaturas numa eleição que ocorreria só no último trimestre. O presidente da Confederação de Tênis de Mesa chegou a ter liminares deferidas, mas em seguida negadas. 
Fonte: "estadao"