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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Violência em Búzios

Segundo o DATASUS 30 buzianos-residentes e 33 não-residentes morreram em Búzios em 2009 por "causas externas". Por "causas externas" o órgão entende "acidentes" e "agressões".
Observação: o primeiro número refere-se a residentes e o número entre parenteses a não-residentes.

I) Acidentes: 11(10)
I-1) Acidentes de transporte - 7 (6)
I-1-1 - Ciclista - 3 (2)
I-1-2 - Pedestre - 1 (1)
I-1-3 - Motociclista - 2 (2)
I-1-4 - Outros - 1 (1)
I-2) Afogamentos e submersões acidentais - 1(5)
I-3) Outras causas - 2(0)
Se já tivéssemos nossa ciclovia, 5 vidas poderiam ter sido poupadas. Se já tivéssemos feito um projeto de mobilidade urbana e a licitação de transporte coletivo, talvez todas estas 13 vidas fossem poupadas. Mas o prefeito prefere ter na chefia do gabinete de planejamento um secretário incompetente que nada planeja, nada fiscaliza  e nada faz. Às vezes, incompetência é mortal.
II) Agressões: 20(21)
II-1 - Por disparo de arma de fogo de mão - 12(15)
II-2 - Por  disparo de outra arma de fogo ou Não especificada - 2(1)
II-3 - Por objeto cortante ou penetrante - 1(1)
II-4 - Por meio de objeto contundente - 1(2)
II-5 - Por meios não especificados - 2(1)
II-6 - Eventos cuja intenção é indeterminada - 2(1)
Os últimos dados do DATASUS de 2009 provam que Búzios continua liderando o ranking de violência no Estado do Rio de Janeiro. São dados do DATASUS e não da polícia, prefeito! Não adianta vir com a desculpa esfarrapada de registro de ocorrências de Cabo Frio em Búzios. O DATASUS utiliza seus próprios dados e não os da polícia, por sinal nada confiáveis por subnotificação. São 41 mortes violentas no ano com uma população de pouco mais de 27 mil habitantes. Veja abaixo levantamento rigoroso destas mortes feito pelo DATASUS quanto à idade, cor, escolaridade, estado civil e local.
Mais da metade destas 41 mortes atinge em cheio a juventude buziana. São 23 jovens de 15 a 29 anos que foram mortos em 2009 em Búzios! Três eram mulheres! Dezenove (19) pretos ou pardos. Apenas três tinham 12 anos ou mais de estudos. Trinta e quatro eram solteiros. E pasmem leitores, 28 morreram em vias públicas! Mas o prefeito Mirinho Braga nada vê porque não anda pela rua, ainda mais na periferia onde essas mortes ocorreram. Não temos políticas públicas de segurança. Tampouco políticas públicas para a juventude. Como disse acima, a incompetência de nossos governantes pode ser mortal. Em Búzios, o desgoverno mata! Cuidado.

Fonte: "DATASUS"

Ver: "Violência na Região das Baixadas Litorâneas"
Ver: "Alguns dados sobre a saúde em Búzios"
Ver: "As agressões na Região dos Lagos"
Ver: "A questão da violência em Búzios 1"
Ver: "A questão da violência em Búzios 2"
Ver: "A questão da violência em Búzios 3"

segunda-feira, 14 de março de 2011

A questão da violência em Búzios 3

O JPH desta semana (12/03/2011), na sua página 6, no afã de defender o governo, publica entrevista com o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz- diretor de pesquisa do Instituto Sangari- insinuando que ele teria admitido e consertado erros sobre Búzios, apontados pelo delegado Mario Lamblet e pelo secretário Ruy Borba. Mas quem lê a entrevista verifica que isso não é verdade. Tudo o que publicamos aqui no blog sobre o tema é confirmado pelo sociólogo.

Julio confirmou que a fonte de dados é o SIM - Sistema de Informação de Mortalidade e que as definições territoriais utilizadas são as especificadas pelo IBGE.


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domingo, 6 de fevereiro de 2011

A briga na câmara de vereadores

Estava na sessão da câmara quando o vereador Lorram fez uso da tribuna para fazer críticas pesadas a determinados órgãos de imprensa de nossa região. Ele denunciou que existem veículos de comunicação pagos que tentam desestabilizar o governo do qual faz parte. Afirmou que não temos o caos que essas "imprensas pagas" tentam passar. Citou como exemplo o Diário Cabofriense que chega ao absurdo de criticar a prefeitura de Búzios por ter abandonado a Maria Joaquina, bairro de Cabo Frio. Crítica que o vereador considerou um absurdo, um ato de desespero, uma vergonha e que demonstra que o jornalista que fez a reportagem não conhece a nossa cidade, a política local. Quando afirmou que o dono do jornal foi para a porta da prefeitura "pedir esmola" de R$ 500,00 foi interrompido pelo próprio (Anthony Ferrari) que falou coisas que não consegui entender na gravação que fiz. 
Nesse momento, o vereador pediu que o presidente Joãozinho tomasse uma atitude. Como este titubeou, ainda deu para os dois baterem boca- o vereador na tribuna e o jornalista próximo da divisória que separa os vereadores do plenário. O diálogo entre eles encerrou-se quando o vereador Lorram combinou que sairia dali a 10 minutos e falaria com ele. Realmente, Lorram ainda discursou por 10 minutos e se retirou do plenário. Toda confusão se deu no seu gabinete. Não sei o que aconteceu lá porque permaneci no plenário ouvindo a vereadora Joice que fez uso da tribuna depois de Lorram. 
Alguns comentários. A violência, sob todas as formas, merece a minha mais veemente condenação. Só aceito a violência quando um povo oprimido faz uso dela para derrubar regimes ditatoriais. Como é o caso recente da Tunísia e Egito. Em nossa cidade não podemos, de forma nenhuma, permitir que a violência física seja usada para resolver disputas políticas. Nossa cidade não merece isso. E é muito pequena. 
Atribuo a principal responsabilidade pelo ocorrido ao presidente da câmara, vereador João Carrilho, que não fez uso de pronto do regimento interno. Ele existe para ser cumprido. Está para ser reformulado há muito tempo. Como a nominação de ruas que não sai nunca. Por isso não recebemos cartas até hoje. 
Voltando ao caso. De forma alguma, um jornalista poderia adentrar o recinto da câmara da forma que fez, interpelando daquela forma um vereador que fazia uso da tribuna livre (artigo 185, parágrafo  7, do regimento). Concorde-se ou não com o que o vereador fale, essa é uma prerrogativa constitucional dele. Da qual tem inclusive imunidade. O presidente foi tão lento em sua intervenção que foi instado pelo próprio vereador Lorram a tomar uma atitude. Se cumprisse o que diz o regimento interno teria interrompido o discurso do parlamentar, advertido o jornalista para que ficasse calado  e, caso não fosse obedecido, teria pedido que o cidadão se retirasse do recinto. Até força policial, em último caso, poderia requisitar para que isso ocorresse. Também deveria ter interrompido o discurso do vereador Lorram, advertindo-o de que ao falar, deveria dirigir "a palavra ao presidente ou à Câmara de modo geral" (artigo 68, parágrafo X), e não ao jornalista. 
Sobre a questão da imprensa na nossa região- objeto inicial do discurso do vereador Lorram- com toda certeza posso afirmar que é raro encontrar nela opiniões isentas. Em geral, são usadas para a defesa dos interesses particulares de seus donos. Às vezes, disfarçados com "falsos" donos. Acredito muito mais na isenção e honestidade "jornalística" dos blogs.
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