Os Agentes
Fiscais Fazendários deste Município, diante das críticas recebidas
na tribuna da Câmara Municipal de Búzios, vêm esclarecer algumas
dúvidas sobre os problemas que ocorrem na Secretaria Municipal de
Fazenda e também sobre acusações irresponsáveis que são
constantemente dirigidas à nossa categoria.
Apesar
das diversas denúncias feitas à Câmara Municipal de Búzios sobre
os vários problemas existentes na Secretaria Municipal de Fazenda,
há uma insistência teimosa de alguns em atribuir aos Fiscais
Fazendários a responsabilidade pela demora na tramitação dos
processos, uma vez que, até o momento, muito se discute sobre
alterações em sua Lei de Produtividade (Lei 773/2010), deixando-se
de lado o que realmente importa, que é o debate sobre como
combater a crescente burocracia e centralização implantada na
gestão da Secretaria de Fazenda.
É
patente no discurso de alguns Vereadores a intenção de transformar
a categoria em um bode expiatório e não em solucionar o problema
que tanto prejudica o município e a população. Fica aqui o
questionamento: qual o real objetivo de vereadores e “especialistas”
se reunirem em um Hotel de Luxo para discutir a alteração da lei de
produtividade dos Fiscais Fazendários sem que estes, os maiores
interessados, tenham sido convidados? E por que quando houve a
sugestão para que fossem convidados, recusaram sua presença? Qual o
motivo de tanto segredo? E mais, quaisquer mudanças na Lei 773/2010
que impeçam ou dificultem os Fiscais Fazendários de alcançarem sua
produtividade terão como consequência disputas judiciais entre a
categoria e a Prefeitura, gerando desgastes e desperdício de
recursos sem que nenhum benefício seja gerado para o município, já
que o problema na Secretaria de Fazenda, ao contrário do que alguns
querem fazer a população acreditar, não são os Fiscais
Fazendários.
Sendo
assim, uma vez que as discussões sobre os verdadeiros problemas têm
sido deixadas de lado e o foco consolida-se cada vez mais em acusarem
os Fiscais Fazendários, entre outras coisas, de serem os culpados
por todas as mazelas da Secretaria de Fazenda, é sobre isso que
vamos falar, aqui.
Mito 1.
Fiscais Fazendários são contra a produtividade das demais
fiscalizações municipais.
Frequentemente
nos chegam questionamentos de vereadores, de colegas e até de
contribuintes sobre porque os Fiscais Fazendários são contra a
gratificação de produtividade para as demais fiscalizações
municipais de Búzios. Isso é uma grande MENTIRA! O que nunca
concordamos foi com a alteração da Lei 773/2010 para que fosse
concedida a gratificação de produtividade para as demais
fiscalizações na mesma lei,
por suspeitar que o governo aproveitaria a oportunidade para retirar
direitos já adquiridos, com muita luta, por nossa categoria.
Hoje essa suspeita se
materializa, haja vista a atual investida do
governo para alterar a Lei 773/2010 e a resistência do mesmo em
cumprir a Lei 1.385/2017, que concedeu a produtividade às demais
fiscalizações, de onde se deduz que quem é contra a produtividade
para as demais fiscalizações é o governo e não os Fiscais
Fazendários. Além disso, podemos concluir agora que,
se a produtividade das demais fiscalizações tivesse sido concedida
através da alteração de nossa lei, hoje estaríamos, nós também,
sem recebê-la, uma vez que o Decreto Regulamentador da Lei que
contempla as demais fiscalizações ainda não foi efetivado,
causando extrema frustração em nossos colegas que aguardam desde
dezembro de 2017 o pagamento da produtividade.
Mito 2.
Fiscais Fazendários só trabalham até alcançar o limite de sua
produtividade.
Outra
grande MENTIRA muito difundida é que os processos não andam porque
os Fiscais Fazendários cruzam os braços ao atingirem o limite de
1.000 pontos para sua produtividade.
Tal mentira cai por terra com
uma simples verificação da quantidade mensal de processos que,
antes da “reformulação”, tramitavam pelo setor e que eram
analisados pelos 5 (cinco) Fiscais Fazendários, lembrando que pela
Fiscalização Fazendária passam, ou deveriam passar, todos os
processos de obras, de licença sanitária, de
taxas de táxis, vans, de taxas ambientais, de ambulantes, de uso de
solo (mesas e cadeiras), de alvará, de ISS de autônomos, de ITBI,
de IPTU, de transporte marítimo de passageiros, de autorização de
notas fiscais, de autenticação de livros fiscais, autorização de
eventos e festas, de retenção de ISS em pagamentos de serviços do
município, etc.
Antes da “reformulação” na
tramitação de processos pela Secretaria de Fazenda, era liberada
uma média mensal de 100 (cem) processos por fiscal, pois somos a
única fiscalização da região e possivelmente uma das poucas do
Estado que trabalha com todos os impostos e taxas municipais para
atender à recomendação do TCE- RJ.
Em anexo (Anexo 01) são
apresentados quatro mapas de produtividade homologados como exemplo
do que é dito acima, lembrando que no caso do IPTU ocorrem
frequentemente demandas de cálculos para dezenas de inscrições em
um único processo.
Logo, se
houve queda na quantidade de processos analisados foi porque todos
foram retirados dos Fiscais e estão sendo represados na
Subsecretaria de Fazenda, sendo distribuídos à conta-gotas, através
de ordens de serviço, utilizando-se critérios desconhecidos por
nossa categoria, prática já criticada pelo TCE-RJ em relatório de
auditoria.
Mito 3.
Fiscais Fazendários são os responsáveis pelo atraso na emissão
dos alvarás de funcionamento e de licenças de obras.
Mais uma
justificativa simplória para a ineficácia de uma gestão, já que,
em tese - uma vez que esses processos, inexplicavelmente, não
estavam passando pelos fiscais -, o único envolvimento do Fiscal
Fazendário com a emissão do alvará é o lançamento da TFLIF.
Todos os demais procedimentos burocráticos se dão na Coordenadoria
de Fiscalização, na Subsecretaria de Fazenda e no Gabinete da
Secretaria de Fazenda. Sem falar da exigência ilegal de certidão de
IPTU por determinação da Secretaria de Fazenda.Também se fala
muito sobre a demora em outros processos, principalmente de obras.
Estes
últimos tramitam durante anos até chegarem às mãos do Fiscal
Fazendário, como se demonstra nos trâmites informados em anexo
(Anexo 02).
E quanto
aos demais processos, há as mais diversas explicações para a
demora, dependendo de cada caso, sendo certo que nenhuma delas
decorre de inércia da Fiscalização Fazendária.
Se há
interesse na diminuição do tempo de andamento dos processos,
deveria ser dada mais atenção às reivindicações dos fiscais por
mais investimentos na Fiscalização Fazendária.
Para
ilustrar o descaso com as reivindicações feitas pelos fiscais
podemos citar o banco de dados para lançamento em lote desenvolvido
pela Fiscalização Fazendária e entregue à Secretaria de Fazenda
para incorporação ao sistema da prefeitura. As interfaces não
foram desenvolvidas em conformidade com as especificações
apresentadas pelos fiscais, inviabilizando o projeto, que até hoje
encontra-se paralisado. Estamos indo para o terceiro ano sem que
nenhum novo lançamento, além dos que já haviam sido incluídos
pelos Fiscais Fazendários, tenham sido acrescentados ao banco de
dados. A continuidade desse projeto representaria uma redução
significativa na quantidade de processos que tramitam pela
fiscalização.
Mito 4.
Fiscais Fazendários são “fiscais de ar-condicionado” porque não
gostam de fazer fiscalização na rua.
Chega a
ser constrangedor o nível das acusações que nos fazem. Mas há
aqui uma oportunidade de reiterarmos a grande necessidade de
realização de concurso público para ingresso de novos fiscais
fazendários, uma vez que, com a atual relação entre a quantidade
de fiscais e quantidade de processos para análise, continuará
inviável a realização de trabalho externo pela fiscalização
fazendária.
Cabe destacar que em 2013 o
corpo da Fiscalização Fazendária era composto por 7 fiscais de
tributos e que os processos de ITBI e IPTU ainda não passavam pela
Fiscalização Fazendária. Hoje somos apenas 5 fiscais e, como não
houve interesse da administração em convocar outro candidato
aprovado para o cargo quando o concurso ainda estava em sua validade,
mesmo ciente do aumento significativo da quantidade de processos em
decorrência da inclusão do ITBI e do IPTU, ficou inviável a
continuidade dos trabalhos externos.
Mito 5.
Fiscais Fazendários, possuem remunerações exorbitantes, são
verdadeiros “marajás”.
A melhor
definição para tal afirmação não seria nem “mentira”, pois
se enquadraria melhor na categoria “deboche”. A verdade
insofismável é que todos os servidores do município ganham mal,
inclusive os Fiscais Fazendários.
Isso pode ser verificado no
portal da transparência do município, que informa o valor da
remuneração dos Fiscais Fazendários, poupando aos nossos
detratores se expor ao descrédito público. Lá
é possível constatar que o valor recebido pelos Fiscais Fazendários
corresponde quase à metade dos valores médios recebidos pelos
Fiscais Tributários de municípios nas redondezas como
Macaé, R$ 12.000,00 , Rio das Ostras R$ 11.280,00 e Maricá
R$ 13.070,00.
Mesmo com
remuneração inferior à de seus pares em outros municípios,
perseguições, falta de estrutura, somos a 3ª melhor Gestão
Fiscal do Estado do Rio de Janeiro, conforme relatório da FIRJAN de
2017, atrás da cidade do Rio de Janeiro e de Niterói, que realizou
concurso em 2015 com remuneração inicial de R$ 21.149,26 para 30
novos fiscais, o que proporcionou a premiação de melhor gestão já
em 2017, superando a nossa capital.
Portanto,
por ignorância ou má fé, ocorre hoje no município uma verdadeira
campanha para denegrir a imagem dos fiscais fazendários, sem que
seja dada a eles voz para defesa.
A
população não pode continuar sendo enganada. Precisa saber que
todos esses problemas decorrem de uma administração ineficiente e
ineficaz, que caminha em direção oposta à gestão gerencial de
governo abraçada pelas modernas esferas governamentais, que se
caracteriza pela descentralização, desburocratização e
eficiência.
Só
assim, conhecendo os verdadeiros responsáveis
pela má qualidade do atendimento na Secretaria de Fazenda, a
população buziana poderá apoiar a Câmara Municipal na apuração
das graves irregularidades e ilegalidades apontadas pela Fiscalização
Fazendária e lutar para que o governo ofereça infraestrutura ao
setor e desburocratize os trâmites processuais, pois, como têm
repetido incessantemente alguns de nossos nobres vereadores, “ninguém
aguenta mais”...
Observação: ainda não publiquei os anexos. Farei isso em breve.
Recebido por e-mail