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Como juízes e seus aparatos devem ser comandados pelas mesmas regras da mecânica quântica que comandam todo o universo, vamos tentar aplicar o paradoxo do Gato de Schrödinger ao caso do HC de Palocci que vai ser julgado pelo plenário/2ª Turma do STF.
Segundo
a interpretação
de Copenhague da mecânica
quântica,
enquanto
o gato encerrado em uma caixa não estava apenas vivo, nem apenas
morto, mas morto-vivo, Palocci, no dia em que iniciar a sessão do
STF que irá julgar seu pedido de HC, também vai encontrar-se em dois estados simultâneos, não
estando preso, nem solto, mas preso-solto.
Pode
parecer estranho ao senso comum, mas Palocci encontrar-se-á no
emaranhamento desses dois estados, preso-solto, ou seja, nem preso, nem solto. A superposição desses estados preso-solto
apenas sofrerá colapso em
um estado definido no exato momento da medição quântica
(julgamento do HC) feita pelo STF.
"No
experimento mental do Gato
de Schrödinger, há dentro da caixa onde o gato está preso, um
frasco de veneno e um contador
Geiger ligados
por relés,
e um martelo" (Wikipedia). No recinto do STF também haverá elementos estranhos
ao julgamento tais como inclinações políticas, religiosas e
filosóficas e idiossincrasias dos julgadores que podem levar a
decisão de mantê-lo preso ou de soltá-lo. "Ao abrir-se a caixa do
gato, o contador Geiger será acionado ou não. Se for acionado,
transmitirá movimento através dos relés; o martelo baterá no
frasco de veneno quebrando-o e o gato morrerá. Mas se o contador não
acionar, o martelo não quebrará o frasco e o gato permanecerá
vivo" (Wikipedia). Da mesma forma, ao iniciar-se o julgamento de Palocci no STF, além de
interpretações de leis, inclinações pessoais poderão ser
mobilizadas para conceder HC pra soltar Palocci ou para negar HC para
mantê-lo preso.
Diferentemente
da interpretação de Copenhague, a interpretação
de muitos mundos da mecânica quântica
não considera a observação como um processo especial, ambos estados
vivo e morto do gato persistem, mas são incoerentes entre
si. Nesta interpretação, quando a sessão do STF for aberta, a parte do universo contendo o observador (ministro do STF) e
o HC de Palocci são separados em dois universos distintos, um
contendo um ministro olhando para um HC com Palocci preso, outro
contendo um ministro olhando para um HC com Palocci solto. Como os
estados preso e solto do HC de Palocci são incoerentes, não têm
comunicação efetiva ou interação entre eles. Quando um ministro
expõe a sua decisão, ele se entrelaça com o HC de Palocci.
A interpretação proposta pelo cosmologista Max
Tegmark,
conhecida como máquina de suicídio quântico, é uma variante
da experiência do Gato de Schrödinger. Ele examinou a experiência
do Gato de Schrödinger da perspectiva do gato, e argumentou que essa
teoria pode ser distinta da interpretação de Copenhague e da de
muitos mundos.
Segundo a interpretação de Max Tegmark superposições não são nada mais do que subconjuntos de um
grande conjunto. Sendo esse o caso, o vetor estado não
se aplicaria individualmente ao experimento do HC de Palocci, mas
apenas às estatísticas de muitos experimentos semelhantes de HC.
De
acordo com a teoria de colapso objetivo,
superposições são destruídas espontaneamente (independente de
observação externa) quando algum princípio físico objetivo
(de tempo, massa, temperatura, irreversibilidade etc)
é alcançado. Assim, pode-se supor que o HC de Palocci tenha sido
decidido em um estado definido muito tempo antes da sessão do STF
ser aberta. Isso poderia vagamente ser dito como "Palocci observa o seu HC", ou "o STF observa o HC de Palocci".
Em
teoria, como cada estado é determinado pelo estado imediatamente
anterior, e este pelo anterior, ad
infinitum,
a pré-determinação para cada estado teria sido determinada
instantaneamente pelo "princípio" inicial do Big
Bang.
Assim o estado do HC de Palocci preso ou solto não é determinado
pelos ministros , ele já foi pré-determinado pelos momentos
iniciais do universo e pelos estados subsequentes que sucessivamente
levaram ao estado referenciado atual.