Post 060 do blig
Data da publicação: 25/05/2010 17:14
O Jornal de Sábado, do dia 22 de maio de 2010, traz uma matéria sobre a inauguração, em junho, do controvertido empreendimento Breezes. Mesmo com todos as questões judiciais ainda por resolver, adota-se a tática de ir empurrando para a frente para ver como é que fica. Uma licença aqui. Um habite-se ali. É a política do fato consumado. Depois de pronto e funcionando, fica mais difícil se tomar qualquer medida contra o hotel. No máximo, arruma-se um TAC.
Voltemos à inauguração. Trezentas vagas serão abertas para a região. Como no ramo hoteleiro se trabalha aos sábados, domingos e feriados, a repórter questionou a equipe do hotel sobre o pagamento das horas extras. Não obteve resposta.
Parece que o Breezes adotará o mesmo comportamento dos outros hoteleiros da região: não pagará horas extras. Lindaci Santos, entrevistado pelo jornal, diz que trabalhou duas vezes como recepcionista de hotel em Búzios e não gostou. “As experiências foram terríveis, não recebíamos hora extra nem nos feriados, nem aos sábados e domingos. Essa é uma realidade de Búzios e se você contestar acaba saindo”.
Não são só horas extras que eles não gostam de pagar. Os empresários de Búzios, que vivem reclamando da informalidade dos ambulantes, também não gostam de assinar a carteira de trabalho de seus funcionários. Uma grande parcela não assina. E quando assina, o faz com um salário menor do que o realmente pago, para gastar menos com encargos sociais. Os salários também são muito baixos. O secretário de turismo, Isac Tilinger, reconheceu isso, quando disse que a partir de fevereiro de 2005, iria trabalhar fora de Búzios, “porque por aqui as pessoas não gostam muito de pagar grandes salários” (Isac Tilinger, Jornal Armação dos Búzios, JAB, 3/07/04).
Os empresários de Búzios também não gostam que seus funcionários os questionem na justiça do trabalho. “Um funcionário que provocar na justiça seus direitos, nunca mais conseguirá trabalhar em pousada em Búzios” (Flávio Machado, O Siri na Lata, dezembro de 2000). O que é isso? Lista negra! Isso é coisa de mafioso. Com empresários como esses, sem nenhuma responsabilidade social, a cidade vai mal.
Não é só no ramo hoteleiro que irregularidades acontecem. Nos bares e restaurantes, em sua maioria, as gorjetas são cobradas na conta mas não são repassadas aos garçons. Alguns simplesmente não repassam nada. Outros, repassam de 3 a 5% do valor da gorjeta. Isso é apropriação indébita. Segundo o senador Crivela, com o seu projeto de lei sobre as gorjetas, não repassá-las ao seu verdadeiro dono é crime com pena de 1 a 4 anos (O Perú Molhado, OPM, 22/05/2010).
Comentários (2):
1. 25/05/2010 às 18:05
Calheirom disse:
Os Ministério Publico do Trabalho tem que se movimentar e apurar essas irregularidades aqui ventiladas, para tentar moralizar essa relação obscura e covarde com os trabalhadores de búzios.
Segue o e-mail do MPT para as denuncias:
2. 25/05/2010 às 18:07
Calheirom disse:
E-mail para denunciar: denunciacf@prt1.mpt.gov.br
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