Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foto Leonardo Benassatto/Reuters |
O
ex-presidente Lula foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão
pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele ainda é réu em outras quatro
ações penais. Pode vir a responder a cinco, caso uma outra denúncia
do MPF seja aceita por Moro.
Luiz
Inácio Lula da Silva (PT)
se tornou nesta quarta-feira (12) o primeiro
ex-presidente da República condenado por corrupção na
história do Brasil. Lula foi considerado culpado dos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro atribuídos a ele
pelo Ministério
Público Federal (MPF) no
caso envolvendo o tríplex
no Guarujá,
reservado ao petista pela OAS e
reformado pela empreiteira ao custo de 2,4 milhões de reais (ver sentença na íntegra em "estadao")
Processos
em que Lula é réu:
1)
Terreno e cobertura bancados pela Odebrecht (Lula réu)
Em
outro processo sob a responsabilidade de Sergio Moro na Justiça
Federal do Paraná, Lula é acusado pelo MPF dos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propinas
de 13 milhões de reais da Odebrecht.
Parte
do dinheiro, 12,4 milhões de reais, sustentam os procuradores, teria
sido gasta na compra de um terreno para abrigar a sede do Instituto
Lula em São Paulo – o instituto acabou sendo construído em outro
endereço. Outros 504.000 reais teriam sido usados na compra da
cobertura contígua à de Lula no edifício Hill House, em São
Bernardo do Campo (SP). As duas compras teriam sido feitas por meio
de laranjas: no caso do terreno, o empresário Demerval Gusmão; no
caso da cobertura, Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José
Carlos Bumlai, amigo de Lula.
Serão
julgados nessa ação penal Lula, Gusmão, Costamarques, o
empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antonio Palocci e seu
ex-assessor Branislav Kontic, e o advogado de Lula, Roberto Teixeira.
2) A compra do silêncio de Nestor Cerveró (Lula réu)
O
ex-presidente Lula também é réu em três ações penais na Justiça
Federal do Distrito Federal. A primeira delas foi aberta em julho de
2016 pelo juiz federal Ricardo Soares Leite, que aceitou denúncia do
Ministério Público Federal contra o petista pelo crime de obstrução
de Justiça por supostamente ter orquestrado as ações que tentaram
comprar o silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobras
Nestor Cerveró.
Segundo
o MPF, Lula impeliu o ex-senador Delcídio do Amaral a adotar medidas
para evitar que Cerveró fechasse um acordo de delação premiada,
que comprometeria tanto Lula quanto José Carlos Bumlai. De acordo
com os investigadores, há indícios de que “Lula atuou diretamente
com o objetivo de interferir no trabalho do Poder Judiciário, do
Ministério Público e do Ministério da Justiça, seja no âmbito da
Justiça de São Paulo, seja do Supremo Tribunal Federal ou mesmo da
Procuradoria-Geral da República”.
Além
do ex-presidente, serão julgados nesse processo Bumlai e seu filho
Maurício Bumlai, Delcidio e seu assessor Diogo Ferreira, o advogado
Edson Ribeiro e o banqueiro André Esteves.
3)
Favorecimento à Odebrecht no BNDES (Lula réu)
Em
ação penal que corre na Justiça Federal do Distrito Federal a
partir da Operação Janus, o juiz federal Vallisney de Souza
Oliveira julgará Lula pela suposta prática dos crimes de corrupção
passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de
influência.
O
petista é acusado pelo Ministério Público Federal de atuar como
lobista dos interesses da Odebrecht em países da América Latina e
da África, onde a empresa tem projetos bilionários financiados pelo
BNDES. Formalmente, a empreiteira contratava o ex-presidente para dar
palestras nesses países, pelas quais Lula recebeu 7,6 milhões de
reais da Odebrecht por meio de sua empresa, a L.I.L.S., e em doações
ao Instituto Lula. Outro pagamento ilícito da empreiteira em
benefício do ex-presidente teria sido de 7 milhões de reais na
contratação da Exergia Brasil, de Taiguara Rodrigues, sobrinho de
Lula, para atuar em uma obra em Angola.
São
réus nesse processo, além de Lula e Taiguara, o empreiteiro Marcelo
Odebrecht, José Emmanuel de Deus Camano Ramos, Pedro Henrique de
Paula Pinto Schettino, Maurizio Ponde Bastianelli, Javier Chuman
Rojas, Marcus Fábio Souza Azevedo, Eduardo Alexandre de Athayde
Badin, Gustavo Teixeira Belitardo e José Mário de Madureira
Correia.
4)
Caças suecos e venda de Medida provisória (Lula réu)
Além
de Lava Jato e Janus, Lula é réu em uma ação penal da Operação
Zelotes. Vallisney Oliveira aceitou denúncia do Ministério Público
Federal contra o petista pelos crimes de tráfico de influência,
lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os
investigadores apuraram que Lula, seu filho Luís Cláudio Lula da
Silva e os consultores Mauro Marcondes e Cristina Mautoni
participaram de negociações irregulares no contrato de compra de 36
caças Gripen, da empresa sueca Saab, e em uma medida provisória
para prorrogação de incentivos fiscais para montadoras de veículos.
Segundo o MPF, Luís Cláudio recebeu 2,5 milhões de reais da
empresa dos consultores por uma consultoria que, afirma o MPF, é
fictícia.
5) Sítio em Atibaia reformado por empreiteiras (Lula denunciado)
Em
maio, Lula
foi denunciado pela força-tarefa da Operação Lava Jato em
Curitiba pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no
caso envolvendo obras no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP),
frequentado pelo petista e reformado pelas empreiteiras Odebrecht,
Schahin e OAS, além do pecuarista José Carlos Bumlai.
De
acordo com os procuradores, o ex-presidente foi beneficiado
ilicitamente com cerca de 1 milhão de reais nas reformas, que
incluíram a construção de anexos e benfeitorias no sítio, como a
instalação de uma cozinha de alto padrão. Odebrecht e OAS teriam
arcado com 870.000 reais das obras e a Schahin, por meio de Bumlai,
teria pago 150.500 reais. O pecuarista foi denunciado pelo crime de
lavagem de dinheiro.
Moro
ainda não decidiu se aceita ou não a denúncia, que pode colocar
Lula no banco dos réus pela sexta vez.
Meu
Comentário:
É,
infelizmente não estamos diante de um Pepe Mujica. A esquerda vai
pagar um preço muito alto pelos erros cometidos por Lula e sua
turma. A direita vai deitar e rolar por muitos e muitos anos.