Após ficar inelegível por ter suas contas rejeitadas pela câmara de vereadores em 2006, Mirinho Braga conseguiu uma liminar na justiça para disputar as eleições de 2008. Para enfrentar a máquina da prefeitura nas mãos de Toninho Branco e fazer frente às enormes despesas judiciais que sua situação exigia, Mirinho foi obrigado a aceitar uma composição política ampla que abrangeu até mesmo adversários históricos como Alair Corrêa, Ruy Borba, etc. Como consequência dessas alianças, teve que ceder ao grupo de Alexandre Martins-Ruy Borba (grupo AM-RB), a secretaria de saúde, a procuradoria-geral, a subsecretaria de cultura, a secretaria de ordem pública, a chefia do gabinete de planejamento, orçamento e gestão, e inúmeros cargos menores na prefeitura.
Passados menos de dois anos, Mirinho vai retomando o controle do leme de seu governo. Na primeira oportunidade, demitiu o procurador geral Adilson. Em menos de um ano, retomou a secretaria de saúde das mãos do seu vice, Alexandre Martins. Deu-lhe a função da gestão de governo mas não acrescentou poder nenhum ao grupo AM-RB, pois a atribuição foi retirada da secretaria do Ruy. Fez o subsecretário Micheângelo voltar para as suas charges, não dando mais nenhum palpite sobre a cultura da cidade. Demitiu todos os coronéis da secretaria de Ordem Pública, deixando um como secretário decorativo, subordinado ao subsecretário Celso (só em Búzios mesmo: o secretário é subordinado ao sub-secretário). Aproveitando o desejo de agasalhar o amigo Jânio Mendes, esvaziou por completo a secretaria do Ruy Borba. Jânio passa a secretário de gestão, com o orçamento como uma subsecretaria. Ruy, que tinha o planejamento, orçamento e gestão, fica só com o planejamento, sem nenhum poder de execução.
Mesmo tendo entrado no governo com a asa quebrada, parece que o águia político vai recuperando a capacidade de voar. Mesmo que use o dinheiro da viúva para manter essas pessoas em cargos decorativos. O único risco são processos antigos serem julgados por um colegiado. Aí o águia não se sustenta no ar.
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