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sábado, 22 de junho de 2019

Ambientalistas mostram preocupação com megacondomínio na Marina


Megacondomínio. Foto: Folha dos Lagos
O QUE DIZEM OS AMBIENTALISTAS
– Os empreendedores pretendem entrar com a água do mar nesta laguna, que armazena as águas pluviais da maior bacia de drenagem da cidade, e nas proximidades existe um reduto de quilombolas, que temem a salinização de seus poços artesianos utilizados para manter a agricultura de subsistência que praticam. Estamos buscando pesquisas sobre as águas do subsolo para saber onde começa a água doce (Anna Roberta Mehdi, ambientalista).
– A nossa região é tão bonita, tem uma paisagem tão espetacular. Por que tem que imitar uma Dubai na Região dos Lagos? Eles inventam isso lá porque não tem paisagem. Imitar uma paisagem fake é nonsense. Querer transformar a natureza espetacular numa coisa falsa não existe. É uma coisa inventada (Kátia Mansur, geóloga).
– Não houve discussão nenhuma. Fomos sistematicamente colocados de lado. Acionamos o Ministério Público, que disse que não tinha nada errado. Não foi apresentado o projeto completo para ninguém. Não houve audiência pública, apenas algumas reuniõezinhas. No primeiro projeto [feito por outra empresa] houve uma audiência pública. Esse novo projeto não houve audiência, nem apresentação dentro do Conselho de Meio Ambiente e de Urbanismo (Mônica Casarin, ex-conselheira do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Búzios).
Os depoimentos foram prestados ao repórter Rodrigo Branco da Folha dos Lagos (ver matéria completa em ("folhadoslagos").
O CONDOMÍNIO
O megacondomínio tem mais de um milhão de metros quadrados. Trata-se do condomínio Búzios Golf Resort I e II, do Grupo Opportunity. O projeto atual é uma segunda versão do projeto original da Klabin Segall. 
Segundo a reportagem, serão construídas em torno de mil casas de alto padrão na área, que terá canais e ilhas artificiais compondo o paisagismo. 
O QUE DIZ O MPF
– O MPF tratou do possível prejuízo a aves ameaçadas de extinção que se reproduziriam no local, que é uma questão federal.  Estudos foram exigidos para continuação das obras. Tratamos também do prejuízo às fontes de água da comunidade em razão das obras e alteração dos modos de viver, fazer e criar dos quilombolas pela mudança das características daquela localidade. Foi exigido o estudo sobre a questão das águas, também sob pena da obra não poder continuar. São devidas compensações pelo empreendedor. Um primeiro acordo já foi feito em relação à construção de estruturas para a comunidade. Agora está em andamento a discussão em relação à quantidade de terras a serem asseguradas, o que esperamos que se conclua logo, para que não tenhamos que tomar as medidas cabíveis" (Leandro Mitidieri, Procurador da República).
O QUE DIZ O GRUPO OPPORTUNITY
O projeto foi “detalhadamente discutido com todos os órgãos licenciadores e com a população, por meio de audiência pública ocorrida, em 2012, com centenas de participantes das comunidades locais. De lá para cá, ocorreram diversas outras apresentações para acompanhamento do projeto tanto pelos órgãos públicos quanto pelos integrantes da sociedade civil”.  Afirmam ainda os empreendedores que, “quanto ao alagamento da região de Cem Braças e arredores, o projeto irá corrigir e melhorar todo o sistema de drenagem da cidade formando um caminho para que as águas pluviais corram para o mar, que hoje está totalmente obstruído”. O grupo conclui afirmando que haverá “doação de áreas acima do limite legal. (Grupo Opportunity).