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domingo, 24 de outubro de 2010

Empresários de Búzios

Post 060 do blig
Data da publicação: 25/05/2010 17:14

O Jornal de Sábado, do dia 22 de maio de 2010, traz uma matéria sobre a inauguração, em junho, do controvertido empreendimento Breezes. Mesmo com todos as questões judiciais ainda por resolver, adota-se a tática de ir empurrando para a frente para ver como é que fica. Uma licença aqui. Um habite-se ali. É a política do fato consumado. Depois de pronto e funcionando, fica mais difícil se tomar qualquer medida contra o hotel. No máximo, arruma-se um TAC.

Voltemos à inauguração. Trezentas vagas serão abertas para a região. Como no ramo hoteleiro se trabalha aos sábados, domingos e feriados, a repórter questionou a equipe do hotel sobre o pagamento das horas extras. Não obteve resposta.

Parece que o Breezes adotará o mesmo comportamento dos outros hoteleiros da região: não pagará horas extras. Lindaci Santos, entrevistado pelo jornal, diz que trabalhou duas vezes como recepcionista de hotel em Búzios e não gostou. “As experiências foram terríveis, não recebíamos hora extra nem nos feriados, nem aos sábados e domingos. Essa é uma realidade de Búzios e se você contestar acaba saindo”.

Não são só horas extras que eles não gostam de pagar. Os empresários de Búzios, que vivem reclamando da informalidade dos ambulantes, também não gostam de assinar a carteira de trabalho de seus funcionários. Uma grande parcela não assina. E quando assina, o faz com um salário menor do que o realmente pago, para gastar menos com encargos sociais. Os salários também são muito baixos. O secretário de turismo, Isac Tilinger, reconheceu isso, quando disse que a partir de fevereiro de 2005, iria trabalhar fora de Búzios, “porque por aqui as pessoas não gostam muito de pagar grandes salários” (Isac Tilinger, Jornal Armação dos Búzios, JAB, 3/07/04).

Os empresários de Búzios também não gostam que seus funcionários os questionem na justiça do trabalho. “Um funcionário que provocar na justiça seus direitos, nunca mais conseguirá trabalhar em pousada em Búzios” (Flávio Machado, O Siri na Lata, dezembro de 2000). O que é isso? Lista negra! Isso é coisa de mafioso. Com empresários como esses, sem nenhuma responsabilidade social, a cidade vai mal.

Não é só no ramo hoteleiro que irregularidades acontecem. Nos bares e restaurantes, em sua maioria, as gorjetas são cobradas na conta mas não são repassadas aos garçons. Alguns simplesmente não repassam nada. Outros, repassam de 3 a 5% do valor da gorjeta. Isso é apropriação indébita. Segundo o senador Crivela, com o seu projeto de lei sobre as gorjetas, não repassá-las ao seu verdadeiro dono é crime com pena de 1 a 4 anos (O Perú Molhado, OPM, 22/05/2010).

Comentários (2):

1. 25/05/2010 às 18:05
Calheirom disse:

Os Ministério Publico do Trabalho tem que se movimentar e apurar essas irregularidades aqui ventiladas, para tentar moralizar essa relação obscura e covarde com os trabalhadores de búzios.

Segue o e-mail do MPT para as denuncias:

2. 25/05/2010 às 18:07
Calheirom disse:

E-mail para denunciar: denunciacf@prt1.mpt.gov.br

166 (060)

sábado, 23 de outubro de 2010

Os empresários de Búzios - o caso Marcelo do Perú X Clemente Magalhães

Como leitor assíduo do jornal, que acho a cara de Búzios, não poderia deixar de me manifestar sobre a carta que o Sr. Clemente Magalhães lhe enviou na última edição. Conheço o referido Sr. apenas por ser figura pública na cidade, mas nunca tive nenhum contato pessoal com ele. É importante frisar isto para ficar claro que nada tenho a dizer em relação à  sua vida pessoal.
 O que me interessa, como militante político na cidade, é entender determinados comportamentos de  membros da classe empresarial buziana. Isso é importante, porque explica muito da prática política das nossas classes dominantes. Na sua resposta, você- “um irresponsável espírito debochado e sem limites”-   chegou ao X da questão: o problema é o medo. A cidade inteira tem medo. Desde o gari ao grande empreendedor. Nossa cidade é a cidade do rabo preso!
Muitos comerciantes reclamam dos ambulantes mas estão tão ilegais quanto eles. Recordo-me de uma operação anti-pirataria nas lojas de Búzios há muito tempo atrás. O que foi achado de produtos falsificados não estava no gibi. Quando tem fiscalização  do Ministério do Trabalho na cidade é um Deus nos acuda. Basta dar uma chegadinha lá no Justiça do Trabalho de Cabo Frio para verificar que Búzios é campeã em causas trabalhistas, porque  a maioria dos patrões de Búzios não assina carteira. E quando eles assinam, colocam o valor do salário a menor para pagar menos encargos sociais. Não pagam também horas extras. Na alta estação, é comum eles reterem trabalhadores até altas horas da madrugada sem pagar um tostão por isso. É muito comum também restaurantes de luxo, de cozinha internacional,  não pagarem os 10% de gorjeta dos garçons.
A possibilidade de sofrer alguma punição por estar cometendo alguma infração é o que gera o medo. Submissos não reclamam a não ser quando lhe desvalorizam o imóvel. Nesse caso, procuram o Perú para brecar a obra irregular no seu condomínio. Essa é a única preocupação, mesmo que o condomínio como um todo, tenha  uma “quantidade enorme de irregularidades”. Quem diz isso não sou eu. É o secretário Ruy Borba (JPH, 5/09/2010).  
O mesmo secretário já disse mais. Disse que o seu amigo, ex- secretário Otavinho, chegou ao ponto de desviar  uma avenida (Via Azul) criando uma alça para passar dentro de seu empreendimento particular. Disse também que o mesmo secretário manipulou a lei do esgoto para favorecer  um condomínio no Forno  (JPH,10/01/2008).
 Marcelo, você só cometeu um erro em sua resposta. Foi quando os chamou de empresários. Eles não são empresários. Eles não passam de comerciantes. Eles só se preocupam com os seus interesses particulares. Já empresário mesmo, são poucos.  Empresário tem uma visão mais ampla e associativa. Milita em sua associação. Se preocupa com a cidade como um todo. Subscreveria o editorial da semana passada sem o mínimo temor.
Abraços.
Observação: este texto foi publicado como carta no jornal “O Perú Molhado” do dia 115/10/2010. 
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