Não posso deixar de comentar a "Nota de Esclarecimento" do ex-vereador Valmir Nobre publicada em seu perfil do Facebook, na qual ele se apresenta mais uma vez como pré-candidato ao mesmo cargo nas próximas eleições, pelo que ela tem de esclarecedor em relação à prática política predominante em Búzios. Nada pessoal em relação à Valmir Nobre. O que pretendo é fazer algumas reflexões críticas em relação ao modo de fazer política em Búzios. Assim como Valmir, muitos outros políticos- inclusive alguns com mandatos- estão pulando fora do barco do Doutor.
Em primeiro lugar, há que se registrar que Valmir- assim como os outros- só está pulando fora do barco agora porque se aproxima a data limite para que ele se filie a um outro partido político para poder disputar as próximas eleições. Pela nova legislação, os candidatos têm que estar filiado ao partido pelo qual vão disputar as eleições há pelo menos 6 meses antes do pleito, dia 2 de abril próximo. Não fosse essa exigência, com certeza Valmir permaneceria usufruindo das benesses ofertadas pelo doutor que o empregou desde o início de seu governo em 2013.
Valmir desfrutou do cargo por longos 3 anos e meio, apesar de não ter apoiado a eleição do doutor. Não se reelegeu vereador nas últimas eleições. Seu partido tinha como candidato majoritário o também derrotado Evando Oliveira. Alega agora que resolveu entregar seu cargo por "incompatibilidade de ideias" com o doutor e identificação "ideológica" com Alexandre Martins.
Este movimento de debandada de Valmir e outros, inclusive com mandatos, é muito comum nas eleições buzianas. Sempre ocorreu. Nunca resultou de reflexão sobre os problemas da cidade, como alega Valmir. Trata-se unicamente da busca pela sobrevivência política (cargo de vereador) e econômica (cargo no Legislativo ou na administração municipal), pois o desgaste brutal do desgoverno André nos assegura que ele não conseguirá se reeleger nem que a vaca tussa. É preciso, portanto, procurar novos caminhos. É preciso escolher uma nominata a dedo. Em nenhum momento se pensa na Cidade. Não existe incompatibilidade de ideias com o desgoverno André simplesmente porque este não as têm. E não existe identificação ideológica com o candidato Alexandre Martins simplesmente porque ele não tem ideologia alguma. Seu modelo de gestão não difere em nada do de Mirinho, Toninho e Andrezinho. Pela semelhança, já podemos chamá-lo até de alexandrezinho.
Conheço em Búzios políticos que, desde a emancipação, nunca trabalharam na vida. Vivem pendurados em cargos na administração municipal ou gabinetes de deputados estaduais ou federais. São verdadeiros malabaristas da arte do oportunismo político pois sempre conseguem novos cargos mesmo que seus candidatos percam. Alguns mais espertos conseguem mais de um cargo: um no município e outro na ALERJ ou Câmara dos Deputados, como assessores parlamentares. Existe até muquiranas que não podem aparecer e recebem "por fora".
Observação: assisti recentemente o vereador Leandro fazendo discurso de oposição ao desgoverno André. Um desastre. O rapaz não tem o mínimo cacoete de oposicionista. Afinal, o uso do cachimbo torna a boca torta.
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