"Um
vai em 2016, o outro em seguida…
Como
escrevemos anteriormente, aqui e no Facebook, o mar de lama da
Samarco teve também uma dimensão simbólica.
Explicitou
que a captura das instituições públicas brasileiras pelo poder
econômico é absoluta.
A
Samarco disse que a lama não era tóxica, que estava “monitorando”
a enxurrada, etc. etc.
A
empresa e uma de suas controladoras, a Vale, assumiram papeis que
cabiam ao Estado, dentre os quais distribuir água.
Das
autoridades não saiu um pio, a não ser pelo anúncio de multas
milionárias que afinal não serão pagas.
O
governo de Minas cassou a licença para a Samarco operar em Mariana,
como se ela ainda fosse capaz de fazê-lo.
Duas
decisões judiciais tomadas no caso favoreceram a empresa: uma
rapidíssima liminar para desbloquear a ferrovia por onde passa
minério e o habeas corpus preventivo que impede a prisão do
presidente da Samarco.
Toda
uma bacia hidrográfica destruída, praias e oceano poluídos…uma
verdadeira catástrofe.
Enquanto
isso, quatro jovens foram presos por “crime ambiental”: sujaram
de lama um corredor do Congresso.
É
óbvio que esta múltipla falencia de orgãos engloba o PT e o
governo Dilma.
Um
breve roteiro do suicídio político, incluindo apenas fatos
recentes:
1.
Ganhar uma eleição e governar com o programa econômico alheio;
2.
Colocar toda a conta da austeridade nas costas dos trabalhadores;
3.
Propor uma lei antiterrorista que, lá adiante, em 2018, servirá
para a direita demolir os movimentos sociais, permitindo a ela
aprofundar ainda mais, se necessário, a depressão econômica do
Levy.
Para
completar, Delcídio do Amaral, denunciado como
homem que articulava barbaridades contra o Brasil e os movimentos
sociais, é flagrado em conluio com um banqueiro para evitar uma
delação premiada.
Por
mais que seja um petista de DNA tucano, é o líder do governo
Dilma no Senado!
A
partir dos depoimentos, a mídia fará, obviamente, o que sempre fez:
criminalizar alguns e poupar os seus.
Mas
o suicídio político é do PT. Por exemplo, ao sugerir que sua
bancada votasse pela soltura de Delcídio.
Para
todos os efeitos, 25 de novembro é o dia em que o PT se afogou em
público, sob os olhares dos 300 picaretas do Congresso.
O
que virá? A delação do Cerveró, possivelmente do próprio
Delcídio, do banqueiro Esteves… um efeito em cascata que vai
arrastar gente graúda, com o efeito prático de paralisar o governo
Dilma.
O
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, um quadro de primeira
qualidade, acusou o
baque numa entrevista ao Estadão:
“Quando
você tem um sonho de transformar a sociedade em favor da igualdade e
você se desvia para se apropriar de recursos ou para beneficiar quem
quer que seja, você está cometendo dois crimes: o primeiro é
colocar a mão em recurso público, o segundo, você está matando um
projeto político”.
Uma
delicada nota de falecimento.
Quanto
à esquerda que sobreviver ao PT, tem encontro marcado com a lei
antiterrorismo logo ali adiante. A não ser que, como o PT, priorize
os gabinetes.
Luiz Carlos Azenha
Fonte: "viomundo"